File - Profasoninha

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APROFUNDAMENTO: 30/04/2013
80% dos paulistanos avaliam o trânsito da cidade
como ruim ou péssimo.
O Ibope e a Rede Nossa São Paulo divulgaram
nesta segunda, 17, na Câmara Municipal de São Paulo,
uma pesquisa que apontou que 80% dos paulistanos
consideram o trânsito da capital paulista como ruim ou
péssimo. A pesquisa faz parte da programação da
Semana da Mobilidade. O levantamento ouviu 805
pessoas, de 16 anos ou mais residentes na cidade, entre
os dias 17 e 24 de agosto.
O coordenador geral da Rede Nossa São Paulo,
Oded Grajew, lembrou durante o evento de lançamento
da pesquisa que aproximadamente 50 mil pessoas
morrem anualmente, e outras 120 mil ficam com
sequelas, em decorrência de acidentes de trânsito no
Brasil. “Isto é muito mais que muitas doenças e algumas
guerras”, frisou.
A pesquisa ainda quantificou o tempo que o
paulistano perde no seu deslocamento diário, em média
duas horas e meia. A região onde os moradores se
sentem mais afetados pelo trânsito é a região sul, onde
82% dos moradores o consideram ruim ou péssimo. A
média de tempo gasto com o deslocamento na região sul
da capital sobe para 2h40.
O trânsito foi apontado como o quarto pior
problema de São Paulo, citado por 33% dos
entrevistados. Em primeiro ficou a saúde (69%), seguida
pela segurança pública (45%), e educação (43%).
Um dado que chama atenção na pesquisa é o
percentual de pessoas que hoje utilizam o carro como
meio de transporte, mas que deixariam de utilizá-lo caso
houvesse uma boa alternativa de transporte na cidade.
65% dos entrevistaram afirmaram que abandonariam o
automóvel.
Além da pesquisa, também foi apresentado um
balanço sobre o cumprimento das metas relacionadas a
mobilidade urbana presentes na Agenda 2012,
documento que define metas a serem cumpridas este ano
pelo poder público municipal. Das 16 metas elencadas,
apenas 2 foram entregues pela gestão do Prefeito
Gilberto Kassab. “Estamos com um grau de execução
das metas relacionadas à mobilidade abaixo da crítica”,
afirmou o coordenador da Secretaria Executiva da Rede
Nossa São Paulo, Maurício Broinizi.
Para diminuir o problema do trânsito, os
paulistanos apontam como prioridades de investimentos
a construção e ampliação de linhas de metrô e de trem
(60%) e de corredores de ônibus (41% das respostas
mencionadas). A administração Gilberto Kassab não
cumpriu a meta de investimentos no Metrô (R$ 1
bilhão), e também não construiu os 66km de novos
corredores de ônibus prometidos. www.spresso.com.br
Texto 2:
O trânsito se tornou uma das maiores dores de
cabeça para a população. O acúmulo de veículos nas
ruas causa prejuízos, estresse, acidentes e poluição, e
tende a piorar nos próximos anos, caso não sejam
adotadas políticas mais eficientes.
O problema agravou-se nas últimas décadas
graças à concentração de pessoas nas cidades, à falta de
planejamento urbano, aos incentivos à indústria
automotora e ao maior poder de consumo das famílias.
Isso tudo provocou o que os especialistas chamam de
crise de mobilidade urbana, que acontece quando o
Estado não consegue oferecer condições para que as
pessoas se desloquem nas cidades.
Segundo o relatório “Estado das Cidades da
América Latina e Caribe”, 80% da população latinoamericana vive em centros urbanos e 14% (cerca de 65
milhões) habita metrópoles como São Paulo e Cidade do
México. Ocorre que esse aumento contínuo da
população urbana não foi acompanhado de políticas de
urbanização e infraestrutura que resolvessem questões
como moradia e transporte.
A má qualidade do transporte público e o
incentivo ao consumo faz a população optar pelo
transporte individual. De acordo com o Observatório das
Metrópoles, a frota de veículos nas metrópoles
brasileiras dobrou nos últimos dez anos, com um
crescimento médio de 77%. Os dados revelam que o
número de automóveis e motocicletas nas 12 principais
capitais do país aumentou de 11,5 milhões para 20,5
milhões, entre 2001 e 2011. Esses números
correspondem a 44% da frota nacional.
São Paulo é a cidade que mais recebeu veículos
nas ruas: 3,4 milhões, no período analisado. Enquanto a
população da capital paulista cresceu 7,9% na primeira
década deste século, o número de carros aumentou
68,2%.
Para especialistas, três fatores contribuíram para
o crescimento da frota de veículos no país: o aumento da
renda da população, as reduções fiscais do Governo
Federal para as montadoras e as facilidades de crédito
para a compra de carros.
