Introdução Você já deve ter ouvido falar ou até mesmo ter vivenciado o problema de comprar um novo disco rígido para instalar em um micro antigo (às vezes nem tão antigo assim) e se deparar com algum problema de limite de capacidade, isto é, seu micro antigo não reconhecer a capacidade total do seu novo disco rígido. Neste tutorial explicaremos porque isto acontece, bem como listaremos todos os limites de capacidade dos discos rígidos que existiram desde que o PC foi criado e mostraremos ainda como contornar este problema. Um limite de capacidade pode ocorrer por diversos motivos, tais como uma limitação de hardware, uma limitação do sistema de arquivos ou uma limitação do sistema operacional que você está usando. Primeiro, vamos entender como os dados são armazenados nos discos rígidos. Os discos rígidos são dispositivos selados contendo internamente um ou mais discos magnéticos. Em cada lado do disco (também chamado cabeça) existe uma cabeça magnética responsável por ler e escrever os dados. Cada lado de um disco magnético é dividido em várias trilhas concêntricas ou cilindros. Cada trilha, por sua vez, é dividida em setores. Cada setor armazena 512 bytes de informação, que é a menor unidade que a placa controladora do disco rígido pode acessar. Isso significa que se a leitura de apenas um byte se faz necessária, a controladora deve ler o setor inteiro em que o byte está armazenado. O número de bytes em cada setor é fixo: sempre 512 bytes. Mas o número de trilhas, setores por trilha e lados (isto é, cabeças) que um disco rígido tem dependerá do seu modelo. O número de cabeças, trilhas e setores por trilha de um disco rígido é chamado geometria. Se você multiplicar o número de cabeças pelo o número de trilhas e então pelo o número de setores por trilha você encontrará a quantidade de setores de um determinado disco rígido (nos discos rígidos mais novos os fabricantes anunciam o número total de setores que o disco rígido tem em vez da sua geometria). Multiplicando este número por 512 temos a capacidade total do disco rígido, em bytes. O primeiro problema com a capacidade do disco rígido é que os fabricantes assumem que kilobyte (KB), megabyte (MB), gigabyte (GB) e terabyte (TB) significam coisas diferentes do que elas realmente são, fazendo com que você tenha um disco rígido com uma capacidade real menor do que a anunciada. Este problema é conhecido por vários nomes, como “arredondamento”, “capacidade formatada vs. capacidade não formatada”, etc. Algumas pessoas inclusive assumem erroneamente que o sistema operacional é o grande vilão deste problema, mas a verdade é que os fabricantes dos discos rígidos são os verdadeiros culpados, já que eles anunciam seus produtos com uma capacidade maior do que a sua capacidade real. Unidade Kilo Mega Símbolo K M Base 2 2^10 2^20 Base 10 10^3 10^6 Giga Tera Peta Exa G T P E 2^30 2^40 2^50 2^60 10^9 10^12 10^15 10^18 Por exemplo, os fabricantes de discos rígidos assumem que 1 GB é igual a 1 bilhão (10^9) bytes, enquanto que na verdade 1 GB é igual a 1.073.741.824 (2^30) bytes. Vamos dar um exemplo real do disco rígido Seagate/Maxtor DiamondMax 21 de “250 GB”. Ele é anunciado como sendo um disco rígido de 250 GB, tendo 488.397.168 setores. Com este número de setores nós facilmente descobrimos que a capacidade deste disco rígido é de 250.059.350.016 bytes, ou 232,88 GB e não 250 GB. É por isso que o seu disco rígido de 250 GB é formatado apenas com 232 GB: ele É um disco rígido de 232 GB! Limites de Hardware Antigamente o PC endereçava cada setor no disco rígido através da sua localização física, isto é, para carregar (ou armazenar) um determinado setor o PC precisava informar à controladora do disco rígido qual lado, qual trilha e qual setor dentro desta trilha o programa queria carregar ou armazenar (algo como “controladora, por favor, manda para mim os 512 bytes de informação que estão armazenados no setor 5 da trilha 10 no lado 1, por favor?”