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Disciplina: Enfermagem Cirúrgica - CIRURGIAS VASCULARES
Profª Ana Tucunduva Cardoso
REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA VASCULAR
O Sistema Vascular consiste em dois compartimentos interdependentes: o coração
direito bombeia o sangue para o pulmão através da circulação pulmonar, e o coração
esquerdo bombeia o sangue para todos os outros tecidos do corpo através da circulação
sistêmica. Os vasos sanguíneos em ambos os sistemas fornecem os canais para
transporte do sangue do coração para os tecidos e de volta para o coração.
As artérias distribuem o sangue oxigenado desde o lado esquerdo do coração até os
tecidos, ao passo que as veias levam o sangue desoxigenado dos tecidos para o lado
direito do coração. Os vasos capilares, localizados dentro dos tecidos, ligam os sistemas
arterial e venoso e constituem o local de troca de nutrientes e restos metabólicos entre
o sistema circulatório e os tecidos .
- Artérias: são estruturas de parede espessas que levam o sangue desde o coração até
os tecidos. Dividem-se em vasos menores denominados arteríolas.
A circulação arterial nos membros inferiores provem da aorta abdominal que se divide
em duas artérias ilíacas comuns. Cada uma delas se divide em artéria ilíaca interna e
artéria ilíaca externa que se continua com a artéria femural comum. Esta, na região
inguinal, se divide em artéria femural profunda e femural superficial. Esta última segue
junto ao fêmur e no extremo distal do mesmo passa a se chamar artéria poplítea, que se
divide abaixo do joelho em artéria tibial anterior, da qual se origina a artéria pediosa e o
tronco fibular que se divide nas artérias tibial posterior e fibular.
- Capilares: são compostos por uma única camada de células. Ligam o sistema arterial
e venoso. Essas estruturas de parede delgada permitem o transporte rápido e eficiente
de nutrientes para as células e a remoção de restos metabólicos.
Os capilares se unem entre si para formarem vasos maiores, chamados de vênulas, que
por sua vez, se unem para formar as veias.
- Veias: são estruturas semelhantes às artérias, mas suas paredes são mais finas, o que
permitem que esses vasos se distendem mais do que as artérias. As veias que
transportam o sangue contra a força da gravidade, como nas extremidades inferiores,
têm valvas unidirecionais que evitam que o sangue reflua à medida que é impelido em
direção ao coração.
O sistema venoso é responsável pelo transporte do sangue da periferia para o coração,
e deste para o pulmão para oxigenação.
Nas extremidades inferiores podemos distinguir dois sistemas venosos: o sistema
venoso profundo, situado abaixo da musculatura, e conduz 90% do fluxo venoso; e o
sistema venoso superficial, situado no subcutâneo, que leva os 10% restantes. Estes
dois sistemas estão unidos por veias chamadas de perfurantes ou comunicantes.
O sistema venoso profundo esta composto desde o pé pelas veias tibial anterior, tibial
posterior e veia fibular. A partir do joelho, tem a veia poplítea que desemboca na veia
femural superficial e femural comum. A partir da região inguinal tem-se a veia ilíaca e a
veia cava inferior e superior.
O sistema venoso superficial tem as veias safena interna que vai desde o pé até a região
inguinal e a safena externa que passa pela parte posterior do pé até os joelhos.
O fluxo sanguíneo através do sistema cardiovascular sempre prossegue na mesma
direção: coração esquerdo para a aorta, artérias, arteríolas, capilares, vênulas, veias,
veias cavas e, finalmente, para o coração direito. Como a pressão arterial é mais alta do
que a pressão venosa e o líquido sempre corre de uma área de alta pressão para outra
de baixa pressão, o sangue circula do sistema arterial para o sistema venoso.
DOENÇAS ARTERIAIS
1- ATEROSCLEROSE
A aterosclerose consiste na doença mais comum das artérias. Consistem em acúmulo
de lipídios, cálcio, componentes do sangue, carboidratos e tecido fibroso sobre a camada
íntima da artéria. Esses acúmulos são conhecidos como ateromas ou placas.
É uma doença generalizada das artérias, quando presente nas extremidades quase
sempre está presente em outra parte do corpo. Os resultados diretos mais comuns da
aterosclerose nas artérias incluem estreitamento (estenose) da luz, obstrução por
trombose, aneurisma (dilatação anormal de um vaso sanguíneo), ulceração e ruptura.
