159 - um poema vazio

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Um poema vazio
Não... não te enganes, meu amigo!
A folha é branca e não em branco
Leia apenas o vácuo do que digo
Deixa o que digo para depois.
Para que o som?
Se a voz do silêncio tudo diz.
Não anseio por saber tudo, ser o bom
Apenas ser o leigo com mania de aprendiz
Ser um pouco vazio.
Nem Vênus de Milo
Nem a geometria Euclidiana
Ideias fixas não fazem meu estilo
A beleza está na abstração insana
De cada pedra amorfa e intrigante.
Olha para o nada e nada na sua imensidão
Sente o lugar vago do seu peito.
Se perceberes a luz na escuridão
Entenderás este poema rarefeito.
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