COLÉGIO SÃO PAULO PROF. LUIZ CARLOS RODRIGUES DETOMI GEOGRAFIA - 8º ANO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO Países onde são construídas as peças do avião Blocos Econômicos Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a formação de blocos econômicos. Estes são criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os países constituintes de um bloco econômico aumenta e gera crescimento econômico para os países. Geralmente estes blocos são formados por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou comerciais. Esta é a nova tendência mundial, pois cada vez mais o comércio entre blocos econômicos cresce. Economistas afirmam que ficar de fora de um bloco econômico é viver isolado do mundo comercial. Veremos abaixo alguns dos principais blocos econômicos da atualidade e suas características. UNIÃO EUROPEIA A União Europeia ( UE ) foi oficializada no ano de 1992, através do Tratado de Maastricht. Este bloco é formado pelos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia. Este bloco possui uma moeda única que é o EURO, um sistema financeiro e bancário comum. Os cidadãos dos países membros são também cidadãos da União Europeia e, portanto, podem circular e estabelecer residência livremente pelos países da União Europeia. A União Europeia também possui políticas trabalhistas, de defesa, de combate ao crime e de imigração em comum. A UE possui os seguintes órgãos : Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho de Ministros. NAFTA Fazem parte do NAFTA ( Tratado Norte-Americano de Livre Comércio ) os seguintes países: Estados Unidos, México e Canadá. Começou a funcionar no início de 1994 e oferece aos países membros vantagens no acesso aos mercados dos países. Estabeleceu o fim das barreiras alfandegárias, regras comerciais em comum, proteção comercial e padrões e leis financeiras. Não é uma zona livre de comércio, porém reduziu tarifas de aproximadamente 20 mil produtos. FIQUE LIGADO NA INFORMAÇÃO O México, se comparado aos outros dois integrantes, está bem distante em várias questões, pois Estados Unidos e Canadá exercem funções bastante importantes no cenário mundial, especialmente os EUA - maior potência econômica, militar e política. Há uma grande diferença socioeconômica entre os integrantes do Nafta, pois o México responde por apenas 5% do PIB (Produto Interno Bruto) gerado pelo bloco, sem contar que a qualidade de vida da população mexicana está bem abaixo dos padrões norte-americano e canadense; estes países apresentam IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) elevado. O México enfrenta problemas típicos de países subdesenvolvidos, como favelas, desemprego, marginalização, criminalidade, falta de oportunidades, entre outros. O PIB norte-americano é superior ao do México cerca de 17 vezes. O México ingressou no Nafta a partir de uma manobra dos Estados Unidos e do Canadá, que tinham o objetivo de instalar suas empresas em território mexicano e usufruir de benefícios fiscais, mão de obra barata, matéria-prima, etc. (ESSAS INDÚSTRIAS RECEBEM O NOME DE MAQUILADORAS – montadoras). Além disso, os Estados Unidos pretendiam fixar os mexicanos em seu país, diminuindo a incidência de entrada ilegal de imigrantes ( lembrar da construção do muro na fronteira – DONALD TRUMP) . Com a entrada de investimentos, a economia do país pode crescer e dar origem a novos postos de trabalho e oportunidades, assim, a população mexicana não precisará buscar uma nova vida no país vizinho. Para que o México sobressaia no bloco é necessário superar uma série de problemas de caráter socioeconômico, uma vez que seus parceiros possuem economias consolidadas e suas empresas conseguem colocar produtos com preços e qualidade que sufocam qualquer empresa mexicana. Sem contar a forte influência norte-americana dentro do bloco, que busca sempre satisfazer seus interesses. AS MAQUILADORAS MEXICANAS Maquiladoras, como o nome indica, são empresas de montagem e acabamento de produtos para exportação, instaladas em território mexicano. A grande maioria é norte-americana, mas há também japonesas, canadenses, coreanas. Elas trazem peças e componentes, que foram fabricados em outros países, para montar os produtos no México. Principalmente eletroeletrônicos, peças de automóveis e têxteis (peças para serem costuradas). Montados, os produtos são embalados, embarcados em caminhões, trens, aviões e exportados para os Estados Unidos e outros mercados. Enrique Dávalos, presidente da Rede de Solidariedade de San Diego, explica que: “as maquiladoras pagam menos impostos que as empresas mexicanas, utilizam uma força de trabalho muito barata e possuem regulamentações ambientais que nunca são cumpridas”. MERCOSUL O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi oficialmente estabelecido em março de 1991. É formado pelos seguintes países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela. Futuramente, estuda-se a entrada de novos membros, como o Chile e a Bolívia. O objetivo