Sem sua meiguice minha cara senhora, me tornarei

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ACERCA DO HOMEM ARANHA DECOMPOSTO
I
... Sem sua meiguice minha cara senhora, me
tornarei criatura Inautêntica insurrecionada no
musgo eqüidistante do isolamento eterno, antiherói
carcomido
por
doses
de
incoerência
bárbaras, dormitando em sarjetas comuns de
apatia mor.
II
... Sem sua afabilidade minha cara senhora, Serei
verme falacioso puindo a casca tênue carcinomatosa
da morbidez dolosa, confiada ao servilismo constante.
III
... Sem sua benignidade minha cara senhora, Serei
cíntia cadavérica em Campos serenos de girassóis
petrificados, Gênio em decomposição atômica,
resto, sobejos adormecidas de um pão mundano.
IV
... Sem sua amabilidade minha cara senhora, Serei
poeta de campos estéreis e infrutíferos, poeta
extenuado de bulimia e asco, peça de um teatro de
abandono vil, estrige, homem aranha mediévico em
dia de chuva gris em Oiapoque.
Poesia dedicada a minha querida
FABIOLA BORGES, minha doce
senhora dos girassóis.
Em 21/04/2012.
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