O que é globalização? Chama-se globalização, ou mundialização, o crescimento da interdependência de todos os povos e países da superfície terrestre. Alguns falam em aldeia global, pois parece que o planeta está ficando menor e todos se conhecem – assistem a programas semelhantes na TV, ficam sabendo no mesmo dia o que ocorre no mundo inteiro. Um exemplo: você vê hoje uma indústria de automóveis que fabrica um mesmo modelo de carro em montadoras de 3 países diferentes e os vende em outros 5 países. As empresas não ficam mais restritas a um país, seja como vendedora ou produtora. A história da globalização Tendo uma visão apenas da globalização econômica, vamos encontrá-la já muito antes do Império Romano. A globalização aparece na constituição do Império Chinês; na civilização egípcia, que manteve o domínio de todo o continente africano; na Grécia – apesar das cidades-estado – que mesmo independentes viam uma globalização da economia. O que os romanos fizeram foi jurisdicizar a globalização da economia. Os gregos descobriram o direito. Mas é em Roma que o direito surge como instrumento de poder, pois só assim os romanos poderiam organizar e controlar o Estado. Além disso, com a expansão territorial, os romanos se vêem obrigados a construir uma rede de estradas, que possibilitou a comercialização e a comunicação entre os diversos povos. Porque os portugueses se lançaram às grandes descobertas? Não só para se proteger dos mouros espanhóis, mas também para procurar novas rotas comerciais de globalização. Nesses séculos – XIV e XV –, ocorreu um descompasso entre a capacidade de produção e consumo. O resultado disso era uma produtividade baixa e falta de alimento para abastecer os núcleos urbanos, enquanto a produção artesanal não tinha um mercado consumidor, a solução para esses problemas estava na exploração de novos mercados, capazes de fornecer alimentos e metais, ao mesmo tempo aptos a consumir os produtos artesanais europeus. Outro exemplo que temos, é do século XIX, chamado de Imperialismo ou neocolonialismo. Ocorreu quando a economia européia entrou em crise, pois as fábricas estavam produzindo cada vez mais mercadorias em menos tempo, assim, com uma superprodução, os preços e os juros despencaram. Na tentativa de superar a crise, países europeus, EUA e Japão buscaram mercados para escoar o excesso de produção e capitais. Cada economia industrializada queria mercados cativos, transformando o continente Africano e Asiático em centro fornecedor de matéria prima e consumidores de produtos industrializados, gerando com isso um alto grau de exploração e dependência econômica. Podemos comparar essa dependência econômica e exploração com os dias de hoje, pois é difícil de acreditar na possibilidade de os países desenvolvidos serem generosos com os demais, os emergentes e subdesenvolvidos. Já no final dos anos 70, os economistas começaram a difundir o conceito de globalização, usada para definir um cenário em que as relações de comércio entre os países fossem mais freqüentes e facilitadas. Depois, o termo passou a ser usado fora das discussões econômicas. Assim, as barreiras comerciais entre os países, começaram a cair, com a diminuição – a eliminação – de impostos sobre importações, o fortalecimento de grupos 1 internacionais – como o Mercosul ou a Comunidade Européia – e o incentivo do governo de cada país à instalação de empresas estrangeiras em seu território. O dia-a-dia da globalização Para se ter idéia desse processo, saiba que nos anos 60 somente cerca de 25 milhões de pessoas viajavam de avião de um país para outro, por ano. O número de ligações telefônicas entre os EUA e a Europa era de cerca de 400 milhões, atualmente essas ligações chegam a 1 bilhão por ano. Em 1980 o volume dos investimentos de residentes de um país nos mercados de capitais – compra de ações de empresas – de outros países atingia a quantia de 120 milhões de dólares; em 1990, dez anos depois, esse valor já atingia a casa dos 1,4 trilhões de dólares. Isso quer dizer que as economias nacionais estão se desnacionalizando em ritmo acelerado, pois os norte-americanos possuem ações ou títulos de propriedades no Japão, na Europa e na América Latina. Japoneses investem em empresas norteamericanas ou coreanas, alemãs compram ações de firmas russas ou tailandesas, etc. A globalização está associada a uma aceleração do tempo. Tudo muda mais rapidamente hoje em dia. E os deslocamentos também se tornaram muito rápidos: o espaço mundial ficou mais integrado. Em 1950 eram necessárias 18 horas para um avião comercial cruzar o oceano