principal do Mercosul é eliminar as barreiras comerciais entre os países, aumentando o comércio entre eles. Outro objetivo é estabelecer tarifa zero entre os países e num futuro próximo, uma moeda única. Alguns problemas do Mercosul 1- As economias dos países não são desenvolvidas de forma equânime, ou seja, existem países mais desenvolvidos (Brasil e Argentina) e outros menos desenvolvidos (Uruguai e Paraguai). O comércio normalmente dá certo entre países com desenvolvimento parecido (na UE, por exemplo). As assimetrias de mercados existentes no bloco vêm causando uma série de atritos entre os membros, além de ser um dos fatores que dificultam a criação de uma moeda única para o bloco econômico. Paraguai e Uruguai reivindicam concessões econômicas a fim de compensar as perdas que sofrem. Em 2007, por exemplo, o Brasil exportou US$ 1,5 bilhão para o Uruguai, enquanto que as importações ficaram em apenas US$ 818,22 milhões – um superávit brasileiro de US$ 787,87 milhões. O desequilíbrio na corrente de comércio do Brasil com o Paraguai é ainda maior. Desde 1985, o país vizinho só obteve superávit uma vez, em 1989 – naquele ano, as exportações brasileiras para o Paraguai ficaram em US$ 322,9 milhões contra um volume de importações da ordem de US$ 358,64 milhões. O desequilíbrio chegou ao ápice em 2007, quando a corrente bilateral de comércio, de apenas US$ 1,92 bilhão, teve saldo positivo de US$ 1 bilhão para o Brasil. 2- Existem pressões políticas externas (EUA) para que o comércio setorial não dê certo. Os Estados Unidos (e alguns países da América do sul, como o Chile) preferem o ALCA (ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS) e pressionam politicamente os países do cone Sul. 3- Desavenças entre Brasil e Argentina. Os dois gigantes do Mercosul não param de brigar. O último exemplo foi na desvalorização do real em que a Argentina deu um passo para trás colocando limites na importação de automóveis. 4- Ausência de uma moeda forte – a diferença de moedas é um obstáculo tanto para o comércio quanto para a localização de investimentos. No primeiro caso, porque todas as vezes que a paridade bilateral se modifica, a reação protecionista no lado prejudicado é intensa. E no segundo, porque o cálculo econômico é extremamente incerto quando se trata de conceber uma estratégia pela qual parte importante da produção de uma planta será exportada para o país vizinho. Isto é, ao fabricar no Brasil, uma empresa sabe que R$ 1 vale R$ 1, em São Paulo ou no Piauí, mas a incerteza em relação a quanto demandará em real a venda a ser faturada em pesos dez anos depois é enorme. E o mesmo vale, naturalmente, para quem se instala na Argentina. 5- Ausência de estabilidade política na região. Diversos acordos como abolição de impostos de importação já foram tentados para dinamizar o comércio no cone Sul, mas a frágil política local não permitiu que ocorresse avanço significativo. Exemplo disso aconteceu recentemente, com a destituição do presidente paraguaio Fernando Lugo, o que causou a suspensão do país como membro do Mercosul. A justificativa da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, é de que houve uma ruptura da ordem democrática. 6- Falta de infraestrutura adequada no comércio entre os países. 7- Tarifa Externa Comum – É um dos pontos mais controversos do Mercosul, pois enquanto alguns profissionais da área consideram uma amarração desnecessária, por impedir que os países membros façam acordos bilaterais com outros estados, o que seria interessante, defendendo que o Mercosul recue para uma simples Área de Livre Comércio; outros acham que deve ser definida uma TEC, pois eliminaria a dupla cobrança da mesma; o problema dessa dupla cobrança se resume ao fato de que um produto que ingressa no Mercosul pelo Uruguai e depois é exportado para o Brasil, paga imposto de importação duas vezes, o que aumenta o preço final do produto. APEC - Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico A APEC, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, foi criada no ano de 1989 na Austrália, como um fórum de conversação entre os países membros da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, como EUA e Japão. Porém, apenas no ano de 1994 adquiriu características de um bloco econômico na Conferência de Seattle, quando os membros se comprometeram a transformar o Pacífico em uma área de livre comércio. A criação da APEC surgiu em decorrência de um intenso desenvolvimento econômico ocorrido na região da Ásia e do Pacífico, propiciando um abertura de mercado entre 20 países mais Hong Kong (China), além da transformação da área do sudeste asiático em uma área de livre comércio nos anos que antecederam a criação da APEC, causando um grande impacto na economia mundial. Um aspecto estratégico da aliança, é aproximar a economia norte-americana dos países do Pacífico, a para contrabalançar com as economias do Japão e de Hong Kong. MAPA DOS PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS DO MUNDO