ASSUNTO: Funções Orgânicas PROFESSORA: Celeste Yara dos Santos Siqueira ALUNO: Simone Maria Xavier dos Santos MATRICULA: 2007040243 Funções orgânicas e suas Nomenclaturas 1. INTRODUÇÃO O número enorme de compostos orgânicos conhecidos nos obriga a agrupá-los em classes ou famílias de compostos semelhantes, denominadas FUNÇÕES ORGÂNICAS. 2. HIDROCARBONETOS Hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados exclusivamente por carbono e hidrogênio. Por exemplo: CH3 – CH2 – CH3 HC CH CH2 = CH2 ou C3H8 ou C2H2 ou C2H4 Os hidrocarbonetos constituem uma classe muito numerosa e muito importante, pois formam o “esqueleto” de todos os demais compostos orgânicos. Eles se subdividem em várias subclasses, das quais as mais importantes são: alcanos,alcinos,ciclo-alcanos ( ou ciclanos) e os hidrocarbonetos aromáticos. 2.1 ALCANOS Alcanos ou hidrocarbonetos parafínicos são hidrocarbonetos acíclicos e saturados, isto é, têm cadeias abertos e apresentam apenas ligações simples entre seus carbonos. A nomenclatura, segundo a IUPAC, é caracterizada pela terminação ANO. Por exemplo: Fórmula estrutural condensada Fórmula molecular Nome CH4 CH4 metano CH3 - CH3 C2H6 etano CH3 - CH2 - CH3 C3H8 propano CH3 - CH2 - CH2 - CH3 C4H10 butano Os alcanos de cinco ou mais átomos de carbono já têm uma nomenclatura mais lógica. Seus nomes são formados por um prefixo grego, que indica o número de átomos de carbono na molécula, seguido da terminação ano, que é característica dos alcanos. Fórmula molecular Prefixo Nome C5H12 penta = cinco pentano C6H14 hexa = seis hexano C7H16 hepta = sete heptano C8H18 octa = oito octano C9H20 nona = nove nonano C10H22 deca = dez decano E assim por diante temos: (com 11 carbonos) undecano, (12) dodecano, (13) tridecano, (14) tetradecano, (20) eicosano, (30) triacontano, (40) tetracontano, etc. Outro fato importante a salientar é que as fórmulas moleculares de todos os alcanos se encaixam na FÓRMULA GERAL CnH2n + 2 , onde n é um número inteiro. Assim, por exemplo, no octano temos n = 8 átomos de carbono e, conseqüentemente, 2n + 2 = 2 x 8 + 2 = 18 átomos de hidrogênio. RADICAIS DERIVADOS DOS ALCANOS Radical é o grupo que resulta ao se retirar um ou mais átomos de uma molécula. CH4 CH3 Metano +H radical metil Este radical deve vir acompanhado de um ponto ( CH3) ou de um traço (- CH3) para indicar a existência de um elétron livre, ou seja, de uma valência livre. O conhecimento dos radicais é importante, pois eles facilitam a nomenclatura dos compostosorgânicos. Dentre os radicais mais simples destacamos os radicais monovalentes, derivados dos alcanos pela subtração de um único hidrogênio, e que denominados RADICAIS ALQUIL(AS) ou ALCOIL(AS); esses radicais são representados simbolicamente por R e seus nomes terminam em IL(A); por exemplo: CH4 (metano) CH3 – CH3 (etano) CH3 – CH2 – CH3 (propano) CH3 – CH2 – CH2 – CH3 (n-butano) CH3 (metil) CH2 – CH3 (etil) CH2 – CH2 – CH3 (n-propil) (lê-se:normal-propil) H3 – CH – CH3 (isopropil) CH2 – CH2 – CH2 – CH3 (n-butil) CH3 – CH – CH2 – CH3 (séc-butil) CH3 – CH - CH3 | CH3 CH2 – CH – CH3 (isobutil) | CH3 CH3 – C – CH3 (terciobutil ou terc- butil ou t-butil) | CH3 Voltando agora ao problema geral da nomenclatura dos alcanos, salientamos que ela se complica em compostos com cadeia carbônica ramificada. Nesses casos, a IUPAC estabelece as seguintes regras fundamentais: 1ª) Considerar como cadeia principal, a cadeia carbônica mais longa; se há varias de mesmo comprimento, escolha como cadeia principal a mais ramificada. 