Meditando sobre o Sagrado Coração de Jesus Junho é o mês de

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Meditando sobre o Sagrado
Coração de Jesus
Junho é o mês de dedicado ao Sagrado Coração de
Jesus, tempo forte de oração e devoção. É um
tempo favorável para aprofundarmos nossa
espiritualidade e aumentar o nosso amor por Jesus.
deixemo-nos envolver por esta meditação:
Fonte de toda a Consolação
Neste mês de junho, dedicado ao divino Coração,
convido-te, a tomar algumas dessas invocações, procurando penetrar a mensagem de amor
contida nelas.
Toda noite, nas casas dos Arautos do Evangelho, canta-se a Ladainha do Sagrado Coração de
Jesus. A melodia gregoriana, afável e sublime, realça o significado profundo de cada invocação.
Vemo-nos colocados ante um verdadeiro caudal de maravilhas e louvores próprios a encher
nossas almas de ternura e adoração por nosso Redentor.
A série de títulos a Ele atribuídos procura realçar não apenas seus atributos divinos, mas seu
amor infinito, à nossa espera para além dos umbrais da vida terrena.
Nós, que vivemos neste mundo uma vida mortal, tomamos o amor humano como o padrão da
medida do amar, seja o amor maternal, o paternal, o filial, o conjugal, ou mesmo os amores
ilícitos. Pobres de nós! Mal podemos imaginar como o amor inextinguível e santificante de
Deus Nosso Senhor por suas criaturas.
A Ladainha do Sagrado Coração de Jesus nos permite vislumbrar algo da abrasadora
intensidade desse amor divino.
Neste mês de junho, dedicado ao divino Coração, convido-o, caro leitor, a tomar algumas
dessas invocações, procurando penetrar a mensagem de amor contida nelas.
"Eis o Coração que tanto amou os homens" Numa de suas aparições a Santa
Margarida Maria, Nosso Senhor mostrava- se transbordante de luz e com uma expressão
repleta de bondade e misericórdia. Apontando seu próprio Coração, Ele transmitiu-lhe esta
queixa afetuosa: "Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou até Se esgotar e
consumir para lhes testemunhar seu amor, e que, como retribuição, da maior parte só recebe
ingratidões".
Como essa revelação deveria deixar-nos consternados! É verdade que Ele nos ama acima de
toda medida e que é impossível a cada um de nós, simples criatura, retribuir com igual
intensidade. Entretanto, a questão é saber se nós O amamos tanto quanto nos permite nossa
capacidade de amar. Certamente, se nos entregássemos por inteiro a seu amor, ajudados por
sua graça, nosso coração palpitaria em uníssono com o d'Ele, nós nos enterneceríamos com
Ele, sentiríamos como Ele e - por que não? - sofreríamos por Ele.
Esse deve ser o anelo da alma católica.
Façamos, pois, da leitura destas palavras algo mais que um puro exercício intelectual.
Transformemo-la em um ato de amor.
"Coração de Jesus, fornalha ardente de Caridade"
Esta belíssima
jaculatória não se contenta de comparar esse amor - caritas, caridade - tão intenso com uma
fornalha, mas acentua ser uma fornalha ardente. Esplêndida imagem de sua divina Paixão, não
só pela humanidade em seu conjunto, mas também por todos os seus filhos e filhas,
individualmente considerados.
Assim relata Santa Margarida Maria como lhe foi revelado esse amor: "Uma vez, estando
exposto o Santíssimo Sacramento, apareceu Jesus Cristo todo resplandecente de glória, com
suas cinco chagas brilhando como sóis, e sua sagrada humanidade lançando labaredas de
todos os lados, mas sobretudo de seu adorável peito, que parecia uma fornalha.
Abrindo-o, Ele descobriu-me seu amabilíssimo e amantíssimo Coração, que era a fonte viva das
chamas. Mostrou- me então as inexplicáveis maravilhas de seu puro amor e o excesso a que
tinha chegado no amor aos homens, dos quais só recebia ingratidões e friezas".
"Foi isso", disse Ele a Santa Margarida, "o que mais Me doeu de todos os sofrimentos que tive
em minha Paixão, ao passo que, se Me retribuíssem com algum amor, consideraria pouco tudo
o que fiz por eles. Se fosse possível, quereria ainda ter feito mais. Mas os homens têm apenas
frieza e recusa para com todas as minhas solicitudes de lhes fazer bem. Dá-Me tu, pelo menos,
esse prazer de suprir-lhes as ingratidões, conforme tuas possibilidades".
