SP, 14/11/14 Português - Gramática: sujeito simples + sujeito composto + sujeito indeterminado + oração sem sujeito + predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) + predicado verbal (verbo intransitivo e transitivo direito, indireto e direto indireto) + adjunto adnominal + adjunto adverbial + vocativo + vozes verbais (voz passiva e voz ativa). - Texto de argumentação: intencionalidade + estrutura + público alvo + função das aspas + tipo de argumentos. - Anúncio publicitário: intencionalidade + características do gênero + linguagem + construção. - Metáfora e antítese. Gramática: Tipos de sujeito: Sujeito simples é o que apresenta apenas um núcleo. Sujeito composto é o que apresenta dois ou mais núcleos. Sujeito desinencial (oculto) é o que não está diretamente explícito na oração, mas pode ser identificado pelo contexto. Sujeito indeterminado é aquele que não aparece expresso na oração nem pode ser identificado, ou porque não se quer ou por se desconhecer quem pratica a ação. O verbo está sempre na terceira pessoa do plural. Oração sem sujeito: Oração sem sujeito é aquela em que a declaração expressa pelo predicado é atribuída a nenhum ser. Nesse tipo de oração, o verbo é impessoal. Verbos impessoais: Os verbos impessoais são sempre usados na 3ª pessoa do singular. Os principais são: 1. Os que indicam fenômenos da natureza: chover, nevar, trovejar, anoitecer, fazer (calor frio), entardecer,... Ex: No horário de verão, anoitece mais tarde. 2. O verbo haver com o sentido de “existir”. Ex: Havia 30 pessoas na festa ontem. 3. Os verbos fazer, haver e ir quando indicam tempo decorrido. Ex: Faz anos que não os vejo; Há dias espero por você; Vai para um mês que não encontro meus primos. 4. Os verbos ser e estar quando indicam tempo ou estado meteorológico. Já era 24h00 quando voltamos da festa ontem; Está muito frio em Nova Iorque. Predicado nominal: Quando a idéia principal expressa pelo predicado não está no verbo, mas na qualidade ou estado do sujeito, dizemos que é um predicado nominal. O verbo, assim, tem a função de ligar a qualidade ou estado ao sujeito. É chamado verbo de ligação e pode indicar permanência ou mudança de estado ou apenas um estado. O núcleo do predicado nominal é o predicativo do sujeito, função que pode ser exercida por um adjetivo, substantivo ou por um pronome substantivo. Exemplos: Maria continua bonita Sujeito Verbo Predicativo (característica do sujeito) de ligação (permanência de estado) Esse livro parece bárbaro! Sujeito Verbo de Predicativo (característica do sujeito) ligação (estado) Carlos ficou contente quando nós chegamos! Complemento Sujeito Verbo de Predicativo (caracteristica/estado do sujeito) ligação (mudança de estado) Exemplos de verbos que funcionam como verbos de ligação: ser, ficar, continuar, permanecer, virar, estar, tornar. Predicado verbal: O predicado verbal tem o verbo como núcleo. Esse indica uma ação exercida pelo sujeito. Exemplos: Minha prima nasceu! Sujeito Verbo de ação Os leitores aprovaram o projeto. Sujeito Verbo de Complemento ação O verbo do predicado verbal pode ser intransitivo ou transitivo: Verbo intransitivo: O verbo intransitivo é suficiente para transmitir o sentido básico do predicado. Não é necessário haver um complemento verbal, mas pode haver complemento adverbial para completar o verbo em circunstância de tempo ou lugar. Exemplos: Chove agora em São Paulo. A ponte caiu. Diversos pássaros voavam no céu. Ele sorriu ontem à noite. Isabela nasceu no hospital Albert Eisnten, em São Paulo. Verbo transitivo: O verbo transitivo não é suficiente para transmitir o sentido básico do predicado. É necessário haver um complemento verbal. São divididos em transitivo direto, indireto e direto e indireto. o Verbo transitivo direto: O verbo é classificado como transitivo direto quando o complemento objeto vem diretamente ligado a ele, sem preposição. Exemplos: O menino contaminara à si mesmo. O cachorro quer carinho. Ela executou o projeto facilmente. Raquel comprou doces ontem. Crianças da sua idade aprendem inglês com facilidade. o Verbo transitivo indireto: O verbo é transitivo indireto quando seu complemento objeto liga-se a ele indiretamente, isto é, por meio de uma preposição. Exemplos: Os habitantes do planeta Terra dependem de água para sobreviver. Eu preciso de meias novas! Ele precisa de carinho. Todos duvidaram de seu projeto. Ela acredita nos (em+os) anúncios de TV. o Verbo transitivo direto e indireto: O verbo é transitivo direto e indireto quando necessita de