16 – Governo

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16 - Governo
30.11.2004
Leo Rabelo
Essa é a semana 16, e o tema da verdade básica é o Governo.
Vamos ler no profeta Isaías, cap 9 6 Porque um menino nos
nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e
o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz; 7 para que se aumente o seu governo,
e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para
o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e
para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.
Esse assunto de governo, ele está bastante relacionado com a questão
da autoridade e da soberania de Deus, que nós começamos a tratar na
verdade básica da semana anterior.
Deus é soberano e governa sobre tudo e sobre todo o universo. Essa
é a expressão do seu reino e por causa das criaturas livres e da rebelião,
Deus manifestou a sua graça para que esses rebeldes possam voltar e se
submeter ao seu governo. O estabelecimento e a vinda do reino, são
sempre acompanhados da disciplina sobre o sistema da graça, que nós
falamos rapidamente na semana passada e juízo sobre sistema de governo.
Nós temos vários exemplos tanto no Antigo Testamento quanto no Novo,
como nós falamos na semana passada,
no estudo sobre Autoridade,
dessas disciplinas, desses juízos de Deus.
A questão de governantes e magistrados, vamos ler alguns versos na
Bíblia, vou ler daqui, vou só citar.
1ª carta de Pedro, cap 2 13 ¶
Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer
seja ao rei, como soberano, 14 quer às autoridades, como enviadas
por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que
praticam o bem.
17 Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o
rei.
Tito cap 3 1 ¶ Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às
autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra,
Romanos cap 13 1 ¶ Todo homem esteja sujeito às autoridades
superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas.
7 ¶ Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a
quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra,
honra.
1ª Timóteo cap 2 1 ¶ Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática
de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de
todos os homens, 2 em favor dos reis e de todos os que se acham
investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa,
com toda piedade e respeito.
Essa questão do governo, a nível dos homens, ela começa na
dispensação que nós já estudamos de Noé, quando Deus incumbiu ao
homem de representá-lo aqui nessa terra, de exercer juízo em nome Dele.
Depois, na nação de Israel, você vê ao longo do Antigo Testamento,
quando eles começaram, a família de Jacó, as tribos que desceram até o
Egito, você vê menção de chefes de famílias, clãs, e de tribos, até que
Deus envia Moisés, como representante Dele para tirar o povo do Egito, e
investe Moisés da sua autoridade, e a ele, Moisés, cabe a função de
organizar aquelas tribos numa teocracia que fossem governados por Deus.
Esse era o propósito de Deus para com a nação de Israel, uma nação de
reino e sacerdotes, governados diretamente por Deus.
E aí você vê depois
que eles entraram na terra, no livro de Juízes, um livro terrível porque
naquela época cada um fazia o que bem queria, porque não havia rei em
Israel.
Depois disso você vê o período dos reis e a questão do Saul que foi
rejeitado, porque resolveu fazer do jeito dele, sem estar submisso ao
governo de Deus e à vontade de Deus, e temos exemplos lá, e por fim
Davi, um homem segundo o coração de Deus, com o qual Deus fez aliança
do reino dizendo que não lhe faltaria um descendente sobre o trono de
Israel. Você vê então a menção de governo no Antigo Testamento e não
vamos entrar em muitos detalhes. Eu queria me concentrar no governo
hoje.
Depois, no Novo Testamento, a situação já era diferente, o povo já havia
sido levado ao cativeiro e voltado, então você vê o domínio de Roma, os
estados republicanos, e governados por representantes de Roma, como lá
na Judéia, que também estava sujeita ao Sinédrio, e os príncipes
herodianos, na região da Galiléia no norte de Israel. Você vê a menção a
governo durante a vida do Senhor. Quando o Senhor nasceu e os magos
foram visitá-lo, em Jerusalém, o Herodes considerou aquilo como uma
ameaça ao seu reino.
No Evangelho de Mateus, no cap 2 no verso 16 ¶ Vendo-se iludido
pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar
todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois
anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se
informara dos magos.
Depois você vê a questão da tentação quando em Mateus 4 verso 9
e lhe
disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
O diabo mostrou a Ele, todos os reinos do mundo, e falou que tudo lhe
daria se prostrado o adorasse. Depois o próprio povo, depois de ver as
multiplicações dos pães, que o Senhor fez no Evangelho de João, quis
fazer de Jesus Rei.
E os próprios discípulos procurando saber que era o
maior e qual deles se assentaria à direita e à esquerda do Senhor.
E a
própria acusação do Senhor.