Oxalá esse apelo de Jesus encontre excelente acolhida, não apenas na alma das pessoas
especialmente devotas do Sagrado Coração, mas também na de todos os católicos,
despertando em cada um o desejo de oferecer a nosso amoroso Redentor digna reparação
por tanta frieza. Que cada um, a exemplo de Simão Cireneu, ajude-O a carregar a cruz dos
esquecimentos e das ingratidões. Será esta a melhor maneira de combater a tibieza que, às
vezes, torna moroso nosso progresso espiritual, ou, pior ainda, nos paralisa num estado de
torpor e de enfastiamento em relação às coisas de Deus.
Para avançarmos nesse luminoso caminho, contamos com um auxílio certo e preciosíssimo: a
devoção ao Imaculado Coração de Maria, no qual Jesus é incomparavelmente mais amado do
que em qualquer outra criatura, humana ou angélica. "Foi vontade de Deus que, na obra da
redenção humana, a Santíssima Virgem Maria estivesse inseparavelmente unida a Jesus Cristo"
- escrevia o Papa Pio XII. Por isso convém que cada cristão, "depois de prestar ao Sagrado
Coração o devido culto, renda também ao amantíssimo Coração de sua Mãe celestial os
correspondentes obséquios de piedade, de amor, de agradecimento e de reparação"
Ajudados pela poderosa mediação dessa terna Mãe, penetraremos com maior facilidade no
mistério do divino amor, que Ela portou em seu puríssimo seio e alimentou, ao qual
contemplou de perto com incêndios de adoração e enlevo.
"Coração de Jesus, paciente e misericordioso" Este título traz-nos à mente
uma exclamação de Santa Margarida Maria: "Esse divino Coração é todo doçura, humildade e
paciência".
"Paciente" (do latim, patiens, "aquele que sofre") é um qualificativo muito adequado ao
Coração misericordioso de Jesus, disposto a todos os sofrimentos pela nossa salvação.
Contemplamos aqui um Coração cujo afeto se mede pela sua disposição de sofrer.
Não seria demasiado afirmar que o valor de um homem, ou de uma mulher, é proporcional à
sua capacidade de superar, com ânimo e resignação, os insucessos e dificuldades que a
Providência permite em seu caminho - especialmente quando se vê alvo de incompreensões
da parte das pessoas que lhe são mais próximas.
Temos, então, ante nosso olhar o Divino Mestre como modelo de paciência.
Ser paciente significa, por exemplo, saber suportar os defeitos do próximo, responder com
amabilidade às suas manifestações de mau gênio, e tantos outros atos de virtude do mesmo
tipo.
Se imitarmos, neste ponto, nosso Salvador, faremos jus à sua amizade, conforme escreveu
Santa Margarida Maria: "Tereis de vos mostrar mansos, suportando com paciência as
grosserias, manias e amolações do próximo, sem vos deixar inquietar pelas contrariedades que
ocasionem. Pelo contrário, fazei de boa vontade os serviços que puderdes, porque este é o
modo de ganhar a amizade e a graça do Sagrado Coração de Jesus".
Exatamente assim procede Nosso Senhor com cada um de nós. Se agirmos do mesmo modo
para com os outros, crescerá em nós a confiança em sua predisposição de nos perdoar sempre,
não só uma vez, mas todas as vezes que d'Ele nos aproximarmos arrependidos.
Sim, precisamos nos convencer dessa maravilhosa verdade: o Divino Redentor suportou meus
pecados e por eles sofreu; por minha salvação imolou-Se, derramando todo o seu
Preciosíssimo Sangue. Devo, pois, considerar minha maldade com grande contrição, é verdade,
mas ao mesmo tempo com inabalável confiança.
Não nos deixemos nunca desanimar!
"Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados"
Esta é a
jaculatória que então aflora em nossos lábios.
Propiciar (do latim, propitiare) é tornar propício, tornar favorável por meio de um sacrifício,
oferecer um sacrifício expiatório. Isso é o que fez Jesus, oferecendo-Se ao Pai como "expiação
pelos nossos pecados" (1Jo 2,2).
E o Apóstolo do amor empenha-se em acentuar: "Nisso se manifestou o amor de Deus para
connosco: em nos ter enviado ao mundo seu Filho único, para que vivamos por Ele (...) para
expiar nossos pecados" (1Jo 4, 9-10).
