Cirurgias reparadoras reduzem seqüelas de tratamento do câncer

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Cirurgias reparadoras reduzem seqüelas de
tratamento do câncer
O Instituto Nacional de Câncer, do Ministério da Saúde, oferece esse tipo de
operação gratuitamente
Um dos efeitos mais agressivos deixados pelo tratamento de um tumor
cancerígeno são as seqüelas provocadas no corpo pela retirada da parte afetada.
Em alguns casos elas impedem a pessoa de realizar atividades básicas de seu
cotidiano. Em outros, afetam sensivelmente a estima e podem trazer traumas
psicológicos. Para amenizar o problema e melhorar a qualidade de vida desses
pacientes, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, realiza
gratuitamente cirurgias reparadoras para corrigir estas seqüelas.
As cirurgias reparadoras servem para reverter grandes mutilações
causadas
pela
retirada
de
tumores.
Com
essas
intervenções
de
alta
complexidade, reconstroem-se partes do corpo como as mamas, o pescoço e a
cabeça, principalmente o rosto. Para fazer as cirurgias reparadoras, os médicos
utilizam técnicas de implante de enxertos de pele retirados de outras partes do
corpo dos próprios pacientes.. Em alguns casos, como nas mamas, também se
usam próteses para preencher a área afetada. A operação permite que a região
fique parecida com o que era antes da seqüela.
Para o chefe da Seção de Cirurgia Plástica Reparadora e Microcirurgia do
Inca, Paulo Leal, um dos principais objetivos das cirurgias reparadoras é permitir
que a pessoa que teve câncer volte a ter uma vida normal. “Muitos pacientes
perdem a capacidade de realizar simples ações, como conversar ou mastigar os
alimentos”, explica. Após a operação, eles têm condições de retornar ao trabalho e
ao convívio social. Outra função das cirurgias reparadoras, como no caso de
mulheres que tiveram a mama retirada (mastectomia) devido ao câncer, é
promover a auto-estima dessa pessoa. “Grande parte das mulheres que
atendemos no instituto e sofrem de câncer de mama são jovens. Muitas não
passaram pela primeira gestação. Para elas, as cirurgias reparadoras têm o papel
de ajudar na recuperação da auto-estima e na sexualidade“, explica Paulo Leal.
O Inca possui tecnologia de ponta para realizar a cirurgia plástica
reconstrutora simultaneamente à retirada do câncer. Dessa forma, diminui o tempo
de internação e a reabilitação social é mais rápida, além dos benefícios
psicológicos para os pacientes. “Quando a reconstrução é imediata, o paciente
não precisa conviver, por exemplo, com uma face mutilada ou com uma
mastectomia.
Sem
dúvida,
a
experiência
se
torna
menos
traumática”,
complementa Leal.
Otimismo – A recepcionista carioca Jakeline Santana Caldeias, de 42 anos,
sofreu com um câncer em um dos seios e atesta a importância que teve em sua
vida uma cirurgia reparadora. Há quatro anos, Jakeline recebeu o diagnóstico de
câncer de mama. Após descobrir o problema, iniciou sua luta pela vida. Ao
lembrar que sua tia havia tratado e curado um câncer com o Inca, pediu ao seu
médico que a encaminhasse para os primeiros exames e tratamentos no instituto.
Em oito meses a recepcionista passou por várias sessões de quimioterapia,
até perder completamente o cabelo. “Durante todo o tratamento fui otimista. Não
ligava para a minha aparência. Sentia muita segurança com os profissionais do
Inca. Só pensava que eu estava em boas mãos e que meu câncer seria curado”,
recorda.
Segundo ela, o pior momento do tratamento aconteceu quando recebeu a
notícia de que a mama com câncer precisaria ser retirada. “Chorei muito e, pela
primeira vez, me senti derrotada. Imaginava como seria o meu corpo após a
cirurgia. Nessa hora perdi toda a minha auto-estima”, lembra. Porém, para
felicidade de Jakeline, ao estudarem seu caso a fundo, os profissionais que a
atendiam no Inca perceberam que seria viável uma cirurgia de reconstrução em
seguida à retirada da mama. “Quando soube da possibilidade da cirurgia de
reconstrução, abracei e beijei minha médica de tanta alegria”.
A retirada do tumor e a reconstrução da mama de Jakeline foram feitos no
mesmo dia. “O atendimento do Instituto Nacional de Câncer é maravilhoso.
Agradeço todos os dias por ter tido a oportunidade de ser tratada e curada lá“,
conta a recepcionista.
Referência – As cirurgias reparadoras são uma tradição no Instituto Nacional de
Câncer desde que foi criada a Política Nacional de Controle do Câncer, em 1941.
“Temos o orgulho de dizer que somos referência mundial na luta pelo bem-estar
das vítimas do câncer”, afirma Paulo Leal. Em média são realizadas 80 cirurgias
plásticas reparadoras todos os meses no instituto. Para isso, o Inca possui uma
equipe formada por sete cirurgiões plásticos, oito residentes e um pós-graduando.
Com pesquisas desenvolvidas em diversas áreas ligadas ao tratamento do
câncer, o Inca realizou estudos para avaliar o potencial de algumas substâncias
na sobrevida dos tecidos de pele utilizados para as cirurgias de reconstrução. Um
desses estudos demonstra o resultado positivo de substâncias como a gingkobiloba e seus efeitos na recuperação do paciente submetido às cirurgias
reparadoras.
O instituto também busca novas técnicas para o tratamento e a
recriação de partes do rosto após a retirada de tumores. No dia 18 de
outubro, o Inca realizará o 6° Encontro dos Médicos Residentes da Sociedade
de Cirurgia Plástica do Rio de Janeiro. Na ocasião acontecerá uma jornada com a
participação de professores do Inca e de outras instituições.
Segundo dados do Ministério da Saúde, no ano de 2005, no Sistema Único
de Saúde (SUS), foram realizadas 37,25 mil cirurgias reparadoras, com custo de
R$ 39,98 milhões. Essas cirurgias beneficiaram não apenas pacientes vítimas de
câncer, mas de acidentes, violências e outros problemas de saúde.
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