Émile Durkheim, Pai da Sociologia Moderna.

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Introdução
Durkeim foi um dos pensadores que mais contribuiu para a
consolidação da Sociologia como ciência empírica e para sua instauração no
meio académico, tornando-se o primeiro professor universitário dessa
disciplina. As referências necessárias para situar seu pensamento são, por
um lado, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, e por outro, as
ideias que vinham sendo formadas por Saint-Simon e Comte.
Seus pressupostos constitutivos são a crença de que a
humanidade avança no sentido de seu gradual aperfeiçoamento governada
pela lei do progresso. Esse princípio foi herdado da filosofia humanista. O
industrialismo impunha-se a todos como a marca decisiva da sociedade
moderna. Difundia-se a concepção de que a vida colectiva era um ser
distinto, mais complexo, e irredutível às partes que o formam.
Durkheim recebe também a influência da filosofia racionalista de
Kant, do darwinismo, do organicismo alemão e do socialismo de cátedra.
Durkheim via na ciência social uma expressão da consciência racional das
sociedades modernas, mas não excluía o diálogo com a História, a Economia
e a Psicologia, embora apontasse os limites de cada uma dessas disciplinas
na explicação dos fatos sociais.
ÉMILE DURKHEIM
HISTÓRIA DAS IDEIAS SOCIAIS
DOCENTEJOSÉ HENRIQUE DIAS
ALUNOJOÃO FRANCISCO DA ROCHA MAURICIO Nº 7470
A história de Émile Durkheim
Émile Durkheim (1858 – 1917), era francês de boa família, formado em
Direito e Economia, porém sua obra inteira é dedicada a Sociologia. Seu
trabalho principal é na reflexão e no reconhecimento da existência de uma
“Consciência Colectiva”. Ele parte do princípio que o homem seria apenas um
animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja,
foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo
social para poder conviver no meio deste.
A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de “Socialização”, a
consciência colectiva seria então formada durante a nossa socialização e
seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para
nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse “tudo” ele
chamou de “Factos Sociais”, e disse que esses eram os verdadeiros objectos
de estudo da Sociologia.
Nem tudo que uma pessoa faz é um facto social, para ser um facto social
tem de atender a 3 características: generalidade, exterioridade e
coercitividade. Isto é, o que as pessoas sentem, pensam ou fazem
independente de suas vontades individuais, é um comportamento
estabelecido pela sociedade. Não é algo que seja imposto especificamente a
alguém, é algo que já estava lá antes e que continua depois e que não dá
margem a escolhas.
O mérito de Durkheim aumenta ainda mais quando publica seu livro “As
regras do método sociológico”, onde ele define uma metodologia de estudo,
que embora sendo em boa parte extraída das ciências naturais, dá
seriedade a nova ciência. Era necessário revelar as leis que regem o
comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais.
Nos seus estudos, ele concluiu que os factos sociais atingem toda a
sociedade, o que só é possível se admitirmos que a sociedade é um todo
integrado. Se tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afecta
toda a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum sector
da sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo deste raciocínio ele
desenvolve dois dos seus principais conceitos: Instituição Social e Anomia.
A instituição social é um mecanismo de protecção da sociedade, é o conjunto
de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos
e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a
organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele
participam. As instituições são portanto conservadoras por essência, quer
seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo
força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.
Durkheim deixa bem claro em sua obra o quanto acredita que essas
instituições são valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com uma
certa reputação de conservador, que durante muitos anos causou antipatia a
sua obra. Mas Durkheim não pode ser meramente tachado de conservador,
sua defesa das instituições se baseia num ponto fundamental, o ser humano
necessita de se sentir seguro, protegido. Uma sociedade sem regras claras
(num conceito do próprio Durkheim, "em estado de anomia"), sem valores,
sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse
desespero, Durkheim dedicou-se ao estudo da criminalidade, do suicídio e
da religião. O homem que inovou construindo uma nova ciência, inovava
novamente se preocupando com factores psicológicos, antes da existência
da Psicologia.Os seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento
da obra de outro grande homem: Freud.
