24 - Dinheiro 22.02.2005 A boca fala do que o coração está cheio (Lc 6: 45) e como os corações dos filhos de Deus devem estar sempre cheios de amor pelo Senhor, falamos sempre do Senhor. Isto não significa que não possamos falar sobre dinheiro; é que não amamos dinheiro, nem temos nada com Mamon. Contudo, podemos perder muitas bênçãos de Deus ou deixarmos de nos livrar de muitos problemas por não conhecer o que a Palavra de Deus nos ensina a respeito desse assunto (e que não é pouco) de forma a não nos embaraçarmos nos negócios dessa vida (1 Tm 2: 4) ou pretendermos servir a Deus e às riquezas, o que não é possível (Mt 6: 24). 1. Mordomia Toda essa questão de como lidar com dinheiro pode ser incluída num assunto mais amplo da mordomia que envolve todos os aspectos da nossa vida nesse mundo sobre os quais haveremos de prestar contas a Deus como a administração dos recursos que Ele nos confiou, o exercício dos dons, o nosso caminhar após a salvação, a utilização do tempo, do nosso corpo, as oportunidades que tivemos e todas as demais coisas. Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. (2 Cor 5:10) E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. (Lc 16:2) Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. (Mt 12:36) Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; (Mt 18:23) De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. (Rm 14: 12) 2. O amor ao dinheiro Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. ( 1 Tm 6: 9, 10) Aquele que confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a folhagem. Não te fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria. O homem fiel será coberto de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará impune. (Pv 11:28; 23:4; 28:20) Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. (Mt 19:23) Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. (Lc 6:24) O problema, como diz claramente a palavra de Deus, não está no dinheiro em si, mas no amor ao dinheiro e na busca das riquezas. Grande parte da cristandade tem se conformado aos valores deste mundo e servido a Mamon, o deus das riquezas. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, e atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? (Tg 2:2-5) Quando a salvação entra em nossa casa, o amor ao dinheiro deve sair pela porta dos fundos. E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. (Lc 19:8-9) E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. (At 2:44-45) Então José, cognominado pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural de Chipre, possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos. (At 4:36-37) Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração. (Lc 12:33-34) 3. Finanças Como cristãos devemos administrar nossas finanças segundo princípios estabelecidos na palavra que honram a Deus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça. (2 Tm 3:16) Devemos buscar a sabedoria de Deus: E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. (Tg 1:5) Para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento; Se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz. Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o SENHOR dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos. (Pv 2:2-8) Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela. Pv 3:13-15) Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão. Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e a justiça. Melhor é o meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado, e os meus ganhos mais do que a prata escolhida Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da minha entrada. Porque o que me achar, achará a vida, e alcançará o favor do SENHOR. (Pv 8:17-19; 34-35) Devemos definir nosso estilo de vida e critérios para administrar nossas finanças com discernimento definindo uma estratégia bem pensada ao invés de agir impulsivamente. Os pensamentos do diligente tendem só para a abundância, porém os de todo apressado, tão-somente para a pobreza. (Pv 21:5) Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. (Pv 21:5) Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. (Hb 13:5) Precisamos encontrar o equilíbrio entre o que gastamos e o que poupamos. Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os esgota. (Pv 21:20) Devemos gastar, poupar e investir sabiamente, procurando diversificar, mas deixando os resultados aos cuidados de Deus ao invés de acompanhar os ciclos de mercado e especulações. Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra. (Ec 11:2) Por fim, devemos honrar a Deus sobre todas as coisas. Honra ao SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares. (Pv 3:9-10) A bênção do SENHOR é que enriquece; e não traz consigo dores. (Pv 10:22) 4. Dívidas, empréstimos e fianças Devemos evitar todo tipo de dívida e comprometimento a elas relacionados. