Rui Oliveira 10ºC Nº21 Questões Problema 1) Os ecossistema e o bem-estar humano estão interligados. Os serviços dos ecossistemas podem ser de: controle, abastecimento, suporte e cultural; mantendo assim o bem estar do ser humano ao auto regularem-se e fornecerem serviços à comunidade(ser humano)fig1. Na zona lagunar de Aveiro podem se encontram-se 2 tipos de serviços prestados pelos ecossistemas. É de destacar o serviço de suporte(Ciclagem de nutrientes e produção primária) e cultural( Recreação e Ecoturismo e educação na área das ciências) que mantêm o ecossistema em equilibrio que trazem assim grandes benefícios ao Homem. Fig. 1. Representação esquemática dos serviços de ecossistemas seleccionados pelo PNUMA, como categorizados nas Avaliações Ecossistémicas do Milénio (controle, abastecimento, suporte e cultural). Extraído de http://www.pnuma.org.br (08/12/2010) 2) Os habitats que se distinguem neste ecossistema são o terrestre e o aquático lagunar, mais especificamente, os caniçais, juncais, sapal, campos de arroz, bocage (sendo este um ecossistema de transição), etc; existindo relações entre eles, visto que, por exemplo a garça vermelha nidifica junto ao caniçais (habitat terrestre) porém os caniçais encontran-se em meio aquático lagunar, como se pode observar numa visita à zona lagunar da ria de Aveiro. Devido a esta interacção entre estes diferentes habitats é que se pode observar elevados índices de biodiversidade nesta região. 3) O uso de pesticidas tais como agroquímicos e adubos químicos, a poluição industrial, a destruição dos habitats, a má gestão dos recursos hídricos são as principais ameaças às espécies existentes na zona lagunar de Aveiro. A garça vermelha (Ardea purpurea) e a lontra (Lutra lutra) são das espécies ,que se encontram na zona lagunar de Aveiro, das mais ameaçadas a nível europeu e mundial, tendo um estatuto de preotecção especial. É de realçar que não são as únicas espécies ameaçadas, sendo o Guarda-rios uma espécies que também se encontre ameaçada. Ardea purpurea: Factores de ameaça: As maiores ameaças que a garça-vermelha, sofre a nível nacional são as seguintes: O corte e queima dos caniçais. O caniço seco é utilizado para a construção do ninho; A má gestão dos recursos hídricos. Intervenções hidráulicas associadas a alterações dos níveis de água com origem na gestão de açudes e barragens, pois esta espécie é extremamente sensível a qualquer alteração do nível da água; As alterações do uso do solo nas áreas circundantes às colónias que são utilizadas como locais de alimentação, nomeadamente o abandono da cultura de arroz ou conversão para a cultura de sequeiro, zonas ricas em peixe e anfíbios, são essenciais para conservação da população nidificante; A perturbação nas áreas de nidificação, é uma espécie extremamente sensível a qualquer tipo de perturbação; A poluição da água por efluentes domésticos, industriais e agrícolas. Utilização de adubos, pesticidas e herbicidas nas zonas de alimentação, contaminando os recursos alimentares; As acções de perturbação associadas ao turismo à caça e à pesca, como a destruição de habitats, e a redução de alimento disponível. A colisão com linhas aéreas de transporte de energia pode ser um importante factor de mortalidade, particularmente em dias de fraca visibilidade, quando aquelas estruturas são colocadas perto A drenagem e destruição de caniçais para aproveitamento agrícola e pecuário, a manutenção desta espécie depende da existência de extensas áreas de caniçais e de alimento; das áreas utilizadas pela espécie ou nas suas rotas de migração; A instalação de parques eólicos em corredores importantes para a migração e dispersão de aves pode constituir uma importante factor de mortalidade da espécie através da colisão nas pás dos aerogeradores. Os traçados eléctricos que estão associados aos parques eólicos constituem outro problema importante devido aos subsequentes riscos de colisão. O desenvolvimento de infra-estruturas lineares como linhas de alta tensão, gasodutos, rodovias e ferrovias; Estatuto de conservação: Está protegida a nível comunitário pelo Anexo II da Convenção de Berna e Anexo I da Directiva Aves. Tanto em Portugal como na Europa tem estatuto de vulnerável (V). Porém, em Portugal, sobretudo na zona centro do país, a tendência populacional tem sido positiva, tendo sido registado um ligeiro incremento nos últimos 10 anos. Lutra lutra: Factores de ameaça: Os principais factores de ameaça à espécie são: a deterioração dos habitats aquáticos e do meio circundante: A destruição da vegetação ripícola - nomeadamente associada a acções de limpeza, extracção de inertes e aumento das áreas agricultadas – reduz as condições de abrigo nas margens, alimentação e segurança para a espécie. A poluição da água, seja qual for a sua origem (industrial, urbana ou agropecuária), tem efeitos directos (perda de isolamento térmico do pêlo, alteração da fisiologia de reprodução) e indirectos (distrofia dos sistemas naturais, eutrofização, alteração da cadeia alimentar) sobre a lontra. A intensificação da utilização de pesticidas e fertilizantes na agricultura é um importante factor de contaminação dos cursos de água e lençóis freáticos, principalmente quando pulverizados sobre culturas associadas aos meios aquáticos (como os arrozais). Estes produtos organoclorados, juntamente com os PCB’s e metais pesados (mercúrio, zinco, chumbo, cádmio), constituem os compostos permanentes responsáveis pelo declínio das populações de lontra em vários países europeus (Trindade et al. 1998), afectando a capacidade reprodutora e a taxa de sobrevivência das crias. O aumento