CÂMARA MUNICIPAL DE GOIOERÊ ESTADO DO PARANÁ PROTOCOLO Nº_________ / __________ ______/_____/2011 INDICAÇÃO N.º 106/2011 HORAS __________ MIN. ____________ __________________________ FUNCIONÁRIO O Vereador que subscreve, formulado de acordo com as normas regimentais vigente, solicita que seja encaminhado expediente ao Exmo. Sr. MOACIR MICHELETTO, MD. Deputado Federal, solicitando as suas especiais gestões junto ao Diretor-Geral do Hospital do Câncer de Barretos, Senhor HENRIQUE DUARTE PRATA, e ao Instituto Nacional de Câncer – INCA para que disponibilizem ao Município de Goioerê uma equipe técnica de pesquisa ou profissionais do gênero para promover o levantamento epidemiológico da alta incidência do Câncer registrada em nossa cidade. JUSTIFICATIVA: No Brasil rural da década de 1930, um recém-nascido tinha uma expectativa média de vida de menos de 40 anos e quase metade das mortes era causada por doenças infecto-parasitárias. De cada 37 óbitos, apenas um se devia ao câncer. No Brasil urbano do século 21, sete décadas mais tarde, os bebês exibem uma esperança de vida de 70 anos e menos de 5% das mortes entram na conta das moléstias infecto-parasitárias. Um em cada oito óbitos é provocado por tumores malignos. Hoje, o câncer deixou para trás todas as causas de morte, a não ser os problemas cardiovasculares, basicamente ataques do coração e derrames, que, desde a década de 1960, lideram as estatísticas de óbitos. Em 2002, cerca de 400 mil novos casos de câncer foram registrados e quase 130 mil brasileiros morreram em razão da doença. Quatro de cada cinco vítimas fatais tinham mais de 50 anos, com ligeiro predomínio de baixas entre os homens. As mortes por câncer representaram 13,2% de todos os óbitos do país, quase a metade do percentual atingido pelas vítimas fatais de problemas no aparelho circulatório. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde sediado no Rio de Janeiro, pouco mais de 2 milhões de brasileiros morreram da doença entre 1979 e 2002. Nesse período, as taxas ajustadas de mortalidade dos oito principais tipos de câncer no país - pulmão, estômago, mama, próstata, cólon e reto, esôfago, leucemias e colo do útero mantiveram-se estáveis ou aumentaram na maioria dos casos. Quedas significativas, em ambos os sexos, ocorreram somente com os índices de óbitos referentes ao câncer de estômago, tendência também verificada em outros países. "Estão em ascensão o câncer de mama, de pulmão em mulheres e de próstata", afirma Gulnar Mendonça, coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca. A elevação no número de óbitos não significa que todo tipo de câncer permanece incurável, como muita gente ainda acredita. No Hospital do Câncer - A. C. 1 Camargo, de São Paulo, um dos centros nacionais de referência no tratamento da doença, por exemplo, dois terços dos cerca de 5 mil pacientes atendidos anualmente se curam. Isso sem se levar em conta idade, sexo, tipo de tumor ou estágio da doença que essas pessoas apresentavam no momento em que iniciaram o tratamento. Índices semelhantes podem ser encontrados nos principais centros oncológicos do Brasil e de fora. Nos Estados Unidos, onde há muitas estatísticas, metade dos doentes de câncer vencia a doença 30 anos atrás. Hoje, a taxa média chega a 63%. Para alguns, foi um progresso pífio, perto de reduções da ordem de 60% no número de mortes por infarto e derrame no mesmo período. Para outros, foi um avanço não desprezível. Um obstáculo na luta contra o câncer continua de pé: o processo de metástase, a disseminação das células anormais do tumor para outras partes do corpo além do local original em que elas apareceram. "As metástases são um divisor deáguas", afirmaRicardo Brentani, presidente do Hospital do Câncer e diretor da filial paulista do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer. Contra elas, os recursos terapêuticos ainda são limitados e os prognósticos para os pacientes, reservados. Epidemia - O câncer é uma epidemia em praticamente todo o mundo, onde encurta anualmente a existência de 6 milhões de indivíduos, provocando 12% das mortes. No Japão e na Austrália, o câncer já responde pela maioria dos óbitos. Nos Estados Unidos, as mortes por problemas cardiovasculares ainda ocupam o topo da lista, embora sua fatia de vítimas venha decaindo. A taxa de mortes por câncer, por sua vez, mantém-se estável ou crescendo. Os anos de sobrevida aumentaram para os pacientes com tumores diagnosticados e tratados em seus estágios iniciais, mas o prognóstico para os casos em que a doença já se mostra disseminada pelo organismo praticamente não se alterou. As perspectivas para os doentes com metástases de câncer de pulmão, mama, próstata e cólon/reto - os que mais matam nos Estados Unidos - são quase as mesmas hoje e