15 – Autoridade

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15 - AUTORIDADE
23.11.2004
Essa é a semana 15, e o nosso tema da verdade básica é a Autoridade.
Vamos ler no livro do Apocalipse, cap 12
10 Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a
salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu
Cristo.
E no Evangelho de Mateus, cap 28:
18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade
me foi dada no céu e na terra.
O princípio da autoridade, que nós vamos tratar hoje, se origina no próprio
ser de Deus, e na sua soberania. A autoridade é a base do trono de Deus, do
seu governo soberano sobre toda a criação. Deus é a maior autoridade, e a
fonte de toda autoridade, como está lá em Romanos, cap 13, no verso 1
Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não
há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que
existem foram por ele instituídas.
1. Definição.
Mas o qual seria a definição de autoridade? O que significa a palavra
autoridade? Quando você olha no dicionário, autoridade significa uma forma
de superioridade constituída por uma investidura, o direito de fazer obedecer
ou um magistrado que exerce poder. No Novo Testamento a palavra é
Exousia, que significa um poder legítimo, real e desimpedido de agir,
possuir, controlar, usar ou dispor de alguém ou de alguma coisa. A Exousia,
significa a autoridade ou poder legal.
Há também uma outra palavra Dynamis que significa poder, que é um poder
físico.
2. Princípio de autoridade.
2.1. Soberania.
Mas nós dissemos que a autoridade está relacionada com o ser de Deus e
que ela deriva da soberania de Deus. Vamos ler aqui alguns versos.
Deus é soberano. A sua soberania ultrapassa tudo o que pudermos imaginar.
Antes da criação só havia Deus soberano. No Salmo 93, verso
2 Desde a antiguidade, está firme o teu trono; tu és desde a
eternidade.
No Salmo 90, verso 2 Antes que os montes nascessem e se formassem
a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.
E toda criação foi feita pela soberana vontade de Deus. Em Apocalipse, cap 4
11 Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o
poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua
vontade vieram a existir e foram criadas.
Em Isaías cap 64, verso 8 Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós
somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos.
Toda a Bíblia revela a soberania de Deus, e é muito importante que nós
compreendamos essa soberania para podermos entender o princípio da
Autoridade. A autoridade está relacionada com o ser de Deus, e com a sua
soberania. O poder – o Dynamis - está relacionado com os atos de Deus.
Quando Moisés perguntou a Deus como ele devia identificá-lo perante os
filhos de Israel no Egito, o Senhor respondeu a Moisés:
Eu Sou o que Sou. Disse mais. Assim dirás aos filhos de Israel: Eu
sou me enviou a vós.
Isso tinha a ver com o ser Dele. Também no livro de Apocalipse, o Senhor se
revela como aquele que é. E é nisso que reside a sua própria soberania.
Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e
que há de vir, todo poderoso.
2.2. Reino
Com base nessa soberania, nós temos o princípio do Reino de Deus. No
Salmo 103, no verso 19 Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono,
e o seu reino domina sobre tudo.
O Salmo 145, verso 13 O teu reino é o de todos os séculos, e o teu
domínio subsiste por todas as gerações.
Em Daniel, cap 7 27 O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos
debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo;
o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe
obedecerão.
Mas o que é um Reino? Nós até estudamos neste fim de semana. Na
verdade o Reino de Deus está acima de qualquer definição como nós vimos.
Nós precisamos de um vislumbre do que a palavra de Deus nos revela sobre
Reino e geralmente a primeira idéia, como nos vimos no fim de semana, que
vem à nossa mente, são os limites geográficos, geopolíticos, mas todo reino,
como nós vimos, tem a ver com uma pessoa, que é o Rei, soberano. O
Senhor é o Rei, Ele é o reino. E é assim que começa o Evangelho, como nós
vimos: Arrependei-vos, porque é chegado o reino de Deus. O Rei imprime o
seu caráter no reino, e o reino está onde Ele governa, e o seu caráter é
manifesto, onde pessoas se colocam sob o seu governo e o Espírito Santo
desenvolve nelas, o caráter de Cristo. Por isso Paulo escreve na carta aos
Romanos que os homens são indesculpáveis, quando eles não reconhecem a
soberania de Deus. O Reino é Deus soberano no governo da criação e o
princípio desse governo de Deus é a autoridade. Deus age a partir do seu
trono. E o seu trono está estabelecido sobre a sua autoridade. Por isso a
autoridade é de primordial importância no universo. Deus é a maior
autoridade, e a fonte de maior autoridade. Abaixo Dele estão os arcanjos, os
anjos, os seres viventes sobre a terra.