da turbidez e suspensão de sólidos provocada por diversas actividades tem efeitos directos sobre a lontra, por aumentar muito significativamente o tempo de captura de presas, e também indirectos, por afectar a ictiofauna local (Green 1977, in Trindade et al. 1998). A regularização dos sistemas hídricos - nomeadamente através da transformação dos cursos de água em valas artificiais com a uniformização do substrato, no intuito de melhorar o escoamento hídrico – leva também à destruição total da mata ripícola e da vegetação aquática, modificando drasticamente o leito do rio e reduzindo a potencialidade do habitat, eliminando a alternância das zonas de remanso e de rápidos, essenciais para o refúgio, descanso, reprodução e alimentação. Esta uniformização cria dificuldades na actividade predatória da lontra, por falta de locais encaixados onde o animal possa encurralar as suas presas. A sobre-exploração dos recursos hídricos, nomeadamente a captação de água para fins agrícolas, geralmente associada às temperaturas elevadas que se fazem sentir no Verão, reduz a quantidade de Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Fauna, mamíferos alimento disponível e agrava os efeitos da poluição química e orgânica, criando situações de elevada eutrofização do meio. O impacto das barragens como potenciais barreiras à circulação da lontra constituindo um factor de isolamento e fragmentação das populações - não parece muito claro, pois encontram-se vestígios de presença da espécie em praticamente todas. A sua construção implica a redução da vegetação ripícola ou mesmo a sua ausência total nas orlas das albufeiras, o que cria dificuldades na actividade predatória da lontra, por falta de locais encaixados onde o animal possa encurralar as suas presas. No entanto, embora as barragens apresentem geralmente valores mais baixos de diversidade piscícola, fornecem alimento durante todo o ano, ao contrário do que se pode verificar nos cursos associados, que podem secar durante parte do ano. Um estudo realizado na barragem da Aguieira (Pedroso 1997) parece mostrar que a lontra divide o seu tempo entre a barragem, onde encontra alimento, e os cursos de água adjacentes, que lhe proporcionam melhores condições de refúgio. A caça ilegal; a perturbação pelo homem ; a mortalidade acidental, como afogamentos em redes de pesca e atropelamentos são outras causas de ameaça da lutra lutra: A mortalidade acidental por atropelamento ocorre mais frequentemente do que seria previsível numa espécie com hábitos semi-aquáticos. O aumento da intensidade de tráfego e da densidade viária, próximo ou sobre sistemas aquáticos, aumenta a probabilidade de colisão da lontra com os veículos A morte por afogamento em artes de pesca (redes de emalhar), principal factor de mortalidade em países como a Finlândia e a Dinamarca, foi registada em Portugal, na zona de Castro Marim. A perseguição directa (furtivismo) por pescadores, proprietários de estabelecimentos aquícolas e “bicheiros” é uma realidade que ainda hoje se faz sentir por todo o país. A lontra é considerada um competidor do Homem no que se refere aos recursos piscícolas, sendo frequentes os relatos de avultados prejuízos em tanques de piscicultura. Por outro lado, a espécie é caçada por desporto, pela sua carne ou ainda pela sua pele, que tem valor económico, apesar de ser ilegal a sua comercialização. Estatuto de conservação: A nível Global (IUCN 2001) a espécie encontra-se no estatuto de “Quase Ameaçado”, a nível nacional (Cabral et al. em publ.)encontra-se no estatuto de “pouco preocupante” porém, em Espanha, de acordo com Blanco JC & González JL (eds.) 1992), esta espécie encontra-se no estatuto de “Vulnerável” (V) pelo que é considerada na zona lagunar de Aveiro como uma espécie ameaçada tendo um estatudo protecção especial. 4) Os ecossistema têm a capacidade de auto-regulação e capacidade de resistir, dentro de limites, a modificações relativamente significativas. Quando falamos em equilíbrio ecológico de populações, remetemos aos seguintes aspectos: (1) População de tamanho estável na qual as taxas de mortalidade e emigração são compensadas pela taxa de natalidade e imigração. Equilíbrio de fluxo de energia em um ecossistema; (2) População na qual as freqüências de genes estão em equilíbrio; (3) O equilíbrio ecológico é um requisito para a manutenção da qualidade e das características essenciais do ecossistema ou de determinado meio. Não deve ser entendido como situação estática, mas como estado dinâmico no amplo contexto das relações entre os vários seres que compõem o meio, como as relações tróficas, o transporte de matéria e energia. O equilíbrio ecológico supõe mecanismos de autoregulação ou retroalimentação nos ecossistemas; Sendo assim, quando houver muito alimento vai haver uma maior taxa de reprodução, não se verificando quando o alimento existe em menores quantidades. (4) Equilíbrio da natureza; estado em que as populações relativas das diferentes espécies permanecem constantes; o equilíbrio ecológico tem um caráter dinâmico pois é submetido às relações constantes entre os seres vivos de uma comunidade e entre as comunidades ecossistemas; a destruição do equilíbrio ecológico causa a extinção de espécies e coloca em risco os processos ecológicos essenciais. Referências bibliográficas: http://arraiolosbranquinha.blogspot.com/2007/07/lutra-lutra.html http://portal.icnb.pt/NR/rdonlyres/629E817A-8ACA-4938-B0CA4F2A24048415/0/Lutra_lutra.pdf Guião 4- Biodiversidade Parte A- Biologia e Geologia 10ºC. http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/35269484/Ardea+purpurea+-+Gar%C3%A7avermelha