Prova bi Geog 1o bi

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SP, 27/03/15
Geografia
- Capitalismo concorrencial, monopolista e oligopolista + espaço geográfico e globalização
+ fluxos, redes e rumos da globalização.
Capitalismo concorrencial, monopolista e oligopolista:
 Mudança do capitalismo concorrencial para o monopolista:
Na segunda metade do século XIX, ocorreram diversas alterações na concepção de
indústria, que ocasionou na modificação da estrutura de produção capitalista. Essa
fase ficou conhecida como segunda revolução industrial. Novas fontes de energia
passaram a ser utilizadas devido ao avanço industrial e a utilização de uma maquinaria
automática foi responsável pela produção em série. Além disso, ocorreram modificações
no setor de transportes e das comunicações e esses contribuíram para encurtar as
distâncias entre países, facilitando o comércio e estreitando relações.
Esse desenvolvimento de produção permitiu o crescimento de produção e ocasionou no
aparecimento de grandes empresas. As grandes concentrações industriais e
financeiras passaram a dominar, e os pequenos comerciantes foram expulsos do
mercado. O pequeno negocio foi esmagado pelo grande, ou se difundiu para se tornar
ainda maior. Industrias gigantescas estavam se formando, e essas buscavam o
monopólio, ou seja, queriam controlar as fontes de matérias primas e a distribuição
dos produtos. Dessa forma, limitavam a concorrência e asseguravam altos lucros.
Foi nesse contexto que surgiram as concentrações industriais. Essas podem ser
classificadas em:



Truste – forma de organização pela qual ocorre a fusão de várias empresas em
uma única, com o objetivo de dominar as fases da produção, desde a matériaprima até a venda.
Holding – uma empresa central controla as subsidiárias. Embora essas
empresas menores sejam juridicamente autônomas, a maioria das ações
pertencem à empresa central.
Cartel – associação baseada em um contrato assinado por empresas que atuam
na mesma área. Embora essas sejam legalmente independentes, se associam a
fim de exercer uma influência monopolizadora no mercado. Conservam a
autonomia jurídica e técnica, mas podem repartir fases da produção, fixar preços
mínimos e dividir o mercado.
Esses complexos industriais aceleram a acumulação de capital e foram aos poucos,
eliminando a concorrência que até então era a base do sistema.
 Características do capitalismo concorrencial, monopolista e oligopolista:

Capitalismo concorrencial:
- 1ª fase da Revolução Industrial (1760 a 1860)
- Ideias liberais: ampla liberdade individual; direito à propriedade privada; respeito à
livre iniciativa; respeito à livre concorrência.
- Concorrência livre, segundo a lei de oferta e procura.

Capitalismo monopolista:
- 2ª fase da Revolução Industrial (em torno de 1850)
- Crescente concentração de capitalismo resultante de fusões e incorporações de
empresas, levando ao aparecimento de trustes e holdings.
- Crescimento do papel dos bancos na economia: economia controlada pelo capitalismo
financeiro.
- Pouco espaço para permanência de ideias liberais.

