15 - AUTORIDADE 23.11.2004 Essa é a semana 15, e o nosso tema da verdade básica é a Autoridade. Vamos ler no livro do Apocalipse, cap 12 10 Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo. E no Evangelho de Mateus, cap 28: 18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. O princípio da autoridade, que nós vamos tratar hoje, se origina no próprio ser de Deus, e na sua soberania. A autoridade é a base do trono de Deus, do seu governo soberano sobre toda a criação. Deus é a maior autoridade, e a fonte de toda autoridade, como está lá em Romanos, cap 13, no verso 1 Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. 1. Definição. Mas o qual seria a definição de autoridade? O que significa a palavra autoridade? Quando você olha no dicionário, autoridade significa uma forma de superioridade constituída por uma investidura, o direito de fazer obedecer ou um magistrado que exerce poder. No Novo Testamento a palavra é Exousia, que significa um poder legítimo, real e desimpedido de agir, possuir, controlar, usar ou dispor de alguém ou de alguma coisa. A Exousia, significa a autoridade ou poder legal. Há também uma outra palavra Dynamis que significa poder, que é um poder físico. 2. Princípio de autoridade. 2.1. Soberania. Mas nós dissemos que a autoridade está relacionada com o ser de Deus e que ela deriva da soberania de Deus. Vamos ler aqui alguns versos. Deus é soberano. A sua soberania ultrapassa tudo o que pudermos imaginar. Antes da criação só havia Deus soberano. No Salmo 93, verso 2 Desde a antiguidade, está firme o teu trono; tu és desde a eternidade. No Salmo 90, verso 2 Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. E toda criação foi feita pela soberana vontade de Deus. Em Apocalipse, cap 4 11 Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas. Em Isaías cap 64, verso 8 Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos. Toda a Bíblia revela a soberania de Deus, e é muito importante que nós compreendamos essa soberania para podermos entender o princípio da Autoridade. A autoridade está relacionada com o ser de Deus, e com a sua soberania. O poder – o Dynamis - está relacionado com os atos de Deus. Quando Moisés perguntou a Deus como ele devia identificá-lo perante os filhos de Israel no Egito, o Senhor respondeu a Moisés: Eu Sou o que Sou. Disse mais. Assim dirás aos filhos de Israel: Eu sou me enviou a vós. Isso tinha a ver com o ser Dele. Também no livro de Apocalipse, o Senhor se revela como aquele que é. E é nisso que reside a sua própria soberania. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, todo poderoso. 2.2. Reino Com base nessa soberania, nós temos o princípio do Reino de Deus. No Salmo 103, no verso 19 Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo. O Salmo 145, verso 13 O teu reino é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. Em Daniel, cap 7 27 O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão. Mas o que é um Reino? Nós até estudamos neste fim de semana. Na verdade o Reino de Deus está acima de qualquer definição como nós vimos. Nós precisamos de um vislumbre do que a palavra de Deus nos revela sobre Reino e geralmente a primeira idéia, como nos vimos no fim de semana, que vem à nossa mente, são os limites geográficos, geopolíticos, mas todo reino, como nós vimos, tem a ver com uma pessoa, que é o Rei, soberano. O Senhor é o Rei, Ele é o reino. E é assim que começa o Evangelho, como nós vimos: Arrependei-vos, porque é chegado o reino de Deus. O Rei imprime o seu caráter no reino, e o reino está onde Ele governa, e o seu caráter é manifesto, onde pessoas se colocam sob o seu governo e o Espírito Santo desenvolve nelas, o caráter de Cristo. Por isso Paulo escreve na carta aos Romanos que os homens são indesculpáveis, quando eles não reconhecem a soberania de Deus. O Reino é Deus soberano no governo da criação e o princípio desse governo de Deus é a autoridade. Deus age a partir do seu trono. E o seu trono está estabelecido sobre a sua autoridade. Por isso a autoridade é de primordial importância no universo. Deus é a maior autoridade, e a fonte de maior autoridade. Abaixo Dele estão os arcanjos, os anjos, os seres viventes sobre a terra. 