O ELETROCARDIOGRAMA – APRENDENDO A FAZER O eletrocardiograma e Monitorização Função • eletrocardiograma izaç ão +++++++++++++++++++++ - - - - repouso/polarizada ---------------- ------------------+++++++++++++++++++++ Repolar Des po larizaç ão Registro -------------------++++++++++++++++++++ contração/despolarizada ++++++++++++++++++++ -------------------- Os grande marcos da história da monitorização hemodinâmica, foram sem dúvida,,a possibilidade de aferição da pressão arterial e,posteriormente ,a monitorização cardíaca através do eletrocardiograma . Para se realizar um eletrocardiograma, cumpre saber que um eletrocardiógrafo é um galvanômetro registrador da diferença de potencial elétrico entre as duas regiões( face externa e interna da pele) sobre as quais foram aplicados os eletrodos. As correntes elétricas que chegam a esses eletrodos provêm do coração, uma vez que cada fase do ciclo cardíaco é precedida e acompanhada de fenômenos elétricos que se difundem por todo o organismo Como ocorre a estimulação cardíaca ? II- COMPONENTES INDIVIDUAIS DO ELETROCARDIOGRAMA A onda P representa a despolarização atrial e no eletrocardiograma normal, é a pequena deflexão inicial de cada ciclo cardíaco. Tem ápice arredondado, com duração normal que varia de 0,09 a 0,11 segundos, e a sua altura pode atingir até 2,5 mm. Deflexões do eletrocardiograma, durante um ciclo cardíaco. O complexo QRS são as rápidas deflexões produzidas durante a despolarização dos ventrículos. A deflexão ascendente é a onda R. Qualquer deflexão descendente que preceda a onda R é chamada de onda Q, e qualquer deflexão descendente que se suceda à onda R é chamada de onda S. A sua duração normal (do início de Q ao fim de S) não pode passar de 0,09 s, e a sua amplitude é superior a 5 mm, porém não pode ultrapassar 20 mm, em condições normais. A amplitude da onda QRS, sua presença ou ausência é em função da direção do eixo elétrico e da rotação do coração . O intervalo PR ou PQ vai do início de P ao início de R ou de Q. É uma linha horizontal, cuja duração normal varia de 0,12 a 0,18 ou 0,20 s. No Coração humano, a repolarização ventricular ocorre na mesma seqüência que a despolarização. A onda T do eletrocardiograma representa a repolarização ventricular, e é normalmente ascendente naquelas derivações em que o complexo QRS é predominantemente ascendente. A amplitude da onda T tem um mínimo de 0,5 mm e um máximo de 5 mm. É assimétrica (ramo inicial mais longo) e tem duração média de 0,20 s. Quando se completa a despolarização ventricular, cessa toda atividade elétrica dentro do coração, e, durante esse período, o eletrocardiograma mostra uma linha reta chamada segmento ST. O segmento ST começa ao término da onda S e se continua até o início da onda T. Habitualmente, o segmento ST não está mais do que 0,5 mm acima ou abaixo da linha isoelétrica, em qualquer derivação. A pequena deflexão que, às vezes, se segue à onda T é chamada de onda U e tem, habitualmente, pouca significação clínica. O ponto em que a onda S torna a encontrar a linha isoelétrica, linha de repouso, é chamado de ponto J. Na ausência de S,o ponto J está colocado onde termina a onda R. REGISTRO DO ELETROCARDIOGRAMA Na prática clínica, o eletrocardiograma é registrado doze vezes em cada paciente, usando-se doze posições diferentes dos eletrodos. A atividade elétrica do coração é sempre a mesma, mas como ela é captada de diferentes ângulos na superfície corporal, as deflexões registradas diferem em aparência nas diversas derivações. DERIVAÇÕES ELETROCARDIOGRAFICAS Este é o nome que se dá a cada etapa do registro da atividade cardíaca através de uma região diferente. Como já dissemos elas são 12 e iremos apresentar a seguir. • Membros – periféricas • Precordiais DI, DII, DIII, aVR, aVL, aVF V1, V2, V3, V4, V5, V6 São derivações bipolares aquelas que medem a diferença de potencial entre dois pontos da superfície corporal. São chamadas bipolares, porque os dois eletrodos são, ambos, exploradores, aplicados sobre regiões nas quais terminam as correntes elétricas emanadas do coração. Derivação padrão I ou simplesmente D1: um eletrodo no punho direito (pólo negativo), e outro no punho esquerdo (pólo positivo). Derivação padrão II ou simplesmente D2: um eletrodo no punho direito (pólo negativo), e outro no tornozelo esquerdo (pólo positivo). Derivação padrão III ou simplesmente D3: um eletrodo no punho esquerdo (pólo negativo), e outro no tornozelo esquerdo (pólo positivo). A fim de se obter um registro mais estável, se coloca um eletrodo também no tornozelo direito que ás vezes é chamado de “terra”. As derivações são chamadas de unipolares, quando o potencial cambiante na superfície corporal é medido com um só eletrodo, mantendo-se o outro terminal eletrocardiográfico no potencial baixo do aparelho (próximo de zero). São registradas, habitualmente, nove derivações unipolares que são designadas, na prática corrente, de derivações V. As derivações unipolares dos membros medem a diferença de potencial de um dos membros (braço direito, braço esquerdo e tornozelo esquerdo) e um ponto (próximo de zero) localizado no aparelho. Essas derivações são: aVR – um eletrodo no braço direito, e o outro no potencial zero do aparelho. aVL- um eletrodo no braço esquerdo, e o outro no potencial zero do aparelho. aVF- um eletrodo no tornozelo esquerdo, e o outro no potencial zero do aparelho As letras R, L e F se originam, respectivamente, das palavras inglesas: Right( direita), Left (esquerda) e Foot(pe). A letra a que precede as derivações unipolares dos membros significa que se levou a efeito uma amplificação adicional nessas derivações, e é a abreviatura da palavra aumentado. Quando o eletrodo explorador da superfície corporal é colocado em algum ponto da região torácica, as derivações unipolares são chamadas de precordiais, habitualmente em número de seis, e designadas pela letra V, que varia de V1 a V6, conforme a posição do eletrodo na superfície do tórax. Precordiais O eletrodo explorador ou aquele que é usado para captar as derivações pré-cordiais está situado: Para V1: no 4º espaço intercostal, na borda direita do esterno. Para V2: no 4º espaço intercostal, na borda esquerda do esterno. Para V4: no 5o espaço intercostal esquerdo, sobre uma linha vertical que desce do meio da clavícula. Para V3: a meia distância entre V2 e V4. Para V5: na interseção da linha horizontal, que parte de V4, com a linha axilar anterior. Para V6: na interseção da linha horizontal, que parte de V4, com a linha axilar média. RESUMINDO: As doze derivações habituais são, portanto, as seguintes: 3 derivações clássicas ou padrão (D1, D2 e D3). 3 derivações unipolares dos membros (aVR, aVL e aVF). 6 derivações unipolares precordiais (V1,V2,V3,V4,V5 e V6) CONHECENHENDO O PAPEL ELETROCARDIOGRÁFICO Os eventos elétricos do coração podem ser registrados em papel milimetrado, que podem ser útil na mensuração de eventos do ciclo cardíaco, como: FC, tempo de despolarização ventricular, tempo entre o início da despolarização atrial e o início da despolarização ventricular e a amplitude que revela a força elétrica da onda. A amplitude ou voltagem é medida horizontalmente e a duração (tempo) verticalmente. Cada milímetro do papel equivale 0,04 s em duração (tempo) e 0,1 em voltagem ou amplitude. Dito de outra forma podemos dizer que registra-se o eletrocardiograma em papel que corre à velocidade de 2,5 cm por segundo, representando cada milímetro, no papel, 0,04 s; as linhas mais grossas marcadas a cada 0,5 cm no papel delimitam um espaço que equivale a 0,20 s) A sensibilidade da máquina é ajustada de tal forma que 1 mV de diferença de potencial entre os eletrodos exploradores produza deflexão vertical de 1 cm no papel. Determina-se a freqüência cardíaca pela contagem do número de complexos QRS em 3 segundos (15 quadrados grandes) e multiplicando por 20. Como regra ainda mais prática e mais rápida, basta dividir 300 pelo número de quadrados grandes entre duas ondas R consecutivas . Para calcular a amplitude dos acidentes, ela é medida em milímetros. O cálculo da amplitude e duração de cada acidente torna-se particularmente fácil se o papel for graduado em linhas horizontais e verticais , distanciadas convencionalmente de 1 milímetro. A altura mede a amplitude, e a largura mede a duração ou o intervalo do acidente. Lembrar-se sempre que a largura de 1 mm de cada quadradinho pequeno equivale a 0,04 s, e que a largura do quadradinho maior ( 0,5 cm) equivale a 0,20 s. FREQUÊNCIA • 300 divididos pelo número de quadrados grandes entre duas ondas R ANÁLISE SIMPLES DO ECG REQUÊNCIA CARDÍACA ITMO SINUSAL NDA P NTERVALO PR ESPOLARIZACAO VENTRICULAR - QRS RITMO SINUSAL • • • • • A FREQUÊNCIA CARDÍACA ESTÁ EM TORNO DE 70 bpm? Abaixo de 60 bradicardia, acima de 100 taquicardia AS ONDAS R OCORREM EM INTERVALOS REGULARES? Então o ritmo é regular. PARA CADA ONDA P EXISTE UM COMPLEXO QRS? Significa que o impulso originou-se no nódulo sinoatrial O INTERVALO PR MEDE 0,10 a 0,20 seg? Significa que a condução do impulso desde o nódulo sinoatrial até os ventrículos não foi perturbada. O COMPLEXO QRS TEM UMA DURACAO DE 0,10 seg? O que indica que não há qualquer defeito