. Este sistema é também conhecido como CHS (Cilindro, Cabeça e Setor, ou do inglês Cylinder, Head and Sector). O problema é que os PCs tinham um limite máximo na quantidade de trilhas, cabeças e setores que eles poderiam acessar. Na verdade haviam dois limites. Um no BIOS do micro – que é um programa que está armazenado na memória ROM do micro e é responsável por ensinar ao processador como operar com periféricos básicos tais como unidade de disquete e disco rígido – e um outro limite na interface ATA, que é a interface usada para conectar o disco rígido ao micro (esta interface é também conhecida por outros nomes, como PATA, ATA paralela ou IDE). Esses limites são mostrados na tabela abaixo. BIOS ATA Disco Rígido Cilindros Cabeças Setores 1.024 65.536 1.024 255 16 16 63 255 63 Capacidade Máxima 7,84 GB 127,5 GB 504 MB Como você pode ver, o BIOS original usado no PC poderia acessar apenas 1.024 trilhas, 255 lados e 64 setores. Como explicamos anteriormente, se multiplicarmos esses três números obteremos o número total de setores no disco rígido, e multiplicando esse número por 512 teremos a capacidade máxima do disco rígido, em bytes. Desta forma, o BIOS original usado no PC poderia acessar discos rígidos com até 7,84 GB de capacidade. Lembre-se que quando o padrão IDE/ATA foi criado lá em 1986 as pessoas achavam que este limite era praticamente impossível de ser atingido, já que na época o disco rígido de maior capacidade tinha 40 MB. Este limite, também conhecido como limite dos 8 GB (por causa da definição errônea de gigabyte explicada anteriormente), pode ser resolvido com um upgrade de BIOS (clique aqui para aprender como fazer isto) e afeta os computadores fabricados até mais ou menos 1999. É importante saber que até mesmo com um upgrade de BIOS o MS-DOS até a versão 6.22 não reconhecia discos acima deste limite. O Windows NT tem um limite onde ele não pode dar boot a partir da primeira partição se ela for maior do que 7,84 GB, mas esta é uma limitação do sistema operacional e não a limitação de hardware explicada acima. Nós explicaremos sobre este problema mais tarde. Nós também temos os limites da interface ATA, mostrados na tabela acima, que é de 127,5 GB (ou 136 GB se você usar a definição equivocada de gigabyte). Este limite merece mais atenção e explicaremos mais sobre ele adiante. Existe ainda outro limite que afeta os computadores fabricados por volta de 1995, que é o limite de 504 MB (ou 528 MB, se você usar a definição equivocada de megabyte). Este limite existiu porque o computador precisava respeitar ao mesmo tempo tanto os limites do BIOS quanto os limites da interface ATA. Por exemplo, apesar de o padrão ATA permitir endereçar até 65.536 trilhas, o BIOS não permitia, e portanto a capacidade de endereçamento do computador era limitada a 1.024 trilhas. A mesma coisa é válida para as cabeças e setores, como você pode ver na tabela. Mais uma vez a solução foi um upgrade de BIOS para permitir um novo modo introduzido na mesma época (e que é o padrão até hoje para os discos rígidos) chamado LBA (Endereçamento Lógico de Setores, ou em inglês Logic Block Addressing), que fez com que o computador endereçasse cada setor do disco seqüencialmente em vez de usar sua localização física (isto é, CHS). Portanto atualmente em vez de ter que pedir pelo setor 5 da trilha 16 do lado 1, o micro precisa apenas pedir “oi, manda para mim o setor 1.186.612 por favor?”