Capitalismo oligopolista:
- 3ª fase da Revolução Industrial (2ª metade do século XX)/ Revolução Tecnocientífica
- Não há apenas uma grande empresa controlando o mercado, há algumas poucas.
 A dependência entre o monopólio industrial e os bancos:
Há uma estreita ligação entre o monopólio industrial e os bancos, pois para que haja a
fusão de várias empresas em uma única ou para que uma empresa cresça com o objetivo
de dominar o mercado, é necessário dinheiro, e, para isso, os comerciantes pedem
empréstimos em bancos. Os bancos cobram juros e, muitas vezes, se a empresa cresce
muito, os bancos compram ações, o que é interessante para que a empresa cresça ainda
mais. Os banqueiros controlam o dinheiro, e uma grande nação industrial é controlada
pelo seu sistema de crédito, que é concentrado, ou seja, o crescimento da nação está
na mão de poucos homens.
Espaço geográfico e globalização:
 A globalização:
A globalização corresponde à fase mais avançada do capitalismo, cujas características são
a intensificação de informações, mercadorias e pessoas entre os países do mundo.
Esse processo só pôde ocorrer devido à Terceira Revolução Tecnocientífica, caracterizada
pela integração entre ciência e produção. Os avanços tecnológicos melhoraram os
serviços de comunicação e transporte, tornando-os mais eficientes e fazendo com que
as grandes distâncias deixassem de ser obstáculos para a integração entre os
diversos lugares do planeta. A globalização vem, ao mesmo tempo, intensificando as
relações comerciais entre países e promovendo a integração efetiva do espaço
mundial, caracterizada pela aproximação entre povos e culturas dos mais diversos
países. Essa aproximação leva muitas pessoas a afirmarem que o mundo está se
transformando em uma “aldeia global” (lugar pequeno que abrange o mundo inteiro).
 A grande revolução tecnológica e os avanços das telecomunicações:
Um grande desenvolvimento tecnológico vem ocorrendo desde a segunda metade do
século XX. O mesmo é fruto de investimentos de grandes empresas privadas e do
governo, sobretudo nos países mais ricos e desenvolvidos. Esse desenvolvimento atingiu
as mais variadas áreas do conhecimento, em especial as tecnologias da informação,
como informática e telecomunicações e proporcionou uma grande expansão das redes
de comunicações de longa distância, constituída, por exemplo, por um complexo
conjunto de satélites artificiais colocados na orbita do planeta e cabos de transmissões
intercontinentais colocados no fundo dos oceanos, além de sistemas de telefonia fixa e
móvel.
Essas e outras inovações tecnológicas, como a expansão das telecomunicações
integradas à informática, aumentaram a velocidade e capacidade de transmissão das
informações em todo o planeta, promovendo a integração cada vez mais efetiva do
espaço geográfico mundial.
 O inicio da globalização:
Há uma controvérsia em relação à globalização. Alguns tendem a vê-la como um processo
revolucionário, enquanto outros a encaram como uma continuação da expansão dos
mercados.
No entanto, a criação de um sistema econômico mundial começou na ultima década do
século XV, com o descobrimento da América e a chegada dos portugueses ao Oriente via
marítima. As caravelas cumpriram, nos séculos XV e XVI o mesmo papel da Internet e dos
modernos meios de transporte presentes nos dias de hoje, uma vez que uniram o Velho
ao Novo Mundo e permitiram a circulação e o encontro de populações, mercadorias e
informações.
Assim, pode-se dizer que o Brasil se globalizou com o açúcar, uma vez que a mão de obra
vinha da África, os negociantes eram portugueses, financiados por holandeses, e os
consumidores eram as elites europeias. Havia uma cadeia comercial em movimento, ou
seja, as noções de fluxos econômicos, de informações e de ideias ultrapassando as
fronteiras do país já estavam presentes.
 A expansão das multinacionais e a globalização da economia:
O processo de globalização foi impulsionado pela dispersão das grandes multinacionais
pelo mundo. Esse fenômeno, impulsionado pela revolução tecnológica e pelo avanço
dos transportes, não foi estimulado apenas pela busca de novos mercadores
consumidores, mas também pelas vantagens oferecidas nos países onde se instalam,
como o menor custo da mão de obra e a facilidade para enviar os lucros ao país de
origem.
 Atual Divisão Internacional do Trabalho:
A expansão das multinacionais pelo mundo, decorrente do processo de globalização,
produziu mudanças significativas nas relações econômicas e comerciais entre os
países, alterando a participação dos mesmos na DIT, que representa a especialização
produtiva de cada país na economia e no comércio internacional.
Até meados do século XX, a produção industrial estava concentrada nas mãos de um
número bastante restrito de países, como EUA e Inglaterra. Boa parte da produção era
voltada para o abastecimento do mercado interno, enquanto o restante era exportado
para os países menos industrializados. A única função desses últimos era fornecer
matérias primas agrícolas e minerais para os países mais industrializados.
Muitas multinacionais, com a expansão pelo mundo, se instalaram em países com
economia essencialmente agrária, como Brasil, África do Sul e México. Além disso, esses
países também investiram no desenvolvimento de suas industrias, através de recursos
financiados pelo Estado ou de investimentos de capitais nacionais privados. Com isso,
esses países tiveram um grande desenvolvimento na industria e deixaram de ser apenas
exportadores de gêneros primários para se tornarem produtores e exportadores de bens
industrializados.
Apesar disso, a grande maioria das nações menos desenvolvidas da América Latina, África
e Ásia ainda possuem uma economia essencialmente agrária. O parque industrial
desses países é pouco evoluído e diversificado e, com isso, as atividades primárias
geram a maior parte do PIB, enquanto a indústria tem um papel quase insignificante.
Assim, na atual DIT, os países mais ricos e desenvolvidos dominam a produção das
mais avançadas tecnologias, sendo também fornecedores de empréstimos e
investimentos produtivos para os menos desenvolvidos.
Apesar de alguns países subdesenvolvidos terem passado a fornecer produtos
industrializados, a maioria continua dependente da exportação de gêneros primários e
são fornecedores de capitais enviados na forma de pagamento de juros, de parcela de
dívida externa e de lucros enviados às matrizes no país de origem e de valores cobrados
sobre o uso das tecnologias.
A dependência tecnológica dos países subdesenvolvidos sobre os desenvolvidos está
cada vez maior, em especial devido à maneira como esses países estão inseridos na
DIT. Dependentes da exportação de produtos de baixo valor comercial, e das importações
de mercadorias mais avançadas tecnologicamente, os países não conseguem obter
recursos necessários para promover o crescimento de suas economias e investir no
desenvolvimento de tecnologias. Além disso, grande parte dos lucros das empresas
multinacionais tem sido enviadas às matrizes no país de origem.
Também, as empresas de alta tecnologia, que utilizam mão de obra altamente
qualificada e exigem intensa aplicação de conhecimentos científicos continuam
concentradas nos países desenvolvidos. Apenas as empresas que atuam em setores
tradicionais instalam filiais nos países subdesenvolvidos.
 A globalização da produção:
O processo de globalização também trouxe grandes mudanças na organização do
sistema produtivo das grandes empresas, que passaram a dividir as diferentes
etapas de produção e montagem de seus produtos entre suas filiais espalhadas pelo
mundo, ou transferiram parcelas inteiras do processo de produção para empresas
sediadas em outros países.
Podendo produzir em diversos países, as empresas multinacionais diminuíram os custos
de produção e ampliaram os lucros, uma vez que puderam mais vantajosas, como
existência de leis trabalhistas e ambientais menos rigorosas e menor custo de mão de
obra, matéria-prima,..
Fluxos, redes e rumos da globalização:
 O espaço geográfico conectado por redes e fluxos:
O processo de globalização vem ampliando muito os fluxos, ou seja, a circulação de
mercadorias, informações, capitais e pessoas no espaço geográfico mundial. Todos
esses fluxos circulam pelo emaranhado de redes de transportes e comunicações que
envolvem o mundo todo. Mesmo que os fluxos da globalização possam circular por todo o
planeta, eles ocorrem com mais intensidade nos locais mais bem servidos pela
infraestrutura de transportes e comunicações (estradas, portos, aeroportos, redes de
transmissão, como linhas telefônicas, canais de televisão).
 Os fluxos de mercadorias:
A maior parte desses fluxos de matérias-primas e mercadorias, ocorre por via
marítima. Esse é o transporte mais vantajoso do ponto de vista econômico, pois os custos
tiveram uma redução significativa com o aumento da capacidade de cargas dos
navios.
O transporte aéreo, no entanto, também vem crescendo e aumentando sua participação
nos fluxos de mercadorias entre os países. Devido a grande rapidez, os aviões cargueiros
são utilizados para transporte de cargas que exigem rapidez e pontualidade.
 Os fluxos de informações:
Hoje, através de uma complexa rede de comunicações, as informações circulam com
mais rapidez entre os países. É por meio desses fluxos que ficamos informados sobre os
principais acontecimentos que ocorrem no mundo.
Mas, os fluxos de informação e as redes de comunicação estão distribuídos de maneira
desigual entre os países do mundo. No geral, os países desenvolvidos detêm o
monopólio das informações, pois as grandes empresas de notícias estão situadas
nesses locais.
 Os fluxos de capitais:
Por meio das redes de comunicação também circulam os fluxos de capitais, que
envolvem as transações financeiras realizadas entre países. Essas operações ocorrem
de maneira praticamente instantânea entre os países que integram o mercado financeiro
global. Em sua grande parte, esses fluxos são gerados pelas operações financeiras
realizadas nas principais bolsas de valores do mundo. Essas bolsas de valores estão
sediadas nas metrópoles dos países desenvolvidos, como Nova York e Chicago (EUA),
Frankfurt (Alemanha) e Tóquio (Japão) e nas metrópoles dos países subdesenvolvidos
menos industrializados, como São Paulo (Brasil) e Xangai (China).
Além das bolsas de valores, tais metrópoles concentram as sedes administrativas ou
filiais das grandes empresas multinacionais, os maiores bancos e instituições
financeiras, entre outros, ou seja, funcionam como centros para onde convergem e
propagam-se a maior parte dos fluxos gerados pela globalização. Por isso, são
chamadas de cidades globais ou cidades mundiais.

