8.0 intemperismo

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CAPÍTULO VIII
Marco Antonio Barcelos Lima
8.0 INTEMPERISMO
8. CONSIDERAÇOES GERAIS
Intemperismo ou meteorização é o conjunto de processos operantes na superfície
terrestre (agentes atmosféricos e biológicos), que ocasionam a decomposição das
rochas e minerais, formando o manto de denominado de regolito.
A erosão por sua vez é o processo de remoção e transporte do material que constitui o
manto do intemperismo.
O intemperismo difere da erosão, por ser um fenômeno de alteração das rochas
executado por agentes essencialmente imóveis, enquanto que a erosão é a remoção e
transporte de materiais, por meio de agentes móveis (água, vento, etc.)
É através do intemperismo que temos as diversas formas de relevo. Merecem
destaque: os vales, as montanhas, as depressões, os planaltos, as planícies e dentre
outros.
O relevo se origina e se transforma a partir de dois tipos de agentes: os internos e
externos.
Os agentes externos modificam o relevo mediante um processo erosivo, que pode ser
resumido em três fases: a erosão (intemperismo); transporte e sedimentação que é a
deposição dos detritos.
O intemperismo, pode ser físico ou químico. Podemos diferenciar esses dois processos
erosivos da seguinte maneira:
a) O intemperismo físico, ou desintegração, ocorre pela ação da temperatura, que
dilata a rocha nos períodos mais quentes e a contrai nas épocas mais frias; provoca
rachaduras que constituem o primeiro passo para a desintegração da rocha.
b) O intemperismo químico, ou decomposição, ocorre pela ação da água, que provoca
dissolução de alguns minerais que compõem a rocha.
O intemperismo é fundamental para a formação do solo e constitui, para o relevo, uma
espécie de ação prévia à erosão.
8.1 Fatores que influenciam o Intemperismo
Dentre os fatores que influenciam o intemperismo merece destaque:
a) Tempo: condições temporárias de um local, que se integram no espaço, para formar
o clima de uma região.
b) Clima: condições gerais e médias da atmosfera.
c) Outros Fatores: ventos, temperatura, umidade, evaporação, insolação, atividades
biológicas, latitude, topografia, correntes-marítimas, distribuição da água nos dois
hemisférios, etc.
8.1.1 Tipos de Intemperismo
8.1.1.1
Intemperismo Físico
Ocorre intemperismo físico quando há destruição das rochas mecanicamente; ocorre
em regiões de clima árido, semi-árido, quente e frio. São exemplos de intemperismo
físico:
a) Cristalização de sais: em regiões de clima árido ou semi-árido, os sais não são
removidos pela água da chuva, visto que o índice de precipitação é baixíssimo e a
evaporação é alta. Assim os sais são transportados para a superfície, pelo movimento
de iluviação (água sobe dos lençóis freáticos por capilaridade), concentrando os sais
na superfície ou nas fendas das rochas. Quando os sais se concentram nas fendas das
rochas, e ao cristalizarem aumentam de volume, exercendo uma força expansiva, que
aumenta cada vez mais com o crescimento dos cristais, acarretando na desagregação
das rochas. Os sais (sulfatos, cloretos, nitratos e carbonatos), quando cristalizam
formam as Eflorescências.
b) Congelação ou Gelividade: a água ao congelar-se expande em 9% seu volume.
Assim a água congelada inclusa nas fendas de rochas, exerce uma força expansiva.
Este efeito sendo repetitivo acaba quebrando as rochas mecanicamente. É
característico de regiões frias.
c) Esfoliação Esferoidal: a variação de temperatura diária (durante o dia as rochas
dilatam-se com o calor e a noite contraem-se com o frio), acarreta na destruição da
rocha. A desagregação dá-se na forma de escamas ou lâminas concêntricas com a
superfície (como uma cebola), produzindo blocos arredondados, ou Matacões.
d) Marmitamento: a rocha é destruída pelo turbilhar da água, movendo seixos que vão
desgastando a rocha, acarretando na formação de orifícios. Quando os orifícios são
grandes denominam-se de Caldeirões e os pequenos Marmitas.
e)Erosão Antrópica ou Agente Físico-Biológico: a pressão do crescimento das raízes
vegetais pode provocar a desagregação das rochas, desde que existam pequenas
fendas.
8.1.1.2 Intemperismo Químico
Caracteriza-se pela reação química entre a rocha e soluções aquosas diversas. Estes
processos acarretam no desaparecimento de certos minerais, originando a alteração
das rochas e conseqüentemente aparecimento de outros minerais, por precipitação de
soluções aquosas que contém produtos solúveis, assim como minerais resultantes da
alteração dos originais.
Este processo caracteriza-se pela realização química entre a rocha e os agentes
aquosos diversos. Maior ação sobre rochas desagregadas.
Este processo de decomposição depende:
a) Tipo de rocha;
b) Tipo de clima;
c) Cobertura vegetal;
d) Topografia;
e) Tempo de duração.