2ª) Numerar a cadeia principal a partir da extremidade que resulte na menor soma possível dos números que indicam as posições das ramificações (regra dos menores números). 3ª) Obter o nome do alcano, citando: - inicialmente as ramificações em ordem crescente de complexidade (ou então em ordem alfabética), antecedidas pelos números que indicam suas posições na cadeia principal. - e, por fim, o nome do alcano correspondente à cadeia principal. 2.2 ALCENOS Alcenos, alquenos, olefinas ou hidrocarbonetos etilênicos sao hidrocarbonetos acíclicos, contendo uma unica dupla ligação. A nomenclatura, segundo a IUPAC, é semelhante à dos alcanos, bastando trocar a terminação ANO por ENO. Por exemplo: Fórmula estrutural Fórmula molecular CH2 = CH2 C2H4 CH2 = CH - CH3 C3H6 fórmula geral: Nome etano propeno CnH2n Segundo a IUPAC, a nomenclatura dos alcenos de cadeias longas e ramificadas é feita de modo demelhante aos alcanos, acrescentando-se porém as seguintes regras: 1ª) A cadeia principal é a cadeia mais longa, contendo porém a dupla ligação. 2ª) A numeração da cadeia principal é sempre feita a partir da extremidade mais próxima da dupla ligação. Exemplos: CH3 – CH2 – CH2 – CH = CH2 Penteno-1 (e nao penteno-4) 1 2 3 4 5 1 2 3 4 CH2 = CH – CH2 – CH – CH3 CH2 = C – CH2 – CH3 | | CH3 CH2 4-metil-penteno-1 | CH3 2-etil-buteno-1 Observação: Uma nomenclatura mais antiga, porém ainda usada para alcenos mais simples, usa a terminação ILENO: CH2 = CH2 etileno CH2 = CH – CH3 propileno CH2 = CH – CH2 – CH3 butileno CH2 = C – CH3 isobutileno | CH3 Também é usada a nomenclatura que considera os alcenos como derivados do etileno: CH3 CH3 C=C CH3 CH3 É útil, também, conhecer o nome vulgar dos seguintes radicais insaturados: CH2 = CH vinil (IUPAC: etenil) CH2 = CH – CH2 alil (IUPAC: propenil-3) 2.3 ALCINOS Alcinos, alquinos ou hidrocarbonetos acetilênicos são hidrocarbonetos acíclicos contendo uma única ligação tripla. A nomenclatura, segundo a IUPAC, é semelhante à dos alcanos, bastando trocar a terminação ANO por INO Por exemplo: Fórmula estrutural Fórmula molecular Nome HC CH HC C – CH3 C2H2 etino C3H4 fórmula geral: propino CnH2n - 2 Nos alcinos mais complexos, a nomenclatura é feita de modo semelhante à dos alcenos. Aqui também a cadeia principal é a mais longa que contenha a ligação tripla e a numeração é feita a partir da extremidade mais próxima da ligação tripla. Por exemplo: 5 4 3 2 1 CH3 – CH – C CCH3 4-metil-pentino-2 | CH3 observação: até hoje, o etino (HC CH) é mais conhecido por seu nome vulgar – acetileno; outros alcinos podem receber nomes derivados do acetileno: CH3 – C C CHCH3 metil-isopropil-acetileno | CH3 2.4 CICLANOS Ciclanos, ciclo-alcanos ou ciclo-parafinas são hidrocarbonetos cíclicos contendo apenas ligações simples. Exemplos: Fórmula estrutura Fórmula simplificada Fórmula molecular CH2 CH2 CH2 C3H6 CH2 – CH2 | | CH2 – CH2 C4H8 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 C5H10 fórmula geral: CnH2n Recebem o nome do alceno correspondente, antepondo-se o prefixo ciclo. Exemplo: Havendo ramificação, a numeração do ciclo inicia-se em um dos carbonos da dupla, passando imediatamente pelo outro carbono da dupla. Isso deve ser feito a fornecer o menor número à ramificação. Exemplo: Aparecendo duas ligações duplas carbono-carbono no ciclo há a necessidade de indicá-las por números. Qualquer uma das duplas está na posição 1. A outra dupla receberá a numeração de acordo com o menos caminho seguido. A nomenclatura é com o sufixo dieno. Exemplo: A nomenclatura dos ciclanos é semelhante à dos alcanos: usamos a terminação ANO e antepomos, ao