3. A rebelião.
Contra esse princípio do governo de Deus e da autoridade, nós temos toda a
questão da rebelião, e o princípio o pecado é exatamente o agir
independente, fora do governo de Deus e fora da autoridade de Deus. Todo
aquele que não reconhecer o princípio de autoridade, e confiar no seu
próprio pensamento independente acabará se rebelando contra Deus, e
contra as autoridades por Ele instituídas. A partir de Adão, quando você
estuda toda a Bíblia, o princípio da rebelião se estabeleceu e passou a
governar a vida do homem, como diz em Romanos 5 12 Portanto, assim
como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque
todos pecaram.
O primeiro homem – Adão - está debaixo da transgressão. O segundo
homem - Cristo - está debaixo da obediência e autoridade. No Senhor Jesus
vemos um homem que se submeteu plenamente à autoridade de Deus. Ele
nada fazia por si mesmo, e em tudo buscava a vontade do Pai, como diz
vários versos no Evangelho de João. Para os cristãos, a questão de
autoridade e obediência, é fundamental. Nós devemos sempre procurar
discernir as autoridades – vamos falar sobre elas em seguida - e
desenvolver um espírito manso e humilde, sensível a qualquer tipo de
rebelião.
3.1. Palavras.
A rebelião pode se dar por palavras. 2ª Pedro cap 2 versos 10
especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas
paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes,
não temem difamar autoridades superiores,
12 Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para
presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na
sua destruição também hão de ser destruídos.
Judas, versos 8 Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores
alucinados, não só contaminam a carne, como também rejeitam
governo e difamam autoridades superiores.
10 Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e,
quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos
sem razão, até nessas coisas se corrompem.
Mateus 12 34 Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo
maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.
36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens,
dela darão conta no Dia do Juízo; 37 porque, pelas tuas palavras,
serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.
3.2. Argumentos.
Pode-se dar por argumentações, Romanos 9 19 Tu, porém, me dirás: De
que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?
20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura,
pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?
Isaías 45 9 Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa
de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que
lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça. 10 Ai daquele
que diz ao pai: Por que geras? E à mulher: Por que dás à luz? 11
Assim diz o SENHOR, o Santo de Israel, aquele que o formou:
Quereis, acaso, saber as coisas futuras? Quereis dar ordens acerca
de meus filhos e acerca das obras de minhas mãos? 12 Eu fiz a terra
e criei nela o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos
os seus exércitos dei as minhas ordens.
3.3. Pensamentos:
2ª Coríntios 10 4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais,
e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós
sofismas 5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de
Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,
Romanos 12 2 E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Filipenses 4 8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que
é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum
louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
3.4. Ações
Que representam apenas o resultado final da rebelião e do pecado.
Nós não vamos entrar em muitos detalhes sobre este tópico.
4. Obediência.
4.1. Cristo.
No que se refere a obediência, nós falamos que Cristo foi o primeiro homem
a viver plenamente, em completa submissão ao governo de Deus aqui na
terra.
Esse princípio da rebelião prevaleceu desde Adão e não houve um único
homem, até o Senhor Jesus, que se submetesse plenamente a Deus. Então
nasceu o Senhor Jesus: o Verbo se fez carne, habitou entre nós, e começa a
pregação do Evangelho. Chegou o Reino dos céus. No Senhor Jesus nós
vemos um homem que se submete de forma absoluta à autoridade de Deus,
como nós já vimos. Jesus nada fazia por si mesmo. Em tudo Ele buscava a
vontade do Pai.