na condução através dos feixes de ramo ou das fibras de Purkinje. Distúrbios da formação do impulso ARRITMIAS DO NÓ SINUSAL TAQUICARDIA SINUSAL 1. Características: • Frequência 100-150 bts/min • Ritmo regular • Onda p normais • Intervalo PR normal • QRS- normal 2. Etiologia: (SNC simpático) Febre, ansiedade, atividade física, secundária IC, IVE 3. Tratamento : causa 4. Enfermagem: Hemodinâmica BRADICARDIA SINUSAL 1. Características: • Frequência 40-60 bts/min • Ritmo regular • Onda p normais • Intervalo PR normal • QRS- normal 2. Etiologia: (SNC parassimpático) Isquemia miocárdica, dor, medicamentos 3. Tratamento : Sinais e sintomas de baixo débito(síncope, angina), presença extrasístoles ventriculares, FC < 50 bpm. Uso atropina, marcapasso , Suspender drogas ARRITMIAS ATRIAIS EXTRASSÍSTOLES ATRIAIS 1. Características: • Frequência geralmente normal • Ritmo após cada ESA ocorre uma pausa/ discreta irregularidade • Onda p • Intervalo PR normal • QRS- normal deformadas ou invertidas 2. Etiologia: O foco ectópico atrial dispara primeiro que o NSA 3. Tratamento : Se as ESA são raras e sem aumento da freqüência, nada a fazer. FLUTTER ATRIAL O NSA é substituído por uma foco extremamente irritável que estimula oátrio 250-450 x/min. O NAV não é capaz de conduzir todos esses impulsos,mas permite que cada 2°, 3° ou 4° estímulo alcance os ventrículos 1. Características: • Frequência 60-150 • Ritmo regular • Onda P iguais, dentes serra, F • Intervalo PR não há, o PR insignificante • QRS normal 2:1,3:1,4:1 2. Tratamento : Cardioversão FIBRILAÇÃO ATRIAL 1. Características: • Frequência 40-160 • Ritmo irregular • Onda P ausentes, pequenas, irregulares, rápidas oscilações • intervalo PR não há • QRS normais, mas irregulares 2. Tratamento : Farmacologicamente, eletricamente. Depende da freqüência ventricular, duração da arritmia, presença insuf. Circulatória. • Perda 20 % débito • Formação coágulos área não contrátil • Risco Freq Ventricular alta ARRITMIAS VENTRICULARES EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES Um foco ectópico estimula diretamente o ventrículo. Etiologia isquemia e distúrbio eletrolítico 1. Características: • Frequência qualquer frequencia • Ritmo • onda P • Intervalo PR não há no batimento ectópico • QRS alargado e deformado 2. Tratamento : irregular, com pausa ausente no foco ectópico, estimulo inicia-se no ventriculo Farmacologicamente TAQUICARDIA VENTRICULARES Quatro ou mais extrassístoles consecutivas 1. Características: • Frequência 140-220 • Ritmo • Ondas P • Intervalo PR não existe • QRS alargado, bizarro, várias ESV 2. Tratamento : o ventricular é regular raramente aparecem Farmacologicamente FIBRILAÇÃO VENTRICULAR LEMBRETES: As braçadeiras , como são chamadas as cintas com uma placa para a colocação em cada membro na realização do ECG, devem ser colocadas de tal forma que não apertem o pulso ou tornozelo do paciente, que sua placa metálica esteja limpa e que se coloque distante de superfícies ósseas por estas não serem boas condutoras. A pele do paciente na área das braçadeira deve ser sempre limpa e desengordurada. Ao analizar um traçado de eletrocardiograma é imprecindível as observações de cinco pontos básicos: Rítmo (regularidade): Esta observação é feita medindo-se o intervalo entre duas ondas iguais.Usualmente usa-se a onda R (R-R) pela morfologia da onda ser de fácil visualização.O rítmo regular possui espaços iguais entre ondas iguais . Freqüência cardíaca :É essencial para o diagnóstico de taquiarritmias e bradiarritmias.O método para mensuração é dependente da presença da regularidade ou não do traçado.Na presença de rítmos regulares o ideal é usar o método de contar o número de quadrados pequenos entre duas onda iguais(R-R para freqüência ventricular e P-P para freqüência atrial,que são iguais no rítmo fisiológico) e dividir o número 1500 (é uma constante que representa o número de quadradinhos em minuto de traçado),pelo número de quadradinhos obtidos. Um cuidado básico na presença de qualquer arritmia é a observação da qualidade do pulso de grandes artérias, por fazer referência ao padrão de débito cardíaco. Um paciente em uso de oxímetro de pulso e monitorização cardíaca, deverá ter como padrão da sua freqüência de pulso , a freqüência cardíaca pelo monitor ,e não pelo oximetro, pois estímulos elétricos podem não se efetivarem em resposta mecânica (contração) desta forma não gerando pulso. As taquiarritmias elevam o trabalho e o consumo de oxigênio pelo o miocardio, desta forma uma oferta de oxigênio extra, será sempre benéfico. \Estimulação elétrica pelo marcapasso