Basta uma rápida observação do contexto histórico do século XIX, para se
perceber que as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia
muito questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam,
muita gente vivendo em condições miseráveis, desempregados, doentes e
marginalizados. Ora, numa sociedade integrada essa gente não podia ser
ignorada, de uma forma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer
as consequências. Aos problemas que ele observou, ele considerou como
patologia social, e chamou aquela sociedade doente de “Anomana”. A anomia
era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia
era o meio para isso. O papel do sociólogo seria portanto estudar, entender
e ajudar a sociedade.
Na tentativa de “curar” a sociedade da anomia, Durkheim escreve “A divisão
do trabalho social na problemática budista”, onde ele descreve a
necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre os
membros da sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um
organismo biológico, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros
para sobreviver, se cada membro da sociedade exercer uma função na
divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e
deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos
outros. O importante para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de
um todo, que realmente precise da sociedade de forma orgânica,
interiorizada e não meramente mecânica.
Reflectindo sobre a importância da dependência entre os membros da
sociedade, inúmeros estudiosos que se seguiram a Durkheim desenvolveram
o que ficou conhecido como “Funcionalismo”. Creio que não é possível chegar
a esse ponto sem lembrar de Marx conclamando a “união” dos trabalhadores.
Uma união consciente dos indivíduos ou uma união dependente, de um jeito
ou de outro, ambos se opõe ao individualismo possessivo, o que nos remete a
dificuldade de convivência entre os homens. Mais de 1 século depois o
conflito ainda não está resolvido, Durkheim se visse a nossa sociedade
ficaria chocado com o grau de “anomia” e talvez ficasse decepcionado ao
saber que os sociólogos já não querem mais “salvar o mundo”. Contudo, a
História está cheia “durkheims” e assim continuará.
Émile Durkheim foi um dos responsáveis por tornar a sociologia uma matéria
académica, sendo aceita como ciência social. Durante sua vida, publicou
centenas de estudos sociais, sobre educação, crimes, religião, e até suicídio.
Um dos focos de Durkheim era em como as sociedades poderiam manter a
sua integridade e coerência na era moderna, quando as coisas como religião
e etnia não poderiam, estavam tão dispersas e misturadas. A partir disto,
ele procurou criar uma aproximação científica para os fenómenos sociais.
Descobriu a existência e a qualidade de diferentes partes da sociedade,
divididas pelas funções que exercem, mantendo o meio balanceado. Isto
ficou conhecido como a teoria do Funcionalismo.
Também falava que a sociedade é mais do que a soma de suas partes. Ao
contrário de Max Weber, ele não estava focado no que motivava as acções
individuais das pessoas (individualismo), mas no estudo dos “factos sociais”,
termo criado por ele mesmo que descreve os fenómenos que não são
limitados apenas a uma pessoa. Os factos sociais tem uma existência
independente e mais objectiva do que as acções individuais, e podem
somente ser explicados por outros fatos sociais, como a região onde a
sociedade está submetida, governos, etc.
Discutiu o facto de que na sociedade moderna, a divisão do trabalho ser
bem maior do que antes. Várias classes de funcionários foram criadas nas
fábricas. Numa linha de produção, um trabalhador não precisa saber de todo
o processo de fabricação do produto, apenas da parte que lhe foi conferida.
Isto gerou uma dependência cada vez maior. Antes, o fazendeiro trabalhava
na sua propriedade auto-suficiente, sem depender de outros grupos de
trabalhadores para alimentar as necessidades. Agora, o trabalhador ganha
seu dinheiro, e tem de confiá-lo a outros grupos para poder se manter
(roupas, alimentação, etc).
As principais Obras:

De la division du travail social, 1893;



Les règles de la méthode sociologique, 1895;
Le suicide, 1897;
Les formes élémentaires de la vie religieuse, 1912;



Éducation et Sociologie, 1922;
L’éducation morale, 1925;
L’évolution pédagogique en France, 1938;

Molecou.se aos 15 anos de idadeet Rousseau, précurseurs de la
Sociologie', 1953.
Émile Durkheim, Pai da Sociologia Moderna.