nome, o prefixo CICLO: CH2 – CH2 | | CH2 – CH2 ciclobutano Existindo ramificações, devemos numerar os carbonos do anel, partindo da ramificação mais simples e percorrendo o anel no sentido horário ou antihorário, de modo a citar as outras ramificações através de números os menores possíveis: CH3 | – CH – CH3 | CH3 2.5 HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS Hidrocarbonetos aromáticos são os que possuem um ou mais anéis benzênicos (também chamados anéis aromáticos ). Esses hidrocarbonetos tem, em geral, nome especiais. O hidrocarbonetos aromáticos mais simples chama-se BENZENO e é o fundamento de todas a família aromática: Classificação Abertas ou Acíclicas ou Alifáticas Fechadas ou Cíclicas ou Aliciclicas. Cadeias Abertas ou Acíclicas ou Alifáticas Aquelas em que os atomos de carbono ligam-se entre si formando as cadeias com extremos livres Subdividem-se Quanto à natureza 1. Homogêneas:quando não apresenta heteroátomo na cadeia. OBS: Heteroátomo será qualquer átomo diferente de carbono e hidrogênio que esteja localizado entre átomos de carbono. 1. Heterogêneas: Cadeias têm pelo menos um átomo diferente de carbono e hidrogênio, localizado entre átomos de carbono(pelo menos um heteroátomo) . Quanto à Disposição 1. Normais: Cadeias em linha reta. 2. Ramificadas: Cadeias que possuem ramificação. Quanto à Saturação 1. Saturadas: Cadeias com ligações simples entre carbonos ou sem tal ligação como o CH4. 2. Insaturadas: Cadeias com ligações duplas, triplas ou ambas, entre carbonos. Cadeia carbônica Homogênea, Insaturada e normal: que pode ser escrita assim: Cadeia Carbônica Homogênea, Saturada e Ramificada: Cadeias Cíclicas ou Fechadas São aquelas em que os átomos de carbono se ligam formando um anel (ou um círculo fechado). Divisão 1. Alicíclicas: Podem ter qualquer número de átomos de carbono na cadeia e não constituem um anel benzênico. Composto alicíclico 1. Aromáticas: Possuem uma cadeia carbônica especial chamada de Anel Benzênico ou Nucleo Benzênico; Anel Aromático ou Nucleo Aromático, formada por seis átomos de carbono e seis átomos de hidrôgenio em uma disposição especial de ligações simples e duplas que se alternam. O principal composto se chama Benzeno. Fórmula molecular: Fórmula Estrutural, Abaixo: 1 - As Alicíclicas subdividem-se em Quanto a natureza 1. Homocíclicas: As cadeias carbônicas cíclicas possuem somente átomos de carbono. 2. Heterocíclicas: cadeias carbônicas possuem pelo menos um heteroátomo(qualquer átomo diferente de carbono e hidrogênio que esteja localizado entre átomos de carbono). Quanto a saturação 1. Saturadas: As cadeias carbônicas possuem ligações simples. 2. Insaturadas: As cadeias carbônicas possuem ligações duplas, triplas ou ambas. Exemplo 2 - Aromáticas 1. Mononucleares: Cadeias carbônicas que possuem apenas um anel benzênico. 2. Polinucleares: Cadeias carbônicas que possuem mais de um anel benzênico. Que podem se subdividir em : Núcleos Isolados: Os anéis aromáticos na cadeia carbônica estão separados distintamente. Núcleos Condensados: Possuem outras cadeias carbônicas germinadas ou condensadas ao anel aromático. Exemplos Núcleos Isolados: Núcleos Condensados: 3 - Cadeias Carbônicas Mistas Quando apresentam diferentes tipos de cadeias carbônicas. Exemplos Cadeias Carbônicas Mistas: 3. HALETOS Os haletos ou halogenetos (derivam do nome grego halos - sal) são compostos químicos que contém átomos dos elementos do grupo VII halogênios (flúor (F), cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I) e astato (At)) em estado de oxidação -1. Suas