0 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE SOROCABA 1º ANO DE MEDICINA Título 1 Sumário 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 2 2 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 3 3 DISCUSSÃO E RESULTADOS ............................................................................................ 5 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 10 Referências ............................................................................................................................... 11 2 1 INTRODUÇÃO A gripe é uma das doenças respiratórias virais mais prevalentes da humanidade,com registros da sua ocorrência há mais de 2000 anos. Causada por infecção pelo vírus RNA da família Orthomyxoviridae (Influenza), acomete tanto as vias aéreas superiores quanto inferiores e está associada a sinais e sintomas sistêmicos como febre, cefaléia, mialgia e astenia. Surtos da doença, de extensão e gravidade variáveis, ocorrem quase todos os invernos, devido ao vírus apresentar grande variabilidade antigênica.A epidemia de gripe tipicamente tem início abrupto e rápida disseminação, características decorrentes em parte do curto período de incubação da infecção, em média de dois dias, e da presença de títulos elevados de vírus nas secreções respiratórias, constituindo eficiente meio de transmissão. A primeira epidemia aceita como gripe na Europa data de dezembro de 1173. E a primeira pandemia registrada ocorreu em 1580. A mais notável dessas, foi a de 1918, com estimativa de 20 milhões de mortes. Atualmente, a influenza e suas complicações são responsáveis por absenteísmo à escola e ao trabalho, excesso de hospitalizações, mortes e gastos com serviços de saúde em todo o mundo. Cerca de 10% da população mundial é acometida por uma gripe, anualmente. Isso representa 500 milhões de pessoas/ano.Dados nacionais sugerem que, no país, cerca de 22 mil pessoas morrem em decorrência de Influenza nos períodos epidêmicos. A cada 1000 doentes, 3 são hospitalizados, sendo que dos internados, mais de 50% tem mais de 65 anos. Complicações da influenza são mais frequentes em pacientes com idade maior que 64 anos e naqueles com certas afecções crônicas, como doenças cardíacas ou pulmonares, diabetes melito, hemoglobinopatias, disfunção renal e imunossupressão. A complicação mais significativa da influenza é a pneumonia: pneumonia pelo vírus influenza “primária”, pneumonia bacteriana secundária ou pneumonia bacteriana e viral mista. Cardiopatias e deficiências imunológicas são as outras doenças secundárias mais comuns. A elevada taxa de mortalidade por doenças infecciosas, associadas ao envelhecimento, parece ser decorrente de complexo fatorial, no geral se incluem menor capacidade de reserva funcional, alterações nos mecanismos de defesa (disfunção imunológica e alterações intrínsecas à fisiologia do envelhecimento) e concomitância de doenças crônicas degenerativas. Os vírus Influenza são envelopados que apresentam genoma RNA de hélice simples, dividido em subtipos de acordo com as glicoproteínas presentes na capa lipídica virótica. O complexo hemaglutinina é a proteína superficial mais importante do vírus e desempenha um papel de adesão do vírus à célula receptora. A proteína neuraminidase é a segunda proteína superficial mais importante, e desempenha papel reforçando a penetração do vírus na camada mucosa. Tanto a hemaglutinina como a neuraminidase são alvos para produção de anticorpos do receptor. A vacinação contra influenza entre idosos e grupos de risco tem sido a medida de maior efetividade no enfrentamento da doença, prevenindo e reduzindo a sua morbidade e 3 mortalidade. Logo, o Ministério da Saúde (MS) instituiu, desde 1999, as campanhas de vacinação contra influenza para maiores de 65 anos e para maiores de 60 anos a partir do ano 2000. São gastos ao redor de 160 milhões de reais por ano, para a compra de vacinas, bem como divulgação e montagem de 73,7 mil postos de vacinação. A principal forma de prevenir e reduzir a morbidade e mortalidade associadas à doença é a vacinação entre idosos e grupos de risco. Logo, o Ministério da Saúde (MS) instituiu, desde 1999, as campanhas de vacinação