Como resultado, na maior cidade do país, o
paulistano leva mais tempo indo do trabalho para casa
do que numa viagem para outra cidade. Segundo uma
pesquisa realizada pelo Ibope, 77% dos paulistanos
classifica o trânsito como "ruim" (55%) ou "péssimo"
(22%). A pesquisa aponta ainda que o tempo médio
gasto para os deslocamentos diários é de 2 horas e 49
minutos.
traficantes e cia. são de produção nacional. Essa posição
vai contra a apresentada pelo diretor dos Colecionadores,
Atiradores e Caçadores (CAC), Fabrício Rebelo, em
carta enviada à CartaCapital. Sobre o CAC, Risso ainda
discorda que a fiscalização deles é tão rígida como eles
mesmo dizem. “O Exército não tem a quantidade de
pessoas suficiente para fiscalizar no rigoroso processo
que deveria fiscalizar.”
PROPOSTA: GÊNERO INESPERADO:
PROPOSTA: A questão da mobilidade urbana vem
preocupando o governo e a sociedade civil em geral. A
partir da leitura da coletânea e dos conhecimentos
adquiridos ao longo de sua formação escreva uma
dissertação em prosa sobre o seguinte tema: Mobilidade
urbana: um problema de toda a sociedade, trazendo
uma proposta prática de intervenção para solucionar o
problema, tomando cuidado para não ferir os direitos
humanos.
PROPOSTA 2: Coloque-se no lugar de um jornalista e
crie uma entrevista com Melina Risso, para ser
publicada em uma revista de grande circulação. Na
entrevista você deverá necessariamente:
Criar 3 perguntas e as respectivas respostas relacionadas
ao assunto discutido no texto dado.
Quanto menos armas em circulação, menos mortes
“Já está comprovado, por números, que a menor
quantidade de armas em circulação, e não o contrário,
aumenta a segurança e reduz a quantidade de
homicídios.” A opinião é da diretora da ONG Sou da
Paz, Melina Risso, que desde 2003 faz parte do
programa Controle de Armas e luta, ao lado do governo
federal, pelo desarmamento da sociedade. O Sou da Paz
participou ativamente da aprovação do Estatuto do
Desarmamento naquele ano e das campanha de
recolhimento de armas de 2004 e 2008, que tiraram mais
de 500 mil de circulação e regularizaram outras 1,5
milhão.
De acordo com levantamento de 2010 feito pelo
Ministério da Justiça, o Brasil tem 16 milhões de armas,
das quais 47,6% na ilegalidade. Com 34,3 mil
homicídios ao ano, o País é o campeão mundial de
mortes por armas de fogo, em números absolutos. No
entanto, desde a aprovação do Estatuto, ou seja, entre
2004 e 2010, a taxa de mortalidade por armas de fogo
caiu 8%, comprovando a tese de Risso.
Acerca do debate aberto sobre a origem do armamento
dos criminosos brasileiros, a diretora fica com o
sociólogo Antonio Rangel Bandeira, da ONG Viva Rio,
sobre a hipótese que a maior parte do poder de fogo dos
Leia a seguir trecho de um ensaio do fi lósofo Gilles
Lipovetsky. Imagine que uma idosa de 80 anos, muito
rica, acaba de ler esse trecho e se consterna com a
frouxidão da relação das pessoas com seus bens.
Imagine-se no lugar dessa idosa e escreva um
testamento informal para os netos dela, no qual
constem:
• a exigência de preservação de um item considerado
inútil pelos jovens de hoje como condição para o
recebimento da herança; e
• uma justificativa plausível para a preservação desse
item.
Lamenta-se frequentemente, o materialismo de nossas
sociedades. Por que não se ressalta que, ao mesmo
tempo, a moda consumada contribui para desprender o
homem de seus objetos? No império do valor de uso,
não nos ligamos mais às coisas, muda-se facilmente de
casa, de carro, de mobiliário; a era que sacraliza
socialmente as mercadorias é aquela na qual nos
separamos sem dor de nossos objetos. Já não gostamos
das coisas por elas mesmas ou pelo estatuto social que
conferem, mas pelos serviços que prestam, pelo prazer
que tiramos delas, por uma funcionalidade perfeitamente
permutável. Nesse sentido, a moda desrealiza as coisas,
dessubstancializa-as através do culto homogêneo da
utilidade e da novidade. O que possuímos, nós o
mudaremos: quanto mais os objetos se tornam nossas
próteses, mais somos indiferentes a eles; nossa relação
com as coisas depende agora de um amor abstrato,
paradoxalmente desencarnado. Como continuar a falar
de alienação num tempo em que, longe de serem
desapossados pelos objetos, são os indivíduos que se
desapossam deles? Quanto mais o consumo se
desenvolve, mais os objetos se tornam meios
desencantados,
instrumentos,
nada
mais
que
instrumentos: assim caminha a democratização do
mundo material. (Gilles Lipovetsky, O império do
efêmero. São Paulo: Companhia de Bolso, p. 203-204.)
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