Paradigmas • Todas as teorias de organização são fundadas sobre uma filosofia da ciência e uma teoria da sociedade, independentemente se os teóricos tenham ou não consciência disto( BURREL e MORGAN, 1979, p. 119) • Importância: dar consistência teóricometodológica ao trabalho de pesquisa desde sua concepção até sua conclusão Funcionalismo • Fundamentos: sociologia da regulação e abordagem objetivista • Aborda os conceitos sociológicos gerais do ponto de vista: realismo, positivista, determinista, nomotético(coletivo) • Busca criar teorias gerais sobre as organizações e seus membros, baseando-se em leis universais poderosas das ciências naturais • Tende a assumir que o mundo social é composto por artefatos empíricos relativamente concretos e relações que podem ser identificadas, estudadas, e medidas através de abordagens derivadas das ciências naturais • Objetiva revelar regularidades que estão subjacentes à realidade superficial • A explicação principal é em termos de causas que determinam os efeitos • A lógica formal é que uma variável independente x, causa y, a variável dependente Funcionalismo • Cada teorização é acompanhada por estudos empíricos que servem para testar e refinar as teorias. O trabalho empírico faz uso de métodos científicos tais como variáveis quantitativas, análise estatística, e controle para analisar as causas, e avaliar a validade se o modelo teórico causal está de acordo com a evidência empírica • Ela é livre de valores e pode ser muito resistente em alguns aspectos • Positivismo sociológico sustenta que o fenômeno, ou fatos sociais, deveriam ser explicados por outros fatos sociais, isto é, por condições objetivas, mais do que pela consciência dos atores sociais. • Teorias sociais positivas explicam o comportamento humano por causas que ligam a situação e constrangem o indivíduo a agir em certas maneiras, com isso conformando-se às pressões do ambiente Funcionalismo • Em teoria das organizações, o positivismo explica aspectos da organização e de seus membros pela situação do ambiente( exemplo da teoria da contingência e seus pressupostos-causa – efeitos-resultados – Donaldson, p.43: a ordem é dinâmica no sentido de manutenção do equilíbrio e não estática) • O funcionalismo positivista não é apenas no sentido da “estatística”, mas reúne outros aspectos como se explica a realidade ou os fatos sociais. Donaldson lembra Durkheima determinação das causas de um fato social deve ser através da análise de outros fatos sociais, e não entre nas consciências individuais • As escolhas dos tomadores de decisão baseiam-se na relação de funcionalidade, isto é, quais escolhas dentre as que estão disponível geram melhores resultados em termos de eficiência/eficácia-funcionalismo Funcionalismo • Ao usar os exemplos que se passam com a escolha no processo de adaptação organizacional, Donaldson sustenta que o tomador de decisão faz sua escolha sem levar em conta seus valores, o que pode gerar conflito entre a opção escolhida e os valores do gestor, mas que normalmente o gestor escolhe a opção que mais gerará resultados ótimos para a organização. Isso reforça a perspectiva positivista dentro do funcionalismo- uma ciência livre de valores • O que busca explicar o paradigma: o status quo, ordem social, consenso, integração social, solidariedade, satisfação de necessidade Funcionalismo: em defesa do positivismo em EO • Difere do positivismo lógico ao considerar que apesar de valorizar apenas o que é observável, aceita aspectos das relações que resultam de aspectos subjetivos, desde que possíveis de medição(50) • Busca objetividade • Contra o reducionismo que busca compreender aspectos do comportamento dos indivíduos; estes não servem para explicar a realidade organizacional(50) • Busca estudar fatos sociais tais como estrutura ou outras características organizacionais públicas; • Explicar fatos sociais por meio de elementos estruturantes, como tamanho e competição ambiental( sistemas, contingência, ecologia, etc) Funcionalismo: em defesa do positivismo em EO • Busca compreender a realidade por meio de características mensuráveis; • Estas características estão no nível macroorganizacional(estruturas) e no ambiente(determinismo) • Evita buscar insights na mente dos indivíduos, buscando o que determina seu comportamento, que resulta de pressões externas(ambiente)(52) Funcionalismo válido(52) • Visto como teleológico-meios para fins e sem conhecimento subjetivo; • Estruturas mudam em respostas