O intemperismo químico é característico de regiões com clima tropical úmido, visto que
as reações químicas são mais rápidas, quanto maior for a temperatura e a
disponibilidade de água. A água de precipitação atmosférica não é pura, devido aos
gases dissolvidos (oxigênio, gás carbônico, nitrogênio, etc.). O nitrogênio atmosférico
sob a ação das descargas elétricas e do oxigênio do ar em dias chuvosos, forma o
ácido nitroso e nítrico de ação corrosiva sobre as rochas.
O clima úmido favorece o intemperismo químico acarretando  Proliferação de
vegetais  Produção de CO2 e ácidos orgânicos  Decomposição da rocha 
Formação do solo.
Os fatores que influenciam o Intemperismo químico são: A vegetação, permeabilidade
do terreno, declividade, quantidade anual de precipitação, temperatura, etc.
8.1.1 Processos de decomposição - Tipos de intemperismo químico
Merece destaque os processos de decomposição:
a) Decomposição por oxidação - É um dos primeiros fenômenos ocorrentes na
decomposição subárea. Pode ser promovida tanto por agentes orgânicos como
inorgânicos. É uma reação química onde o ferro encontrado nas rochas altera-se de
bivalente para trivalente, provocando mudanças na estrutura cristalina dos minerais ricos em
ferro. Com a oxidação aparece normalmente uma mudança de cor, para vermelho ou
amarelo. A oxidação ocorre também em manganês.
A Oxidação: pode ser provocado tanto por agentes orgânicos, quanto inorgânicos; os
primeiros são resultantes do metabolismo de bactérias. Os elementos mais suscetíveis
de oxidação durante o intemperismo são: Carbono, Nitrogênio, Fósforo, Ferro,
Manganês. Os compostos de Enxofre, como os sulfatos, formam o ácido sulfúrico
(agente poderosos na decomposição das rochas). A cor dos minerais é modificada,
passando pelo amarelo, castanho, laranja e vermelho.
Fe2O3 + (H2O) 
Fe2O3 .H2O
Hematita
Água
Limonita
b) Decomposição pela redução - Fenômenos de redução verificam-se em certas
jazidas metalíferas, graças à ação do gás sulfídrico, substância fortemente redutora. O
ambiente de putrefação é favorável à formação de H 2S e também de hidrogênio
nascente, outro agente de grande poder redutor, que pode atacar o sulfato de cálcio
dos sedimentos formando água e CaS, que se transforma posteriormente em hidróxido,
e depois em carbonato de cálcio. Tudo devido a remoção de íons de ferro e de
alumínio em determinadas condições ambientais.
c) Decomposição por hidrólise e hidratação - Estes dois processos encontram-se
intimamente relacionados. Pela hidratação a água é incorporada, fazendo parte do
edifício cristalino do mineral e pela hidrolise dá-se a decomposição pela água.
Determinados minerais podem adicionar moléculas de água à sua composição,
formando novos minerais. Exemplos:
Anidrida (CaSO4),
Gipsita (CaSO4 . H2O)
Hematita (Fe2O3),
Limonita (Fe2O3 . H2O)
Este processo encontra-se intimamente ligado a hidrólise. Pela hidratação, a água faz
parte do edifício cristalino. Os íons da água combinam-se com os minerais constituintes
da rocha, devido à hidrólise (separação da água nos seus íons), originando novos
minerais.
O processo ocorre de fora para dentro, gradativamente, ocasionando a remoção de
Al2O3 e de SiO2, através de soluções iônicas verdadeiras. Forma-se então, uma
película delgada de 0,03 u de espessura constituída por AlO 2 e SiO2, na proporção de
1 alumina para 5 de sílica. À medida que a reação progride para o interior, a parte
externa vai sendo desfeita, e a espessura da película mantém-se constante.
A partir de Si e do Al formam-se novos compostos insolúveis, os minerais de argila.
Constituem-se de partículas de tamanho coloidal, quimicamente são hidratados ou
hidrosilicatos de Alumínio, Caulim, Montmorilonita, flita, Bentonita etc. Exemplo:
2KAlSi3 O8
+ 3H2O  Al2Si2O5(OH) 4 + 2KOH + 4SiO2
Feldspato (ortoclásio) +
Água 
Caulim
O feldspato sofre decomposição hidrotermal, por hidratação e hidrólise, resultando no
mineral de argila (Caulim). Este resultado denomina-se Caulinização.
d) Decomposição pelo ácido carbônico - Um tipo de hidrolise onde a água combina-se
com o CO2 da atmosfera dando origem ao ácido carbônico ( H2O + CO2 = H2 CO3 ).
Este ácido mais um mineral qualquer, dando origem a outro mineral. Exemplo:
2K Al SiO + H2 CO3 + H2O  K2 CO3 + Al2 (HO)2 Sl H2 CO3 O10 . nH2O + SiO2
(ortoclásio) + (ácido carbônico) + (água)  (carbono de K solúvel) + (mineral argiloso) + (sílica solúvel ou quartzo)
d) Dissolução - É um processo onde os ácidos agem também diretamente na
dissolução de certos minerais. Os carbonatos são um dos mais facilmente
solubilizados, um calcário ou um dolomito é lentamente dissolvido.