João 5 19 Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo
que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que
vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também
semelhantemente o faz.
João 8 28 Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do
Homem, então, sabereis que EU SOU e que nada faço por mim
mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.
João 5 30 Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que
ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria
vontade, e sim a daquele que me enviou.
João 6 38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria
vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.
Tanto o Pai, quanto o Filho, são Deus. O Pai teve que assumir a posição de
autoridade, e o Filho a de obediência. Por isso quem realmente conhece
Deus e Cristo, também obedece e discerne autoridade. Jesus foi glorificado
porque obedeceu como homem. Como Deus, Ele poderia ter usado a sua
autoridade e poder, mas se submeteu. Observe a tentação de Jesus no
deserto, em Mateus cap 4, quando o diabo lhe dizia: Se és o filho de Deus,
faze isso ou aquilo, tentando induzi-lo a agir por si mesmo.
4.2. Reino.
O Reino de Deus é estabelecido sobre a obediência do Senhor Jesus. O Reino
de Deus implica na execução da vontade de Deus sem qualquer
interferência. Ensinando os discípulos a orar o Senhor disse: venha o teu
reino e seja feita a tua vontade. A obediência perfeita, ela ocorre na
submissão do corpo em relação à cabeça, que representa uma autoridade
viva, e orgânica e é assim que deveria ser na igreja: o corpo de Cristo como
está em 1ª Coríntios 12
12 Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos
os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também
com respeito a Cristo.
A igreja deve manifestar a autoridade de Deus. Cada membro vivendo em
plena obediência à cabeça, conforme a vontade de Deus. A ação
independente de um membro do corpo, representa doença, como um
câncer. Precisamos obedecer àquilo que todo o corpo vê diante de Deus, e
também rejeitar aquilo que todo o corpo rejeita. Devemos ter muita cautela,
com todo aquele que age de forma independente, seguindo os seus próprios
desejos, opiniões sem aceitar a autoridade do corpo e a submissão á cabeça.
4.3. A medida da obediência.
Qual que seria a medida dessa obediência? Até que ponto nós precisamos
obedecer? Você vê alguns versos no Antigo e no Novo Testamento, como
esses aqui. Hebreus cap 11 23 Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi
ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a
criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo
decreto do rei.
Desobedeceram ao decreto do rei. As parteiras, a mesma coisa. Êxodo, cap
1 17 As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como lhes
ordenara o rei do Egito; antes, deixaram viver os meninos.
Em Daniel, cap 3, verso 17 Se o nosso Deus, a quem servimos, quer
livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas
mãos, ó rei. 18 Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a
teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.
Eles estavam falando contra uma ordem do rei da Babilônia. A mesma coisa
no cap 6 de Daniel, versos 7 e 10. 7 Todos os presidentes do reino, os
prefeitos e sátrapas, conselheiros e governadores concordaram em
que o rei estabeleça um decreto e faça firme o interdito que todo
homem que, por espaço de trinta dias, fizer petição a qualquer deus
ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos
leões.
10 Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada,
entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas
abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de
joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava
fazer.
Pedro, no livro de Atos, cap 5 29 Então, Pedro e os demais apóstolos
afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.
Então veja. Toda autoridade delegada vem de Deus, e está sujeita a uma
hierarquia, cuja autoridade máxima é o próprio Deus. A nossa sujeição à
autoridade é à autoridade, e não ao homem que está investido dela. Por isso
a submissão, que é uma questão de atitude, deve sempre ser absoluta.
Quanto à obediência, que é uma questão de conduta, pode ser relativa para
o caso de violar uma autoridade superior, ou o princípio por ela estabelecido.
A obediência perfeita ocorre na submissão do corpo em relação á cabeça,
como nós falamos, que representa uma autoridade viva e orgânica. Assim
deveria ocorrer na igreja, o corpo de Cristo.