Émile Durkheim foi um sociólogo nascido na França em 15 de abril de
1858 na cidade de Èpinal, Vosges. Estudou na “École Normale Superieure”
de Paris. Tendo se interessado por filosofia, leccionou em várias escolas
da França. Entretanto, sua paixão foi a Sociologia e a esta, dedicou sua
vida e sua obra. Se procurarmos uma palavra para sintetizar suas teorias
podemos usar “integração”. Considerado o fundador da sociologia,
sedimentou suas pesquisas com uma pergunta: “Porquê e como os
indivíduos são integrados na sociedade?" Durkheim estudou as naturezas
das relações de trabalho, o suicídio e suas causas dentro da sociedade e
as religiões antigas.
Assumiu em 1887 em Bordéus a primeira cadeira de sociologia francesa.
. Foi fundador do jornal L’Année Sociologique em 1897 (editado até 1912).
Em 1902 começou a leccionar Sociologia em Sorbone.
Quatro livros seus foram o alicerce onde se construiu a sociologia
moderna: O primeiro destes livros foi escrito em 1893. Seu título em
português foi a “Da Divisão do Trabalho Social”. [De La Division du
Travail Social]. Nesta ocasião, ainda ensinava em Bordéus. Na mesma
época, escreveu também “A regra do Método Sociológico” [La règle de la
Méthode Sociologique –1895] e “O Suicídio:Um Estudo em Sociologia”.
[Le Suicide: um etudie em sociologie -1897] e por fim, o último dos quatro,
publicado somente quinze anos mais tarde, (1912) foi “As formas
Elementares da Vida Religiosa; o sistema totémico da Austrália”.. [
Les formes élèmentaires de la vie religieuse; le système totémique em
Australie]
Sua formação foi influenciada por Descartes, Rousseau, Saint-Simon,
Comte e Fustel de Coulanges, seu professor.
No primeiro dos seus quatro livros (Da Divisão do Trabalho Social),
aprofundou-se no problema da ordem num sistema social de individualismo
económico. Questionou a concepção de Herbert Spencer sobre sistemas
de relações contratuais afirmando que as ideias de ordem dentro deste
sistema concreto não pode ser abordado nos termos de Spencer. Para ele,
estas sociedades dominada por auto-interesse terminariam em caos caso,
factores controladores, não interviessem. Afirma que os contratos entre
as partes são regulamentados por normas que não permite negociação
entre os interessados. Estas normas, com o passar dos tempos são
adicionadas às leis cíveis e são legalmente impostas. Neste caso,
Durkhein afirma a superioridade da norma legal imposta por sanções
sobre as explicações artificialistas por meio de simples
contrato. Durkheim chamou de coerção social a força que os factos
exercem sobre os indivíduos, fazendo-os aceitar as regras de sua
sociedade mesmo contra a sua vontade. Esta fenómeno caracteriza-se
pelas sanções a que a pessoa está sujeita quando não as aceita. Estas
punições poderão ser legais ou espontâneas. Legais são as prescritas pela
sociedade, sob a forma de leis, nas quais se caracteriza violação e a
consequente punição. Espontâneas são as que aparecem em consequência
de seus actos como exemplo Durkheim cita: "Um empresário poderá
trabalhar utilizando técnicas ultrapassadas, mas, pagará caro por
isto, pois, certamente,o seu negócio falirá". O que é interessante
notar é que o processo educativo tem forte influencia nisto pois
"auxiliam" os indivíduos a adaptarem-se a este mecanismo.Ainda no livro "
Da divisão do trabalho social" (p. 342). Durkheim aborda o tema "
consciência colectiva", trata-se do conjunto das crenças e dos
sentimentos comuns à média dos indivíduos de uma sociedade, nada tendo,
obrigatoriamente com a consciência do indivíduo ou de grupos específicos.
Esta consciência, para Durkheim, sinalizaria o perfil psíquico da
sociedade.
A segunda característica dos factos sociais é que eles existem e
actuam sobre os indivíduos independentemente da sua vontade ou da sua
adesão consciente, ou seja, eles são exteriores aos indivíduos. As regras
sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas,
são a elas impostos por mecanismos de coerção social, como a educação.