A dissolução ou carbonatação: o gás carbônico (CO2) contido na água forma
pequenas quantidades de ácido carbônico, que pode ser proveniente da atmosfera
devido à quantidade de poluentes (derivados de combustíveis fósseis), ou originado da
respiração das raízes de plantas e da decomposição dos resíduos orgânicos do solo. O
ácido carbônico na água, quando atinge os calcários (CaCO 3 ) dissolve-se. Se o CO2
escapar da água o carbonato de cálcio volta a precipitar-se, dando origem às
estalactites e estalagmites em cavernas calcárias.
CaCO3
+
H2CO3

Ca(HCO3)2
Calcita Ácido
+
Carbônico

Bicarbonato de Cálcio
e) Decomposição Química-biológica - A ação química dos organismos é muito variada.
Algas, Líquens e Musgos, quando se fixam em rochas, provocam a formação de uma
camada fina de regolito, que com o passar do tempo aumenta, favorecendo a fixação
de plantas de maior porte. O húmus, resultado da decomposição microbiana e química
dos restos orgânicos, origina o ácido húmico, que possui grande poder corrosivo sobre
as rochas quando lixiviado.
Este tipo de decomposição envolve ainda a oxidação e a dissolução, quando estes
processos são de origem orgânica.
A atividade orgânica, principalmente a de bactérias viventes no solo, toma parte na
decomposição das rochas. Os primeiros atacantes de uma rocha exposta às
intempéries são bactérias e fungos microscópicos, seguido dos liquens, depois das
algas e musgos, formando e preparando o solo para as plantas superiores. Todas elas
segregam gás carbônico, nitratos, ácidos orgânicos etc., como produto do seu
metabolismo. Estes são incorporados pelas soluções que atravessam o solo, atingindo
embaixo a rocha, em vias de ataque químico, aumentando, assim, a sua intensidade
contra os minerais formadores das rochas.
Os tecidos mortos das plantas servem de alimentos a numerosos microrganismos. Na
presença de oxigênio, o material vegetal pode decompor-se por completo em água e
gás carbônicos, principalmente. Caso contrário pode formar humo. Sua composição
química é heterogênea, completa e variável, de natureza coloidal, atuando geralmente
como ácido orgânico.
Observação importante: O caso da hematita é também um processo de oxidação.
Assim, os minerais têm seus volumes aumentados, diminuindo a coesão e causando a
decomposição das rochas. Também neste processo a decomposição pode dar-se na
forma de blocos concêntricos hidratados, (como uma cebola), denominando-se de
decomposição esferoidal.
8.2 PRODUTO FINAL DO INTEMPERISMO
Ao produto final do intemperismo das rochas dá-se o nome de solo, caso as condições
físicas, químicas e biológicas permitam o desenvolvimento da vida vegetal junto a
atividade de microrganismos em íntima associação com a vida de vegetais mais
desenvolvidos, ou seja, o solo constitui-se de matéria mineral + matéria orgânica +
umidade + ar. Denomina-se também "Regolito" ou Manto de intemperismo, pelo fato de
formar um manto sobre a rocha em vias de decomposição.
Na Geotécnica os solos podem ser classificados: Laterítico e Saprolíticos
Na Pedologia os solos podem ser classificados: Latossolo, Podzólico, Cambissolo,
Litóllicos, Hidromórficos.
Quanto a formação os solos podem ser classificados:
a) Residuais ou Elúvios - Origem na decomposição das rochas por intemperismo
químico. Permanece em sito . ( ver ilustração abaixo) Representa um perfil típico de um
solo residual.
b) Transportados - Sedimentos inconsolidados recente.
c) Coluvionais - Caracterizam pela falta de estrutura (seleção, estratificação, etc.).
Formação pela movimentação lenta das partes superficiais do manto de intemperismo
em encostas.
d) Orgânicos - Formados por material argiloso e matéria orgânica de cor escura, cheiro
peculiar e alta plasticidade.
AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO E/OU DEPOSICIONAIS
Sedimentos: Sedis (latim) = assento / deposição.
Todas as partículas que se depositam, depositou ou irá depositar originando rochas
sedimentares.
São os diversos tipos de ambientes que irão dar origem ao transporte e a deposição
dos sedimentos. Geralmente estão associados com a presença de água, ou auxiliados
pelo vento como acontece nos desertos quentes. São divididos em:
a) AMBIENTES CONTINENTAIS (Água doce):
 Fluvial (Rio);
 Lacustre (Lagos e Lagoas);
 Desértico (Eólico);
 Glacial (Gelo).
b) AMBIENTES MARINHOS (Água salgada):
 Plataforma Continental;
 Talude Continental;
 Sopé Continental;
 Fundo Oceânico/Planície Abissal.
c)






AMBIENTES COSTEIROS TRANSICIONAIS OU MISTOS:
Marinho Costeiro (Praia);
Planície de Maré;
Deltáico;
Estuarino;
Lagunar;
Recifes de Corais (Recifal).