. Como atualmente o modo LBA é usado, você poderia imaginar que não existe mais limite de hardware para a capacidade máxima dos discos rígidos. No entanto, a interface ATA usa uma variável de 28 bits para endereçar setores no modo LBA, criando um limite de 128 GB (2^28 x 512 bytes) – ou 137 GB caso você use a definição equivocada de gigabyte. O padrão ATA-6 (também conhecido como ATA/100) aumentou o tamanho da variável de endereçamento do LBA para 48 bits, colocando o limite de capacidade para 128 PB (petabytes, um petabyte é 2^50, ou seja, 128 PB é igual a 131.072 TB) um limite que parece ser impossível de ser atingido (vamos ver daqui a 10 anos se esta afirmação ainda vai ser verdade). A propósito, este limite é também conhecido como limite dos 144 PB, se você usar a definição equivocada do petabyte. Para resolver esta limitação de 128 GB, duas coisas são necessárias. Primeira, fazer um upgrade do BIOS da sua placa-mãe para a versão mais nova disponível (leia nosso tutorial sobre o assunto). Segundo, rodar um programa no Windows para habilitar o endereçamento de 48 bits do modo LBA, porque o Windows ME, NT, 2000 e XP sem o SP1 ou SP2 não reconhecem discos rígidos com capacidades acima de 128 GB, já que esses sistemas operacionais não suportam o endereçamento LBA de 48 bits (o Windows 95 não suporta discos rígidos acima de 32 GB devido a uma limitação do sistema do próprio sistema e não tem nada a ver com o que estamos falando, e o Windows 98 não suporta discos rígidos com capacidade acima de 128 GB também devido a um problema do próprio sistema e dessa forma não existe uma solução para o limite de 128 GB nest caso específico). Limites da FAT Nós dissemos que a menor unidade que a controladora do disco rígidoconsegue acessar é o setor. Quanto a Microsoft criou o DOS, no entanto, eles decidiram que a menor unidade que o sistema operacional poderia acessar não seria o setor, mas sim um grupo de setores que eles chamaram aglomerado (cluster, em inglês). O sistema operacional precisa de uma tabela listando quais arquivos estão usando quais setores. O problema de acessar cada setor diretamente é que você precisa de uma tabela longa o suficiente para acomodar todos os setores disponíveis no disco rígido e também deixar uma margem paradiscos rígidos maiores que poderão ser lançados no futuro. Por exemplo, para nosso disco rígido de 250 GB seria necessária uma lista com 488.397.168 entradas. Mesmo no caso do primeiro disco rígido, lançado em 1983, que tinha apenas 5 MB, listar todos os setores ocuparia muito espaço no disco. As versões do DOS inferiores à 3.0 usavam um sistema chamado FAT-12, significando uma Tabela de Alocação de Arquivos (a tabela que estamos falando) usando entradas de 12 bits e clusters de 4 KB – isto é, em vez de acessar cada setor diretamente o sistema operacional acessa um grupo de oito setores por vez (4 KB / 512 bytes = 8). Com 12 bits você tem 2^12 entradas na tabela mencionada acima, ou seja, 4.096 entradas. Como cada entrada mapeia um cluster de 4 KB, com o sistema FAT-12 poderíamos ter discos rígidos de até 16 MB (4.096 x 4 KB). Como naquela época os discos rígidos eram de 5 MB e 10 MB, este sistema funcionava muito bem. A propósito, o sistema FAT-12 ainda é usado nos disquetes. Com o DOS 3.x a Microsoft lançou o sistema FAT-16, que na época usava endereçamento de 14 bits (e não de 16 bits como o nome sugere). Com 14 bits o número de entradas na tabela era de 16.384 e o tamanho de cada cluster era de 2 KB (isto é, cara cluster era um grupo de quatro setores). Fazendo as contas você vai descobrir que com o DOS 3.x o sistema operacional poderia reconhecer discos rígidos de até 32 MB (16.384 x 2 KB). Com o lançamento do DOS 4.0 a Microsoft expandiu o sistema FAT-16 para usar endereçamento de 16 bits, o que significa que haviam 65.536 