contra influenza para maiores de 65anos e para maiores de 60 anos a partir do ano 2000. O Brasil tem ultrapassado a metade 70% de indivíduos vacinados estabelecida pelo Ministério da Saúde, entretanto com significativas diferenças no grau de cobertura de uma região para outra. Dentre as vacinas existentes contra o vírus influenza, suas diferenças são quanto à natureza do agente: se é inativado ou atenuado. As vacinas de vírus inativado diferem quanto aos componentes da partícula viral presentes na vacina. A composição e concentração de antígenos são atualizadas a cada ano em função dos dados epidemiológicos coletados em uma rede de 120 laboratórios em 82 países vinculados à Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa vigilância epidemiológica da gripe é formada por milhares de médicos sentinelas que colhem informações e amostras de swabs nasais para identificação viral dos pacientes acometidos por gripe. Desde 1940 a vacina inativada tem demonstrado ser efetiva na prevenção da gripe. A eficácia dessa vacina encontra-se entre 67 e 92%, dependendo da semelhança entre as cepas contidas na vacina e o vírus selvagem circulante. Recomenda-se que a vacina seja administrada anualmente, no período que precede o outono-inverno,idealmente nos meses de março/abril, no nosso país. Embora a vacina usada,geralmente, contenha um ou mais dos antígenos usados no ano anterior, a vacinação anual é necessária pois a imunidade declina progressivamente após os primeiros meses da vacinação, sendo muito baixa após um ano, confirmando a importância das recorrentes campanhas de vacinação.Baseado no exposto, este estudo tem como objetivo avaliar a aceitação dessa medida profilática pelos idosos residentes no bairro de Aparecidinha, Sorocaba-SP e determinar os principais fatores que os levam à nãoadoção desta, sejam de natureza demográfica, socioeconômica, comportamental ou de saúde, para futura elaboração de campanhas específicas que visam esclarecer-lhes a importância da vacinação em seu grupo etário. 2 METODOLOGIA Foi realizado inquérito domiciliar com amostra aleatória (n=116) da população idosa do bairro residencial de Aparecidinha na cidade de Sorocaba. Na realização deste trabalho foram utilizados questionários os quais tem como objetivo avaliar a instrução e comportamento dos idosos em Aparecidinha com relação à imunização da gripe comum e outras vacinas. 4 As agentes de saúde da UBS de Aparecidinha forneceram uma lista com nome e endereço dos idosos de cada região do bairro. O questionário foi empregado de acordo com essa lista, e os resultados foram avaliados e quantificados para o uso como estatística. Para a elaboração do questionário, primeiramente foi criado um pré-teste, cuja aplicação mostrou que algumas questões deveriam ser reformuladas e outras,incluídas. Assim, foi formulado o questionário final. Os critérios de inclusão no estudo foram: ter 60 anos ou mais, residir em Aparecidinha. Foram coletadas informações sobre: sexo, idade, renda per capita, número de pessoas que moram no mesmo domicilio, escolaridade, estudo civil e ocupação. A primeira questão aborda o tema principal – se o idoso já foi vacinado alguma vez contra a gripe comum. Esta pergunta é muito importante, pois é possível fazer uma análise geral sobre o cuidado da prevenção entre os senis de Aparecidinha. A segunda pergunta tem como objetivo descobrir o motivo que leva o idoso a se vacinar: Entre as alternativas há a razão da prevenção, no qual a pessoa decide tomar a vacina por vontade própria, ou por incentivo de outros (segunda opção). A terceira pergunta visa avaliar a freqüência com a qual o idoso toma a vacina, questionando-o se ele imuniza-se todo ano. Se ele responder negativamente, existe uma questão adicional a qual investiga quando foi a última vez que o idoso se vacinou. A quarta questão tem como alvo entender a razão pela qual alguns senis não tomam a vacina. As opções são as seguintes: o medo da reação causada pela vacina, e a falta de interesse em se prevenir. Na quinta pergunta é avaliado o efeito colateral da vacina, questionando se o idoso já teve alguma reação a ela, e se sim, a sexta questão aborda se isto o desestimulou