AMBIENTE FLUVIAL - RIO (Água de Rolamento)
Os rios são os principais agentes de transporte de sedimentos formados pelo
intemperismo em áreas continentais.
Fatores que influenciam o transporte e a deposição dos sedimentos
 Topografia;
 Regime pluvial (chuvas);
 Constituição litológica das rochas erodidas;
 Estágio de erosão.
DIVISÃO DE UM RIO
Nas regiões próximas a cabeceira, (curso superior do rio), predomina a atividade
erosiva e transportadora dos detritos fornecidos pelo rio, associados a detritos
transportados das encostas, nesta fase o rio escava seu leito na forma de “V”.
A menor declividade (curso médio do rio) provoca a diminuição da velocidade das
águas, reduzindo o poder de transporte e erosão, que acarreta na deposição de
detritos mais grosseiros em seu leito.
Nas regiões de menor velocidade (curso inferior do rio), o vale torna-se mais aberto,
onde há maior deposição dos sedimentos, já que a erosão passa a ser apenas na
lateral.
declividade alta
declividade média
declividade baixa
fácies de leques aluviais
fácies de canal
fácies deltáicas
carga de fundo
mistura de carga
carga fina
energia é maior
energia dependente das estações
energia menor
(Atividade erosiva
(Atividade erosiva, transportadora (Atividade erosiva e
transportadora)
e de deposição)
de deposição
FEIÇÕES TOPOGRÁFICAS
a) Corredeiras formam-se por falhamentos ou diferenças litológicas que acarretam
numa erosão desigual, sendo mais intensa em locais com rochas de fácil erosão.
Assim o leito do rio fica mais baixo em alguns lugares do que em outros, ocasionando o
aumento da velocidade das águas, que obedecem à irregularidade do fundo rochoso.
b) Cachoeiras formam-se a partir de falhamentos ou pela resistência que determinadas
rochas oferecem a erosão, que mantêm o desnível da base menos resistente.
c) Vales Suspensos são vale fluvial ocorre intensa erosão, deixando-os mais altos,
acarretando numa erosão cada vez maior e mais rápida. São exemplos de vales
suspensos, cachoeiras de grande porte como as chamadas “Véu de Noiva”.
d) Caldeirões e Marmitas são perfurações provocadas pelo turbilhonar de água com
seixos sobre rochas resistentes das margens ou corredeiras. Nas marmitas as
depressões são pequenas enquanto nos caldeirões são grandes (Intemperismo físico =
Marmitamento).
FLUXO DA ÁGUA EM CORRENTES NATURAIS
O deslocamento da água é em uma única direção, cujos estratos se mantêm sem
mistura.
a) Fluxo Laminar = Laminar Flow
Ocorre somente nas margens possuindo uma única direção.
b) Fluxo Turbulento = Turbulent Flow
É característico do leito do rio, possuindo movimento irregular. Não é o fluxo principal e
não muda o sentido da corrente.
TIPOS DE CARGAS
a) Carga em Suspensão - Constitui-se de partículas finas transportadas em suspensão,
como silte, argila, areia muito fina disseminada em qualquer parte do rio;
b) Carga de Fundo - Constitui-se de partículas grosseiras transportadas no fundo. O
transporte é efetuado por saltação, rolamento (menos freqüente) e arrasto
(deslizamento);
c) Carga Dissolvida - Constituí-se de elementos químicos (íons) dissolvidos na água.
Em regiões baixas onde ocorre a menor energia da água, a concentração de íons é
maior.
TIPOS DE RIOS
a) Retilíneos (Straight) - Rios jovens, aparentemente retilíneos e estreitos.
Caracterizam-se por possuírem pouca carga de fundo e alta carga em suspensão. São
considerados canais simples com bancos longitudinais;
b) Meandrantes (Meandering) - São rios simples e sinuosos, típicos de clima tropical
úmido, transportam em partes iguais a carga de fundo e a carga em suspensão,
geralmente estão no estágio de senilidade e vale fluvial;
c) Entrelaçado (Braided) - São característicos de clima semi-árido, sua maior carga
transportada é de fundo, possuem um padrão entrelaçado, com dois ou mais canais
com bancos de areia;
d) Anastomosado (Anastomosed) - Típico de clima úmido, seu canal é complexo e
sua maior carga transportada é de fundo. Formam bancos arenosos, que podem ficar
expostos ou cobertos por vegetação (ilhas largas e estáveis).
Figura:
Fonte: Tipos de Rios segundo SUGUIO & BIGARELLA (1990).
