CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DE LINGUAGENS
Ambientes Sociotécnicos para o Ensino e Aprendizagem de Línguas
Profa. Dra. Maria Raquel de Andrade Bambirra
Aluna: Marcia Cristina Bento Zanoteli
Resenha do Texto:
COPE, Bill; KALANTZIS, Mary. The work of learning and teaching literacies. In: COPE,
Bill; KALANTZIS, Mary. Literacies. New York: Cambridge University Press, 2012. P. 13-30
No texto de introdução ao livro “Literacies”, Cope e Kalantzis apresentam o
termo que permeia os demais capítulos: multiletramentos. Os autores começam
explorando as novas maneiras pelas quais nos comunicamos e criamos significados nas
diferentes situações culturais e sociais. Segundo eles, os multiletramentos são uma
demanda da nossa atual movimentação entre espaços sociais e linguagens distintas.
De acordo com Cope e Kalantzis, a principal questão de seu texto é como os
professores podem capacitar seus alunos para que sejam membros efetivos e bemsucedidos da sociedade contemporânea. Esses aprendizes deixaram de aceitar
passivamente conhecimentos que não possam aplicar aos novos contextos. Num
paralelo com as ideias de Rojo (2012), notamos que os alunos exigem uma prática
situada que relacione sua cultura com a cultura de outros espaços (culturais, públicos,
profissionais). Assim sendo, letramento não é definido simplesmente como um processo
de aprender o uso correto da língua, mas de saber se comunicar amplamente em
diferentes contextos sociais, culturais e digitais.
Os autores afirmam que os espaços de escrita nos quais transitamos atualmente
criaram convenções próprias, devido à sua natureza fluída e aberta. Entre as novas
convenções, percebemos que o texto escrito está cada vez mais próximo da língua
falada, como nas mensagens de texto, nas redes sociais e nos aplicativos de trocas de
mensagens instantâneas, por exemplo. Criamos significados a partir de textos cada vez
mais multimodais, caracterizados pela multiplicidade semiótica da combinação da
língua escrita com a oral, com o áudio e o visual, dentre outros.
A capacidade de compreender diferentes tipos de textos enquanto navegam por
novos espaços sociais contribui para que os aprendizes, principalmente aqueles
indivíduos de grupos historicamente marginalizados, sejam incluídos. Cope e Kalantzis
exploram, de maneira lúcida, a dimensão social e as oportunidades geradas através do
domínio dos multiletramentos.
Os alunos aprendem além do espaço da sala de aula, enquanto usam as mídias
sociais em seus smartphones, comunicam-se a qualquer hora e em qualquer lugar, em
contextos informais e semiformais de aprendizagem. Segundo os autores, essa prática é
o que denominamos “aprendizagem ubíqua”.
Para que os alunos se tornem autônomos, os professores precisam criar novos
ambientes de aprendizagem capazes de envolvê-los e motivá-los. Em sua conclusão, o
texto sugere que, quando investem nessa prática, os professores criam oportunidades de
aperfeiçoamento profissional. De fato, ao observar sua prática e o rendimento dos
alunos, o professor torna-se pesquisador e pode modificar o impacto de suas escolhas no
aprendizado desses alunos.
Belo Horizonte, 21 de setembro de 2016.
REFERENCIAS
ROJO, Roxane. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens
na escola. In: ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo (orgs.). Multiletramentos na escola.
São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
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