a se imunizar. A sétima questão procura abordar a quantidade de informação que o idoso em Aparecidinha tem acesso, fator que o ajuda na decisão de se imunizar. A função da oitava questão é saber se o idoso tem como hábito se vacinar em relação a outras patologias, perguntando se ele já tomou outras vacinas. Na nona pergunta, questiona-se o idoso se ele incentiva os seus familiares e amigos a tomar vacinas. Se a resposta for positiva, ela é vista como uma grande aliada para a imunização, pois o conselho de pessoas conhecidas é um fator de segurança para a decisão de se vacinar. O décimo item tem como objetivo avaliar a disponibilidade de vacina, pois a falta dela pode desestimular o idoso a se imunizar. A última pergunta é de grande importância, pois é analisado se o idoso tem, à sua disponibilidade, informações suficientes sobre a campanha de vacinação, e se ele compreende porque deve se imunizar, quando e com que freqüência. Este fato é essencial, pois é o que leva o senil a ir ao posto e se vacinar. A análise foi feita a partir da porcentagem de quem já tomou vacina e comparada com 5 a prevista pelo ministério da saúde. Também se comparou a porcentagem de vacinação de acordo com: sexo, renda, escolaridade, estado-civil e se tem filhos, além de exibir e analisar os motivos que levaram os entrevistados a tomar vacina, as principais reações apresentadas e se a ocorrência de reação desestimulou-os a tomar a vacina.Além disso, analisou-se quais meios de informação incentivaram a vacinação e levaram os entrevistados a vacinarem-se, e também se quem toma a vacina da gripe costuma se vacinar ou se já tomou outras vacinas. Também se estabeleceu o gráfico de quem incentiva ou não a vacinação, avaliou-se a disponibilidade de vacinas na UBS e a porcentagem de quem acha se há informação suficiente sobre a campanha de vacinação. 3 DISCUSSÃO E RESULTADOS 3.1 Quanto aos vacinados A pesquisa realizada na UBS de Aparecidinha totalizou 116 idosos entrevistados, todos acima de 65 anos. Do total 85,3 % afirmou já ter tomado a vacina da gripe ao menos uma vez, destes 75,8% vacinam-se anualmente. O dado revela uma boa aceitação por parte da população superando a expectativa do Ministério da Saúde, que é de 70%. O estudo também avaliou os motivos que levam os idosos a aderirem à campanha de vacinação da gripe, revelando que 56% o fazem por prevenção e 40% por incentivo. Surpreendentemente 17,3% dos que se vacinam anualmente já tiveram reação à vacina e continuam prevenindo-se anualmente. Dentre os que já tomaram vacina 24,2% não seguem a campanha anualmente. Destes, metade alegam ter tido reação, já 25% consideram a imunização desnecessária e 16,7% têm medo. Esses dados comprovam a deficiência de informação no bairro de Aparecidinha, tanto por mitos, que geram receios, quanto por não saberem o real mecanismo de ação da vacina. 3.2 Quanto aos sexos Do total de idosos entrevistados 44 são homens sendo que 77,3% tomaram a vacina e 72 são mulheres, dentre elas 90,3% alegam ter tomado. Acredita-se que as mulheres sejam mais receptivas a incentivos de profissionais da saúde, além de serem naturalmente mais preocupadas com o corpo, sua família e sua comunidade. No decorrer da pesquisa percebe-se que há mais participação feminina em comparação com os homens que parecem ser mais relutantes, mostrando que elas possuem mais facilidade para conversar sobre sua própria vida, contar seus problemas e socializar com outras pessoas. Assim, concluímos que as mulheres do nosso espaço amostral são mais predispostas a tomarem a vacina da Gripe. 6 3.3 Quanto à renda Foi estabelecido em nossa pesquisa um padrão para faixa de renda familiar: - Renda menor que um salário mínimo - Renda igual a um salário mínimo - Renda entre um e três salários mínimos - Renda maior que 3 salários mínimos Através desses padrões, identificamos que entre entrevistadas 37,9% possui renda igual a um salário mínimo e a adesão á vacina chega em 84%; 48,3% apresentam renda de um a três salários mínimos, sendo que a parcela de adesão é 86% ; 10,3% possui renda maior que três salários, tendo a participação de 92%; e 3,4% possui renda menor que um salário e por fim tendo um apoio de 75% na campanha de vacinação. Esses dados demonstram que o número de vacinados aumenta proporcionalmente à renda familiar bruta. Dessa maneira, quanto menor a renda, menor a adesão assim podemos supor que as prioridades entre os portadores de uma renda maior em relação aos de uma menor podem ser totalmente diferentes. Isto nos mostra que devemos trabalhar mais com as pessoas de menor renda em Aparecidinha, mesmo que a média nacional seja 70% há uma grande potencialidade de aumentarmos ainda mais esse número. 