DEPÓSITOS FLUVIAIS
a) DEPÓSITOS RESIDUAIS DE CANAL
 Fundo de Canal - São depósitos grosseiros, que se acumulam nas partes mais
profundas do rio de maneira descontínua, constituída de cascalhos, seixos, madeiras,
restos de organismos, etc. São pobres em depósitos finos, já que estes são carregados
pela correnteza.
 Barras de Canal - Correspondem ao acúmulo de material de carga de fundo ou
mista no interior de canais. São controlados pelos processos de acreção lateral e
vertical, além de escavação, preenchimento e abandono de canal.
 Canal Abandonado - São arcos de meandros isolados por motivos de mudança de
trajeto do rio ou de assoreamento acelerado (cut-off channels). Esses braços mortos
transformam-se inicialmente em lagoas e posteriormente em pântanos (sedimentos
finos).
b) DEPÓSITOS DE TRANSBORDAMENTO
Formam-se quando o rio ultrapassa seus limites e atinge suas margens na época das
enchentes.
 Diques Marginais - Consistem em cristas baixas e alongadas, que ocorrem ao longo
das margens dos rios, formam-se as custas de sedimentos depositados na época de
enchentes. A elevação máxima de um dique está próxima ao canal formando barrancos
abruptos na margem e diminuindo gradualmente a altura rumo às planícies de
inundação. São constituídos de sedimentos mais finos do que o do canal, inicia-se com
camadas arenosas e termina com camadas mais finas (cada ciclo).

Depósitos de Rompimento de Dique - Formam-se quando o excesso de água das
enchentes ultrapassam os diques marginais, por meio de canais abertos através da
erosão. Possuem forma lobiforme (línguas arenosas), ou sinuosas em direção a
planície de inundação.
 Depósitos de Planície de Inundação ou Várzea - Formam-se nas regiões planas
após os diques marginais, que funcionam como bacias de decantação de materiais em
suspensão.
A sedimentação é predominantemente fina e periódica, constituída de silte e argila. Nos
pântanos formados deposita-se também matéria orgânica, ou sedimentação de
natureza química (lagos salgados) em regiões de clima árido.
FIGURA : Fonte: Perfil esquemático transversal de um rio (modificado de MACIEL FILHO, 1997).
Figura : Fonte: Bloco diagrama ilustrando a distribuição dos diversos depósitos fluviais (modificado de SUGUIO, 1980).
c) LEQUES ALUVIAIS, CONES ALUVIAIS, CORRIDA DE DETRITOS OU DE LAMA
São massas de material grosseiro mal selecionado, típicos das regiões montanhosas
(continental). Visto em planta, assemelha-se a leques abertos, onde os depósitos se
espraiam (escorregam) de um ponto referido como ápice, ocorrendo vários, um ao lado
do outro.
Constituí-se de matacões, cascalhos, seixos, areias e siltes, de forma que esses
sedimentos apresentam-se imaturos e o grau de arredondamento das partículas tende
a aumentar conforme se chega próximo à base do leque.
FIGURA
: Fonte: Modelo hipotético de leque aluvial segundo MIALL
AMBIENTE LACUSTRE
a) LAGOS
São massas de água estagnada (parada) e de origem natural, constituídos geralmente
de água doce, embora existam lagos de água salgada (como acontece nas regiões de
baixa pluviosidade).
b) LAGOAS
O termo tem sido utilizado para designar corpos de água parada de dimensões
menores que os lagos.
c) DEPÓSITOS LACUSTRES
O modelo ideal de sedimentação lacustre começa com sedimentos finos laminados
depositados por decantação no centro do lago, à medida que é preenchido, as porções
marginais apresentam sedimentos mais grossos. As matérias orgânicas (restos de
animais e vegetais) são constituintes freqüentes nestes depósitos.
AMBIENTE DESÉRTICO
DESERTO
Os desertos quentes são regiões onde a taxa de evaporação excede a taxa de
precipitação pluviométrica, sendo o vento o agente geológico de maior importância nos
processos de erosão e deposição. As chuvas são rápidas e fortes (quando ocorrem), com
escoamento muito rápido, os grãos de sedimentos são geralmente arredondados e foscos.
TRANSPORTE
a) Suspensão: Partículas finas. Ex: silte e argila.
b) Saltação ou Rolamento: Partículas mais grossas. Ex: areia e seixos.
REGISTROS EROSIVOS
a) Deflação: Remoção de grandes quantidades de areia na superfície podendo formar
grandes depressões.
b) Abrasão: os grãos são transportados e arredondados por atrito.
REGISTROS DEPOSICIONAIS
a) Lençóis de Areia (Mares de areias)
Abrangem amplas áreas arenosas, formadas pela combinação de sedimentação rápida
por ventos de alta velocidade transportando areia de granulação heterogênea.
b) Dunas de Areia
Abrangem áreas menores e vão se agrupando de acordo com o sentido do vento
originando vários formatos.
FIGURA : Fonte: Tipos de dunas segundo TARBUCK & LUTGENS (2000).
