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CRUZADAS - 2.DOC
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O Movimento das Cruzadas (1095 e 1270)
O movimento das cruzadas tinham como objetivos derrotar os
mulçumanos que ameaçavam Constantinopola; salvar o Império do Oriente;
unir de novo a cristandade; reconquistar a Terra Santa; e após todas estas
realizações ganhar o céu. As cruzadas realizaram em parte os seus sonhos,
contudo, por diversas razões eles não se consolidaram definitivamente. Os
mulçumanos foram derrotados na primeira cruzada e mais tarde se uniram
e expulsaram os cruzados. Constantinópola pode respirar aliviada, e a
sombra do seu Império, manteve a sua existência até o século XV, mas a
longo prazo caíram sob o domínio dos turcos otomanos. As igrejas latinas e
gregas se uniram por pouco tempo em face da aplicação da força por
ocasião da quarta cruzada. Contudo, em face desta união forçada se
acentuou o ódio dos gregos pelos latinos. A Terra Santa por sua vez esteve
em poder dos cristãos por mais ou menos um século, e depois caiu
novamente em poder dos mulçumanos.
A partir do século IV as peregrinações a Terra Santa ficaram cada
vez mais populares. Havia também o hábito dos cristãos visitarem os
túmulos dos mártires no aniversário de sua morte. Com o advento do
Império cristão, era possível fazer peregrinações mais longas, até a Terra
Santa ou Roma, onde descansavam os restos mortais de São Pedro e São
Paulo. Helena, mãe do Imperador Constantino esteve visitando Jerusalém
e creu que havia descoberto os restos da cruz em que Jesus foi crucificado.
A partir daí a sua pretensa descoberta e as basílicas que ela e vários
imperadores mandaram construir, aumentaram a fascinação dos cristãos
pela Terra Santa.
As peregrinações a Jerusalém cresceram muito e passaram a ser
aplicadas como uma forma de penitência adequada para certos pecados.
Isto foi visto em documentos do século VII entre as penitências que eram
aplicadas a um pecador. Entre todos os lugares de peregrinação a Terra
Santa era o mais buscado pelos cristãos em face de sua importância
histórica.
Quando os árabes tomaram os lugares sagrados do cristianismo,
muitos cristãos passaram a acreditar que as peregrinações à Terra Santa
seriam dificultadas, contudo até certo ponto os árabes foram considerados
benevolentes para com os peregrinos cristãos, que continuaram visitando
Jerusalém e os lugares santos.
Os peregrinos encontravam muitas dificuldades para chegar até
Jerusalém. Nos mares havia insegurança em face da pirataria, deste modo
a rota mais comum dos peregrinos do Ocidente os levava até
Constantinopola e daí por terra, através de Anatólia e da Síria, chegavam a
Terra Santa. A reforma do século XI deu grande importância as
peregrinações, que nesta época ficaram muito mais fáceis e comuns porque
a pirataria tinha sido quase que totalmente extinta do Mediterrâneo. Algum
tempo depois estas viagens passaram a ser confusas e perigosas. Cada
cidade por onde passavam parecia ter o seu próprio governo. Haviam fortes
bandos de ladrões por toda à parte. Diante destes fatos muitos dos
peregrinos tinham dificuldades de voltar para as suas origens, passando a
pensar na Terra Santa como o lugar da última peregrinação. Muitos
esperavam morrer em Jerusalém ou a caminho. Os que conseguiam
regressar se sentiam decepcionados, achando que melhor seria terem
morrido em sua peregrinação penitente. Muitos achavam que a morte em
peregrinação à terra Santa veio a ser a suprema eleição divina, como a
morte nas mãos do Império o tinha sido para os mártires de antigamente.
Muitas das raízes das cruzadas foram encontradas nos grupos
que se armavam para irem a peregrinação, se constituindo em verdadeiros
pequenos exércitos, para se defenderem dos bandos de ladrões.
Outra forte razão para a conclamação das cruzadas foi que os
cristãos já não tinham a crença básica de que não podia ser um soldado,
como ocorreu entre os soldados cristãos no Império Romano. As referências
mais fortes foram a de que Constantino havia lutado com a ajuda de Deus,
bem como os textos do Antigo Testamento, onde o povo de Deus guerreava
contra os seus inimigos. Além dos envolvimentos de muitos papas em
conflitos, como foi o caso do papa Leão IX que deu o exemplo, ao marchar
à frente das tropas com que esperava derrotar os normandos. Na Espanha
os cristãos lutaram para expulsar os mouros. Nestas embaixadas os cristãos
contavam sempre com o apoio da igreja e com a benção do papa.
Dentro deste contexto histórico surgiu a primeira cruzada em meio
a um tempo de fome e pestes que assolavam a Europa. O papa Urbano teve
no Concílio de Clemont, na França, e conclamou o povo para a primeira
grande cruzada. O papa ressaltou em seu discurso os horrores pelos quais
passavam os peregrinos e a profanação dos lugares sagrados, e a
imperiosa necessidade de acudir-se os irmãos gregos. O povo o aclamou
dando prova de sua aprovação. Urbano ofereceu indulgências plena a todos
que morressem no empreendimento. Todos os pecados seriam perdoados
e o pecador iria diretamente para o paraíso. Quando o papa terminou o seu
discurso o povo começou a gritar: “Deus o quer! Deus o quer! Deus o quer!