5. O governo de Deus.
Vamos falar um pouco sobre o governo de Deus. No texto de 1ª Coríntios,
cap 11, diz assim.
3 Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem,
e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.
Ele começa a desenvolver isso até o verso 16. quando você lê esse texto, ele
não se refere à nossa posição em Cristo, mas a uma ordenação de Deus
para sua criação. Observe que em nenhum momento menciona irmão ou
irmãs, e está sempre falando de homem e mulher. Observe também a
diferença do que Jesus disse no Evangelho de João, cap 10 30 Eu e o Pai
somos um. Deus é a cabeça de Cristo. E lá em João diz assim: eu e o Pai
somos um. No verso 3 vemos que Deus é a cabeça de Cristo. Novamente o
texto não se refere à relação entre o Pai e o Filho, mas entre Deus e Cristo o
seu ungido.
5.1. Governo e graça.
Devido a isso e de forma a facilitar a compreensão desse importante
assunto, podemos dizer como o irmão Watchman Nee escreve no livro dele
que Deus tem dois sistemas. Um de governo e um de graça. O sistema de
graça é muito conhecido por nós todos, que é o sistema através do qual nós
fomos salvos; todos aqueles que aceitaram o Evangelho do Senhor Jesus
Cristo. Ele abrange a salvação, a igreja, a nossa vida como irmãos e irmãs, e
filhos de Deus e toda a obra do Espírito Santo e da redenção. Já o sistema
de governo está diretamente relacionado com a questão da autoridade e do
Reino. Trata-se de um sistema independente, sobre o qual Deus, na sua
soberania, faz aquilo que o agrada de acordo com a sua justiça. Na criação,
Deus primeiro formou o homem e depois a mulher. Como alimentação, o
Senhor deu primeiro ao homem ervas e frutos com semente e depois carne
e ervas com exceção de sangue, em Gênesis. E várias disposições assim.
Esse sistema de governo antecede a graça e continuará, após terminar a
dispensação da graça. O sistema da graça só foi acrescentado por causa da
insubordinação e rebelião sobre o sistema de governo. A graça tem como
finalidade redimir e restaurar os insubordinados e rebeldes para que possam
se sujeitar ao sistema de governo. A graça vem para completar o sistema de
governo e nunca interfere no governo de Deus. O governo de Deus é um
princípio independente, e admitir que a graça possa colocá-lo de lado, é uma
grande insensatez. A graça jamais anula ou viola o governo. Mas, ao
contrário, capacita-nos a obedecer o governo de Deus. Quanto mais
conhecermos o governo de Deus, mais nos submeteremos a Deus, e à sua
autoridade. E por causa disso nós temos o reino. O sistema da graça e do
governo se unem no Senhor Jesus Cristo, que nos redime pela graça e
estabelece o Reino pelo seu governo. No monte Gólgota, onde a cruz foi
levantada, se encontraram a justiça de Deus, e o amor de Deus. Este é um
assunto muito sério e profundo. Como pode um Deus justo justificar um
pecador, e continuar a ser justo? Como pode um Deus de amor condenar o
ímpio e continuar sendo amor? A vinda do Messias e o estabelecimento do
Reino, como cumprimento de muitas outras profecias, se realizam em duas
etapas. Na primeira se manifestou a justiça de Deus, e o amor é anunciado a
todos os homens através das boas novas do Evangelho. Na segunda se
manifestará o amor de Deus, e a justiça e o juízo cairão sobre todos os
homens.
5.2. Disciplina e juízo.
E aí nós temos a questão da disciplina e do juízo, que nós vamos também
ver resumidamente. O estabelecimento e a vinda do reino, sempre
acompanhado de disciplina, sobre o sistema da graça, e juízo sobre o
sistema de governo. E aí nós temos alguns versos.
Hebreus 2 2 Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de
anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo,
3 como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?
1ª Pedro 4 17 Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus
é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles
que não obedecem ao evangelho de Deus?