TIPOS DE DEPÓSITOS
Em ambientes desérticos existem depósitos eólicos formados pelo vento e localmente
ocorrem depósitos subaquáticos formados por rios efêmeros e lagos de desertos
associados a sedimentos eólicos.
a) Depósitos de REG
Constam de coberturas superficiais de matacões e seixos angulosos, que ocorrem em
áreas planas. Resultam da desintegração física “in situ”, formando os ventifactos
(seixos moldados por abrasão, geralmente foscos e de superfícies planas), com
alguma areia grossa depositada nas partes protegidas.
b) Depósitos de SERIR
Concentração de sedimentos grossos (cascalhos e areia), o silte e areia fina são
removidos pela velocidade do vento. Formam-se em áreas de interdunas, podendo ser
preservados quando soterrados sob a areia.
c) Depósitos de SEBKHAS
São depósitos lacustres acumulados em lagos temporários cimentados por sais. As
estruturas sedimentares são as laminações paralelas de silte e argila com intercalações
de leitos arenosos ou gipsíticos.
d) Depósitos de WADIS
São depósitos de cursos de água correntes temporárias, em condições de baixa vazão
por atividades torrenciais.
São canais anastomosados que podem receber contribuição fluvial e eólica. As
estruturas sedimentares constam de microondulações e de macroondulações com
estratificações cruzadas.
Os sedimentos são mais grossos (leques aluviais), podendo apresentar em algumas
porções gretas de contração e marcas de chuva.
FIGURA : Mostra um perfil esquemático do Ambiente Eólico.
AMBIENTE GLACIAL
Atualmente os ambientes glaciais encontram-se limitados aos pólos, e às altas
montanhas, correspondendo a desertos frios.
a) GELEIRAS
O acúmulo contínuo do gelo forma grandes geleiras, que se encontram associadas às
baixas temperaturas combinadas com altas taxas de precipitação e razões muito
baixas de evaporação.
CONSTITUIÇÃO DAS GELEIRAS
Consistem de neve recristalizada e compactada, contendo água de degelo, e
fragmentos de rocha.
São massas permanentes de neve existentes acima da linha de neve (gelo
permanente), abaixo desta, a neve sofre degelo no verão.
PRINCIPAIS REGIÕES DA GELEIRA
a) Zona de Acumulação - A geleira sofre acreção, alimentada por novas precipitações
de neve.
b) Zona de Ablação - Envolve os processos de degelo, de evaporação e de formação
de Icebergs, ocasionando a perda de gelo das geleiras.
TIPOS DE GELEIRAS (Holmes, 1965)
a) Gelerias de Vale - Encontram-se confinadas em depressões (vales) entre
montanhas.
b) Geleiras de Piemonte - Próximos às montanhas, diversas geleiras podem espraiarse através de áreas planas, formando lençóis de gelo pela coalescência de várias
geleiras.
c) Geleiras Tipo Calota - Só existem em locais onde a linha de neve é mais baixa.
Constituem enormes massas de gelo, recobrindo amplas áreas continentais. Ex:
Antártida
EROSÃO GLACIAL
a) Abrasão - Os fragmentos de rochas contidas na base da geleira causam polimento,
estriação (estrias glaciais) e moagem na superfície do substrato.
b)
Fraturamento - É provocado pelo congelamento e degelo sucessivo da água
contida nas falhas e fendas das rochas presentes no substrato. (Intemperismo Físico =
Gelividade).
TRANSPORTE DE DETRITOS GLACIAIS
a) Supraglacial - Transporte das partículas nas porções superficiais das geleiras.
b) Englacial - Transporte no interior das geleiras.
c) Subglacial - Transporte na região basal das geleiras.
FEIÇÕES GLACIAIS
a) Fiordes - Derivam em parte da erosão glacial conjugada com um levantamento
eustático posterior, do nível do mar.
b) Vales - Um vale escavado por um rio (vale em “V”) ocupado por uma geleira,
produz-se a erosão nas paredes do vale, devido ao atrito da geleira, passando o vale a
ter a forma de “U”.
c) Lagos - Formam-se pelo degelo, resultando uma sedimentação típica de ambiente
glaciolacustre (Ex: Varvito).
d) Iceberg - Desprendimento das geleiras.
e) Estrias - São formados pelos fragmentos de rochas que sulcam a superfície do
substrato rochoso.
DEPÓSITOS GLACIAIS
A época de deposição das geleiras é na fase de recuo, quando a maior parte do
material transportado é despejado na forma de “morenas” laterais, medianas, basais,
etc. São divididos em dois tipos de depósitos:
a) Depósitos Não Estratificados - São representados por materiais da morena basal
formando os depósitos basais (argila conglomerática ou Till). A freqüência
granulométrica é muito variável, contendo siltes, argilas, seixos e matacões.
b)
Depósitos Estratificados - Formam-se pelo acúmulo de morenas internas,
depositadas durante o rápido degelo, com algum retrabalhamento pela água.
