CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: Estudos Ambientais Vegetação Ao conjunto dos vegetais (ou plantas) de uma dada paisagem chamamos vegetação. O porte e a distribuição dos vegetais, as espécies existentes e a quantidade de plantas presentes dependem de dois fatores fundamentais: o solo e o clima. O solo, como já sabemos, é a parte superficial da crosta terrestre, alterada pela ação do intemperismo e constituída de rochas sedimentares. Quanto à sua formação ou origem, os solos podem ser de três tipos: de eluvião, de aluvião e orgânico. O solo de eluvião é formado por sedimentos do próprio local onde se deu o intemperismo. É o caso de nossos solos de terra roxa ou massapê. O solo de aluvião é formado por sedimentos trazidos de outros locais através dos ventos das enxurradas ou dos rios. São os solos de várzea e o solo amarelo (loess) da China. Os solos orgânicos são ricos em matéria orgânica vegetal ou animal. São os solos das florestas e dos pomares. Quanto ao clima, os vegetais dependem da temperatura, da luminosidade, dos ventos e da umidade. Nos climas quentes, a vegetação é mais rica e variada, com muitas espécies. Nos climas frios, existem poucas espécies e a vegetação é mais aberta. A luminosidade é a energia fornecida pelo sol. Com ela, os vegetais realizam a fotossíntese, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. A influência dos ventos pode ser boa ou ruim para os vegetais. Ventos fortes impedem o crescimento de plantas fracas (mudas). A influência da água é tão grande que, pelo tipo de vegetal, podemos avaliar a umidade existente no local. A Vegetação resulta da inter-relação entre vários aspectos da paisagem natural, os aspectos climáticos são os que afetam diretamente a sua formação. A vegetação também pode influenciar o clima (áreas com ou sem cobertura vegetal) apresentará maior ou menor temperatura estando localizadas na mesma latitude. Classificações Vegetais As plantas podem ser classificadas da seguinte forma: Quanto a sua altura e espessura: • Formação arbórea ou florestada: no qual predominam as árvores de grande porte que integram a floresta. • Formação arbustiva: caracterizada por apresentar vegetais de médio porte, como as savanas africanas. CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: Estudos Ambientais • Formação herbáceas: na qual predominam os vegetais de pequeno porte, também conhecidos como vegetação rasteira, ou gramínea, típica das áreas campestres. Adaptação ao maior ou menor teor de unidade na atmosfera • Higrófilas; desenvolvem em áreas com elevado teor de umidade • Tropófilas: espécies adaptadas à alternância do teor de umidade durante o ano, ou seja, à existência de uma estação chuvosa e outra seca. • Xerófilas: adaptadas às condições mais críticas para a sua subsistência: o baixo teor de umidade. Quanto à dimensão e existência de folhas • Latifoliadas: característico das áreas úmidas, cujas folhas são muito largas, o que favorece o processo de evapotranspiração do vegetal. • Acicufoliadas: aquelas cujas folhas são muito finas e alongadas – em forma de agulha. Esse formato é uma maneira de a vegetação reduzir a perda de água por evapotranspiração; por isso, caracteriza as espécies de áreas pouco úmidas, ou mesmo secas. Ex: Pinheiro Existência ou não de folhas • Perenifólias: que se recobrem de folhas constantemente e são típicas de áreas muito úmidas o ano inteiro. Ex: Espécies da Floresta Amazônica. • Caducifólias: quando as espécies perdem todas as folhas no período mais seco do ano, a fim de reduzir seus índices de evapotranspiração • Semicaducifólias: um grupo intermediário entre a manutenção durante todo o ano e a perda total das folhas. Nesse grupo, as espécies perdem grande parte das folhas durante a estação mais seca, mas não a sua totalidade. • As Grandes Paisagens Vegetais do Globo • • • • • • • • • • Floresta Equatorial Floresta Tropical Floresta Temperada Floresta Boreal Vegetação Mediterrânea Savana Pradaria Estepe Desertos Tundra Paisagens Vegetais Brasileiras CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: Estudos Ambientais Formações Arbóreas: • • • • Floresta Amazônica Mata Atlântica Mata de Araucária Mata de Cocais Formação Litorânea • Vegetação de dunas e praias • Restingas • Manguezais Formações arbustivas e herbáceas: • Cerrado • Caatinga • Campos A Floresta Amazônica Também conhecida como Hiléia, essa imensa floresta latifoliada equatorial ocupa uma área total na América do Sul da ordem de 6,5 milhões de km². Na Floresta Amazônica, extremamente heterogênea e densa, predomina o clima equatorial úmido. Como a topografia da Amazônia apresenta-se em três níveis, a floresta também se divide em três estratos, que são: Mata de Igapó ou caa-igapó: - nível inferior da topografia (planície de inundação); - mata intrincada, com árvores baixas e um aspecto de impenetrabilidade; Mata