características químicas e físicas lhe fazem ser parecidos do cloreto até o iodeto, sendo uma exceção o fluoreto. Podem ser formados diretamente desde os elementos ou a partir do ácido HX (onde X = F, Cl, Br, I) correspondente com uma base. Na nomeclatura IUPAC, o halogênio é considerado apenas como sendo uma ramificação presa à cadeia principal: CH2CL2 Dicloro-metano CH3 | CH3 – C – CH2 – CH3 | CH3 2-metil+2-bromo-butano Em nomeclatura comum,usam-se as palavras cloreto, brometo, etc., seguidas do nome do radical orgânico: CH2Cl CH3 – CH2 – Cl cloreto de etila CH3 – CH – CH3 | Cr brometo de isopropila cloreto de benzila Os haletos orgânicos Em química orgânica, haletos são compostos derivados dos hidrocarbonetos (ou outras estruturas orgânicas) pela troca de um ou mais átomos de hidrogênio por halogênios. Formação A reação de formação de um haleto orgânico é chamada halogenação. Em compostos saturados, a halogenação ocorre na reação de substituição de um hidrocarboneto com a substância simples do halogênio: R-H + X2 → R-X + HX Por exemplo, na formação do clorometano a partir do metano e do gás cloro (Cl2): CH4 + Cl2 → CH3Cl + HCl Os pseudohaletos Os pseudohaletos são íons poliatômicos similares aos haletos tanto em sua carga como em sua reactividade. Exemplos comuns são NNN-, CNO- (cianato) e CN- (cianeto). 4. ÁLCOOIS Álcoois são compostos orgânicos contendo um ou mais grupos oxidrila ou hidroxila (OH) ligados diretamente a átomos de carbono saturados. Exemplos: OH CH3 – CH2OH álcool alifático CH2 – CH2 | | OH – OH diálcool alifático não é álcool é um fenol CH2OH Álcool aromático OH CH2 = CH | OH não é álcool; é um fenol não é álcool; é um enol (instável) R - OH Costuma-se representar um monoálcool por . pode-se também considerá-lo como derivado da água pela substituição de um hidrogênio por um radical H–O-H orgânico. A oxidrila ou hidroxila (OH) é o RADICAL ou GRUPO FUNCIONAL dos álcoois, pois é a responsável pelas propriedades químicas desses compostos. A nomenclatura IUPAC reserva para os álcoois a terminação OL e obriga a numeração da cadeia a iniciar-se pela extremidade mais próxima da oxidrila: 6 5 4 3 2 1 CH3 – CH – CH2 – CH - CH2CH3 | | CH3 OH 5-metil-hrxanol-3 Em molecular mais complicadas, a nomenclatura IUPAC considera a oxidrila como sendo uma ramificação, chamada hidroxi: CH3 – CH2OH etanol CH2 – CH - CHCH3 | | OH Cl 1-fenil-2-hidroxi-3-cloro-butano Uma nomenclatura comum muito usada é: álcool________________________ico nome do radical CH3 – CH2OH álcool etílico CH2 OH álcool benzílico Outra nomenclatura, ,mais antiga, é a nomenclatura de Kolbe. Esse cientista chamava o metanol de carbinol e considerava os demais álcoois como seus derivados: CH3 | CH3OH CH3 – C - HO | CH3 carbinol trimetil-carbinol 5. FENÓIS Fenóis são compostos orgânicos com uma ou mais oxidrilas ligadas diretamente ao anel aromático: OH OH OH OH OH OH OH monofenóis difenol trifenol Um monofenol é representado simbolicamente por ArOH. O RADICAL ou GRUPO FUNCIONAL dos fenóis é a oxidrila ou hidroxila (OH). É o mesmo radical funcional dos álcoois; a diferença é que nos álcoois o OH deve estar ligado a um átomo de carbono saturado, enquanto nos fenóis o OH deve estar ligado a um átomo de carbono de um anel aromático. A nomenclatura IUPAC dos fenóis é feita usando-se o profixo hidroxi; existindo várias ramificações no anel aromático, a numeração inicia-se na oxidrila e prossegue no sentido que proporciona números menores. No entanto, como sempre acontece com compostos aromáticos, os fenóis tem nomes especiais, que são usados