a pressões do ambiente e em busca de performance organizacional Sem problema de suposições ontológicas • O positivismo está associado ao realismo, em que a realidade é dada como certa, acabada, pronta para ser utilizada como objeto de estudo; • Não há necessidade de explicações sobre como aquela realidade é formada ou constituída Fragilidade Hermenêutica • Hermenêutica enquanto processo de interpretação dos sentidos das palavras, ações, fatos; • Fracamente hermenêutica porque não está preocupada com os sentidos obtidos pelos sujeitos, mas pelas relações estabelecidas entre os objetos de estudo(55) • Interpretações diferentes dadas por analistas externos e membros organizacionais: isso não é um problema para o positivismo, e nem para o funcionalismo Funcionalismo Funcionalismo em estudos organizacionais( abordagens) • Teoria dos sistemas sociais e objetivismo(organismo, ecologia, cibernético, institucionalismo, ) • Os sistemas de ação de referência( cultura, teatro) • Behaviorismo, determinismo, empiricismo( máquina) • Teoria pluralista( sistemas políticos) Interpretacionismo: o que move este paradigma ? • Fazer ciência envolve fazer certas questões ao objeto de estudos( Hatch e Yanow, 2003) • Como você sabe o que está declarando sobre esta organização? • Qual o fundamento para sua declaração? • Como sua característica, como uma entidade no mundo social afeta nossa capacidade para conhecer isto?(subjetividade) Interpretacionismo: reflexões • Mudanças na compreensão do indivíduo- ele tem capacidade de raciocinar e aplicar esta capacidade para conhecer o mundo em sua volta, sem necessidade de um tradutor(autoridade para isto)(64) Interpretacionismo • Fundamentos: sociologia da regulação e natureza subjetiva da ciência • Para os interpretacionistas, as organizações são processos que surgem das ações intencionais das pessoas, individualmente ou em harmonia com outras. Elas interagem entre si na tentativa de dar sentido ao seu mundo. A realidade é então, uma rede de representações complexas e subjetivas( Caldas e Bertero, 2007, p.224) • O interpretacionaismo questiona o objetivismo arraigado na doutrina funcionalista( Caldas e Bertero, 2007, p.224)- Se o foco for competir, parece inadequado. A ideia precisa ser que caminhos são mais adequados para explicar o fenômeno que pretendo entender. E não combater o outro paradigma. Interpretacionismo • Não é possível compreender o mundo social da mesma forma que se compreende o mundo natural/físico • É preciso compreender como grupos e indivíduos dentro dos grupos desenvolvem, expressam e comunicam significados, algo que a observação imediata objetivista não consegue captar(hermenêutica) • Buscam compreender a história de vida dos atores sociais e como esta experiência fazem sentido para eles(fenomenologia) • Atos humanos e artefatos culturais, por exemplo, são as projeções ou realizações dos significados humanos e não seriam externos(dados) ao indivíduo Interpretacionismo • Considera que o ator social tem experiências passadas, educação, treinamento, pano de fundo familiar, comunitário, regional e nacional e personalidade que constituem as experiências de vida do sujeito, e que vão formar sua visão de mundo e como se compreender o mundo no qual ele atua. • Leis universais e objetivas não são possíveis, pois a realidade social pode ser construída diferentemente por diferentes pessoas em diferentes contextos. Logo, o mundo social é de múltiplas realidades e múltiplas interpretações Interpretacionismo • O significado não pode ser conhecido diretamente, já que ele está incorporado em artefatos por seus criadores. Logo o significado só pode ser conhecido a partir da interpretação dos artefatos. • A análise de discurso por exemplo, é um poderosos instrumento para realização de pesquisas dentro desta perspectiva, pois contempla as perspectivas de cultura, simbolismo e narrativas. Há boas coleções de textos sobre discurso em organizações Interpretacionismo Interpretativismo em Estudos Organizacionais • Etnometodologia • Interacionismo simbólico e fenomenológico • Perspectivas de Estudos Interpretativistas(Hatc e Yanow, 2003) • Estudos de cultura, simbolismo e estética organizacional • Processos baseados em teorização sobre interpretação • Análise de textos e narrativas em realidades organizacionais Humanismo Radical Humanismo Radical: definições • Conjunto de abordagens teóricas que focam na tentativa de emancipação do sujeito, valorizando os aspectos