Quando você vê o ensino do Senhor sobre essa questão, quando Jesus
respondeu a Pilatos, ele disse que o reino deles em João
18 36
Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino
fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim,
para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino
não é daqui. Aqui você vê que o que Ele disse para Pilatos que poder
nenhum ele teria sobre Ele se de cima não lhe fosse dado. E você vê
como que a questão do reino e do governo, eram colocados de maneira
diferente.
No Evangelho de Lucas, cap 20, no verso 25 Dai, pois, a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus. Então você vê que o Senhor fez
uma distinção muito clara entre as autoridades neste mundo, que mesmo
estabelecidos debaixo da autoridade de Deus, e a sua própria autoridade
no seu reino, o governo de Deus. E exatamente isso é que nos temos que
ver dentro da igreja.
E nós vamos tratar mais especificamente do
governo da igreja.
O Governo da igreja.
Quando você olha o governo da igreja que talvez seja a questão que nós
devamos olhar com mais detalhe hoje, nessa lição de Governo, em
relação às autoridades é muito claro. Nós devemos reconhecer que toda
autoridade vem de
Deus.
Como deveria ser o governo da igreja?
Quando você estuda o Novo Testamento especificamente essas cartas lidas
nessa semana, não existem regras muito detalhadas sobre como que deve
ser esse governo. De qualquer forma você vê sempre um corpo de líderes,
sempre um governo plural, nunca um governo de um único homem. Isso
é muito claro nas escrituras, e até nós chegarmos nisso, você vê primeiro
Jesus que separou aqueles doze apóstolos, por exemplo no Evangelho de
Marcos cap 3 14 Então, designou doze para estarem com ele e
para os enviar a pregar.
Então esses foram os primeiros separados.
No Evangelho de Mateus, cap 10, verso 1 ¶ Tendo chamado os seus doze
discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para
os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades.
No Evangelho de Lucas, cap 24, verso 49 Eis que envio sobre vós a
promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto
sejais revestidos de poder.
No final do Evangelho de Mateus, cap 28, Jesus disse para eles:
18
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me
foi dada no céu e na terra. 19 Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século.
Esses foram os primeiros doze que foram separados e você vê menção aos
governos quando Jesus disse para eles no Evangelho de Mateus, cap 19
verso 28 Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os
que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se
assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze
tronos para julgar as doze tribos de Israel. Foi a palavra que o Senhor
deixou para eles.
Evangelho de Lucas cap 22, 29 Assim como meu Pai me confiou um
reino, eu vo-lo confio.
Mateus 18, verso 18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na
terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra
terá sido desligado nos céus. 19 Em verdade também vos digo que,
se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de
qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por
meu Pai, que está nos céus.
Tudo quanto desligardes:
quem?
Então você vê que essa foi uma
ordenação do Senhor
para todo o corpo de discípulos, aqueles doze
discípulos. Todos esses versos que eu li, se referiam a eles, aquele corpo
de discípulos que o Senhor chamou.
Depois no Ev. de Mateus, no cap 16, você vê como Ele disse para
Pedro, de uma maneira representativa, no verso 19 Dar-te-ei as chaves
do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e
o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.
E é claro que Pedro foi o que realmente abriu a porta dos céus, pregou o
Evangelho em Pentecostes, depois na casa de Cornélio, mas no cap 18,
você vê essa ordenação, essa autoridade, esse ligar e desligar que Pedro
recebeu, sendo estendida para dois ou três que concordassem na terra.
Tudo o que vocês desligarem na terra, será desligado e tudo o que ligarem
será ligado. Depois você vê em Atos cap 8, verso 14 ¶ Ouvindo os
apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a
palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João.
Os apóstolos agora
eles enviaram dois supervisores – vamos dizer assim - para verificarem o
que estava acontecendo lá na Samaria.
E depois na 2ª cartas aos Coríntios, cap 11, verso 28 Além das coisas
exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação
com todas as igrejas.
Agora, não havia apenas aqueles apóstolos, a
igreja em Jerusalém, em Samaria, dois supervisores foram até lá olhar, e
agora Paulo, foi separado lá da igreja em Antioquia, levado para pregar o
Evangelho em todos os lugares por onde passou, haviam agora muitas
igrejas. Você vê como que a coisa foi caminhando. Você vê então que
essa questão do governo na igreja ela tinha que ser considerada. Embora
você não tenha uma orientação detalhada sobre isso, você tem muita luz na
palavra de Deus em relação a tudo isso. Depois que Jesus partiu para o céu
em ascensão, e os apóstolos ficaram aqui, haviam onze apóstolos, porque
Judas que havia traído o Senhor, havia se suicidado. A primeira providência
deles foi escolher mais um, o Matias, para que junto com eles fossem
testemunhas. Sempre aquela realidade corporativa. Depois você vê menções
a outros apóstolos que nós não vamos ler os verso em
Romanos 16 7
Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e
companheiros de prisão, os quais são notáveis entre os apóstolos e
estavam em Cristo antes de mim.