dois complementos de uma só vez, um sem preposição (objeto direto) e um com (objeto indireto). Exemplos: Ele ofereceu carinho a ela. O governo entrega a região com alto índice de pobreza a especialistas. O moço deu um buque de flores para ela. Você emprestou uma revista a ela. Mané ofereceu algum dinheiro ao (a) mendigo. Banco de pronomes: o (no, lo) os (nos, los) Objeto direto a (na, la) as (nas, las) lhe lhes Exemplos: Objeto indireto Mané ofereceu algum dinheiro ao mendigo. Verbo trasitivo Objeto direto Objeto indireto direto e indireto Mané ofereceu-lhe algum dinheiro. Ao mendigo (objeto indireto) Mané ofereceu-o ao mendigo Dinheiro (objeto direto) Um mesmo verbo pode mudar de sentido e consequentemente de classificação conforme a frase. Exemplos: As horas andavam rápidas naquela madrugada. (intransitivo) Já andamos 10 km. (transitivo direto) A inflação anda perto de 10%. (intransitivo) Ela sempre anda com duas amigas na escola. (intransitivo) O público anda insatisfeito com a obra. (verbo de ligação) Adjunto adnominal: É o termo da oração que qualifica, especifica, determina ou indetermina um substantivo, qualquer que seja sua função sintática. Exemplos: A beleza estonteante das praias nordestinas e a rica cultura de seu povo justificam o forte e constante turismo. Sujeito: a beleza estonteante das praias nordestinas e a rica cultura de seu povo Núcleos: beleza/ cultura Adjuntos adnominais: a, estonteante, das praias nordestinas, a, rica, de seu povo. Predicado: justificam o forte e constante turismo Conjunto nominal: o forte e constante turismo Núcleo do conjunto nominal: turismo Adjuntos adnominais: o, forte, constante (E é uma conjunção, não entra nos adjuntos adnominais) O atencioso pai fez, cuidadosamente, um aconchegante carinho no rosto do filho. Sujeito: o atencioso pai Núcleo: pai Adjuntos adnominais: o, antencioso Predicado: fez, cuidadosamente, um aconchegante carinho no rosto do filho. Conjuntos nominais: um aconchegante carinho/ no rosto do filho Núcleo dos conjuntos nominais: carinho, rosto Adjuntos adnominais: um, aconchegante/ do filho. (NO é uma interjeição, não entra nos adjuntos adnominais) Adjunto adverbial: É o termo que indica as circunstancias que se dá uma ação verbal. Exemplos: Por amor, escreva essa redação logo João! (adjunto adverbial de causa) Beatriz sempre vai na casa de Julieta. (adjunto adverbial de tempo) Talvez você seja um empresário no futuro. (adjunto adverbial de dúvida) Eliana saiu com os amigos. (adjunto adverbial de companhia) Eu escrevi a carta à caneta. (adjunto adverbial de instrumento) Caio dirigiu cuidadosamente. (adjunto adverbial de modo) Eu vou para a faculdade de ônibus. (adjunto adverbial de meio) Ela sonha muito! (adjunto adverbial de intensidade) O garoto era sim criativo! (adjunto adverbial de afirmação) Deixamos um espaço maior para colocar o bolo. (adjunto adverbial de finalidade) Ele não reagiu de uma boa maneira! (adjunto adverbial de negação) As crianças gritavam de medo! (adjunto adverbial de causa) Eles falavam sobre os projetos. (adjunto adverbial de assunto) Vocativo: Vocativo é um termo da sintaxe cuja função é de destacar uma palavra (normalmente um substantivo) a quem o discurso se dirige. Serve para “chamar”, refere-se ao interlocutor. Exemplos: Meus amigos, prestem muita atenção. Veja bem, Joana, onde está você? Precisamos, meus queridos, aproveitar cada momento ao máximo! Vozes verbais (voz ativa e voz passiva): Voz ativa: Estrutura de frases na voz ativa: 𝑠𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑎 𝑎çã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑏𝑜 (𝑠𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒) + 𝑣𝑒𝑟𝑏𝑜 𝑑𝑒 𝑎çã𝑜 + 𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 (𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑎çã𝑜) O sujeito é responsável pela ação do verbo. O verbo se constrói com o objeto direto, que sofre a ação. Exemplo: Um grupo de jovens visitou uma comunidade quilombola em Abril. Voz passiva: Estrutura de frases na voz passiva: 𝑠𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑠𝑜𝑓𝑟𝑒 𝑎 𝑎çã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑏𝑜 (𝑠𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒) + 𝑣𝑒𝑟𝑏𝑜 𝑑𝑒 𝑎çã𝑜 + 𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑎 𝑎çã𝑜 (𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑎) O sujeito sofre o efeito da ação do verbo. O verbo se constrói com um agente da passiva. Exemplo: Uma comunidade quilombola foi visitada por um grupo de jovens em Abril. A