subjetivos, em contraponto da visão determinista, positivista e do caráter de dominação presente em outros paradigmas • Tem origem no idealismo alemão, em que a realidade do universo é espiritual e menos material, destacando que o indivíduo cria o mundo no qual vive; • Busca criticar e revelar as formas de alienação dos processos sociais Humanismo Radical: Estrutura do paradigma Humanisno Radical Solipsismo Subjetivismo em extremo: O que existe, existe apenas na mente do indivíduo nada mais é real Existencialismo Francês • Fichte • Husserl • Sartre Individualismo Anarquista Max Stirner Teoria Crítica • Sociologia de Lukács • Sociologia de Gramsci • Escola de Frankfurt(Mar cuse, Adorno, Horkheimer, Habermas) Humanismo Radical: características principais • Origem no idealismo alemão e noções kantianas sobre o universo: a realidade do universo é mais espiritual do que material em sua natureza; • Orientação subjetivista da ciência • O indivíduo cria o mundo no qual vive: a realidade não é dada, concreta; • Utilizam a realidade para criticar o estado alienado no qual vive submetido o indivíduo • A consciência do indivíduo é uma entidade continuamente criativa gerando um fluxo perpétuo de ideias, conceitos e perspectivas através do qual um mundo externo à mente é criado • O mundo externo se compreende a partir da projeção da consciência do indivíduo. Humanismo Radical: características principais • Ontologicamente, o mundo é produto da consciência do indivíduo; atos de intencionalidade criam o mundo exterior; • Metodologicamente, é ideográfico, não preocupado com generalizações • Sobre a natureza do indivíduo, é voluntarista, defendendo formas de libertar o homem das formas de dominação nas quais o próprio homem e os sistemas criados por ele acabam se transformando nos meios através dos quais ele mesmo se aprisiona. • Epistemologicamente, é subjetivista Humanismo Radical: Teoria Crítica - Lukács • Foco no papel da proletariado e sua consciência de classe na mudança da sociedade capitalista; • Focou no papel de fatores superestruturais dentro da sociedade e sua importância na transformação da sociedade, colocando ênfase na consciência, ideologia, literatura e arte que são vista não como epifenômenos para as relações e meios de produção, mas como centrais na compreensão do capitalismo; • A consciência de classe como a possibilidade de vencer a alienação, já que a classe operária possui uma compreensão da totalidade do capitalismo; • Reificação que funciona como alienação que impede uma compreensão da totalidade do sistema capitalista. Para Lukacs, a alienação em forma de reificação é algo a ser derrubado, pois isto libertaria as energias do proletariado, o que permitiria a transformação e reconstrução da sociedade(287) • É neste conceito que deve centrar a luta da classe trabalhadora para reagir e transformar a sociedade, vencendo a alienação. Humanismo Radical: Teoria Crítica - Gramsci • Discute uma metodologia política crítica ao capitalismo como forma de promover a sua derrubada; • Idealizou a filosofia da práxis, uma tentativa de superar as dicotomias presentes na ciência; • Acreditava que a dominação no capitalismo estava não somente localizado nos meios materiais de coerção e opressão, mas dentro da consciência dos indivíduos, através da HEGEMONIA IDEOLÓGICA; • A classe dominante exerce seu domínio através de um sistema de crenças que foca a necessidade da ordem, autoridade e disciplina, e tenta eliminar tentativas de protestos e potenciais de revolução; • A hegemonia política se fazia de forma despercebida através da escola, família e o trabalho, buscando “conscientizar” o indivíduo da “não consciência” Humanismo Radical: Teoria Crítica - Gramsci • Para Gramsci, era a partir da resistência ideológica do homem que seria possível lutar contra a hegemonia do capitalismo; • Essa resistência poderia vir a partir do envolvimento do trabalhador com a política Humanismo Radical: Teoria Crítica – Escola de Frankfurt • Principais autores: Korkhimer; Adorno, Benjamin, Fromm, Kirschheimer, Lowenthal, Marcuse, Habermas • Distinção entre ciência tradicional que defende a separação entre observador e sujeito e a suposição de livre de valores, a teoria crítica enfatiza a importância do comprometimento do teórico com a mudança; • Desenvolveu uma perspectiva que busca revelar a natureza da sociedade capitalista e desvendar sua natureza subjacente e agrupar as bases para a mudança social através da revolução