Atlântico, fazendo a rota NY-Londres. Em 1990 essa rota era feita em somente 3 horas, por um avião supersônico, e até o final do século esse tempo vai se reduzir ainda mais. Em 1865, quando o presidente dos EUA, Abraham Lincoln, foi assassinado, a notícia levou 13 dias para chegar à Europa. Hoje em dia bastam apenas alguns segundos para uma notícia qualquer cruzar o planeta, seja por telefone, seja por fax ou até mesmo pelas redes de TV. Além disso, o mundo inteiro acompanha o fato de mulheres canadenses conquistando o direito de andarem de seios nus em qualquer lugar, ou as pessoas do mundo inteiro cada vez mais comendo nas mesmas cadeias de fast food, bebendo os mesmos refrigerantes, vestindo jeans, ouvindo músicas semelhantes e assistindo aos mesmos filmes. Vantagens e Desvantagens – Prós e Contras A abertura da economia e a globalização são processos irreversíveis, que nos atingem no dia-a-dia das formas mais variadas e temos de aprender a conviver com isso, porque existem mudanças positivas para o nosso cotidiano e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difícil. Um dos efeitos negativos do intercâmbio maior entre os diversos países do mundo, é o desemprego que, no Brasil, vem batendo um recorde atrás do outro. No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à inflação e para a modernização da economia. Com a entrada de produtos importados, o consumidor foi beneficiado: podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de produtos nacionais com preços menores e mais qualidade. É o que vemos em vários setores, como eletrodomésticos, carros, roupas, cosméticos e em serviços, como lavanderias, locadoras de vídeo e restaurantes. A opção de escolha que temos hoje é muito maior. Mas a necessidade de modernização e de aumento da competitividade das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o desemprego. Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram de aprender a produzir mais 2 com menos gente. Incorporavam novas tecnologias e máquinas. O trabalhador perdeu espaço e esse é um dos grandes desafios que, não só o Brasil, mas algumas das principais economias do mundo têm hoje pela frente: crescer o suficiente para absorver a mão-de-obra disponível no mercado, além disso, houve o aumento da distância e da dependência tecnológica dos países periféricos em relação aos desenvolvidos. A questão que se coloca nesses tempos é como identificar a aproveitar as oportunidades que estão surgindo de uma economia internacional cada vez mais integrada. Cidadão globalizado Com todas essas mudanças no mercado de trabalho, temos que tomar muito cuidado para não perder espaço. As mudanças estão acontecendo com muita rapidez. O cidadão para segurar o emprego ou consegui-lo tem de ser manter em constante atualização, ser aberto e dinâmico. Para sobreviver nesse mundo novo, precisamos estar em sintonia com os demais países e também aprendendo coisas novas todos os dias. Ser especialista em determinada área, mas não ficar restrito a uma determinada função, porque ela pode ser extinta de uma hora para outra. É preciso atender a requisitos básicos, como o domínio do computador, de outros idiomas e mais do que tudo é preciso não ter preconceito em relação a essas mudanças. Não adianta lutar. As empresas querem empregados dispostos a vencer desafios. Soluções e Perguntas Como sustentar o processo de globalização da economia sem acelerar a onda do desemprego e sem engrossar, em todo o mundo, a multidão de trabalhadores que hoje não encontram o que fazer? A questão que se coloca é como identificar e aproveitar as oportunidades que estão surgindo de uma economia internacional cada vez mais integrada. Como lutar contra a exclusão social dos países em desenvolvimento? Somente a afirmação de uma consciência mundial que milite em favor da perspectiva humanista e universalista e que seja assumida por movimentos sociais, por organizações, por partidos políticos, por religiões, etc, poderá traduzir-se num movimento de pressão capaz de mudar a postura cínica dos poderes econômicos e políticos mundiais que só se preocupam com arranjos seletivos, que excluem soluções efetivas para agenda social da humanidade. Kant, o filósofo alemão escreveu que uma nova ordem mundial iria surgir. A única dúvida era se ela nasceria da unanimidade ou da experiência do sofrimento. Nós temos é de aprender a conviver tanto com o lado positivo como o negativo de todas essas mudanças. O QUE é globalização? Disponível <http://orbita.starmedia.com/achouhp/geografia/globalizacao.htm>. 15 abr. 2008. Fonte em: Acesso em: 3