com muita freqüência: OH OH OH CH3 hidroxi-benzeno ou fenol comum 1-hidroxi-2-metil-bezeno ou 0-hidroxi-tolueno ou 0-cresol 1-hidroxi-naftaleno ou -naftol 6. ÉTERES Éteres são compostos onde o oxigênio está diretamente ligado a dois radicais orgânicos: CH3 – O – CH3 CH3 – O Os éteres são também denominados óxidos orgânicos e podem ser considerados como derivados as água (H – O – H) pela substituição dos dois hidrogênios por radicais orgânicos. A fórmula geral dos éteres é R - O – R’ ou Ar – O – Ar ou Ar – O – R, uma vez que os dois radicais podem ser iguais ou diferentes entre si, bem como alifáticos ou aromáticos. Quanto às nomenclaturas temos: IUPAC: ___________________________OXI - ___________________________ radical menor radical maior USUAL: ÉTER _____________________ - ______________________ ÍLICO radical menor radical maior Por exemplo: CH3 – O – CH2 - CH3 metoxi-etano ou éter metil-etílico CH3 – O metoxi-benzeno ou éter metil-fenílico ou anisol 7. ALDEÍDOS Aldeídos são compostos orgânicos que possuem o radical ou grupo funcional O || C | H ou, abreviadamente, CHO Que é denominado aldroxila, metanoíla ou formila. A formula geral dos aldeídos pode ser R – CHO ou AR – CHO , tendo-se então aldeídos alifáticos e aromáticos, respectativamente. A nomenclatura IUPAC é feita com a terminação AL; a cadeia principal é a mais longa que inclui o grupo – CHO, e a numeraçãoé feita a partir desse grupo. A nomenclatura usual é feita com a palavra aldeído e o nomedo ácido carboxílico corresponde (a nomenclatura dos ácidos será vista mais adiante, à página seguinte). Por exemplo: O || C | H ou HCHO metanal ou aldeído fórmico ou formaldeído O || C C | H ou CH3CHO etanal ou aldeído acético ou acetaldeído CH3 – CH – CH2 – CHO | CH3 3-metil-butanal 8. CETONAS Cetonas são compostos orgânicos que possuem o radical ou grupo funcional – C– || ou, abreviadamente, – CO – onde as duas valências estão obrigatoriamente ligadas a átomos de carbono. Esse radical funcional é denominado carbonila. A fórmula geral das cetonas é R – CO – R’ ou Ar – O – Ar ou Ar – O – R, tendo-se então cetonas alifáticas, aromáticas ou mistas. A nomenclatura IUPAC é feita com a terminação ONA; a cadeia principal é a mais longa que inclui a carbonila, e a numeração é feita a partir da extremidade mais próxima da carbonila. A nomenclatura usual obedece ao seguinte esquema: _____________________ - ______________________ -CETONA radical menor radical maior Exemplos: CH3 – C – CH3 || O propanona ou dimetil-cetona CH3 – C – CH2 – CH3 || O butanona ou metal-etil-cetona CH3 – CH2 – CH2 – C - CH3 || O pentanona-2 ou metal-n-propil-cetona 9. ÁCIDOS CARBOXÍLICOS Ácidos carboxílicos ou carboxilácidos são compostos orgânicos com um ou mais radicais O || C | OH ou, abreviadamente, COOH Esse radical é denominado carboxila (carbonila + hidroxila). Sendo monovalente, a carboxila só pode aparecer em extremidades de cadeias ou de ramificações. A formula geral dos ácidos é R – COOH ou Ar – COOH, tendo-se então ácidos alifáticos ou aromáticos, respectivamente. A nomenclatura IUPAC dos ácidos carboxílicos é feita com a terminação ÓICO; a cadeia principal é a mais longa que inclui a carboxila, e a numeração é feita a partir do carbono da própria carboxila (também é comum a “numeração” com as letras a partir do primeiro carbono após a carboxila). A nomenclatura usual consagrou nomes antigos, que lembram produtos naturais onde os ácidos são encontrados. Exemplos: H – COOH metanóico ou acido fórmico (de formigas) CH3 – COOH CH3 – CH2 – CH2 – COOH etanóico ou acido