3. A rebelião. Contra esse princípio do governo de Deus e da autoridade, nós temos toda a questão da rebelião, e o princípio o pecado é exatamente o agir independente, fora do governo de Deus e fora da autoridade de Deus. Todo aquele que não reconhecer o princípio de autoridade, e confiar no seu próprio pensamento independente acabará se rebelando contra Deus, e contra as autoridades por Ele instituídas. A partir de Adão, quando você estuda toda a Bíblia, o princípio da rebelião se estabeleceu e passou a governar a vida do homem, como diz em Romanos 5 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. O primeiro homem – Adão - está debaixo da transgressão. O segundo homem - Cristo - está debaixo da obediência e autoridade. No Senhor Jesus vemos um homem que se submeteu plenamente à autoridade de Deus. Ele nada fazia por si mesmo, e em tudo buscava a vontade do Pai, como diz vários versos no Evangelho de João. Para os cristãos, a questão de autoridade e obediência, é fundamental. Nós devemos sempre procurar discernir as autoridades – vamos falar sobre elas em seguida - e desenvolver um espírito manso e humilde, sensível a qualquer tipo de rebelião. 3.1. Palavras. A rebelião pode se dar por palavras. 2ª Pedro cap 2 versos 10 especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores, 12 Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos. Judas, versos 8 Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam autoridades superiores. 10 Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem. Mateus 12 34 Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. 36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; 37 porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado. 3.2. Argumentos. Pode-se dar por argumentações, Romanos 9 19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? 20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Isaías 45 9 Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça. 10 Ai daquele que diz ao pai: Por que geras? E à mulher: Por que dás à luz? 11 Assim diz o SENHOR, o Santo de Israel, aquele que o formou: Quereis, acaso, saber as coisas futuras? Quereis dar ordens acerca de meus filhos e acerca das obras de minhas mãos? 12 Eu fiz a terra e criei nela o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens. 3.3. Pensamentos: 2ª Coríntios 10 4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas 5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, Romanos 12 2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Filipenses 4 8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. 3.4. Ações Que representam apenas o resultado final da rebelião e do pecado. Nós não vamos entrar em muitos detalhes sobre este tópico. 4. Obediência. 4.1. Cristo. No que se refere a obediência, nós falamos que Cristo foi o primeiro homem a viver plenamente, em completa submissão ao governo de Deus aqui na terra. Esse princípio da rebelião prevaleceu desde Adão e não houve um único homem, até o Senhor Jesus, que se submetesse plenamente a Deus. Então nasceu o Senhor Jesus: o Verbo se fez carne, habitou entre nós, e começa a pregação do Evangelho. Chegou o Reino dos céus. No Senhor Jesus nós vemos um homem que se submete de forma absoluta à autoridade de Deus, como nós já vimos. Jesus nada fazia por si mesmo. Em tudo Ele buscava a vontade do Pai. João 5 19 Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. João 8 28 Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, sabereis que EU SOU e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou. João 5 30 Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou. João 6 38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. Tanto o Pai, quanto o Filho, são Deus. O Pai teve que assumir a posição de autoridade, e o Filho a de obediência. Por isso quem realmente conhece Deus e Cristo, também obedece e discerne autoridade. Jesus foi glorificado porque obedeceu como homem. Como Deus, Ele poderia ter usado a sua autoridade e poder, mas se submeteu. Observe a tentação de Jesus no deserto, em Mateus cap 4, quando o diabo lhe dizia: Se és o filho de Deus, faze isso ou aquilo, tentando induzi-lo a agir por si mesmo. 4.2. Reino. O Reino de Deus é estabelecido sobre a obediência do Senhor Jesus. O Reino de Deus implica na execução da vontade de Deus sem qualquer interferência. Ensinando os discípulos a orar o Senhor disse: venha o teu reino e seja feita a tua vontade. A obediência perfeita, ela ocorre na submissão do corpo em relação à cabeça, que representa uma autoridade viva, e orgânica e é assim que deveria ser na igreja: o corpo de Cristo como está em 1ª Coríntios 12 12 Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. A igreja deve manifestar a autoridade de Deus. Cada membro vivendo em plena obediência à cabeça, conforme a vontade de Deus. A ação independente de um membro do corpo, representa doença, como um câncer. Precisamos obedecer àquilo que todo o corpo vê diante de Deus, e também rejeitar aquilo que todo o corpo rejeita. Devemos ter muita cautela, com todo aquele que age de forma independente, seguindo os seus próprios desejos, opiniões sem aceitar a autoridade do corpo e a submissão á cabeça. 