entradas na tabela. Ainda usando clusters de 2 KB isto permitia ao sistema operacional a reconhecer discos rígidos de até 128 MB. Com o DOS 5.0 em vez de aumentar o tamanho da FAT a Microsoft decidiu mexer no tamanho dos clusters. Na época se você formatasse seu disco rígido o sistema operacional escolhia o tamanho do cluster de acordo com a capacidade do seu disco rígido (veja a tabela abaixo). Esta versão do DOS, no entanto, permitia clusters de até 8 KB, permitindo o sistema operacional a reconhecer partições de até 512 MB (65.536 x 8 KB). Tamanho da Partição Até 128 MB Tamanho do Cluster (FAT-16) 2 KB De 128 MB até 256 MB 4 KB De 256 MB até 512 MB 8 KB De 512 MB até 1 GB 16 KB De 1 GB até 2 GB De 2 GB até 4 GB 32 KB 64 KB Sistema Operacional DOS 5.0 e superiores DOS 5.0 e superiores DOS 5.0 e superiores DOS 6.0 e superiores DOS 6.0 superiores Apenas o Windows NT Finalmente com o DOS 6.0 a Microsoft expandiu a tabela acima para permitir clusters de 16 KB e 32 KB, fazendo com que o sistema operacional reconhecesse discos rígidos de até 2 GB (65.536 x 32 KB). Esta é a versão final do FAT-16 que conhecemos hoje e é o mesmo sistema usado na primeira versão do sistema operacional Windows 95. Portanto o sistema de arquivo FAT-16 ainda hoje tem um limite de 2 GB por partição. Isto significa que se você instalar um disco rígido de 4 GB usando o sistema de arquivo FAT-16 você terá que criar duas partições de 2 GB, ou seja, seu disco rígido teria que ser dividido em uma unidade C: de 2 GB e uma unidade D: de 2 GB. Só para completar, o Windows NT permitia o uso de partições FAT-16 com clusters de 64 KB (veja na tabela acima), porém esta configuração não é suportada por outros sistemas operacionais; partições formatadas com esta configuração não é reconhecida por outros sistemas operacionais. A Microsoft poderia continuar indefinidamente aumentando o tamanho do cluster em vez de aumentar o número de posições dentro da tabela de alocação, mas isto resultaria em um problema conhecido como desperdício (slack space). Como a menor unidade no disco rígido que o sistema operacional pode acessar é o cluster (e não o setor) cada arquivo quando armazenado no disco rígido precisa ser do tamanho de um múltiplo exato do tamanho do cluster. Por exemplo, em um disco rígido de 2 GB usando FAT-16 um arquivo de 100 KB ocuparia quatro clusters, ou 128 KB, porque o disco rígido está usando clusters de 32 KB (100 KB / 32 KB = 3.125, um valor quebrado, e por isso ele tem que necessariamente usar quatro clusters). Estes 28 KB extras não são usados para nada, é um espaço desperdiçado. Portanto ao usar clusters grandes, muito espaço no disco rígido é desperdiçado simplesmente porque dentro do disco rígido cada arquivo precisa ter um tamanho que é um múltiplo exato do tamanho do cluster sendo utilizado. Com o Windows 95 OSR2 (lançado em 1996 e que era uma segunda versão melhorada do Windows 95; também conhecida como Windows 95 B) a Microsoft lançou a FAT-32, que se tornou mais conhecida quanto o Windows 98 foi lançado, dois anos depois. Usando endereçamento de 32 bits ela poderia, pelo menos em teoria, acessar discos com até 2 TB acessando setores diretamente em vez de usar clusters, o que eliminaria o problema do desperdício (slack space). O sistema FAT-32, no entanto, continua usando clusters: Tamanho da Partição Até 256 MB De 256 MB até 8 GB De 8 GB até 16 GB De 16 GB até 32 GB De 32 GB até 2 TB * Tamanho do Cluster (FAT-32) Não disponível 4 KB 8 KB 16 KB 32 KB * Em teoria o FAT-32 suporta partições maiores do que 2 TB – por exemplo, até 128 TB se forem usados clusters de 32 KB (2^32 x 32 KB = 128 TB). Porém, devido a uma limitação no setor de boot do disco rígido, que usa uma variável de 32 