AMBIENTE MARINHO - RELEVO DO OCEANO
FIGURA : Elementos geomórficos de margem continental e fundo oceânico do tipo atlântico. Mendes (1984).
a) Plataforma Continental (Continental Shelf)
Situa-se na margem continental entre a linha de baixa-mar e a profundidade em que a
inclinação do assoalho marinho passa a ser bem mais acentuada.
Com declividade plana possue sedimentos predominantemente arenosos, sendo
freqüente a ocorrência de seixos e rochas aflorantes na parte mais próxima a praia.
b) Talude Continental (Continental Slope)
Constitui o elemento da margem continental situado entre a plataforma e o sopé
continental com uma inclinação acentuada (+/- 4º). Sua superfície é cortada por
numerosos vales e canhões submarinos, onde, adiante destes últimos ocorrem com
freqüência, volumosos depósitos de sedimentos em forma de leques submarinos.
c) Sopé Continental (Continental Rise)
Consta da parte mais externa da margem continental, nem sempre se encontra
presente, como por exemplo, no oceano Pacífico. O limite entre o sopé e o fundo
oceânico não é o mesmo em toda a parte, mas ocorre aproximadamente entre 3.000 e
5.000 metros de profundidade, geralmente com declividades intermediárias e
sedimentos mais finos.
d) Fundo Oceânico (Ocean Floor) / Planície Abissal
Consta do fundo oceânico com áreas profundas de relevo geralmente plano com
profundidades geralmente superiores a 4.000 ou 5.000 metros apresentando
sedimentos mais finos. Encontram-se inseridos nessa porção as dorsais e fossas
oceânicas.
DINÂMICA COSTEIRA E TRANSPORTE DE SEDIMENTOS
A maior atividade destrutiva do mar ocorre no litoral, no contato direto do mar com o
continente, onde predomina a força mecânica.
a) Ondas - Formam-se pela energia do vento que é transferida a água do mar pelo
atrito, podendo as ondas atingirem até 30 metros de altura. Tem como característica a
remoção e remobilização de grãos constituintes da praia, erodindo-os.
b) Marés - Formam-se sob a influência da atração da Lua, secundariamente o Sol e a
força centrífuga de rotação do Sistema Terra-Lua, provocando uma oscilação rítmica
na superfície dos oceanos, ora se elevando, ora se abaixando duas vezes por dia. São
importantes tanto na remoção de sedimentos como na configuração costeira.
c) Correntes Marinhas
1. Correntes de Deriva Litorânea (Longshore Currents)
São importantes ao longo da costa brasileira, remobilizando e transportando os
sedimentos.
FIGURA :Transporte de sedimentos por corrente de deriva litorânea segundo TARBUCK & LUTGENS (2000).
2. Correntes de Ressaca ou Fluxo Reverso (Rip Currents)
Correntes em sentido mar aberto, transportando sedimentos da costa para as porções
mais profundas dos oceanos.
PLATAFORMA DE ABRASÃO MARINHA
Os efeitos de erosão marinha pelo desgaste mecânico, ocorrem principalmente ao
longo dos costões rochosos.
As ondas carregadas de partículas sedimentares, esculpem lentamente caneluras nas
rochas, aprofundando-se contínuamente pela rebentação, ocasionando com o tempo a
queda da rocha superior. Forma-se, então, uma faixa de blocos e fragmentos menores
de rocha na frente do costão. O vaivém incessante das ondas faz com que os blocos
se reduzam a seixos e posteriormente as areias, formando um patamar.
AMBIENTE RECIFAL
Os corais necessitam de águas quentes, claras, rasas, bem iluminadas e agitadas.
Geologicamente, os recifes são produtos de constituição biótica ligada ao sedimento.
TIPOS DE RECIFES
a) Recifes Circulares ou Atol - São círculos de constituição coralínea circundados por
uma laguna. Encontram-se nos Oceanos Índico e Pacífico, nos mares da Indonésia e
mar Vermelho.
b) Recifes de Barreira - Formam longos corpos lineares que crescem até o nível do
mar, servem de barreira que protegem uma laguna de águas calmas e um subambiente
com sedimentos marinhos uniformes.
c) Recifes Costeiros ou Franjeantes - Constituem a forma mais comum de recifes e
situam-se diretamente na costa e paralelos a mesma.
d) Recifes Anulares de Lagunas Pouco Profundas - São pequenos atóis, cuja laguna
constitui apenas um extenso lodaçal e possui pouca profundidade.
e) Recifes Submersos - São recifes formados abaixo do nível do mar.
FIGURA : Tipos principais de recifes segundo MENDES (1984).
AMBIENTE MARINHO COSTEIRO (PRAIA)
Neste ambiente as propriedades dos sedimentos são determinadas pelas condições
hidrodinâmicas da costa e da plataforma continental.
A areia é transportada por rolamento e saltação na zona de praia, enquanto o silte e a
argila são carreados em suspensão para zonas mais profundas da plataforma.