3.4 Quanto à escolaridade Perfil de Vacinação: Escolaridade Já Tomou 89% Não Tomou 100% 81% 11% Menor 4 Anos 67% 19% De 4 a 7 Anos 33% 00% De 8 a 10 Anos 11 Anos ou Mais Primeiramente, pode-se intuir, de acordo com os dados apresentados, que o fato de uma menor escolaridade estar associada à maior adesão à vacinação ocorre porque aqueles com baixa escolaridade são mais facilmente influenciados por terceiros, diferentemente do senso comum que aponta maior a escolaridade como indicador de maior a adesão à vacinação. O conhecimento adquirido ao longo dos anos de estudo proporciona maior entendimento acerca do processo de vacinação, como as possíveis reações que podem ocorrer, gerando uma resistência em tomar a vacina. 7 Seguindo o mesmo raciocínio do parágrafo anterior em relação à influência das pessoas sobre aquelas com menor escolaridade, um outro ponto a ser considerado é o veículo de informação a respeito da vacina que são as agentes de saúde, médicos, enfermeiros, televisão, jornais e vizinhos, de Aparecidinha, no caso. Dentre esses grupos apontados, todos salientam os aspectos positivos da vacinação, exceto o último, que podem ou não incentivá-la. Porém, não o farão no sentido negativo porque, de acordo com os dados, 71,6% da população local incentiva à vacinação. 3.5 Quanto ao estado civil Do total de entrevistados 11 são solteiros (9,5% do total), sendo que desses 90,9% foram vacinados; 70 são casados (60,3% do total), dos quais 87,1% tomaram a vacina; 9 são divorciados (7,8% do total), sendo que 44,4% foram imunizados e 26 são viúvos (22,4% do total), dos quais 92,3% foram vacinados. Portanto, o estado civil não é um fator estatisticamente relevante, pois não há relação entre esse e a vacinação. 3.6 Quanto a ter ou não filhos. Dentre os entrevistados, constatou-se que 96% citaram ter um ou mais filhos. Dentre os idosos que possuem filhos 84,8% mostram- se adeptos a vacina antigripal. Já no grupo dos que não possuem filhos, 100% relataram tomar a vacina contra a influenza. Apenas 15,2% dos idosos com descendentes se opuseram à vacina. Não podemos tirar quaisquer conclusões a respeito da influência do quesito de ter ou não filhos sobre os números de adeptos à campanha vacinal contra a gripe. 3.7 Quanto aos motivos. Pode-se observar que mais da metade dos entrevistados (52,5%) toma vacina por compreender sua importância na prevenção de doenças, ou seja, estes indivíduos tomam a vacina por iniciativa própria. É importante ressaltar que essas pessoas obtiveram o conhecimento através das campanhas de vacinação que são conduzidas pelas agentes de saúde ou pelos meios de comunicação como, por exemplo, a televisão e o rádio. Pouco menos da metade dos indivíduos entrevistados (40,4%) toma vacina por recomendação de profissionais da saúde ou familiares. Esse dado reflete a importância dos agentes de saúde na persuasão dos indivíduos que se encaixam nos programas de vacinação (idosos). Isso ocorre principalmente nas pessoas que não compreendem a importância da vacina como forma de prevenção. Além disso, alguns indivíduos são instruídos, principalmente por médicos, a tomarem a vacina por possuírem alguma doença que a torna obrigatória. 8 Uma outra parcela (7,1%) declarou outros motivos não especificando a razão que os levou a tomar a vacina. Já entre os indivíduos que nunca tomaram a vacina da gripe quase a totalidade acha desnecessário (82,4%), por que eles acreditam que não vão pegar a doença, que a vacina os deixarão doentes ou por que eles tem medo, mas se sentem constrangidos em dizer. Entre esses é importante fazer um trabalho explicando os motivos e a importância da vacinação na prevenção de doenças. Uma minoria alega medo (17,6%), esse sentimento em relação às vacinas deve-se a alguns fatores, como por exemplo, o trauma com agulhas, conhecimento de pessoas que já tomaram a vacina e tiveram reação ou por acharem que a vacina os deixarão doentes. 