há três décadas. O melhor prognóstico é dos pacientes com câncer de próstata em estágio avançado: pouco mais de 30% se mantêm vivos por mais de cinco anos. No país que é a meca da ciência, é possível que em breve o câncer se transforme no principal matador de sua população. O mesmo pode acontecer em boa parte do globo. A incidência de câncer cresce por várias razões, algumas, paradoxalmente, estão diretamente ligadas à melhoria das condições de saúde e higiene de grandes fatias da população mundial e ao progresso da ciência. As pessoas hoje vivem muito mais do que no passado. "Quanto mais velho e desenvolvido um país, maior o seu número de óbitos por câncer", comenta a estatística Marceli de Oliveira Santos, da coordenação de Vigilância e Prevenção do Inca. Nas últimas décadas, a pesquisa médica acumulou um saber tremendo sobre esse vasto e diversificado grupo de condições clínicas, originadas pelo crescimento descontrolado de células em alguma parte do corpo, que recebe o nome genérico de câncer. (Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br). De acordo com o sítio goionews, no ano de 2010 foram sepultadas 189 pessoas no cemitério de Goioerê, destas 32 tiveram como causa da morte o câncer, o que dá uma proporção de 17 mortes por câncer de cada 100 pessoas sepultadas no cemitério municipal. 2 O levantamento foi realizado pelo Goionews e não é oficial, uma vez que muitas pessoas que morrem em outros municípios são sepultadas em Goioerê, acontecendo também o contrário, pessoas de Goioerê sendo sepultadas em outros municípios, por isso os dados são oficiosos. As mortes por câncer ficam atrás apenas das provocadas por doenças do coração e aparelho circulatório – 33% - e de doenças respiratórias – 20%. Os outros óbitos – 30% - foram provocados por outros tipos de doença, como cirrose, septicemia, acidentes e homicídios, entre outros. A população considera elevado o número de mortes por câncer no município de Goioerê, e são lançadas muitas suposições sobre as causas da doença, como o grande uso de agrotóxicos, que teria contaminado o lençol freático. Casos de câncer mais que triplicaram em cinco anos em Goioerê Sem que haja um motivo conhecido, o número de casos de câncer em Goioerê vem crescendo assustadoramente, com o número de pessoas em tratamento chegando a mais que triplicar nos últimos cinco anos, segundo estimativas de funcionários da Secretaria Municipal de Saúde, uma vez que não há um levantamento oficial da evolução dos casos ano a ano. Este problema já havia sido levantado pelo Goionews, através de um trabalho elaborado pela nutricionista Neide de Oliveira, que se propôs a realizar um estudo para tentar descobrir as causas do aumento da incidência dos casos de câncer em Goioerê, todavia, para que este estudo possa ser realizado, inclusive com número concretos sobre a doença, é necessário o apoio do poder público. O vereador Joaquim Rafael Neto, que trabalha há muito tempo como motorista de ambulância, afirmou que o número de pacientes transportados para tratamento de câncer aumentou muito nos últimos anos. “Há cerca de cinco anos os pacientes com câncer eram encaminhados para tratamento com um veículo corsa, e levava no máximo quatro pacientes, hoje é utilizada uma van de 15 lugares, que vai para Cascavel todos os dias, e em alguns dias é necessário ir mais um carro, pois não cabem todos os doentes na van” – salientou o vereador. O diretor do Departamento de Saúde de Goioerê, Adilson de Brito, que também trabalha no setor há muito tempo, acredita que o número de pacientes em tratamento contra o câncer mais que triplicou nos últimos cinco anos. Ele cita que em pouco mais de um ano em que há a parceria com o Hospital do Câncer de Cascavel, mais de 100 cirurgias para a retirada de tumores já foram realizadas em pessoas residentes em Goioerê. 3 Da mesma forma que aumentaram os casos da doença, aumentou também o número de óbitos provocados pelo câncer no município, e em muitas das cirurgias realizadas já não havia muito que fazer, pois o tratamento do câncer é bem sucedido apenas quando o diagnóstico é precoce. Vale destacar que diuturnamente tomamos conhecimento de pessoas conhecidas da cidade que estão com a doença ou que morreram em virtude da mesma. Não podemos ficar inertes diante desta epidemia que está assolando a população goioerense. Diante do alto índice da doença supra em nossa cidade, peço ao Nobre Deputado que promova as suas essenciais gestões junto aos organismos competentes, em especial o Hospital do Câncer de Barretos e o Instituto Nacional de Câncer, para que a equipe de pesquisa ou profissionais do gênero possa fazer os levantamentos apurados sobre essa epidemiologia na cidade. Sala das Sessões, em 09 de Maio de 2011. Enézio Ferreira Lima Vereador 4