TIPOS DE COSTAS
a) Costa de continente
b) Costa de Ilha - Barreira
c) Costa escarpada
d) Costa com morfologia de submersão (com fiordes, etc.)
e) Costa com bioermes (recife de corais e algas)
MORFOLOGIA PRAIAL
Uma seção transversal típica de uma praia oceânica pode ser subdividida em
diferentes unidades: dunas arenosas, pós-praia, estirâncio e antepraia.
FIGURA
: Principais unidades geomorfológicas de um perfil praial segundo SUGUIO (1980).
AMBIENTE DE PLANÍCIE DE MARÉ
Nas margens de estuários, lagunas, baías ou atrás de Ilhas-Barreiras, desenvolvem-se
ambientes de planície de maré, cuja superfície mergulha suavemente, do nível de maré
alta para o nível de maré baixa.
Os sedimentos predominantes são a argila, silte e areia fina, podendo ocorrer pelotas
de argila e conchas.
FIGURA : Perfil do mangue de Guaratiba (RJ) segundo MENDES (1984).
AMBIENTE DELTÁICO
DELTA - O termo origina-se da quarta letra do alfabeto grego, usados por Heródoto
(500 a.C.) para descrever a região da Foz do Rio Nilo. É utilizado pelos geólogos e
geógrafos para denominar depósitos sedimentares, em parte subaéreos e parcialmente
submersos, depositados em um corpo de água (oceano, lago), primariamente pela
ação de um rio.
DELTAS CONSTRUTIVOS
Predominam as fácies de influência fluvial, que de acordo com sua geometria em
planta dividem-se em:
a) Lobados;
b) Alongados.
FIGURA : Representação de deltas dos tipos lobado e alongado segundo SUGUIO (1980).
DELTAS DESTRUTIVOS
Sobressaem as fácies de influência marinha e de acordo com a geometria ou a
predominância das ondas ou das marés dividem-se em:
a) Cúspide;
b) Em franja.
FIGURA : Representação de deltas dos tipos franjado e cúspide segundo SUGUIO (1980).
SEDIMENTAÇÃO DELTÁICA
Para que um delta se forme é necessária uma corrente aquosa carregada de
sedimentos que fluam em direção a um corpo de água em relativo repouso. Os
sedimentos transportados acumulam-se na desembocadura do rio e resultam na
formação de um delta, sendo necessário que a energia do meio receptor não alcance o
nível suficiente para transportar e redistribuir os sedimentos ao longo da costa.
CLASSIFICAÇÃO VERTICAL
a) CAMADA DE TOPO OU TOPSET
Trata-se de uma camada horizontal, com características litológicas semelhantes às dos
depósitos fluviais. Na parte superior subaérea ocorrem restos de vegetais e também
organismos marinhos e as camadas distribuem-se de forma lenticular. Na parte inferior
não aparecem mais os restos de vegetais continentais e os sedimentos finos (silte e
argila) são os mais abundantes.
b) CAMADA FRONTAL OU FORESET
As camadas distribuem-se de forma oblíqua, inclinadas no mesmo sentido da
correnteza responsável pela deposição. Os sedimentos possuem características
marinhas, principalmente pelos organismos fósseis.
c) CAMADA DE FUNDO OU BOTTOMSET
Encontra-se mais distante da desembocadura, possui características exclusivamente
marinhas, tanto em litologia quanto em fósseis.
FIGURA : Perfil de um delta com a representação das camadas segundo LEINZ & AMARAL (1978).
AMBIENTE ESTUARINO
ESTUÁRIOS
Corpos de água rasa e salobra localizados na desembocadura de vales fluviais
afogados. São evidências de submergência do continente ou elevação do nível do mar.
FIGURA : Blocos diagrama demonstrando a evolução dos estuários em deltas segundo SUGUIO (1980).
SEDIMENTAÇÃO ESTUARINA
Segundo Suguio (1975), os sedimentos em trânsito e em deposição num estuário,
podem ser provenientes do continente (fornecidos pelo rio) ou do mar. Enquanto
grande parte dos sedimentos fluviais é retirada, alguns sedimentos do mar aberto são
introduzidos no estuário. Assim os estuários deverão ficar completamente assoreados
daqui a algumas centenas ou milhares de anos. A maioria dos materiais de fundo é
constituída de lamas inconsolidadas com areias misturadas em proporções variáveis.
AMBIENTE LAGUNAR
LAGUNAS - São corpos de água rasa, salobra ou salgada, separados do mar aberto
por bancos arenosos ou ilhas-barreiras, mantendo comunicação através de barras
(canais de comunicação).
TIPOS DE SEDIMENTOS
Constam de sedimentos lamosos intensamente bioturbados, que se depositam no
fundo de extensas lagunas de águas calmas. Aparecem nas lamas intercalações
arenosas, resultantes de tempestades, assim como contribuição de areia eólica de
dunas costeiras. Em regiões de climas tropicais ocorre a vegetação típica de mangue,
em regiões áridas desenvolvem-se crostas de sais no lado continental da laguna.
FIGURA : Representação de uma laguna segundo TARBUCK & LUTGENS (2000)
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