3.8 Reação e desestimulação Um fator importante, no que diz respeito ao causar receio em tomar a vacina, é o medo de reação. A reação da vacina da gripe é, comumente, febre, e ocorre em 3 % das pessoas que tomam a vacina no Brasil. Entre nossos entrevistados, ela ocorreu em 26,3 % deles, dos quais muitos relataram haver apresentado uma gripe forte. Percebe-se, claramente, que há uma grande discrepância entre a média nacional e a porcentagem de entrevistados que apresentaram reação à vacina da gripe. Com base nos relatos destes, pode-se concluir que essa diferença indica que, muitas vezes, os entrevistados apresentaram, na realidade, sintomas psicológicos, ora por já esperarem uma reação da vacina e ficarem, portanto, "sugestionados" após tomá-la, ora devido ao receio que já possuíam em relação à vacina antes de tomá-la. Notava-se em alguns o claro uso do relato dos sintomas da reação como modo de convencer - a eles mesmos, aos familiares, aos entrevistadores - que eles estão certos em não querer tomar mais a vacina. Dentre esses entrevistados que apresentaram reação, 50 % deles alegam ter sido desestimulados a tomar a vacina novamente. Levando em consideração que grande parte dos sintomas apresentados eram, na verdade, psicológicos, é uma porcentagem elevada. Como um dos objetivos de nosso trabalho, cabe esclarecer o que é exatamente a reação, porque ela ocorre, e diferenciá-la de possíveis sintomas psicológicos, bem como frisar que a vacina não leva à doença, ou seja, a vacina da gripe não os levará a apresentarem uma gripe forte, como muitos acreditam. Isso é uma tarefa difícil, pois a maioria dos entrevistados que apresentaram reação e sentiram-se, por isso, desestimulados a tomar a vacina novamente, não aceita que aquilo que sentiram após tomá-la não foi causado por ela. 3.9 Meios de informação Observa-se que 63,6% dos idosos entrevistados afirmaram terem sido informados sobre a vacinação contra a influenza pelos profissionais de saúde que atuam na UBS Aparecidinha, esses incluem médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes de 9 saúde. Vale ressaltar a importância das ações informativas prestadas por esses trabalhadores à população idosa de Aparecidinha; seu caráter persuasivo no que diz respeito à aceitação dessa medida profilática se mostrou muito eficaz e de grande peso na adesão do público-alvo à campanha anual de vacinação. Nota-se, numa UBS onde o PSF (Programa Saúde da Família) se faz presente, que a atuação das agentes de saúde é de grande acuidade para que a informação a ser passada chegue ao seu destino correto (idosos no caso) e reflete-se no sucesso numérico da adesão à campanha, no caso 85,3% dos idosos, ultrapassando em 15,3% a meta imposta pelo Ministério da Saúde (70%). Entretanto 29,3% dos idosos afirmaram que souberam das datas para vacinação através de propagandas e chamadas na televisão, mostrando que se trata também de um respeitável meio informativo no bairro, com grande abrangência entre a população idosa de Aparecidinha.Houve ainda entrevistados que afirmaram que o meio pelo qual foram recrutados à UBS para a prevenção da gripe deu-se por jornais, revistas e/ou parentes, mostrando-se também importantes meios que atingem a população desse bairro, porém com menor expressividade numérica. 3.10 Outras vacinas Dentre os 116 idosos entrevistados, 80,17% afirmaram no questionário já terem tomado outras vacinas fora a da influenza. 