O estreitamento gradual da luz arterial, à medida que a doença progride, estimula o
desenvolvimento de circulação colateral.
Os fatores de risco são:
- idade
- sexo
- fatores nutricionais
- pressão arterial alta
- diabetes
- tabagismo
- obesidade
- estresse
- falta de exercícios físicos
Os sinais e sintomas decorrentes do processo aterosclerótico dependem do órgão ou
tecido acometido.
O tratamento depende da modificação dos fatores de risco e medicação.
2- INSUFICIÊNCIA ARTERIAL PERIFÉRICA CRÔNICA
A aterosclerose (ou seja, depósitos localizados de lipídios, carboidratos, componentes
do sangue, tecido fibrinoso e cálcio), é o mais importante fator responsável pela
insuficiência arterial periférica ou doença arterial oclusiva periférica. As pernas são
acometidas com mais freqüência e as principais artérias envolvidas pela aterosclerose
periférica são: aorta abdominal, ilíaca, femural e poplítea.
Os fatores de risco constituem:
idade e sexo: predomina na faixa etária de 50 a 70 anos, atingindo
preferencialmente os homens;
- hiperlipdemia;
- tabagismo;
- hipertensão arterial sistêmica;
- diabetes mellitus.
O distúrbio fundamental na aterosclerose das extremidades é a limitação obstrutiva do
fluxo sanguíneo arterial, com consequente isquemia dos tecidos irrigados pela artéria
comprometida. Os sinais e os sintomas decorrem então da inadequada oxigenação dos
tecidos distais à estenose e/ou à obstrução.
Sinais e sintomas da insuficiência arterial:
claudicação intermitente como: dor, cãimbras, paralisia, aperto ou fadiga de
certos músculos durante o exercício, e que melhora com a parada do mesmo;
dor em repouso muito intensa, persistente e que impede o sono. A dor é
resultado da isquemia tecidual grave, aparecendo inicialmente nas regiões
mais distais como artelhos, hálux e até pés e pernas;
- distúrbios sensitivos como: adormecimento e formigamento de dedos e pés,
queimação e esfriamento;
- sensibilidade ao frio: os membros são frios e difíceis de esquentar;
- alterações da coloração dos pés como palidez ou cianose;
- ausência de pêlos;
- presença de unhas espessadas, irregulares e de crescimento lento;
- pele seca e descamativa;
presença de calosidades; presença de úlceras isquêmicas dolorosas,
frequentemente infectadas e de difícil cicatrização, que podem aparecer
espontaneamente ou consequente a um traumatismo;
- presença de edema;
- diferença de temperatura entre o membro isquêmico e o sadio;
- diminuição ou ausência de pulsos.
O exame dos pulsos periféricos constitui uma parte importante da avaliação da doença
arterial oclusiva. Pulsos desiguais entre as extremidades ou ausência de um pulso
normalmente palpável são sinais confiáveis de oclusão. Os principais pulsos que devem
ser palpados e avaliados são: femural, poplíteo, tibial posterior e pedioso.
O tratamento médico pode ser clínico, através da desobstrução medicamentosa das
artérias, e cirúrgico, pela revascularização do membro acometido ou por angioplastia
transluminal percutânea.
Cuidados de Enfermagem para o controle dos fatores de risco da aterosclerose:
-
controlar o tabagismo;
controlar a hiperlipdemia através de dieta e controle do peso;
evitar o sedentarismo;
verificar os níveis de glicemia através da realização de dextros, no mínimo
três vezes ao dia, para controle do diabetes;
mensurar a pressão arterial diariamente para controle da HAS;
administrar medicamentos anti-hipertensivos, se necessário, conforme
prescrito.