bits para numerar os setores físicos presentes do disco rígido, o limite prático do FAT-32 é de 2 TB (2^32 x 512 bytes por setor = 2 TB). Portanto o problema do desperdício (slack space) ainda existe com o FAT32. Este não é o único problema. Até mesmo com o sistema FAT-32 o Windows 95 OSR2 não pode acessar partições maiores do que 32 GB e o Windows 98 não pode acessar partições maiores do que 128 GB. O Windows ME não enfrenta esses problemas. O Windows NT, 2000 e XP (e provavelmente o Vista) não formata partições FAT-32 maiores do que 32 GB, apesar de eles reconhecerem discos rígidos formatados com FAT-32 dentro do Windows ME com até 2 TB. Outro problema do sistema FAT-32 é que os arquivos não podem ser maiores do que 4 GB. Com as pessoas atualmente editando vídeos de alta definição e até mesmo usuários neófitos editando e gravando seus próprios DVDs, esta é uma baita limitação. O sistema FAT-32 permite apenas que cada partição contenha 4.194.304 arquivos. Provavelmente você atingirá essa quantidade e o limite acima de qualquer maneira antes do limite máximo do tamanho da partição de 2 TB. A solução para esses problemas é usar um sistema de arquivos diferente. Se você é um usuário do Windows o sistema de arquivos mais indicado é o NTFS, que é um sistema de arquivo introduzido pelo Windows NT em 1993 e é suportado nativamente pelos sistemas operacionais Windows NT, 2000, XP, 2003 e Vista. Na verdade este é o sistema de arquivo recomendado se você usa um desses sistemas operacionais. Nós falaremos mais sobre o NTFS na próxima página. A solução para cada um desses limites explicados nesta página é fazer o upgrade do seu sistema operacional para a versão mais nova. Limites do NTFS O NTFS é o sistema de arquivo nativo do Windows NT, 2000, XP, 2003 e Vista, e deve ser a sua opção de sistema de arquivos caso você seja um usuário do Windows. O NTFS tem seus próprios limites – como discutiremos abaixo – mas pelo menos seus limites são muito altos, mesmo para os padrões atuais. Em teoria o NTFS pode usar endereçamento de 64 bits, mas da forma como esse sistema é implementado hoje ele usa endereçamento de 32 bits. O NTFS continua a usar clusters, que são de 4 KB por padrão para partições a partir de 2 GB. Portanto o tamanho máximo possível para cada partição no NTFS é de 16 TB. Na tabela abaixo você pode ver os tamanhos dos clusters para as partições NTFS. “Todos” dentro da coluna “Sistema Operacional” significa que “todos os sistemas operacionais que suportam NTFS”, ou seja, Windows NT, 2000, XP, 2003 e Vista. Tamanho da Partição Até 512 MB De 512 MB até 1 GB De 1 GB até 2 GB De 2 GB até 16 TB De 2 GB até 4 GB De 4 GB até 8 GB De 8 GB até 16 GB De 16 GB até 32 GB De 32 GB até 256 TB Tamanho do Sistema Operacional Cluster (NTFS) 512 bytes Todos 1 KB Todos 2 KB Todos 4 KB Todos menos o Windows NT até a versão 3.5 4 KB Windows NT até a versão 3.5 apenas 8 KB Windows NT até a versão 3.5 apenas 16 KB Windows NT até a versão 3.5 apenas 32 KB Windows NT até a versão 3.5 apenas 64 KB Windows NT até a versão 3.5 apenas Para o Windows NT (todas as versões) a tabela acima é usada apenas para novas partições. As partições que são criadas durante a instalação do sistema operacional usarão sempre clusters de 512 bytes, limitando o tamanho da suas partições para 2 TB (por outro lado elas usarão o menor tamanho de cluster possível, fazendo com que as partições criadas desta maneira não sofram o problema do desperdício – slack space). Como os clusters no NTFS são bem menores se comparados aos sistemas FAT, o desperdício de espaço (slack space) é insignificante no NTFS (no pior caso você perde 4.093 bytes por arquivo no NTFS) – pelo menos atualmente. Como você pode ver na tabela, o Windows NT