acético butanóico ou acido butírico (“acetum” – vinagre) (“butter” – manteiga) 5 4 3 2 1 CH3 – CH - CH2 – CH2 – COOH | CH3 acidos 4-metil-pentanóico ou acido -metil-pentanóico COOH acido benzóico os radicias obtidos dos ácidos pela subtração da oxidrila do radical carboxila são denominados RADICAIS ACIL(AS): O || C | O || C C | OH metanoíla ou formila O || C | etanoíla ou acetila benzoíla 10. FUNÇÕES DERIVADAS DOS ÁCIDOS CARBOXÍLICOS 10.1. Sais orgânicos São compostos obtidos pela reação de um acido carboxílico com base, exatamente como aconteceu com os sais inogânicos. Por exemplo: CH3 – COOH + NaOH ácido base CH3 – COONa + H2O sal orgânico água eles obedecem à formula geral R - COOMe, onde temos o radical negativo R – COO – (carboxílato) e o radical Me+ ( metal ou NH4+ , etc.). seu nome deriva do acido (terminado iço mudando para ato) e da base correspondentes, assemelhando-se também aos sais inorgânicos: COONH4 CH3 – COONa etanoato ou acetato de sódio benzoato de amônio 10.2. Ésteres São compostos resultantes da reação de um ácido carboxílico com um álcool. Por exemplo: CH3 – COOH + CH3OH ácido álcool CH3 – COOCH3 + H2O éster água note que a reação é semelhante à de obtenção dos sais, vista acima; no entanto, os ésteres são moleculares enquanto os sais iônicos, resultando daí propriedades muito diferentes. A nomenclatura dos ésteres também é semelhante à dos sais: CH3 – COOCH3 etanoato ou acetato de metila COOCH3 benzoato de metila Consequentemente, a fórmula geral dos ésteres é: O || R C | O – R’ onde R e R’ podem ser alifáticos ou aromáticos e iguais ou diferentes entre si. 10.3. Anidridos Tal como aconteceu com os anidridos na Química Inorgânica, aqui também eles resultam da desidratação de ácidos carboxílicos: O || CH3 - C | OH OH | CH3 - C || O O || CH3 - C | O | CH3 - C || O + H2O O nome é derivado do ácido (ou ácidos) correspondente: O || CH3 - C | O || CH3 - C | O O | CH3 - C || O | CH3 - C || O anidrido etanóico ou anidrido acético anidrido etanóico-propanóico 10.4. Cloreto de ácidos São compostos de fórmula geral e nome: O || R C | Cl Cloreto de ............................................... Nome do radical acila Por exemplo: O || CH3 C | Cl O || C | Cl 11. AMINAS As aminas são uma classe de compostos químicos orgânicos nitrogenados derivados do amoníaco (NH3) e que resultam da substituição parcial ou total dos hidrogênios da molécula por grupos hidrocarbónicos (radicais alquilo ou arilo – frequentemente abreviados pela letra R). Se substituirmos um, dois ou três hidrogénios, teremos, respectivamente, aminas primárias (R-NH2), secundárias(R1R2NH) ou terciárias (R1R2R3N). Amoníaco As aminas podem ser classificadas como simples quando os grupos alquil são iguais ou mistos, se estes forem diferentes. Quando se usa os prefixos di e tri, indica-se que a amina é secundária ou terciária, respectivamente, e com grupos radicais iguais. Quando os grupos são diferentes, estes são nomeados sucessivamente, do menor para o maior, terminando o nome do composto com o sufixo “amina”. Algumas vezes indica-se o prefixo amino, indicando, de seguida a posição e o nome do grupo hidrocarbónico. Aminas Amina primária Amina secundária Amina terciária Propriedades Tais como a molécula NH3, da qual são derivadas formalmente, têm uma estrutura piramidal com 3 ligações sp3 e um par de electrões desemparelhados. Por isso, os orbitais apresentam hibridação sp3 e estão dirigidos em direção aos vértices de um tetraedro. O átomo de azoto localiza-se no centro do tetraedro; as ligações covalentes (com hidrogénio ou com o