TUTORIAL 2 – LÍNGUA PORTUGUESA – Professora Luanna Belmont Conteúdo trabalhado: Interpretação de texto e tipos de predicado - Modelo: Regular SÍNTESE DA GRAMÁTICA PREDICADO = aquilo que se fala sobre o sujeito, uma afirmação ou uma negação sobre ele. Na estrutura da oração, é tudo o que sobra quando retiramos o sujeito. Lembrando > ORDEM DIRETA dos termos da oração: SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + (ADJUNTO ADVERBIAL) predicado Janete comprou duas toalhas no shopping. ou SUJEITO + VERBO DE LIGAÇÃO + PREDICATIVO predicado As revistas estão rasgadas. ou SUJEITO + VERBO NA VOZ PASSIVA + AGENTE DA PASSIVA predicado Todos os familiares foram convidados pelos noivos. A ordem direta (OD) é a mais comum e facilita a compreensão do enunciado. Porém, eventualmente, os termos acima não seguem a OD, são deslocados de suas posições tradicionais na frase, ou simplesmente são omitidos ou desnecessários na estrutura (complementos, adjuntos adverbiais, agente da passiva e até mesmo o sujeito podem não aparecer), o que exigirá mais atenção para sua correta identificação e classificação. Veja os exemplos a seguir: a) Ontem à noite, lá em casa, meus irmãos fizeram pizza. Adj. Adv. tempo Adj. Adv. lugar Sujeito predicado verbo complemento predicado Em OD: Meus irmãos fizeram pizza ontem à noite lá em casa. b) No incêndio do circo, morreram mais de quinhentas pessoas. Adj. Adv. tempo verbo sujeito predicado Em OD: Mais de quinhentas pessoas morreram no incêndio do circo . c) Comemos verbo bem aqui. Adj. Adv. modo Adj. Adv. lugar predicado (O sujeito nós está oculto antes do verbo, e a oração já está em OD.) 1 d) Há cinco meninas na sala de aula. verbo complemento Adj. Adv. lugar predicado (O verbo haver no sentido de existir é impessoal, não tem sujeito, e a oração já está em OD.) e) Canta-se verbo muito mal no início. Adj. Adv. intensidade Adj. Adv. lugar Adj. Adv. tempo predicado (Como não é possível identificá-lo, o sujeito é indeterminado, o verbo não precisa de complemento, e a oração já está em OD.) TIPOS DE PREDICADO: Predicado verbal: quando apresenta verbo significativo (que indica ação), que pode ser transitivo ou intransitivo. O verbo é considerado o núcleo do predicado verbal. Os computadores superaram a máquina de escrever. PREDICADO VERBAL núcleo Eu cheguei rapidamente. PREDICADO VERBAL núcleo Predicado nominal: quando apresenta verbo de ligação (que indica estado/qualidade). O núcleo do predicado nominal é um nome. Esse núcleo nominal mais os termos que o modificam correspondem ao predicativo. As máquinas de escrever estão obsoletas. Predicativo do sujeito: “obsoletas” PREDICADO NOMINAL núcleo Os computadores ficaram muito rápidos. Predicativo do sujeito: “muito rápidos” PREDICADO NOMINAL núcleo Predicado verbo-nominal: quando apresenta sempre dois núcleos, um verbo significativo e um nome, que pode ser um predicativo do sujeito ou do objeto, conforme a qual dos dois termos se refere. VERBO SIGNIFICATIVO + PREDICATIVO DO SUJEITO: Os soldados lutaram. + Eles estavam cansados. PREDICADO PREDICADO VERBAL NOMINAL Os soldados lutaram cansados. verbo predicativo significativo do sujeito (núcleo) (núcleo) PREDICADO VERBO-NOMINAL 2 OU VERBO SIGNIFICATIVO + PREDICATIVO DO OBJETO: O comandante tornou verbo significativo (núcleo) vencedores predicativo os soldados. objeto do objeto (núcleo) PREDICADO VERBO-NOMINAL Os jovens consideram verbo os computadores objeto essenciais. predicativo significativo do objeto (núcleo) (núcleo) PREDICADO VERBO-NOMINAL EXERCÍCIOS TEXTO 1 Quem namora Namorar é a forma bonita de viver um amor. Não namora quem cobra nem quem desconfia. Namora, quem lê nos olhos e sente no coração as vontades saborosas do outro. Namora, quem se embeleza em estado de amor. Namora, quem suspira, quem não sabe esperar, mas espera, quem se sacode de taquicardia e timidez diante da paixão. Namora, quem ri por bobagem, quem sente frios e calores nas horas menos recomendáveis. Não namora quem ofende, quem transforma a relação num inferno, ainda que por amor. Amor, às vezes, entorta, sabia? E quando acontece, o feito pra bom faz-se ruim. Não namora quem só fala em si e deseja o parceiro apenas para a glória do próprio eu. Não namora quem busca a compreensão para a sua parte ruim. O invejoso não namora. Tampouco o violento! Namorados que se prezam têm a sua música. E não temem se derreter quando ela toca. Ou, se o namoro acabou, nunca mais dela se esquecem. Namorados que se prezam gostam de beijo, suspiro, morderem o mesmo pastel, dividir a empada, beber no mesmo copo. Apreciam ternurinhas que matam de vergonha fora do namoro ou lhes parecem ridículas nos outros. Por falar em beijo, só namora quem beija de mil maneiras e sabe cada pedaço e gostinho da boca amada. Beijo de roçar, beijo fundo, inteirão, os molhados, os de língua, beijo na testa, no seio, na penugem, beijo livre como o pensamento, beijo na hora certa e no lugar desejado. Sem medo nem preconceito. Beijo na face, na nuca e aquele especial atrás da orelha, no lugar que só ele ou ela conhece. Namora, quem começa a ver muito mais no mesmo que sempre viu e jamais reparou. Flores, árvores, a santidade, o perdão, Deus, tudo fica mais fácil para quem de verdade sabe o que é