4.3. A medida da obediência. Qual que seria a medida dessa obediência? Até que ponto nós precisamos obedecer? Você vê alguns versos no Antigo e no Novo Testamento, como esses aqui. Hebreus cap 11 23 Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. Desobedeceram ao decreto do rei. As parteiras, a mesma coisa. Êxodo, cap 1 17 As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito; antes, deixaram viver os meninos. Em Daniel, cap 3, verso 17 Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. 18 Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste. Eles estavam falando contra uma ordem do rei da Babilônia. A mesma coisa no cap 6 de Daniel, versos 7 e 10. 7 Todos os presidentes do reino, os prefeitos e sátrapas, conselheiros e governadores concordaram em que o rei estabeleça um decreto e faça firme o interdito que todo homem que, por espaço de trinta dias, fizer petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões. 10 Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer. Pedro, no livro de Atos, cap 5 29 Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens. Então veja. Toda autoridade delegada vem de Deus, e está sujeita a uma hierarquia, cuja autoridade máxima é o próprio Deus. A nossa sujeição à autoridade é à autoridade, e não ao homem que está investido dela. Por isso a submissão, que é uma questão de atitude, deve sempre ser absoluta. Quanto à obediência, que é uma questão de conduta, pode ser relativa para o caso de violar uma autoridade superior, ou o princípio por ela estabelecido. A obediência perfeita ocorre na submissão do corpo em relação á cabeça, como nós falamos, que representa uma autoridade viva e orgânica. Assim deveria ocorrer na igreja, o corpo de Cristo. 5. O governo de Deus. Vamos falar um pouco sobre o governo de Deus. No texto de 1ª Coríntios, cap 11, diz assim. 3 Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo. Ele começa a desenvolver isso até o verso 16. quando você lê esse texto, ele não se refere à nossa posição em Cristo, mas a uma ordenação de Deus para sua criação. Observe que em nenhum momento menciona irmão ou irmãs, e está sempre falando de homem e mulher. Observe também a diferença do que Jesus disse no Evangelho de João, cap 10 30 Eu e o Pai somos um. Deus é a cabeça de Cristo. E lá em João diz assim: eu e o Pai somos um. No verso 3 vemos que Deus é a cabeça de Cristo. Novamente o texto não se refere à relação entre o Pai e o Filho, mas entre Deus e Cristo o seu ungido. 5.1. Governo e graça. Devido a isso e de forma a facilitar a compreensão desse importante assunto, podemos dizer como o irmão Watchman Nee escreve no livro dele que Deus tem dois sistemas. Um de governo e um de graça. O sistema de graça é muito conhecido por nós todos, que é o sistema através do qual nós fomos salvos; todos aqueles que aceitaram o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Ele abrange a salvação, a igreja, a nossa vida como irmãos e irmãs, e filhos de Deus e toda a obra do Espírito Santo e da redenção. Já o sistema de governo está diretamente relacionado com a questão da autoridade e do Reino. Trata-se de um sistema independente, sobre o qual Deus, na sua soberania, faz aquilo que o agrada de acordo com a sua justiça. Na criação, Deus primeiro formou o homem e depois a mulher. Como alimentação, o Senhor deu primeiro ao homem ervas e frutos com semente e depois carne e ervas com exceção de sangue, em Gênesis. E várias disposições assim. Esse sistema de governo antecede a graça e continuará, após terminar a dispensação da graça. O sistema da graça só foi acrescentado por causa da insubordinação e rebelião sobre o sistema de governo. A graça tem como finalidade redimir e restaurar os insubordinados e rebeldes para que possam se sujeitar ao sistema de governo. A graça vem para completar o sistema de governo e nunca interfere no governo de Deus. O governo de Deus é um princípio independente, e admitir que a graça possa colocá-lo de lado, é uma grande insensatez. A graça jamais anula ou viola o governo. Mas, ao contrário, capacita-nos a obedecer o governo de Deus. Quanto mais conhecermos o governo de Deus, mais nos submeteremos a Deus, e à sua autoridade. E por causa disso nós temos o reino. O