de Várzea: - ocupa uma porção do relevo denominado de teso ou terraço fluvial; - inundação periódica; - espécies que alcançam 40m em solos permanentemente inundados; - formação interediária entre mata de igapó e as de terra firme; Mata de Terra Firme ou caa-etê: - porção mais elevada do relevo (baixos planaltos ou baixos platôs); - desenvolvimento exuberante das espécies vegetais; - árvores altas com copas que se entrelaçam impedindo a passagem da luz; A Mata Atlântica A Mata Atlântica assemelha-se bastante à Floresta Amazônica: é exuberante, heterogênea, intrincada, latifoliada e perenifólia. Característica de uma região cujas temperaturas são elevadas bem como o teor de umidade. - mata intensamente devastada; - original do litoral brasileiro com ocorrências do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul; A Mata de Araucária Constitui uma variação da floresta boreal do Hemisfério Norte. - floresta acicufoliada subtropical adaptada ao clima subtropical úmido; - vegetação relativamente homogênea; - espécie dominante é a Araucária angustifólia, ou pinhero-do-paraná; - formação aberta, pouco densa. CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: Estudos Ambientais A Mata de Cocais Transição entre a vegetação da Floresta Amazônica e a Caatinga. - localizada na transição dos climas: equatorial úmido a oeste e semi-árido a leste; - predominam as espécies de palmeiras (babaçu) e palmáceas (carnaúba); O Cerrado Também denominada de “Savana-do-Brasil”, já ocupou 25% do território brasileiro. - vegetação típica de áreas de clima tropical com duas estações bem marcada (verão chuvoso e inverno seco); - predomínio de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos, - casca grossa; - geralmente caducifólias e com raízes profundas; - existe a ocorrência de gramíneas e mesmo florestas denominadas cerradão. - solo ácido e pobre em nutrientes; A Caatinga Vegetação típica do nordeste brasileiro, à exceção do maranhão. Seu nome deriva do tupi caa, que significa “mata”, e tinga, “branca”, por causa de seu aspecto esbranquiçado. - vegetação típica do clima semi-árido; - apresenta folhas por cerca de 3 ou 4 meses, durante a estação das chuvas (caducifólias); - plantas adaptadas a um período longo sem a presença de umidade (xerófilas); - solo raso e pedregoso. Os Campos Os campos são formações herbáceas que geralmente aparecem em forma de manchas de pequena extensão, distribuídas descontinuamente pelo interior do país. - vegetação bastante diversificada; - predomínio de gramíneas denomina-se (campos limpos); - quando as gramíneas estão misturadas a pequenos arbustos, denomina-se (campos sujos); Entre as diversas áreas de formação campestre, merecem destaque: - Campos Meridionais: onde se destacam a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, e os Campos de Vacaria, no Mato Grosso do Sul. A pecuária é a atividade econômica mais comum nessa região. - Campos de Hiléia: as formações rasteiras encontradas em áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral do Amapá, a Ilha de Marajó e o Golfão Maranhense. - Campos de Altitude: formações herbáceas encontradas acima de 100m de altitude. Aparecem no Sudeste, na Serra da Mantiqueira e também na Amazônia, na região serrana do Planalto das Guianas (Campos de Roraima). Vegetação de dunas e praias Quanto à vegetação, se traçarmos um perfil da região entre marés em direção às dunas, encontraremos no início, apenas algas e fungos microscópicos, em seguida plantas com estolões e rizomas que podem formar touceiras e raramente algum arbusto. O estrato herbáceo ocorre CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: Estudos Ambientais somente nas dunas e o arbustivo varia entre 1 e 1,5 m de altura com diâmetro máximo de 3 cm. As epífitas ocorrem no estrato arbustivo, são elas: bromélias, fungos, líquens, musgos e orquídeas Restingas Entende-se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha. Estas comunidades, distribuídas em mosaico, ocorrem em áreas de grande diversidade ecológica sendo consideradas comunidades edáficas (solos arenosos) por dependerem mais da natureza do solo que do clima. Manguezais O manguezal é considerado um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Característico de regiões tropicais e subtropicais, está sujeito ao regime das marés, dominado por espécies vegetais típicas, às quais se associam a outros componentes vegetais e animais. O ecossistema manguezal está associado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou diretamente expostos à linha da costa. A cobertura vegetal, ao contrário do que acontece nas praias arenosas e nas dunas, instala-se em substratos de vasa de formação recente, de pequena declividade, sob a ação diária das marés de água salgada ou, pelo menos, salobra. Referências Bibliográficas VESENTINI, J.W. Geografia, Ed. Afiliada, São Paulo, 2007.