Deus o quer!”. A partir daí o que se viu foi uma euforia total. Dentre os
cristãos surgiram todo o tipo de profecias e visões. “Jerusalém, descia do
céu e estava apensa no Oriente”, esta é uma dentre muitas outras. Na
primeira cruzada houve muitas dificuldades principalmente de alimentos,
motivo pelo qual os cruzados iam saqueando as cidades por onde
passavam. Nesta empreitada desastrada eles chegaram a lutar com outros
cristãos por onde passavam. Outros grupos de cruzados se dedicaram a
matar judeus, já que iam para terras distantes lutar contra os infiéis, então
porque não começar logo pelos judeus, e assim foi.
Na primeira cruzada conquistaram a Terra Santa, o principado de
Antioquia, e os condados de Trípoli e Edessa, ficando estes praticamente
independentes do rei de Jerusalém. Nas cidades mais importantes surgiram
centros comerciais italianos. O país ficou dividido em quatro arcebispados,
sob um patriarca do rito latino, com sede em Jerusalém. E se estabeleceram
numerosos mosteiros.
Na Segunda Cruzada não houve aquele calor ardente nem o
empenho da primeira, como conseqüência suas forças pereceram na Ásia
Menor e as que alcançaram a Palestina sofreram grave derrota em 1148,
quando intentavam tomar Damasco. Foi um desastre total deixando
profundo ressentimento no Ocidente contra o Império do Oriente em face do
insucesso.
Na Terceira Cruzada três grandes exércitos foram chefiados pelo
Imperador Frederico Barba Ruiva, considerado o maior soldado da época.
Pelo Rei Filipe Augusto, da França, e pelo Rei Ricardo Coração de Leão, da
Inglaterra. Frederico morreu afogado acidentalmente na Cilícia e seu
exército, sem a sua vigorosa direção tornou-se ineficaz. As questões entre
o Reino da França e da Inglaterra se encarregaram de esvaziar a expedição
que se tornou um fracasso. Mesmo assim Acre foi recuperada e Jerusalém
caiu na posse dos maometanos.
A Quarta Cruzada teve grandes conseqüências políticas e
religiosas. Em vez de se dirigirem para a Terra Santa que era o ponto crucial
do conflito entre cristãos e mulçumanos, resolveu se deslocar na direção de
Constantinopola. O papa Inocêncio III não gostou desta idéia e proibiu este
desvio do propósito inicial, que tinha como meta derrubar o Imperador Aleixo
III. Tudo isto por causa da promessa de Aleixo, filho do deposto Isaque II,
que prometeu aos cruzados bom pagamento pelo auxílio para que
assumisse o Império. O imperador foi derrubado, mas Aleixo não conseguiu
cumprir suas promessas, motivo pelo qual os cruzados tomaram
Constantinopola em 1204 e saquearam seus tesouros. As relíquias das
igrejas foram as mais visadas. O Império Oriental foi dividido. Balduíno de
Flandres foi feito imperador e um patriarca latino foi nomeado papa. Esta
conquista latina tornou-se um desastre porque enfraqueceu o Império
Oriental e agravou o ódio entre a cristandade grega e latina.
Em 1212 foi feita uma expedição de crianças que ficou conhecida
como a “Cruzada das Crianças”, sob o comando de um pastor francês
chamado Estêvão e um alemão de Colônia, chamado Nicolau, que reuniu
milhares de crianças. Quando atravessavam a Itália grande número delas
foi vendido como escravos para o Egito.
Em seguida organizaram a Quinta Cruzada contra o Egito que no
início alcançou êxito, mas terminou em fracasso.
A Sexta Cruzada teve como líder o Imperador Frederico II que
partiu em 1227, adoeceu e retornou. Ao chegar o Papa Gregório IX o
considerou desertor e, tendo outros motivos para hostilizá-lo, o
excomungou. Em 1228 partiu novamente e no ano seguinte, assinou um
tratado feito com o sultão do Egito, obteve a posse de Jerusalém, Belém,
Nazaré e um ponto da costa. Jerusalém ficou em poder dos cristãos
novamente. Mas, em 1244 foi definitivamente perdida mais uma vez.
Quando o espírito das Cruzadas estava morrendo o Rei Francês Luís IX,
levou uma expedição desastrosa contra o Egito. Foi preso e num ataque em
Túnis em 1270 foi morto.
A última tentativa partiu do Príncipe Eduardo da Inglaterra. A
última possessão latina na Palestina foi perdida em 1291. Haviam terminado
as Cruzadas.
Considerando pelos objetivos as cruzadas foram um fracasso.
Não conquistaram de modo permanente a Terra Santa. Não se tem certeza
de ter evitado o avanço do Islamismo. O seu custo foi muito caro em vidas
e em bens. Acredita-se que as cruzadas motivaram o crescimento da
Europa, principalmente no comércio das cidades ao Norte da Itália e a
grande rota comercial dos Alpes e do Reno cresceram de importância. A
rica civilização do Oriente contribuiu para o enriquecimento da cultura
européia. Por toda a Europa houve melhora do desenvolvimento intelectual.
O desenvolvimento teológico através do escolaticismo se desenvolveu. A
Igreja presenciou muitos movimentos religiosos populares. As universidades
se desenvolveram. Grande desenvolvimento na literatura vernácula e
artística. A Europa no período das Cruzadas despertou-se e iluminou-se se
comparada com séculos anteriores.
Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia
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