radical) formarão os vértices da base, a que se oporão os dois electrões desemparelhados no vértice do topo do tetraedro. A presença de um par de electrões livres é responsável por propriedades físicas e químicas particulares nas aminas. Como o azoto (nitrogénio) é menos electronegativo que o oxigénio, as ligação N-H apresentam-se menos polares que as ligações O-H (presentes nos álcoois). Por essa razão, as aminas formam pontes de hidrogénio mais débeis que os álcoois com pesos moleculares semelhantes. Como as ligações são mais fracas, compreende-se que os pontos de ebulição das diversas aminas também sejam mais baixos (necessitarão de menos energia para evaporar, porque também estão menos ligadas umas às outras). Assim, as aminas primárias e secundárias têm pontos de ebulição menores que os dos álcoois, mas maiores que os dos éteres de peso molecular semelhante. As aminas terciárias, sem pontes de hidrogénio, têm pontos de ebulição mais baixos que os das aminas primárias e secundárias de pesos moleculares semelhantes. Íons do composto Ka (força do ácido conjugado) Anilina C6H5-NH2 2.0·10-5 M Amônia NH3 5.6·10-10 M Etilenodiamina NH2-CH2-CH2-NH2 1.3·10-10 M Butilamina CH3-CH2-CH2-CH2-NH2 0.15·10-10 M Como a amônia, as aminas agem como bases razoavelmente fortes (veja a tabela com exemplos de valores de força de ácidos conjugados Ka). O átomo de nitrogênio possui um par de electrões livres que pode receber um ião H+ para formar um ião amônio substituído. Os pares de pontos sobre os átomos N nas reações químicas mostradas neste artigo representam o par de electrões livres do nitrogênio das aminas. Estes pares também contribuem para a solubilidade de aminas simples mediante a formação de pontes de hidrogênio com moléculas de água. Um haloalcano pode reagir com uma amina para formar uma amina alquil-substituída correspondente, com liberação de um ácido de halogênio: Se a amina reagente é uma amina terciária neste tipo de reação, formam-se um catião de amônio quaternário e um anião haleto: Os compostos com iões emparelhados desta forma são chamados de sais quaternários de amônio. O "X" mostrado nas reações anteriores pode também ser outro tipo de grupo abandonador. Exemplos de aminas Os aminoácidos contêm um grupo amino e um grupo carboxilo ligados ao mesmo átomo de carbono. Os aminoácidos unem-se uns aos outros através da ligação destes dois grupos – que formam um grupo amida – dando origem às ligações peptídicas que estruturam as proteínas. A degradação de proteínas (por exemplo, quando um pedaço de carne apodrece), leva, pelo contrário, à sua decomposição em aminas distintas. Os odores mais desagradáveis de que geralmente nos lembramos são, provavelmente, devidos à presença de aminas. Por exemplo, a 1,5-pentanodiamina (mais conhecida pelo sugestivo nome de cadaverina, libertada pelos corpos em putrefacção, o escatol, um composto heterocíclico presente nos excrementos, a 1,4-butanodiamina (putrescina – outro cheiro “a podre”), etc… Morfina Os alcalóides são compostos complexos presentes na constituição das plantas que contêm grupos amina. Podemos citar alguns exemplos mais conhecidos, como a morfina, a nicotina, etc. A importância das aminas, em termos biológicos, é inegável. A classe de compostos designados por β-feniletilaminas inclui a adrenalina, a noradrenalina, a mescalina, etc. As sulfamidas, que afetam as bactérias ao inibir nelas a produção de ácido fólico, mas que são inócuas para o ser humano, contêm um grupo amino. O neurotransmissor GABA (ácido 4-aminobutanóico) também contém um grupo amino. Alguns derivados do ácido p-aminobenzóico são também usados como anestésicos. Encontram-se aminas secundárias em alguns alimentos (carne e peixe) ou no fumo do tabaco. Estas podem reagir com os nitritos (presentes nos conservantes utilizados nos produtos alimentares e usados como fertilizante, no caso das plantas, como o tabaco), levando à formação de N-nitrosoaminas secundárias, que são cancerígenas. 