No Antigo Testamento nós encontramos diversos exemplos dos juízos
governamentais de Deus. Por exemplo, Adão, expulso do jardim do Éden. Os
israelitas que saíram do Egito, não entraram na terra prometida. Moisés
também não entra na terra da promessa. A espada não se afasta da casa de
David. Uzá é fulminado ao estender a mão para a arca. No Novo Testamento
encontramos diversos textos difíceis de explicar se não compreendermos a
disciplina governamental de Deus no seu reino. Por exemplo, Mateus 5
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto
estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao
juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. 26 Em
verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último
centavo.
Mateus cap 6 verso 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não
perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas.
Mateus 18 33 não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu
conservo, como também eu me compadeci de ti?
34 E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que
lhe pagasse toda a dívida.
35 Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não
perdoardes cada um a seu irmão.
Mateus 7 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor!
Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome
não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos
milagres?
23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos
de mim, os que praticais a iniqüidade.
E vários outros exemplos. Todos esses assuntos de disciplina, e do juízo do
governo de Deus é muito sério e está diretamente relacionado com a
questão da autoridade. Deve se dar especial atenção à questão do perdão,
da submissão à vontade de Deus, da santificação, sem a qual ninguém verá
o Senhor. A disciplina sobre o governo de Deus não prejudica a salvação
pela graça que é totalmente intocada.
6. Autoridades.
Vamos ver alguma questão agora sobre as autoridades. Quais são as
autoridades fundamentais.
6.1 Deus.
Claro que a primeira autoridade, é Deus mesmo. A autoridade fundamental é
Deus. O Senhor Jesus Cristo, enviado pelo Pai, o Espírito Santo enviado pelo
Filho, e investidos da plena autoridade inerente ao próprio Deus.
Mateus 7 28 Quando Jesus acabou de proferir estas palavras,
estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina;
29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os
escribas.
Mateus 9 6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a
terra autoridade para perdoar pecados—disse, então, ao paralítico:
Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.
8 Vendo isto, as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus,
que dera tal autoridade aos homens.
Mateus 28 18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a
autoridade me foi dada no céu e na terra.
Efésios 1 20 o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os
mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais,
23 a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em
todas as coisas.
6.2. A própria palavra de Deus.
2ª Timóteo 3 16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na
justiça,
2ª Pedro 1 20 sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia
da Escritura provém de particular elucidação;
21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade
humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo.
Embora a palavra de Deus não seja uma pessoa, distinta da divindade, ela é
espírito e é vida, como Jesus disse em João 6
63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as
palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.
Ela trás em si a própria natureza de Deus. No Evangelho de João está escrito
que o verbo, a palavra se fez carne e habitou entre nós e que o universo foi
criado pela palavra de Deus, que é sustentado por esta palavra. Então, a
autoridade de Deus se manifesta na sua palavra. Por isso precisamos
examinar as escrituras e cremos nela como base da nossa fé.
6.3. Apóstolos.
Depois vem os apóstolos.
Efésios 2 20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas,
sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; 21 no qual todo o
edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor,
1ª Coríntios 12 28 A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente,
apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres;
depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas.
Autoridade dos apóstolos é a base da edificação da igreja.
6.4. Autoridades delegadas.
Depois vem as autoridades delegadas. E aí você tem muitas. Toda alma
esteja sujeita a autoridades superiores, porque não há autoridade que não
venha de Deus, como nós lemos lá em Romanos 13. E as que existem foram
ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade, resiste à ordenação
de Deus. Os que resistem trarão sobre si mesmos, a condenação.
Romanos 13 1 Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores;
porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas. 2 De modo que
aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os
que resistem trarão sobre si mesmos condenação. 3 Porque os
magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando
se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás
louvor dela, 4 visto que a autoridade é ministro de Deus para teu
bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo
que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para
castigar o que pratica o mal. 5 É necessário que lhe estejais sujeitos,
não somente por causa do temor da punição, mas também por dever
de consciência.