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros. (Rm 13:8a) Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho. (Pv 6:1) O rico domina sobre os pobres e o que toma emprestado é servo do que empresta. (Pv 22:7) Não estejas entre os que se comprometem, e entre os que ficam por fiadores de dívidas. (Pv 22:26) Mas, se por alguma razão tivermos qualquer tipo de dívida, devemos pagá-la ao invés de agirmos como os ímpios. O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá. (Sl 37:21) Porém, quando emprestarmos não devemos oprimir quem nos deve: Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporeis usura. (Ex 22:25) Quando entre ti houver algum pobre, de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na terra que o SENHOR teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; Antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. (Dt 15:7-8) A teu irmão não emprestarás com juros, nem dinheiro, nem comida, nem qualquer coisa que se empreste com juros. Ao estranho emprestarás com juros, porém a teu irmão não emprestarás com juros; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em tudo que puseres a tua mão, na terra a qual vais a possuir. (Dt 23:19-20) Quando emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa, para lhe tirar o penhor. Fora ficarás; e o homem, a quem emprestaste, te trará fora o penhor. Porém, se for homem pobre, não te deitarás com o seu penhor. Em se pondo o sol, sem falta lhe restituirás o penhor; para que durma na sua roupa, e te abençoe; e isto te será justiça diante do SENHOR teu Deus. (Dt 24:10-13) Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão. Compadece-se sempre, e empresta, e a sua semente é abençoada. (Sl 37:25-26) O homem bom se compadece, e empresta; disporá as suas coisas com juízo. (Sl 112:5) Em Israel, no contexto da lei, os empréstimos não tinham cunho comercial, mas caritativo para casos de necesidade. Havia também provisão para a remissão de dívidas após 7 anos: Ao fim dos sete anos farás remissão. Este, pois, é o modo da remissão: todo o credor remitirá o que emprestou ao seu próximo; não o exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois a remissão do SENHOR é apregoada. Do estrangeiro o exigirás; mas o que tiveres em poder de teu irmão a tua mão o remitirá. Exceto quando não houver entre ti pobre algum; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR teu Deus te dará por herança, para possuí-la. (Dt 15:1-4) 5. Dízimos, impostos e tributos Os dízimos eram praticados por vários povos antigos. Na lei de Israel se aplicavam à semente da terra e ao rebanho (Lv 27:30-32), sendo muitas vezes cobrados como impostos e controlados pelos reis: E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais, e aos seus servos. Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos. Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá naquele dia. Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. (1 Sm 8:15-19) Então Asa tomou toda a prata e ouro que ficaram nos tesouros da casa do SENHOR, e os tesouros da casa do rei, e os entregou nas mãos de seus servos; e o rei Asa os enviou a Ben-Hadade, filho de Tabrimom, filho de Heziom, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo: (1 Rs 15:18) Porém Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas santas que Jeosafá, Jorão e Acazias, seus pais, reis de Judá, consagraram, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da casa do SENHOR e na casa do rei e o mandou a Hazael, rei da Síria; e então se desviou de Jerusalém. (2 Rs 12 :18) Assim deu Ezequias toda a prata que se achou na casa do SENHOR e nos tesouros da casa do rei. (2 RS 18:15) Os dízimos representavam também o reconhecimento que a terra era do Senhor (Lv 25:23) e era praticado mesmo antes da lei (Gn 14:17-20; 28:18-22). Na igreja a cobrança do dízimo foi iniciada no século lV; alguns pais da igreja, como Irineu condenavam esta cobrança e a igreja do oriente não o aceitou. Ele foi se impondo pelo crescimento da obra dos nicolaítas (clericalismo), pelo aumento das despesas e da vinculação da igreja ao estado, tendo sido sancionado no concílio de Latrão (1123 e 1129). Na idade média eles eram muitas vezes transferidos e negociados por soberanos católicos e os dizimeiros se comportavam de forma semelhante aos publicanos. A reforma protestante parece não ter dado muita atenção ao dízimo, permanecendo até hoje uma certa ambigüidade em relação ao mesmo. No ensino há uma ênfase em Malaquias 3:8-11 com uma idéia de confronto e teste de nossa fidelidade ou de liberação de bênçãos muito próxima de uma