85,3% dos 116 idosos analisados tomaram a vacina contra a gripe e entre os mesmos 78,79% responderam positivamente quanto a já terem tomado outras vacinas na vida.Entre o grupo que alegou não ter tomado a vacina antigripal 88,24% afirmaram, em algum momento de sua vida, já terem aderido a outras vacinas.Exibe-se aqui um curioso quadro do estado vacinal dos idosos de Aparecidinha; a maioria do público que não aderiu a vacina contra a gripe não o faz por medo de vacinas ou de agulhas, mas sim algum tipo de receio contra a vacina contra a influenza, mostrando-nos um rico campo de trabalho à frente: desmistificar a campanha vacinal contra a influenza. Repensar as campanhas e atentar para as reais condições e necessidades de seu público-alvo, explicar sua composição, sua fabricação, esclarecer indicações e contra-indicações, suas possíveis reações, efeitos colaterais, e assim tentar elevar o número de adeptos a essa medida profilática, desenvolver os indicadores de adesão no bairro de Aparecidinha. 3.11 Incentiva Interessante notar que entre os que não tomam vacina a porcentagem de incentivo é alta (47,1%), mostrando que eles acham importante que outros tomem, mas as vezes não o fazem por terem medo de reação ou por simplesmente não ter acesso a mesma (por distancia, ou algum contra-tempo) . Já entre os que tomam vacina, a margem ainda não é de uma recomendação de 100%, revelando que ainda há insegurança ora por acharem que neles a vacina promoveu reação ora por achar que cada um tem livre-arbítrio. Um dos nossos 10 trabalhos é desmistificar que a vacina causa a doença , e explicar as possíveis complicações que a mesma pode gerar como também seu papel e composição; dessa forma poderemos convencer os que não tomam a tomarem, e os que tomam a continuarem tomando e se possível aumentar o número de recomendações . 3.12 Disponibilidade de vacinas O simples fato de 96,5% acharem que a disponibilidade de vacina é positiva, (87,9% acham boa e 8,6% acham regular) mostra a abrangência do programa de vacinação e sua reposição promovida pelo Governo Federal, mas mesmo tendo uma grande quantidade de vacinas nem sempre as mesmas são consumidas o que reflete que ainda há pessoas que não tomam por ter algum receio ou por não chegarem até a fonte. Assim vários problemas podem ser elencados como a falta de conscientização coletiva ou o simples elo cidadão-ubs ser deficitário. Dessa forma nos cabe atuar ativamente para que haja uma maior compreensão e importância da vacinação na comunidade. 3.13 Avaliação da campanha Apesar de 92,2% dos entrevistados avaliarem que há informações suficientes a cerca da campanha de vacinação mostrando ser um ótimo número em contrapartida dos 7,8% que acham que há insuficiência, nos resta questionar se realmente esse número é verdadeiro ou se houve apenas uma resposta programada e não digna de crédito. Se a suposição for incorreta podemos dizer que as propagandas sejam televisivas ou por jornais e o trabalho dos profissionais da saúde (médicos, enfermeiras e agentes) conseguiram atingir a grande parcela do público alvo, ou seja os idosos e isso espelharia em um aumento no número de vacinações. Na nossa pesquisa constatamos que 85,3% da população entrevistada toma vacina e que dentro dessa população 75,8% toma vacina anualmente assim reafirmando a tese que há informações suficientes a cerca da vacinação. 4 CONCLUSÃO Infecções virais como a gripe, causada pelo vírus influenza, estão associadas a um vasto número de complicações de patologias. A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza recomendações para uma vacina anual a partir da identificação de cepas circulantes. A vacinação é dever do Estado, regulada pela Vigilância Epidemiológica, e tem sugerido impacto na diminuição de óbitos e internações por doenças respiratórias em idosos. O presente estudo de tendência indica boa receptividade às campanhas vacinais para a faixa etária ultrapassando a meta do governo que é de 70%. Embora os profissionais de 11 saúde tenham imprescindível papel na recomendação dessas vacinas e a presença do Programa Saúde da Família (PSF) aparentar ser de relevância ao repasse de informações e à promoção da saúde entre os idosos, o comparativo com dados de outras regiões da cidade e, sobretudo em Unidades Básicas de Saúde onde não há PSF tornam-se de extrema relevância para a análise fidedigna do perfil de vacinação contra a gripe na população idosa de Sorocaba. Dentre os aspectos abordados, alguns parecem ter influência sob o hábito da população e assim tornam-se indicativos para novas ênfases a fim de focar as ações e aumentar o grau de adesão nos grupos específicos. Referências