até a versão 3.5 usava por padrão clusters de 64 KB para partições acima de 32 GB, o que criava um grande problema de desperdício. Este problema foi resolvido a partir do Windows NT 3.51 em diante. Atualmente, portanto, todos os sistemas operacionais que suportam NTFS formatarão partições com clusters de 4 KB, caso elas sejam maiores do que 2 GB. Todas as versões do Windows que suportam NTFS podem usar clusters maiores do que 4 KB, até 64 KB. Mudar o tamanho do cluster é interessante apenas se você precisa que seu sistema operacional reconheça partições maiores do que 16 TB. Para mudar o tamanho do cluster da partição você precisa formatar a partição através do comando format c: /a:xxxx, onde c: é a partição e xxxx é o tamanho do cluster em bytes (isto é 8192 para clusters de 8 KB) ou usar um programa de particionamento como o Partition Magic. Caso contrário o Windows usará os valores padrões mostrados na tabela acima. Na tabela abaixo você pode ver os tamanhos máximos das partições com NTFS caso você decida mudar o tamanho de seus clusters. Tamanho do Cluster 4 KB 8 KB 16 KB 32 KB 64 KB Tamanho Máximo da Partição 16 TB 32 TB 64 TB 128 TB 256 TB Lembre-se que estamos falando especificamente sobre o sistema de arquivo NTFS. Limites relacionados com sistema operacional podem existir evitando que você formate o seu disco rígido com a sua capacidade máxima. Por exemplo, sistemas Windows por padrão não suportam partições maiores do que 2 TB como partição de boot. Se você quiser discos maiores do que esse tamanho para ser reconhecido como uma única partição precisará criar um volume dinâmico (recurso que permite a você juntar várias partições em uma única partição). Limites do Sistema Operacional Nós vimos todos os limites dos principais sistemas de arquivos – FAT e NTFS. Seu sistema operacional, no entanto, pode ter suas próprias limitações que impedem você de obter o tamanho máximo da partição permitida pelo sistema de arquivos. Abaixo nós listamos todos os limites dos sistemas operacionais da Microsoft. MS-DOS até a versão 6.22: Pode reconhecer discos rígidos de até 7.84 GB (“8 GB”) e não há nada que você possa fazer para resolver isso. Você precisa fazer um upgrade em seu sistema operacional para pelo menos o Windows 95 para poder usar partições maiores do que 8 GB. Lembre-se que o DOS usa FAT-16 e, portanto, você precisará criar várias partições caso use discos rígidos maiores do que 2 GB. Windows 95 OSR2: Este sistema operacional pode acessar apenas partições de até 32 GB e não há nada que você possa fazer para resolver isso. Você precisa fazer um upgrade em seu sistema operacional para pelo menos o Windows 98 para poder usar partições maiores do que 32 GB. Claro que estamos falando sobre o sistema FAT-32, já que o FAT-16 tem um limite de 2 GB por partição que não tem nada a ver como sistema operacional. Windows 98: O comando Fdisk, que é usado para criar partições, mostra erroneamente o tamanho de partições maiores do que 64 GB.A solução é fazer o download do arquivo Fdisk.exe corrigido do site da Microsoft. Com este novo arquivo, no entanto, o tamanho máximo para a partição que você pode digitar é 99.999 MB, já que este programa mostra os tamanhos em MB e permite a você digitar apenas até 5 dígitos. O que você tem que fazer é digitar o tamanho da partição em porcentagem ou selecionar o disco inteiro para ser usado como uma única partição. Windows 98: Este sistema operacional pode acessar apenas partições com até 128 GB e não há nada que você possa fazer para resolver isso. Você precisa fazer upgrade do seu sistema operacional para pelo menos o Windows ME para poder usar partições maiores do que 128 GB (mesmo com um novo sistema você precisará, no entanto, rodar