visão legalista judaica em relação ao primeiro dízimo ou dízimo dos levitas. No contexto da lei, o pagamento dos dízimos era uma obrigação cujo não cumprimento conduzia a maldição e o pagamento à benção. Parece haver também um dogma de infalibilidade financeira em relação a estruturas eclesiásticas sem necessidade de prestação de contas. Não há também nenhuma reflexão mais profunda sobre se as necessidades financeiras dessas estruturas eclesiásticas são legítimas e apropriadas e sobre quem são os levitas a quem se devem entregar os dízimos, voltando-se ao clericalismo secular. Fala-se apenas do primeiro dízimo, ou dízimo dos levitas (Lv 27:30-33; Nm 18:12-14; 20-24) e sacerdotes (o dízimo dos dízimos – Nm 18:26-28), mas raramente do 2º dízimo a ser desfrutado em Jerusalém (Dt 14:22-27) e menos ainda do dízimo para o pobre ou dízimo do 3º ano (Dt 14: 28-29). O dízimo na lei reflete uma visão não secular da existência trazendo o sagrado para o trabalho, a família e a responsabilidade social. Deus é soberano sobre todas as coisas e por sua misericórdia e providência nosso trabalho é abençoado e frutifica. A satisfação do trabalho realizado é expressada em alegria pela suficiência na certeza de que o que recebemos é bastante para dar. O novo testamento ignora o dízimo como prática válida no contexto da igreja, mencionando-o apenas no contexto judaico e em relação à hipocrisia no cumprimento externo da lei (Mt 23:23-24: Lc 11:42; 18:9-24) ou como princípio anterior à lei (e os princípios espirituais sempre permanecem) prenunciando o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7:4-11), para o que se tornava necessário uma mudança da própria lei e do sacerdócio. Isto não significa que a prática do dízimo não possa ser adotada como prática válida por decisão de cada igreja local em nome do Senhor, o que deve ficar bem claro. Contudo, a igreja deve ir muito além de uma prática de cumprir apenas o que a lei determinava, principalmente quando tal prática estiver apenas associada à manutenção de estruturas clericais ou de patrimônio e de sustento da obra. O padrão adotado pela igreja no novo testamento, sob direção do Espírito Santo e não sob mandamento, correspondia a uma consagração integral com contribuição de 100% para o reino de Deus, o que se torna difícil de ensinar nos dias de hoje após tantos séculos de religiosidade, obrigação cumprida pela entrega do dízimo e com tanta ênfase no evangelho da “prosperidade”, como se outro evangelho existisse (Gl 1:6-12). Em relação a impostos e tributos estabelecidos constituídas permanece a obrigação de pagamento: pelas autoridades Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. (Mt 22: 21) Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. (Rm 13:6-7) 6. Ofertas e serviço na igreja A ênfase no novo testamento é o amor fraterno e o sustento mútuo através de contribuições espontâneas. Cada cristão deve aprender a confiar em Deus e a se colocar no lugar daquele que está em dificuldade e o dar deve se originar de uma experiência vicária que conduz ao desejo de servir. Para tanto se torna necessária uma plena e verdadeira comunhão para compartilharmos as necessidades mútuas, o que não é possível quando existem discordâncias em relação aos obreiros, seus respectivos modos de vida ou aos critérios de administração dos bens comuns. O dar deve ser com alegria, desprendimento e paz no coração e não como resultado de uma obrigação imposta. Deve expressar gratidão pelo fruto do trabalho realizado, por podermos viver dele e doar vida, atendendo necessidades dos pobres, necessitados e o sustento daqueles que doam suas vidas aos santos, numa atitude espontânea e sacrificial em reconhecimento à soberania de Deus. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. (At 2:44-45) E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. (At 4:32;34-35) E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. (At 11:29) Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; Como em muita prova de tribulação houve abundãncia do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao SENHOR, e depois a nós, pela vontade de Deus. Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem. Mas, não digo isto para que os outros tenham alívio, e vós opressão, mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade; como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos. (2 Cor 8:1-5; 12-15) Quanto à administração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos; E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. (2 Cor 9:1; 6-11) E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada. (Hb 13:16) Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais. (Rm 15:25-27) antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. (Ef 4:28b) Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé. (Gl 6:10) ORA, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar. E, quando tiver chegado, mandarei os que por cartas aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém. (1 Cor 16:1-3) Ele espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória. (Sl 112:9) Quase todas as referências mencionam o atendimento às necessidades de irmãos em situação de carência, para o que eram separados homens cheios do Espírito Santo. ORA, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. (At 6:1-4) Talvez seja também importante a reflexão sobre um princípio adotado em mosteiros beneditinos, chamado “regra do Bento” (São Bento): Ao abade compete distribuir os recursos do mosteiro segundo as necessidades de cada um e ao monge compete necessitar do mínimo possível. Não há menção ao sustento da obra pois a igreja não tinha estrutura permanente, investimentos, imobilizações, despesas urbanas elevadas (como água, luz, telefone, correio, marketing, divulgação de marca, etc.) 7. Trabalhar ou viver pela fé Todo cristão deve viver pela fé e deve também trabalhar. Para um verdadeiro cristão não existe trabalho secular e tudo é feito para o Senhor. Todos trabalhamos em tempo integral para o Senhor e confiamos na sua provisão e não em nossos salários ou no fruto do nosso trabalho. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. (Cl 3:17) Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. (At 20:35) E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado. (1 Ts 4:11) Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. (2 Ts 3:10) Para alguns que o Senhor separa para o serviço no igreja é lícito que sejam sustentados de forma digna. E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. E todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a judeus e gregos. E, quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. (At 18:3-5) Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? (1 Cor 9:6-9) Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento. (Mt 10:10) E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui. (Gl 6:6) Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. (1 Tm 5:17-18) Contudo, viver do evangelho (1 Cor 9:14) não significa receber salário da igreja e Paulo não se valia desse direito (1 Cor 9: 11-13; 15-18) para não por nenhum impedimento ao evangelho (2 Cor 11:7-10). Se servimos ao Senhor, dEle devemos esperar o sustento. Devemos confiar nEle e não vivermos em ansiedade. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. (Fp 4:6-7) E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes. (Lc 12:22-23) Contudo podemos também trabalhar: Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus. (1Ts 2:9) Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós, nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes. (2 Ts 3:7-9) 8. Pobres e esmolas Deus sempre se lembra dos pobres e a palavra de Deus nos recomenda fazer o mesmo. Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência. (Gl 2:10) Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR vosso Deus. E, quando fizerdes a colheita da vossa terra, não acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o SENHOR vosso Deus. (Lv 19:10; 23:22) Ao SENHOR empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício. (Pv 19:17) Porque foste a fortaleza do pobre, e a fortaleza do necessitado, na sua angústia; refúgio contra a tempestade, e sombra contra o calor. (Is 25:4a) Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado. (Ez 16:49) Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. (Mt 19:21) E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. (Lc 6:20) Antes dai esmola do que tiverdes, e eis que tudo vos será limpo. (Lc 11:41) Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. (Lc 12:33) Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. (Mt 6: 2-4) Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre. (2 Cor 9:9) 9. Covil de salteadores Que Deus nos livre dos mercenários e daqueles que fazem negócios com as coisas de Deus. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça. (2 Pe 2: 3; 14-15) Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. (At 20:28-30) O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. (jo 10:10-14) Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples. (Rm 16:18) Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré. (Jd 11) Ainda há muitos bezerros de ouro nos arraiais do Senhor e a cristandade fez muitas concessões a Mamon, o deus das riquezas deste mundo. Mas é hora de expulsar os vendedores do templo e dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões. (Mt 21: 12-13)