Portanto, os factos sociais são ao mesmo tempo coercitivos e dotados de
existência exterior às consciências individuais. A terceira característica
apontada por Durkheim é a generalidade. É social todo facto que é geral,
que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles.
Desse modo, os factos sociais manifestam a sua natureza colectiva ou um
estado comum ao grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os
sentimentos e a moral.
No segundo livro aborda o facto social como experimentado pelo
indivíduo como uma realidade à parte, sem ter sido por ele criada mas que
não pode fugir a tais como: regras morais, leis e costumes. Estes, já
existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostas por
mecanismos de coerção social, como, o exemplo, citado acima a educação.
No estudo dos sistemas sociais lançou os conceitos de solidariedade
mecânica e orgânica. A solidariedade mecânica acontece nas sociedades
primitivas nas quais os indivíduos muito parecidos socialmente
compartilham costumes, valores e sentimentos. Na orgânica, coisa de
sociedades mais sofisticadas, define-se pela divisão do trabalho. Na
sociedade orgânica, geralmente capitalistas, através da divisão do
trabalho social, as pessoas são interdependentes. Essa interdependência
impõe a união social, em lugar dos costumes, das tradições ou das relações
sociais estreitas. Assim, a consciência colectiva diminui. Nestes casos
apesar da interdependência, cada qual especializa-se numa área e
desenvolve certa autonomia pessoal
Nestas sociedades, colocou o seu foco na desintegração das normas
sociais a qual chamou de anomia. Nas citadas sociedades, os valores ficam
enfraquecidos por que nem sempre as tarefas dos indivíduos
correspondem aos seus anseios e aptidões. Durkheim propõe como solução
desta patologia social o cooperativismo de produção económica.
Em “O Suicídio:Um Estudo em Sociologia” Durkheim aborda o fenómeno
fundamentado em causas sociais e não individuais. Catalogou três tipos de
auto-extermínio: o suicídio egoísta, o suicídio por anomia e o suicídio
altruísta.
Suicídio egoísta - O egoísmo é um estado onde os laços entre o indivíduo
e os outros na sociedade são fracos. Uma vez que o indivíduo está
fracamente ligado à sociedade, terminar sua vida terá pouco impacto no
resto da sociedade. Em outras palavras, existem poucos laços sociais para
impedir que o indivíduo se mate. Esta foi a causa vista por Durkheim entre
divorciados.
Suicídio por anomia - A anomia é um estado onde existe uma fraca
regulação social entre as normas da sociedade e o indivíduo, mais
frequentemente trazidas por mudanças dramáticas nas circunstâncias
económicas e/ou sociais. Este tipo de suicídio acontece quando as normas
sociais e leis que governam a sociedade não correspondem com os objectivos
de vida do indivíduo. Uma vez que o indivíduo não se identifica com as
normas da sociedade, o suicídio passa a ser uma alternativa de escape.
Durkheim viu esta explicação para os suicidas protestantes.
Suicídio altruísta - O altruísmo é o oposto do egoísmo, onde um indivíduo
está extremamente ligado à sociedade, de forma que não tem vida própria.
Indivíduos que cometem suicídio baseado no altruísmo morrem porque
acreditam que sua morte pode trazer uma espécie de benefício para a
sociedade. Em outras palavras, quando um indivíduo está tão fortemente
ligado à sociedade, ele cometerá suicídio independentemente de sua própria
hesitação se as normas da sociedade o levarem a tal.
Durkheim viu isto ocorrer de duas formas diferentes:

onde indivíduos se vêem sem importância ou oprimidos pela sociedade
e preferem cometer suicídio. Ele viu isto acontecer em sociedades
"primitivas" ou "antigas", mas também em regimentos militares muito

tradicionais, como guardas imperiais ou de elite, na sociedade
contemporânea;
onde indivíduos vêem o mundo social sem importância e sacrificariam
a si próprios por um grande ideal. Durkheim viu isto acontecer em
religiões orientais, como o Sati no Hinduísmo. Alguns sociologistas
contemporâneos têm usado esta análise para explicar os kamikazes e
os homens-bomba.