namorar. Por isso só namora quem se descobre dono de um lindo amor. Só namora quem não precisa explicar, quem já começa a falar pelo fim, quem consegue manifestar com clareza e facilidade tudo o que fora do namoro é complicado. Namora, quem diz: "Precisamos muito conversar"; e quem é capaz de perder tempo, muito tempo, com a mais útil das inutilidades e pensar no ser amado, degustar cada momento vivido e recordar palavras, fotos e carícias com uma vontade doida de estourar o tempo e embebedar-se de flores astrais. Namora, quem fala da infância e da fazenda das férias, quem aguarda com aflição o telefone tocar e dá um salto para atendê-lo antes mesmo do primeiro "trim". Namora, quem namora, quem à toa chora, quem rememora, quem comemora datas que o outro esqueceu. Namora, quem é bom, quem gosta da vida, de nuvem, de rio gelado e parque de diversões. Namora, quem sonha, quem teima, quem vive morrendo de amor e quem morre vivendo de amar. Artur da Távola 3 Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/~jobis/a-namo.html 1. Para defender seu ponto de vista sobre o ato de namorar, o autor do texto 1 utiliza algumas estratégias de argumentação. Nos quatro primeiros parágrafos, por exemplo, o autor constrói uma relação de oposição, que pode ser identificada pelo par: a) b) c) d) e) forma bonita X forma feia namora X não namora quem sabe X quem não sabe o outro X o próprio eu o bom X o ruim 2. Releia o segundo parágrafo do texto: “Namora, quem se embeleza em estado de amor. Namora, quem suspira, quem não sabe esperar, mas espera, quem se sacode de taquicardia e timidez diante da paixão. Namora, quem ri por bobagem, quem sente frios e calores nas horas menos recomendáveis.” É possível afirmar que todos os verbos empregados acima são _____________________, portanto os predicados das respectivas orações devem ser classificados como____________________. Marque a alternativa que completa corretamente as lacunas anteriores. a) b) c) d) e) significativos – verbo-nominais de ligação – nominais de ligação – verbo-nominais de ação – verbais de ação – nominais 3. Ao longo do texto, o autor vai definindo o ato de namorar, expresso por esse verbo, que se repete em quase todos os períodos compostos. Apenas o sujeito varia de período para período. Nos períodos “Namora, quem se embeleza em estado de amor.” e “Namora, quem suspira”, os termos destacados são, respectivamente,: a) b) c) d) e) sujeito simples e predicado verbal. sujeito oracional e predicado verbo-nominal. oração sem sujeito e sujeito indeterminado. predicado nominal e sujeito simples. predicado verbal e sujeito oracional. TEXTO 2 Soneto da fidelidade De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa (me) dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. 4 Vinícius de Moraes 4. De acordo com o poema, o amor: a) b) c) d) e) tem uma durabilidade infinita, mesmo que não seja correspondido. possui uma intensidade significativa, por isso é considerado infinito. revela-se inconstante, já que pode acabar a qualquer momento faz-se imortal, posto que é chama. só é intenso quando correspondido e constante. 5. Só não há predicado nominal em: a) b) c) d) e) “Quem sabe a morte, angústia de quem vive” “De tudo, ao meu amor serei atento” “Que não seja imortal” “posto que é chama” “Mas que seja infinito” 6. Releia: “Que mesmo em face do maior encanto / Dele se encante mais meu pensamento.” O sujeito do verbo encante é “___________________________”, e pode ser classificado como sujeito __________________. Além disso, como encante é verbo _____________________, o predicado apresenta _________ núcleo(s), classificando-se como ___________________. A alternativa que melhor preenche as lacunas acima é: a) “dele” – simples – de ação – dois – verbo-nominal b) “maior encanto” – composto – de ligação – um – nominal c) “meu pensamento” – composto – significativo – dois – verbo-nominal d) “dele” – simples – de ligação – um – verbal e) “meu pensamento” – simples – significativo – um – verbal TEXTO 3 Soneto da separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. Vinícius de Moraes 5 7. No texto 3, o eu lírico enfatiza o trauma que uma separação pode trazer para o ser amado. Em cada estrofe do poema há a presença de uma expressão que aponta para uma mudança súbita. Essa expressão é: a) b) c) d) e) “fez-se” “e” “de/do/da” “de repente” “amante” 8. Em “Fez-se do amigo próximo o distante” (texto 3) e O amigo próximo fez-se distante., os termos destacados são, respectivamente, a) b) c) d) e) predicativo do sujeito e predicativo do objeto predicativo do objeto e predicativo do sujeito. sujeito simples e predicativo do sujeito objeto e predicativo do sujeito predicativo do objeto e objeto TEXTO 4 9. No texto 4, a mãe emprega uma expressão idiomática com o objetivo de construir uma crítica ao comportamento da filha. Essa expressão é: a) b) c) d) e) “você troca de namorado” “não é verdade” “tem” “mais de uma semana” “como quem troca de roupa” 10. Em “tem jeans que eu uso mais de uma semana”, o predicado da primeira oração é: a) b) c) d) e) “jeans”, nominal “tem jeans”, verbal “tem”, verbal “uso mais de uma semana”, verbal “tem jeans que eu uso”, verbo-nominal 6 GABARITO 1-B 2-D 3-E 4-B 5-A 6-E 7-D 8-B 9-E 10-B 7