Os filhos de Deus, deveriam além de reconhecer a autoridade, estar a
procura daqueles a quem deveriam obedecer. Uma pessoa independente e
auto confiante, que não se sujeita a autoridade delegada por Deus, jamais
pode realizar a obra de Deus na terra. Ninguém pode servir ao Senhor, sem
conhecer a autoridade. Quem já se defrontou e compreendeu a autoridade
de Deus, encontra autoridade em toda parte e sendo restringido por Deus,
pode ser usado por Ele. Antes de nos submetermos às autoridades
delegadas por Deus, precisamos reconhecer a autoridade inerente a Deus.
Encontrar autoridades - como em Mateus 8
9 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados
às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele
vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz.
é tão prático como encontrar a salvação. Mas é bem mais profundo. Todo
cristão deve viver em obediência, embora muitos têm falhado nesse ponto e
não sabem sequer a quem obedecer. Não temos de escolher a quem
obedecer, e sim aprender a nos sujeitar a todas as autoridades. As
autoridades que Deus estabeleceu são:
Na família: os pais em relação aos filhos, maridos em relação às esposas, e
os senhores em relação aos servos.
No mundo: os reis, governantes e magistrados, todos os seus
representantes em relação aos que lhe são sujeitos. Os empregados em
relação aos empregadores e chefes, os professores em relação aos alunos.
Na igreja: os anciãos, em relação ao povo de Deus e os obreiros em relação
ao seu trabalho.
Sobre autoridade na igreja, eu creio que nós não vamos ter tempo de ver.
Eu creio que nós podemos ver isso em um outra oportunidade.
Na igreja, é a lei do corpo. A igreja é o corpo de Cristo. Dentro do corpo
existe uma lei interna. Cada membro tem a sua função, mas está sujeito à
lei do corpo. A característica básica de um corpo é a unidade. Ação
independente de um membro do corpo, representa doença. Por isso nenhum
filho de Deus pode violar a lei do corpo de Cristo e agir independentemente.
Temos o princípio de dois ou três, um concordando. Mateus 18
15 Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele
te ouvir, ganhaste a teu irmão. 16 Se, porém, não te ouvir, toma
ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de
duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. 17 E, se ele
não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja,
considera-o como gentio e publicano. 18 Em verdade vos digo que
tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que
desligardes na terra terá sido desligado nos céus. 19 Em verdade
também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra,
concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem,
ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. 20 Porque,
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no
meio deles.
E temos a autoridade da congregação, autoridade da assembléia. Depois as
autoridades individuais. Os anciãos que são os irmãos investidos de
responsabilidade, os líderes e obreiros, os irmãos mais velhos e mais
experientes no Senhor. E depois a questão da posição da mulher, como nós
lemos lá em Coríntios que nós não vamos entrar em detalhes agora.
7. Condições para o exercício da autoridade.
Existem algumas condições para o exercício de autoridade, que nós vamos
resumir aqui. Toda autoridade delegada deve reconhecer que toda
autoridade procede de Deus e deve ter um conhecimento pessoal de
autoridade e exercer a sua autoridade estando ela própria sobre autoridade.
Uma autoridade espiritual, precisa conhecer a vontade e os caminhos de
Deus. Ela representa a autoridade de Deus e jamais deve presumir ter
autoridade em si mesma. Se nada vimos diante de Deus, nenhuma
autoridade temos diante dos homens. Só aqueles que vivem na presença de
Deus e aprendem com ele estão qualificados a falarem entre os seus irmãos.
Até que saibamos qual que é a vontade de Deus, devemos manter a nossa
boca fechada. Uma autoridade espiritual, não precisa se defender ou lutar
para estabelecer a sua autoridade. Se alguns quiserem se rebelar e fazer a
sua própria vontade, o problema é dele. Qualquer reação, juízo ou defesa,
deve proceder de Deus. O governo de Deus é um assunto muito sério. No
mundo, autoridade depende de posição. Na igreja dela depende de
ministério e serviço espiritual. Os que são qualificados para serem
autoridade, não tem nenhuma intenção de exercerem autoridade, mas de
servir e lavar os pés dos seus irmãos.
Amém.
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