Cuidados de Enfermagem no tratamento das manifestações isquêmicas:
-
-
orientar o paciente a andar até que a dor seja tão intensa a ponto de impedir
a continuação da deambulação, parando e aguardando o desaparecimento da
dor e retomando a caminhada repetidamente e várias vezes ao dia. Com isso,
há uma melhora gradual do quadro, aumento da distância de claudicação e
diminuição do tempo de desaparecimento da dor;
administrar drogas vasodilatadoras, antiplaquetárias e com ações sobre a
reologia sanguínea, conforme prescrito, para o tratamento da claudicação
intermitente;
- inspecionar diariamente os pés
- lixar as unhas dos pés ao invés de cortá-las
- hidratar a pele íntegra com ácidos graxos essenciais ou creme lanete
- proteger as extremidades do esfriamento por isolamento térmico, através do
enfaixamento frouxo do membro com algodão ortopédico e faixa crepe, para
diminuir a vasoconstrição periférica;
- elevar a cama em proclive para melhorar o fluxo para os membros inferiores,
a dor em repouso e o edema;
- administrar analgésicos conforme prescrito;
evitar traumatismos, infecções e causas de prurido nos membros inferiores
para prevenir a formação de úlceras;
- evitar a formação de úlceras nos pacientes acamados através da mobilização,
mudanças de decúbito e uso de colchão caixa de ovo ou apoios especiais
(principalmente nas proeminências ósseas);
- realizar curativos diários, quando já instaladas as úlceras, com SF 0,9% em
jato, mais o curativo ideal ao tipo da lesão;
- curativos secretantes devem ser realizados duas vezes ao dia;
- realizar desbridamentos para a remoção de crostas e fibrina, com cautela
- na presença de úlcera, proteger o membro durante o banho com saco plástico
Cuidados de Enfermagem no pré-operatório:
-
manter jejum de 12 horas;
realizar tricotomia;
retirar próteses;
verificar sinais vitais
Cuidados de Enfermagem no pós-operatório da revascularização
- observar a cor e a temperatura da extremidade
3- ANEURISMAS AÓRTICOS
Aneurisma é um saco ou dilatação localizada que acomete uma artéria e constitui um
ponto fraco na parede vascular. A causa mais comum de aneurismas é a aterosclerose.
Outras causas incluem traumatismos da parede da artéria, infecção e defeitos congênitos
da parede arterial. Os aneurismas são entidades graves, pois podem se romper levando
a hemorragia e morte.
- Aneurisma de Aorta Abdominal
Uma vez desenvolvido o aneurisma, ele tende a aumentar de tamanho. Os fatores de
risco incluem predisposição genética, tabagismo e hipertensão. Alguns pacientes se
queixam que sentem o “coração bater” no abdome, quando deitados, outros podem dizer
que sentem a presença de uma massa abdominal ou pulsação abdominal. A cirurgia é o
tratamento de escolha para os aneurismas abdominais com mais de 05 cm de diâmetro
ou aqueles que estão aumentando de tamanho. O aneurisma é ressecado e instalado
um enxerto (sintético). A taxa de mortalidade relatada é de 1 a 4%. Os sinais de iminente
ruptura são: dor nas costas ou dor abdominal, que pode ser persistente ou intermitente;
dor lombar intensa e constante e queda da pressão arterial. A mortalidade cirúrgica do
aneurisma roto é de 50 a 75%.
Cuidados de Enfermagem no pré-operatório
-
-
realizar o histórico de enfermagem estabelecendo a capacidade funcional de
todos os órgãos (identificar se o paciente é portador de distúrbios
cardiovasculares, cerebrais, pulmonares e renais decorrentes da
aterosclerose);
implantar imediatamente as terapias clínicas destinadas ao estabelecimento
da função fisiológica;
atentar quanto aos sinais iminentes de ruptura do aneurisma;
manter jejum de 12 horas;
retirar próteses;
realizar tricotomia abdominal, pubiana e membros inferiores até joelho;
verificar sinais vitais
Cuidados de Enfermagem no Pós-operatório
-
-
após a cirurgia o paciente é encaminhado a UTI para observação constante
das condições gerais e da recuperação anestésica
realizar monitorização intensa das condições cardiovasculares, pulmonares,
renais e neurológicas;
atentar quanto as possíveis complicações da cirurgia, como: oclusão arterial,
hemorragia, infecção, insuficiência renal, diarréia, vômitos e distensão
abdominal
observar a região operada quanto a presença de hemorragia ou formação de
hematoma
4- ESTENOSE DE ARTÉRIA CARÓTIDA
A estenose de artéria carótida constitui na diminuição da luz do vaso, e
consequentemente na diminuição do fluxo sanguíneo, o que acarreta em uma isquemia
cerebral. A causa mais frequente e mais importante da estenose é a aterosclerose.
A insuficiência vascular cerebral, que ocorre no território das artérias carótidas,
manifesta-se por sintomas que decorrem da diminuição ou ausência de irrigação da
retina e de áreas cerebrais situadas nos hemisférios frontal, parietal e temporal do
mesmo lado da lesão.
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