sistema da graça e do governo se unem no Senhor Jesus Cristo, que nos redime pela graça e estabelece o Reino pelo seu governo. No monte Gólgota, onde a cruz foi levantada, se encontraram a justiça de Deus, e o amor de Deus. Este é um assunto muito sério e profundo. Como pode um Deus justo justificar um pecador, e continuar a ser justo? Como pode um Deus de amor condenar o ímpio e continuar sendo amor? A vinda do Messias e o estabelecimento do Reino, como cumprimento de muitas outras profecias, se realizam em duas etapas. Na primeira se manifestou a justiça de Deus, e o amor é anunciado a todos os homens através das boas novas do Evangelho. Na segunda se manifestará o amor de Deus, e a justiça e o juízo cairão sobre todos os homens. 5.2. Disciplina e juízo. E aí nós temos a questão da disciplina e do juízo, que nós vamos também ver resumidamente. O estabelecimento e a vinda do reino, sempre acompanhado de disciplina, sobre o sistema da graça, e juízo sobre o sistema de governo. E aí nós temos alguns versos. Hebreus 2 2 Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, 3 como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? 1ª Pedro 4 17 Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? No Antigo Testamento nós encontramos diversos exemplos dos juízos governamentais de Deus. Por exemplo, Adão, expulso do jardim do Éden. Os israelitas que saíram do Egito, não entraram na terra prometida. Moisés também não entra na terra da promessa. A espada não se afasta da casa de David. Uzá é fulminado ao estender a mão para a arca. No Novo Testamento encontramos diversos textos difíceis de explicar se não compreendermos a disciplina governamental de Deus no seu reino. Por exemplo, Mateus 5 25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. 26 Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo. Mateus cap 6 verso 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas. Mateus 18 33 não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? 34 E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. 35 Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão. Mateus 7 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. E vários outros exemplos. Todos esses assuntos de disciplina, e do juízo do governo de Deus é muito sério e está diretamente relacionado com a questão da autoridade. Deve se dar especial atenção à questão do perdão, da submissão à vontade de Deus, da santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. A disciplina sobre o governo de Deus não prejudica a salvação pela graça que é totalmente intocada. 6. Autoridades. Vamos ver alguma questão agora sobre as autoridades. Quais são as autoridades fundamentais. 6.1 Deus. Claro que a primeira autoridade, é Deus mesmo. A autoridade fundamental é Deus. O Senhor Jesus Cristo, enviado pelo Pai, o Espírito Santo enviado pelo Filho, e investidos da plena autoridade inerente ao próprio Deus. Mateus 7 28 Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; 29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Mateus 9 6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados—disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. 8 Vendo isto, as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens. Mateus 28 18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Efésios 1 20 o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, 23 a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas. 6.2. A própria palavra de Deus. 2ª Timóteo 3 16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 2ª Pedro 1 20 sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; 21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. Embora a palavra de Deus não seja uma pessoa, distinta da divindade, ela é espírito e é vida, como Jesus disse em João 6 63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. Ela trás em si a própria natureza de Deus. No Evangelho de João está escrito que o verbo, a palavra se fez carne e habitou entre nós e que o universo foi criado pela palavra de Deus, que é sustentado por esta palavra. Então, a autoridade de Deus se manifesta na sua palavra. Por isso precisamos examinar as escrituras e cremos nela como base da nossa fé. 6.3. Apóstolos. Depois vem os apóstolos. Efésios 2 20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; 21 no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, 1ª Coríntios 12 28 A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Autoridade dos apóstolos é a base da edificação da igreja. 