1ª Coríntios cap 9 5 E também o de fazer-nos acompanhar de uma
mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do
Senhor, e Cefas? 6 Ou somente eu e Barnabé não temos direito de
deixar de trabalhar?
Gálatas 1 19 e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do
Senhor.
Menciona que outros apóstolos foram levantados como o próprio apóstolo
Paulo. Depois você vê que quando eles estavam na igreja em Jerusalém
ministrando Atos cap 6, começou a ter problema na distribuição diária e
algumas viúvas dentre os irmãos
helenistas, começaram a ser esquecidas
e eles nomearam aqueles homens cheios do Espírito Santo, para poderem
ajudar no trabalho de servirem as mesas enquanto os apóstolos iam
permanecer no ministério da palavra e nas orações. Então você vê que todas
essas coisas foram acontecendo e claramente foram direções do Espírito
Santo. Depois, você vê em Atos cap 11, verso 30, que é a primeira menção
na Bíblia no que se refere à igreja, embora haja menções anteriores no que
se refere a assembléia em Israel.
30 o que eles, com efeito, fizeram,
enviando-o aos (anciãos) presbíteros por intermédio de Barnabé e
de Saulo.
Essa é a primeira menção a esses irmãos, chamados anciãos. Depois no
cap 15, na primeira reunião da igreja, para discutirem um assunto
complicado, no verso 6 ¶ Então, se reuniram os apóstolos (aqueles que o
Senhor havia separado) e os (anciãos)presbíteros para examinar a
questão. Era o assunto da circuncisão dos gentios. Você vê que havia
então agora, anciãos, na igreja e o que esses anciãos faziam? Em Tiago
cap 5 verso
14
Está alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com
óleo, em nome do Senhor.
Na 1ª carta de Pedro, cap 5 1 ¶ Rogo, pois, aos presbíteros que há
entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos
de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada:
2
pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por
constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por
sórdida ganância, mas de boa vontade. 3 nem como dominadores
dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do
rebanho.
Pedro está se colocando como ancião, e é interessante como que Pedro
coloca: eu sou ancião com eles. Ou seja, sempre o corpo de anciãos.
Pedro era o apóstolo Pedro, mas ali ele era um ancião com os outros
anciãos. E aí você vê que eles pastoreavam, eles cuidavam do rebanho de
livre vontade sem interesse próprio.
Depois na 1ª carta a Timóteo cap 5 17 ¶ Devem ser considerados
merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem
bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.
Os anciãos que governam - representam uma posição de governo na igreja
e sempre plural sejam tidos
por dignos de duplicada honra
especialmente os que labutam na pregação e no ensino.
Além deles
exercerem a função de governo, alguns deles também pregam e também
ensinam. E aí diz que eles devem receber duplicada honra, se for o caso
também serem assistidos materialmente. Não atarás a boca ao boi quando
debulha. Digno é o trabalhador do seu salário. Eles também pregavam.
Lá em Atos 14, verso 23, quando Paulo estava voltando das suas viagens
missionárias, diz assim. 23 E, promovendo-lhes, em cada igreja, a
eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram
ao Senhor em quem haviam crido. Vejam que eram igrejas muito
novas. Você pensa que ancião era um irmão muito mais maduro que os
outros. Sim. Claro que ele era mais maduro do que os outros, mas não
necessariamente alguém que
já havia caminhado tantos anos com o
Senhor. Era um irmão, que depois de Paulo ter estabelecido aquela igreja,
quando ele voltou, o irmão que se destacou dentre os demais e que podia
exercer aquela função.
Na carta a Tito, no cap 1, no verso 5, diz assim. 5 ¶ Por esta causa, te
deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes,
bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te
prescrevi.
Em cada cidade, estabelecesses anciãos, como já te mandei.
Então veja. Como o governo da igreja é plural - vários anciãos como a
igreja está associada a uma cidade, a uma localidade, como nós lemos na
Bíblia,
em cada cidade, estabelecem anciãos.
Os anciãos são
estabelecidos na igreja daquela cidade. E aí então você que esses são
alguns versos que mostram algumas orientações da palavra de Deus, sobre
essa questão de governo na igreja.
E quais são os princípios gerais?
