Numa bela manhã, numa bela mesquita, ela se refugia na quietude da prece. Para onde vão todas as preces e orações que são feitas pelo mundo afora? Há quem diga que as orações sobem até o Sétimo Céu, e há quem diga que elas permanecem no coração daquele que as profere, pois é neste local que habita o Bem-amado. Num fim de tarde, numa bela igreja, ela imerge na oração e na prece. A paz, a luz e o senso de comunhão de igrejas e mesquitas, de templos e santuários, – quantos há que conseguem fazer reverberar tais qualidades nos mais íntimos aposentos do coração? De onde vem a fé? Como ela nasce, como ela floresce? Quais são os seus mais belos frutos? A fé é um mistério dentre tantos outros que permeiam e enriquecem a vida terrena. Assim como o amor, a arte, o tempo, os sonhos, e a morte, a fé é um dos tantos mistérios que nos cercam e assombram nesta breve vida. Alguns estudiosos assinalam que a fé é uma característica inata. Algumas crianças já nasceriam envoltas por amorosidade, escuta, atitudes de contemplação e compaixão, e uma inclinação para as riquezas do espírito. Todas as demais devem ser educadas com carinho e cuidado para que possam trilhar desde cedo a senda da espiritualidade, da escuta atenciosa, do amor, da compaixão, da generosidade, da partilha. Ninguém vem ao mundo a passeio, todos temos algo a contribuir para enriquecer a existência. Nestes dias de caos e confusão, de desatenção e fria indiferença, saberemos cultivar a fé genuína e a amorosidade no coração dos nossos pequeninos? Se este nosso velho e combalido mundo ainda tiver jeito, a solução passa necessariamente pelo resgate da nossa conexão com a espiritualidade, com a arte, a natureza, a gentileza, a compaixão, a poesia. É preciso cultivar a espiritualidade genuína. A espiritualidade que paira soberano, que premeia todas as tradições religiosas. Mais importante do que a designação é o espírito, a reconexão, o anseio pelo bem, a sede de transcendência. Todas as tradições religiosas originam-se numa mesma Fonte. Todas ensinam as mesmas verdades eternas. Todas conferem sentido e significado, conduzindo a uma vida de plenitude e bem-aventurança. “A fé é um oásis no coração que nunca será alcançado pela caravana do conhecimento.” Khalil Gibran “A fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura.” Tagore “Com a fé, vejo mistérios; sem a fé, vejo absurdos.” Pascal Tema musical: “Tango to Evora”, Loreena McKennitt “Com a fé, vejo mistérios; sem a fé, vejo absurdos.” Pascal “Com a fé, vejo mistérios; sem a fé, vejo absurdos.” Pascal