voz verbal indica, portanto, se o sujeito é o responsável pela ação (agente) ou se sofre a ação (paciente). Na passagem do verbo da voz ativa para a voz passiva ocorrem as seguintes transformações: O sujeito da voz ativa passa a ser o agente da voz passiva; O objeto direto da voz ativa passa a ser o sujeito da voz passiva; O verbo na forma simples da voz ativa se transforma em uma locução verbal formada por um verbo auxiliar no tempo e no modo do verbo da voz ativa + verbo principal no particípio passado. Exemplo: As guerras e a intolerância aumentam as injustiças do planeta. Sujeito agente verbo de ação objeto direto (VOZ ATIVA) As injustiças do planeta são aumentadas pelas guerras e pela intolerância Sujeito paciente locução verbal agente da passiva (VOZ PASSIVA) Texto de opinião/argumentação: Intencionalidade: apresentar posições e defende-las com argumentos, para tentar convencer o leitor a aceitar o ponto de vista mostrado. Estrutura do texto: Introdução: apresenta-se a ideia principal, também chamada de tese, a posição a ser defendida ou a ideia sobre a qual irá construir seus argumentos. Pode também situar o leitor em relação ao assunto. É feita uma ancoragem* para que o leitor possa compreender o que será desenvolvido. *Ancoragem: informação que serve de base para o desenvolvimento do texto. A função é situar o leitor adequadamente ao assunto do texto e possibilitar que esse seja abordado com coerência. Argumentos: passa-se a defender a tese nessa parte do texto. Para tornar os argumentos mais convincentes, pode-se recorrer a citações de especialistas, dados numéricos, exemplos, análises,..., tentando convencer o leitor de suas ideias. O próprio autor pode apresentar no texto uma ideia contraditória à que está defendendo, para dar mais credibilidade às suas posições. Esses argumentos são chamados de contra-argumentos. Conclusão: encerra o texto, geralmente reafirmando a tese apresentada na introdução. Tipo de argumentos: Fatos, dados numéricos, citações de especialistas, exemplos ou enumerações, justificativas ou causas, comparações,... Função das aspas: Isolar citações. Destacar palavras ou expressões não características da linguagem de quem escreve o texto, com gírias ou expressões antigas, em desuso, por exemplo. Realçar palavras ou expressões. Indicar um sentido novo para a palavra no texto. Indicar mudança no interlocutor de diálogos. Público alvo: Para determinar o público alvo do texto, observar: Vocabulário utilizado; Suporte/veiculo em que texto foi publicado; Assunto. Anúncio publicitário: Intencionalidade Convencer o leitor comprar um produto; Linguagem Construção a Pode ser mais clara e direta Uso de diferentes ou mais indireta (depende estratégias de das intenções); convencimento (olhar quadro abaixo); Convencer o leitor a aceitar Rápida, com textos curtos e Uso de imagens e recursos uma ideia, mudar uma dinâmicos; específicos com a finalidade atitude ou construir uma de envolver o leitor. imagem positiva de uma empresa ou instituição. Apelativa, mais aberta, recorrendo para a emoção. Impositiva, com uso do imperativo; Construída de símbolos, logotipos e slogans. Estratégias de convencimento Recurso utilizado Exemplos Apelo para sentimentos e emoções Uso de argumentos subjetivos e clichês, como ditados; imagens de casais em locais paradisíacos, crianças, animais de estimação,... Determinação das ações do consumidor Uso de verbos no modo imperativo. Estranhamento Publicidade de creme dental que dá destaque à modelo, e não ao creme dental. Estereótipo (formula consagrada) Foto de pessoa com dentes “escuros” e da mesma pessoa com dentes “claros”, formando uma espécie de “antes e depois”, em propagandas de branqueadores dentais. Criação de inimigos invisíveis Mancha (para produtos de limpeza). personificados Argumento de autoridade Dermatologista anuncia sabonete para a pele. Metáfora e antítese: Antítese é uma figura de linguagem caracterizada pela apresentação de palavras de sentidos opostos. Exemplos: Viver e morrer são as coisas mais naturais do mundo. A alegria e a tristeza fazem parte do meu trabalho. Comparação metafórica é uma comparação entre dois elementos de universos diferentes. Observe: Esta criança é forte como um touro. Nesse caso, estamos comparando a criança a um touro, dois elementos de universos bastante diferentes. Aproximamos esses elementos porque “enxergamos” uma característica comum a ambos, ou seja, a força. A casa dela é escura como a noite. Associamos a casa à noite porque ambas são escuras.