Toda autoridade se deriva de Cristo, e é exercida em seu nome e no seu
Espírito. Ela deve ter a humildade como padrão, como nós lemos na semana
passada, no Evangelho de Mateus, cap 20, 26 Não é assim entre vós;
pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o
que vos sirva; 27 e quem quiser ser o primeiro entre vós será
vosso servo; 28 tal como o Filho do Homem, que não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
Então, o trabalho do ancião é um serviço. O governo dele não é para ele
ser mais importante do que os irmãos.
E sempre se fala de um governo
conjunto, um governo plural e não hierárquico. Aqui em Mateus 18, no verso
19 Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a
terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura,
pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus.
Aqui, já lemos, fala sobre se dois de vós na terra concordarem - esse
governo plural - conjunto.
No cap 23, no verso 8 falando com os fariseus diz 8 Vós, porém, não
sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos
sois irmãos.
Havia sempre uma associação entre dirigir e ensinar, muitas vezes como
nós já repetimos, na 1ª carta aos Tessalonicenses, cap 5 12 Agora, vos
rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre
vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; 13 e que
os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do
trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros.
Esses são princípios gerais. Essa questão da eleição de anciãos em uma
cidade, que seria um aspecto mais complicado hoje, por causa da situação
das igrejas - o tempo falta pouco e então vou ler uma parte que saiu no
nosso Jornal, onde nós colocamos o seguinte:
“A igreja em uma dada localidade, em uma cidade, ela não depende de
locais de reunião, ou mesmo dos fatos dos filhos de Deus se reunirem juntos
no mesmo lugar, mas sim da unidade e do reconhecimento do governo local,
sobre toda ela, e da expressão da vida do Senhor, manifestadas pelo amor e
pela comunhão entre os irmãos, e pelo amor aos perdidos através da
proclamação do Evangelho.
A unidade da igreja em uma localidade
poderia e deveria ser mantida mesmo com muitos locais de reunião, todos
debaixo de um mesmo governo, e um mesmo testemunho, reconhecido e
aceito por todos os irmãos. Qualquer grupo de irmãos, que,
independentemente dos demais tomarem a iniciativa de estabelecer o
governo da igreja em uma localidade, onde existem muitos outros irmãos,
cria uma situação em que, ou se gera mais divisão, ou se força todos os
irmãos daquela localidade a se colocarem debaixo daquele governo de forma
a se manter o testemunho naquela localidade e não agir de forma
independente. Se vários grupos estabelecerem o governo,
volta-se à
situação inicial que tinha antes da igreja dividida, com as denominações,
instituições, agora sem essas denominações, porém o resultado é o mesmo,
principalmente quando esses governos estabelecidos atuam isoladamente
sem uma visão e uma atuação que envolva todos os outros irmãos, mas
apenas o testemunho levantado sobre aquele governo limitado. Nessa
situação, seja com aqueles rótulos de instituições, seja com os testemunhos
verdadeiros da unidade porém parciais e sem expressão e visão real e
prática da unidade, resta, no meio dessas ruínas que ficam, o caminho da
comunhão e do serviço. Quando a expressão local do governo da igreja não
pode ser estabelecida, e aceita por todos os irmãos, que é a situação de
uma cidade como a que nós vivemos, a obra do Senhor continua. A vida do
Senhor pode se expressar e o seu testemunho pode ser levantado sem
nenhuma ação independente aos diversos governos locais uma vez que os
mesmos exercem a sua atuação e estabelecem diretrizes em uma esfera
limitada. Não sendo possível estabelecer um governo
único em uma
localidade, ou não havendo um já estabelecido que exerça esse governo
sobre toda a localidade, o serviço, a comunhão e a proclamação do
evangelho, passam a estar sobre o governo direto do cabeça da igreja que
derrama os seus dons conforme lhe apraz, de forma que a obra da
edificação continue e que nada falte entre os seus filhos. Enquanto os
governos estabelecidos não conseguem se unir ou atuar sobre toda a
localidade, resta ainda caminhar para fora do arraial levando o opróbrio do
Senhor enquanto se aguarda que o governo direto do cabeça seja
reconhecido e que todos os outros governos renunciem à posição de governo
e assuma a posição de serviço, para que o novo governo possa ser
estabelecido, ou que o testemunho seja levantado fora do arraial. E aí
como se faz? Não havendo possibilidade de nomear anciãos sobre toda
uma localidade, então resta aquela questão do cabeça governar através da
concordância de dois ou três irmãos. E se dois ou três irmãos decidem, dois
outros, ou três não podem decidir diferente e aí tem que se levar a questão
para a Assembléia, só que essa questão seria um pouco extensa de nós
tratarmos aqui, e o nosso tempo já se foi. Mas é o que a Bíblia diz sobre
isso. Amém
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