da consciência; • A teoria crítica Frankfurtiana incorpora uma visão emancipatória do indivíduo • Diferente do envolvimento revolucionário de Lukács e Gramsci, a escola de Frankfurt reúne mais teóricos do que atores , seguindo mais para o criticismo intelectual e filosófico; • A Escola de Frankfurt forneceu a contrapartida intelectual ideal para a revolução através da consciência Humanismo Radical: Teoria Crítica – Escola de Frankfurt - Marcuse • Defende uma filosofia emancipatória; • É contra a fenomenologia por esta ignorar as potencialidades humanas, e é contra o positivismo por sua tentativa de neutralidade e seu papel como instrumento de controle na manutenção do “status quo”. • Sua principal contribuição para a teoria crítica foi a tentativa de incorporar as ideias de Freud e Weber dentro da perspectiva de Hegel e Marx • A subjugação do prazer individual pelo princípio da realidade: • A tecnologia passa de possível agente de emancipação por resolver o problema da escassez à agente de dominação: passa a ser capaz de criar formas de vida que eliminam as forças de oposição que buscariam a libertação do indivíduo Humanismo Radical: Teoria Crítica – Escola de Frankfurt - Marcuse • O foco da sociedade moderna na abundância e criação de falsas necessidades impede o desenvolvimento de protestos contra a ordem estabelecida e que esta consciência é moldada pela mídia; • A lógica intencional articulada pelas falsas necessidades, controle tecnológico, busca de “felicidade da força de trabalho” sustenta o processo de dominação • Logo a função da teoria crítica é “investigar as raízes deste universo totalizante da racionalidade tecnológica e examinar as alternativas históricas, como meios de revelar capacidades não utilizadas para fornecer vidas aos seres humanos”(294) Humanismo Radical: Teoria Crítica – Escola de Frankfurt - Habermas • A discussão proposta por Habermas coloca-se como contraponto às abordagens da sociologia interpretativista e positivismo; • O interpretativismo por apenas tentar compreender o mundo sem influenciá-lo e o positivismo por tentar controlar os indivíduo; • A escola de Frankfurt propõe compreender o mundo e modifica-lo • A teoria crítica deve ser emancipatória, dialética e hermenêutica em seu esforço para compreender o mundo sócio-cultural no qual significados subjetivos estão localizados, deixando de lado os antagonismos sujeito – objeto, observador-observado, fato-valor Humanismo Radical: Teoria Crítica – Escola de Frankfurt - Habermas • O foco de Habermas é a estrutura de dominação incorporada na linguagem e no discurso diário; O sistema dominante desenvolve técnicas que guiam ações e modos de pensar e coloca foco sobre a aprendizagem de habilidades e qualificações: as demais coisas perdem sentido; • Os teóricos da escola de Frankfurt concentram sobre a demolição da estrutura, indicando a natureza repressiva e essencialmente política da empresa como um todo. Eles buscam demonstrar a maneira na qual ciência, tecnologia, ideologia, linguagem e outros aspectos da superestrutura da formação social do capitalismo moderno são para serem compreendidos em relação ao papel que eles desempenham em sustentar e desenvolver o sistema de poder e dominação que permeia a totalidade do sistema social Humanismo Radical: Teoria Crítica – Escola de Frankfurt - Habermas • Portanto, a superestrutura da sociedade capitalista é de interesse chave para os teóricos críticos, particularmente porque ela é o meio através do qual a consciência dos seres humanos é controlada e moldada para ajustar-se aos requerimentos da formação social como um todo • Logo a função da teoria crítica é influenciar a consciência das pessoas que vivem dentro deste sistema com uma visão para eventual emancipação e a busca de alternativas de formas de vida; • Lembrando que a linguagem é o principal elemento de alienação do indivíduo Humanismo Radical: Individualismo Anárquico • Defendem a liberdade individual total, libertando o homem de qualquer espécie de regulação interna ou externa; • Enfatizava a primazia da existência individual e rejeitava totalmente qualquer busca por leis universais governando a vida social; • Supervalorização do individual, em detrimento das ações coletivas • Emancipação através da remoção total do estado ; • Foco sobre as disposições subjetivas dento da qual o indivíduo é o ponto de partida para qualquer transformação radical; • Rejeita a existência de qualquer tipo de instituição social