Cidades globais:
Funcionam como centros de poder e comando das decisões econômicas e financeiras
mundiais e destacam-se por abrigar:
o Os mais altos e modernos edifícios, nos quais se encontram as sedes das
maiores corporações empresariais, dos grandes bancos, das bolsas de valores e
das companhias financeiras.
o As grandes redes de telecomunicações, que permitem a circulação do fluxo de
informações.
o As melhores infraestruturas de transportes, por onde circulam os fluxos de
pessoas e mercadorias.
Os fluxos mais intensos da globalização (informações, capitais, pessoas e mercadorias)
passam pelas densas redes de transportes e de comunicações que ligam os principais
polos da economia mundial.

Megacidades:
As megacidades são metrópoles muito populosas, com mais de 10 milhões de
habitantes, que, muitas vezes, resultaram de um intenso e rápido processo de
urbanização, cuja infraestrutura é insuficiente para atender as necessidades da
população.
 Os fluxos de pessoas:
Com o processo da globalização e o desenvolvimento dos meios de transporte, a
população também ganhou maior mobilidade. A cada ano muitas pessoas deslocam-se
do país onde vivem para outros, por viagens de trabalho ou turismo, enquanto outras
buscam melhores condições de vida ou fogem de guerras e perseguições religiosas.
De maneira geral, os fluxos são formados pelas migrações de trabalhadores, que
migram de países menos desenvolvidos, constantemente atingidos por crises
econômicas, em busca de trabalho melhor remunerado e de condições de vida mais
dignas.

Fluxos de refugiados:
Milhões de pessoas também têm sido obrigadas a migrar em decorrência de guerras,
perseguições políticas ou religiosas e conflitos étnicos. Essas pessoas que deixam o
lugar onde vivem para buscar abrigo em locais mais seguros, são chamadas de
refugiadas.
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