6.4. Autoridades delegadas. Depois vem as autoridades delegadas. E aí você tem muitas. Toda alma esteja sujeita a autoridades superiores, porque não há autoridade que não venha de Deus, como nós lemos lá em Romanos 13. E as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade, resiste à ordenação de Deus. Os que resistem trarão sobre si mesmos, a condenação. Romanos 13 1 Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. 2 De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. 3 Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, 4 visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. 5 É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Os filhos de Deus, deveriam além de reconhecer a autoridade, estar a procura daqueles a quem deveriam obedecer. Uma pessoa independente e auto confiante, que não se sujeita a autoridade delegada por Deus, jamais pode realizar a obra de Deus na terra. Ninguém pode servir ao Senhor, sem conhecer a autoridade. Quem já se defrontou e compreendeu a autoridade de Deus, encontra autoridade em toda parte e sendo restringido por Deus, pode ser usado por Ele. Antes de nos submetermos às autoridades delegadas por Deus, precisamos reconhecer a autoridade inerente a Deus. Encontrar autoridades - como em Mateus 8 9 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz. é tão prático como encontrar a salvação. Mas é bem mais profundo. Todo cristão deve viver em obediência, embora muitos têm falhado nesse ponto e não sabem sequer a quem obedecer. Não temos de escolher a quem obedecer, e sim aprender a nos sujeitar a todas as autoridades. As autoridades que Deus estabeleceu são: Na família: os pais em relação aos filhos, maridos em relação às esposas, e os senhores em relação aos servos. No mundo: os reis, governantes e magistrados, todos os seus representantes em relação aos que lhe são sujeitos. Os empregados em relação aos empregadores e chefes, os professores em relação aos alunos. Na igreja: os anciãos, em relação ao povo de Deus e os obreiros em relação ao seu trabalho. Sobre autoridade na igreja, eu creio que nós não vamos ter tempo de ver. Eu creio que nós podemos ver isso em um outra oportunidade. Na igreja, é a lei do corpo. A igreja é o corpo de Cristo. Dentro do corpo existe uma lei interna. Cada membro tem a sua função, mas está sujeito à lei do corpo. A característica básica de um corpo é a unidade. Ação independente de um membro do corpo, representa doença. Por isso nenhum filho de Deus pode violar a lei do corpo de Cristo e agir independentemente. Temos o princípio de dois ou três, um concordando. Mateus 18 15 Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. 16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. 17 E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. 18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. 19 Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. 20 Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. E temos a autoridade da congregação, autoridade da assembléia. Depois as autoridades individuais. Os anciãos que são os irmãos investidos de responsabilidade, os líderes e obreiros, os irmãos mais velhos e mais experientes no Senhor. E depois a questão da posição da mulher, como nós lemos lá em Coríntios que nós não vamos entrar em detalhes agora. 7. Condições para o exercício da autoridade. Existem algumas condições para o exercício de autoridade, que nós vamos resumir aqui. Toda autoridade delegada deve reconhecer que toda autoridade procede de Deus e deve ter um conhecimento pessoal de autoridade e exercer a sua autoridade estando ela própria sobre autoridade. Uma autoridade espiritual, precisa conhecer a vontade e os caminhos de Deus. Ela representa a autoridade de Deus e jamais deve presumir ter autoridade em si mesma. Se nada vimos diante de Deus, nenhuma autoridade temos diante dos homens. Só aqueles que vivem na presença de Deus e aprendem com ele estão qualificados a falarem entre os seus irmãos. Até que saibamos qual que é a vontade de Deus, devemos manter a nossa boca fechada. Uma autoridade espiritual, não precisa se defender ou lutar para estabelecer a sua autoridade. Se alguns quiserem se rebelar e fazer a sua própria vontade, o problema é dele. Qualquer reação, juízo ou defesa, deve proceder de Deus. O governo de Deus é um assunto muito sério. No mundo, autoridade depende de posição. Na igreja dela depende de ministério e serviço espiritual. Os que são qualificados para serem autoridade, não tem nenhuma intenção de exercerem autoridade, mas de servir e lavar os pés dos seus irmãos. Amém.