Nosso Papa Bento XVI também se refere de modo ardoroso ao sacrifício do Salvador: "Em sua
morte na Cruz realiza-se esse voltar-Se de Deus contra Si mesmo, entregando-Se para dar vida
nova ao homem e salvá-lo: isso é o amor em sua forma mais radical" (Deus caritas est, n. 12).
Já morto em "propiciação por nossos pecados", quis Jesus dar-nos uma demonstração do
extremo limite aonde chegou seu amor por nós: de seu divino Coração brutalmente
transpassado pela lança do soldado, manaram as últimas gotas de sangue, misturadas com
água.
Por aí podemos avaliar quanto é censurável nossa frieza em relação a Ele, sobretudo nossa
falta de confiança!
"Coração de Jesus, fonte de toda consolação"
Tal doação generosa até o
ponto de dar-Se a Si mesmo perpassa nossas almas de alegria. Como não experimentarmos
grandíssimo consolo ao verno objeto de tão dadivoso amor? Na verdade, a palavra consolação
encerra dois sentidos: por um lado, significa fortalecimento, novo vigor, novo alento; por
outro, uma sensação de alegria, de suavidade, de unção do Divino Espírito Santo.
Em ambos os sentidos, o Sagrado Coração de Jesus é fonte de toda consolação, pois enche de
júbilo e satisfação espiritual aqueles que se abrem para sua infinita bondade. Mas Ele é
também nossa fortaleza. Assim, quando nos sentirmos débeis ou cansados, quando nos faltar
coragem para praticar algum ato de virtude que o dever de católicos nos impõe, lembremonos: não estamos sozinhos, Jesus está a nosso lado! N'Ele encontraremos as forças necessárias
para amar a Deus e ao próximo, cumprindo fielmente os divinos preceitos de sua Lei.
Sobretudo nessas horas, precisamos lançar-nos nos braços do Divino Mestre... Ah! se
soubéssemos como Ele suspira por nos ajudar! Eis como Ele revela a Santa Margarida Maria
essa sua predisposição: "Meu divino Coração está tão abrasado de amor para com os homens,
e em particular para contigo, que, não podendo conter em Si as chamas de sua ardente
caridade, precisa derramá-las por teu meio, e manifestar-Se a eles para os enriquecer com os
preciosos dons que te mostro, os quais contêm as graças santificantes e salutares necessárias
para os afastar do abismo da perdição".
Querido leitor, esperamos que esta curta meditação tenha servido para fazê-lo sentir-se mais
próximo do Coração de Jesus, e mais confiante na sua bondade sem limites. E que também lhe
seja de algum proveito quando tiver a graça de se aproximar do altar para receber o divino
Alimento.
Lembre-se, então, de que recebemos na alma, realmente presente, esse Coração no qual
adoramos todas as perfeições expressas tão belamente em sua ladainha.
Padre Carlos Werner Benjumea, EP.
Ao Sagrado Coração de Jesus
Coração adorável do meu Jesus, ofereço-Vos e
consagro-Vos a minha pessoa e a minha vida, as minhas ações, penas e angústias, não
querendo servir-me de nenhuma parte do meu ser senão para Vos dar honra, amor e glória.
Quero irrevogavelmente ser todo vosso e fazer todas as coisas por vosso amor, renunciando
de todo o meu coração a tudo o que Vos possa causar desgosto.
Sede, portanto, ó Coração diviníssimo, o único objeto do meu amor, o protetor da minha vida,
a garantia da minha salvação, o remédio da minha fraqueza e inconstância, o reparador de
todas as faltas da minha vida e o seguro asilo na hora da minha morte.
Sede, ó Coração de bondade, a minha justificação perante o Eterno Pai, e afastai de mim os
rigores da sua justiça. Ó Coração de amor, deposito toda a minha confiança em Vós, porque, se
tudo receio da minha fraqueza, tudo espero da vossa bondade.
Destruí na minha alma tudo o que possa dar-Vos desgosto; e o vosso puro amor se grave tão
profundamente no meu coração, que eu nunca me afaste. Peço-Vos, pela vossa infinita
misericórdia, que o meu nome seja escrito no vosso Coração porque o meu único desejo, toda
a minha felicidade e toda a minha glória consistem em viver e morrer escravo do vosso amor.
Assim seja.
Doce Coração do meu Jesus, fazei que eu Vos ame cada vez mais!
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