Primeira Sinfonia de Câmara op.9, de Arnold Schoenberg: Nas Fronteiras da Tonalidade Carlos de Lemos Almada1 e-mail: [email protected] Orientadora: Profª. Doutora Vânia Dantas leite Resumo: Este trabalho apresenta a pesquisa em andamento de minha dissertação de mestrado em música, que enfoca a Sinfonia de Câmara op.9, composta por Arnold Schoenberg em 1906. Esta obra possui, além de seu grande valor intrínseco, uma significativa importância histórica dentro do segmento final do período tonal schoenberguiano (1899-1908), na iminência da mudança para sua fase atonal. A Sinfonia apresenta-se como um formidável campo de provas, em larga escala, de diversos aspectos inovadores (principalmente harmônico e formais), não só aqueles introduzidos por Schoenberg em composições anteriores, como elementos primordialmente não-tonais (escala de tons inteiros e intervalos de quartas justas), pela primeira vez empregados sistematicamente, que passam a ter no op.9 uma inédita significação estrutural, antecipando procedimentos atonais e seriais. Ao mesmo tempo, observa-se na obra a presença de sólidos alicerces calcados numa infra-estrutura tonalmente tradicional. Meu estudo consiste na análise minuciosa da obra, sob os pontos de vista da forma e da harmonia, de modo a evidenciar tanto seus principais elementos inovadores (e suas funcionalidades no organismo da obra) quanto as raízes da tradição clássica vienense sobre as quais se embasam. A principal questão abordada por este trabalho reside no fato de que a Sinfonia, considerada a magnitude e ineditismo dos procedimentos nela aplicados (a serem revelados na análise), possa ser considerada um decisivo ponto-chave no esgotamento dos recursos tonais. Como referencial teórico para o trabalho, são adotados os escritos do próprio Schoenberg, dos quais também são extraídas as ferramentas metodológicas empregadas no processo analítico. Palavras-chave: Schoenberg, Sinfonia de Câmara op.9, análise, tradição, inovação. 1 Bolsista pela CAPES.