Humanismo Radical: Existencialismo Francês • Suportado pela tradição idealista • Está preocupado em compreender como as construções sociais são realizadas com a finalidade de modifica-las; • Engajamento político com desejo de mudar a ordem social existente • O indivíduo está ativamente envolvido na criação de seu mundo e não é mero expectador Humanismo Radical • Observação: apesar da matriz subjetivista semelhante, elas servem a propósitos diferentes quando comparadas as visões interpretativista e humanista radical. • O humanista radical considera da mesma forma que o interpretacionista, que o indivíduo cria o mundo no qual vive. Entretanto, neste caso, ele foca sobre como os indivíduos se aprisionam tornando-se alienados neste mundo que ele mesmo criou, e deve modifica-lo Humanismo Radical • Ontologicamente, os autores deste paradigma veem o mundo como produto da consciência do indivíduo: a consciência é vista como projetada em direção ao externo através dos atos de intencionalidade, assim criando o próprio mundo; Humanismo Radical • Além de criar o seu mundo, o indivíduo faz-se prisioneiro dele através do que Burrel e Morgan(1979), chamam de patologia da intencionalidade e Caldas e Bertero(2007) chamaram de patologia da consciência. Em ambas o indivíduo cria o mundo no qual vive e consegue aprisionar-se a ele. Vide a caverna de Platão( Morgan e a prisão psíquica). • Teorias neste paradigma visam a emancipação do sujeito, a libertação da prisão na qual ele se aprisionou, a interpretação das estratégias organizacionais que contribuem para aprisionar os indivíduos • Objetivo das teorias: revelar o oculto nos processos de alienação do indivíduo • Ontologicamente, os autores deste paradigma veem o mundo como produto da consciência do indivíduo: a consciência é vista como projetada em direção ao externo através dos atos de intencionalidade, assim criando o próprio mundo Paradigma Estruturalismo Radical Estruturalismo Radical: definições Constitui um corpo de teria social tão complexo, conceitualmente rico e amplamente diferenciado quanto qualquer um dos outros paradigmas( Burrel e Morgan, 1979, p. 327) A complexidade pode ser constatada pela diversidade de conceitos, abordagens teóricas, reinterpretações e autores de tempos e localidades diversas: Marx, Weber, Althusser, etc Fundamentação intelectual nos trabalhos de Marx Estruturalismo Radical: estrutura e composição Estruturalismo Radical Teoria Social Russa • Materialismo histórico de Bukharin • Comunismo Anarquista: Kropotkin Marxismos mediterrâneo contemporâneo Teoria do Conflito • Sociologia de Althusser • Sociologia de Colletti • Weberianismo Radical • Teoria do Conflito de Rex • Teoria do Conflito de Dahrendorf Estruturalismo Radical: principais características • Visão materialista do mundo natural e social, ontologicamente suportado pela visão da natureza concreta e dura da realidade que existe fora da mente dos indivíduos(326) • Epistemologia positivista orientada para descobrir e compreender os padrões e regularidades característicos do mundo social; • Preocupa-se em fornecer críticas ao status quo do mundo social, compreendendo-o na tentativa de modifica-lo; • Seu foco de preocupação é a estrutura dentro da sociedade • A sociedade é composta por elementos em contradição, e os autores neste paradigma estão interessados em compreender como estas contradições geram crises políticas e econômicas; Estruturalismo Radical: estrutura e composição • Os conflitos em uma compreensão mais profunda são vistos como meios pelos quais os indivíduos realizam sua emancipação das estruturas do mundo social; • Busca a libertação do homem das várias formas de dominação que caracteriza a sociedade industrial contemporânea; • Baseando-se nos conceitos marxistas de subestrutura, superestrutura e contradição, apoia-se na ideia de que “a sociedade contém dentro de si elementos que permanecem em relações antagônicas um com o outro e que geram conflitos que eventualmente levam à derrocada do modo de produção e suas configurações sociais relacionadas”(328) • É a noção de contradição que sustenta a ideia de mudança social radical que fundamenta a existência do paradigma estruturalista radical. • No caso de Weber, sua análise da burocracia como instrumento de dominação, autoridade e poder como ponto de discussão no paradigma estruturalista radical Origens do Estruturalismo radical: teoria social russa Bukharin Comunismo Anarquista Semelhanças A sociedade como