12. AMIDAS Denomina-se amida todo composto orgânico que possui o nitrogênio ligado diretamente a um grupo carbonila. Conforme o nitrogênio estabeleça ou não outras ligações com carbono, as amidas podem ser divididas em 3 grupos: Amida não substituída: apresenta 2 hidrogênios ligados ao nitrogênio. Nomenclatura: Prefixo + Infixo + Amida Amida monossubstituída: apresenta 1 hidrogenio substituído por 1 radical (cadeia carbônica). Nomenclatura: N + nome do radical ou N,N + nome dos radicais + prefixo + infixo + amida Amida dissubstituída: apresenta 2 hidrogenios substituídos por 2 radicais iguais ou diferentes. Nomenclatura: N + nome do radical ou N,N + nome dos radicais + prefixo + infixo + amida Podemos também classificar as amidas quanto ao número de grupos acila ligados ao nitrogênio: Primária - É do tipo (R-CO)NH2, ou seja, há somente um grupo acila ligado ao nitrogênio. Secundária - É do tipo (R-CO)2NH, ou seja, há dois grupos acila ligados ao nitrogênio. Terciária - É do tipo (R-CO)3N, ou seja, há três grupos acila ligados ao nitrogênio. Nomenclatura oficial IUPAC: prefixo + infixo + amida OBS: As amidas secundárias e cíclicas são chamadas imidas. Propriedades físicas Possui pontos de ebulição muito superiores aos dos ácidos correspondentes, apesar da massa molecular ser aproximadamente igual. Isso se deve à formação de maior número de ligações de hidrogênio e maior formação de "moléculas dímeras" pelas amidas. Pode-se provar esse fato, substituindo os hidrogênios do grupo amino por radicais CH3. Verifica-se que os pontos de fusão e ebulição diminuem, apesar do aumento da massa molecular: Estrutura da amida H3C-CO-NH2 H3C-CO-NH(CH3) H3C-CO-N(CH3)2 mm 59 73 87 PF (°C) 81 28 06 PE (°C) 222 206 166 Métodos de obtenção As amidas normalmente não ocorrem na natureza, e são preparadas em laboratório. Uma importante amida é a acetanilida (veja aqui a síntese da acetanilida). As amidas podem ser preparadas principalmente por: Aquecimento (desidratação) de sais de amônio: R-COONH4 R-CONH2 + H2O Hidratação de nitrilas (catalisada por H2SO4): R-CN + H2O R-CONH2 Reação de cloretos de ácido com amônia (ou com amina) (pode-se utilizar também, no lugar de cloreto de acila, anidridos ou ésteres) Propriedades químicas A presença do grupo C=O confere às amidas um caráter polar. Normalmente o grupo C=O não sofre qualquer modificação permanente no decorrer da maioria das reações e, por consequência, aparecem intactos nos compostos resultantes. A sua presença, no entanto, determina o comportamento químico das amidas, assim como o dos demais derivados dos ácidos carboxílicos. Aplicações das amidas As amidas são utilizadas em muitas sínteses em laboratório e como intermediários industriais na preparação de medicamentos e outros derivados. O nylon é uma poliamida muito importante dentre os polímeros. A uréia, de fórmula CO(NH2)2, é uma diamida do ácido carbônico, encontrada como produto final do metabolismo dos animais superiores, e eliminada pela urina. A amida do ácido sulfanílico (sulfanilamida) e outras amidas substituídas relacionadas com ela, têm considerável importância terapêutica e conhecem-se por sulfamidas