Durkheim nas suas pesquisas, somente aplicáveis na sua época e
sociedade, constata uma ligação entre suicídio e religião. Para ele, o suicídio
é menor entre os Judeus que o Católicos e menor entre católicos que os
protestantes. Durkheim explica este facto pela identidade grupal. No caso,
os grupos minoritários possuem um índice maior de identidade com seu
grupo e menor taxa de auto-extermínio.
No seu quarto livro “As formas Elementares da Vida Religiosa; o
sistema totémico da Austrália” abordou as origens da sociais e cerimoniais
a base de religiões com um foco bem dirigido sobre os Totens.
(totemismo). Insiste que não existem religiões falsas e que todas são, sim,
sociais: um sistema universal de crenças e práticas relativas às coisas
sagradas que unem os indivíduos que dela compartilham. Numa comunidade
moral chamada igreja. Observe o reforço da tese no “Sagrado” pois que o
sobrenatural e o transcendente não preenchem as condições necessárias
para definir religião universalmente.
Émile Durkheim morreu em 15 de novembro de 1917 deixando a
estrutura básica da sociologia moderna!
Conclusão
Para Durkheim tinha como finalidade explicar a sociedade, mas
também encontrar soluções para a vida social. Durkheim afirma que nem
todo acontecimento humano é facto social. Não basta que um facto ocorra
na sociedade para receber a qualificação de social.
Gostaria de ressaltar que no pensamento durkeiniano a sociedade
prevalece sobre o indivíduo, pois quando este nasce tem de se adaptar às
normas já criadas, como leis, costumes, línguas, etc. Assinala que o indivíduo
obedece a uma série de leis impostas pela sociedade e não tem o direito de
modificá-las. Os factos sociais são as regras impostas pela sociedade, como
as leis, costumes, dentre outras, que são passados de geração a geração.
É a sociedade, como colectividade, que organiza, condiciona e
controla as acções individuais. O indivíduo aprende a seguir normas e regras
que não foram criadas por ele, essas regras limitam sua acção e prescreve
punições para quem não obedecer aos limites sociais.
Durkheim propôs um método para a Sociologia que consiste no
conjunto de regras que o pesquisador deve seguir para realizar, de maneira
correcta, suas pesquisas. Este método enfatiza a posição de neutralidade e
objectividade que o pesquisador deve ter em relação à sociedade: ele deve
descrever a realidade social, sem deixar que suas ideias e opiniões
interfiram na observação dos factos sociais.
Fazendo uma comparação entre Marx e Durkheim observa-se que
enquanto Durkheim vira-se para o estudo do “facto social”, com a sociedade
determinando as acções do indivíduo, Marx procura entender os movimentos
da sociedade tendo como objecto as “relações sociais” e a “luta de classes”
transformando os fenómenos sociais e para Durkheim a luta entre as
classes expressa anormalidade no que tange às relações sociais
Verifica-se que Durkheim tenta formular proposições que
estabeleçam relações constantes entre os fenómenos, os chamados “factos
sociais”, a fim de compreender a maneira de agir fixa ou não do indivíduo,
obedecendo a coerção exterior, determinada pela sociedade sobre o mesmo.
A sociedade impõe-se ao indivíduo, ditando-lhe normas de comportamento, e
que a ele compete, apenas, assimilá-las, não importando se haveria
interesses ou motivações individuais que determinassem o “facto social”,
sendo, para ele ser o todo mais importante do que as partes que o compõem,
sendo cada indivíduo, portanto, apenas um átomo na grande química que é a
sociedade.
Acredito ser importante salientar que Durkheim defende que
investigando-se as relações de causa e efeito e regularidade, poderia se
chegar a descoberta de leis, que determinassem a existência de um “facto
social” qualquer e que por conseguinte, determinaria, este, a acção dos
indivíduos.
Finalizando essa análise crítica, entendo, ser, a sociedade de hoje uma
conjugação do pensamento tanto de Durkheim quanto dos outros clássicos
apresentados no livro “Um toque de clássicos”, tendo em vista que a vida do
indivíduo em muito é determinada pelos padrões sociais ditados pela classe
dominante (detentora do poder), embaçada em dogmas morais, religiosos e
de condutas que são passados de geração para geração, como descreve
Durkheim
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