um equilíbrio instável; equilíbrio com o ambiente é constantemente buscado; A mudança social vem através de alterações no equilíbrio; Crença na perspectiva de ajuda mútua entre os indivíduos, e não na ideia da seleção natural ou do homem do “todos contra todos”; A hierarquia é uma patologia do desenvolvimento da sociedade moderna Ontologicamente: realistas Epistemologia: positivista Metodologia: nomotética(generalização, coletivo) Natureza Humana: determinista Compromisso com a derrocada com capitalismo através do conflito violento Defende mudanças ainda que violentas no sistema capitalismo, como forma de superá-lo, já que foi considerado uma monstruosidade genética Após o conflito, novo padrão Comprometido com a de harmonia se estabelece, mudança radical da até que novos conflitos sociedade perturbem este equilíbrio( contradição frequente) Origens do Estruturalismo radical: Marxismo mediterrâneo contemporâneo Althusser Colletti Os homens são configurados pela estrutura em determinados Discute os termos alienação e momentos; contradição como importantes no contexto do capitalismo Utiliza o conceito de totalidade da estrutura que governa o Enfatiza a importância do potencial do comportamento dos indivíduos; desenvolvimento do homem e a maneira como este desenvolvimento é restringido pelo capitalismo Ao descrever que há 4 práticas que que compõem a totalidade, ele abre caminho para defender que apesar da “economia” ser ou poder ser preponderante, não é necessariamente a mais importante(econômica, política, ideológica, teórica) Defende que a revolução da classe de trabalhadores é a forma de transformação social frente ao capitalismo Por isso, a superestrutura pode ser mais importante do que a Entretanto, diferente de outros subestrutura no processo de dominação; como cada sociedade autores, não defende a voiência como pode ter uma história diferente, pode ter formas sociais meio para a transformação social diferentes( Aparelhos ideológicos do estado) A mudança social depende das contradições na formação de cada sociedade Semelhanças: Ontologicamente: realista Epistemologicamente: positivista Metodologicamente: método de estudo de caso(conhecer realidades específicas) Natureza humana: determinista Origens do Estruturalismo radical: Teoria do Conflito Produto dos teóricos weberianos radicais, na tentativa de aproximar os trabalhos de Weber aos trabalhos de Marx; Apesar das diferenças, consideram igualmente que o capitalismo representou um novo modo de organização social, diferente do feudalismo, mas com suas formas de repressão, opressão e escravidão do indivíduo Consideram que ambos estão inseridos na sociologia da mudança radical As escolas da teoria do conflito: Ralf Dahrendorf e John Rex Origens do Estruturalismo radical: Teoria do Conflito Dahrendorf Rex Teoria do conflito destaca a ausência relativa de ordem dentro da sociedade industrial e isto reflete a tese central; “distribuição diferenciada de autoridade dentro da sociedade torna-se um fator determinante de conflitos sociais; O poder como a forma de impelir outros a agirem de acordo com o seu interesse; Assim o poder passa a ser uma variável crucial no estudo dos sistemas sociais Os interesses de grupos tornam-se a força motriz para a mudança social Os sistemas sociais devem ser pensados como envolvendo situações de conflito como ponto central O conflito não é um produto do capitalismo, apenas, pois ele é inerente em qualquer sociedade organizada hierarquicamente Ambos defendem que se deve dar atenção às estruturas de poder e autoridade na análise da sociedade contemporânea; Reconhecem o conflito entre grupos de interesse como força motor da mudança social Estruturalismo Radical: Conclusão • O paradigma baseia-se em uma visão objetivista; • Propõe uma visão crítica da sociedade • Procuram descobrir pressões mais profundas que levem à mudança social • Mudança social envolve mudanças de estruturas • Noções principais: totalidade, estrutura, contradição e crise Estruturalismo Radical e Funcionalismo • Compartilham a mesma epistemologia e a ontologia: • Divergem sobre os fins dos estudos: o funcionalismo busca manter as regularidades(regulação), enquanto o estruturalismo a mudança social, com base nas contradições e crises; • As mudanças no funcionalismo são evolutivas(mantém as coisas em sua devida ordem); no estruturalismo radical, as mudanças são radicais Utilidade do paradigma Estruturalista Radical para os estudos organizacionais