um pequeno programa para acessar acima de 128 GB, veja abaixo). Windows 98 e ME: Quando você formata uma partição maior do que 64 GB usando o comando Format.com o comando diz que o tamanho da partição é de 64 GB. Este é um bug, já que a partição é formatada com sua capacidade total (desde que não haja outra coisa limitando o tamanho da partição que você pode usar). Windows ME: O comando Fdisk.exe não pode criar partições maiores do que 512 GB. A solução é usar um utilitário de particionamento. Mesmo o utilitário de particionamento disponível no disco de boot do Windows ME serve para isso. Windows NT: Este sistema operacional não pode dar boot a partir de uma partição que seja maior do que 7,84 GB (“8 GB”). O que deve ser feito neste sistema operacional é criar uma partição de boot com 7,84 GB então colocar o resto do espaço do disco em outra ou mais partições extras. Se você quiser acessar seu disco rígido maior do que 8 GB como uma única partição você precisará fazer um upgrade em seu sistema operacional para o Windows 2000 ou outros sistema operacional mais novo. Windows ME, NT, 2000 e XP sem o SP1 ou SP2 instalados não podem reconhecer partições maiores do que 128 GB porque esses sistemas não habilitam o modo LBA de 48 bits por padrão. A solução é rodar um pequeno programa que resolve esse problema. Windows NT, 2000 e XP (e provavelmente o Vista) não podem formatar partições FAT-32 maiores do que 32 GB, apesar de esses sistemas reconhecerem discos rígidos formatados com FAT-32 dentro do Windows ME com um limite de até 2 TB. Windows 2000, XP, 2003 e Vista: Por padrão esses sistemas não suportam partições NTFS maiores do que 2 TB como partição de boot. Se você quiser discos maiores do que esse tamanho para ser reconhecido como uma única partição precisará criar um volume dinâmico (recurso que permite a você juntar várias partições em uma única partição). Resumo de Todas as Limitações Nas páginas anteriores nós fornecemos várias informações sobre todas as barreiras que você pode encontrar na hora de formatar um disco rígido com sua capacidade total. De modo a facilitar sua vida, nós compilamos a tabela abaixo que contém todos os limites que discutimos neste tutorial. Se você quiser saber mais sobre qualquer um deles limites bastar consultar o texto. Na coluna “Limite” nós listamos ambos os sistemas de notação, usando a definição “correta” de MB, GB e TB e usando a definição “errada” dessas unidades (mostradas entre parênteses). Limite Sistema Solução 128 PB (144 PB) Operacional Todos Nenhuma até o momento, já que este limite está longe de ser atingido, mas provavelmente um upgrade de BIOS. 256 TB Windows 2000, Este é o limite do sistema de arquivo XP, 2003 e Vista NTFS de 32 bits. Nenhuma solução até o usando NTFS momento, mas provavelmente uma nova versão do NTFS usando mais do que 32 bits para endereçar os clusters. 16 TB Windows 2000, Use um utilitário de particionamento ou o XP, 2003 e Vista comando Format c:/a:xxxx para usando NTFS aumentar o tamanho dos clusters permitindo partições com até 256 TB (veja página 4 para mais detalhes). 2 TB Windows ME, Mude o sistema de arquivo para o NTFS. 2000, XP, 2003 e Vista usando FAT32 2 TB Windows 2000, Esses sistemas operacionais não XP, 2003 e Vista permitem que a partição de boot seja usando NTFS maior do que 2 TB. Existem duas soluções: criar uma partição de boot com 2 TB e criar uma segunda partição com o resto da capacidade do disco rígido ou você podecriar uma única partição usando um volume dinâmico. 128 GB (137 Windows 98 Nenhuma solução. Faça um upgrade em GB) seu sistema operacional para pelo menos o Windows ME e execute os procedimentos descritos abaixo. 128 GB (137 Windows ME, NT, Upgrade de BIOS e rodar um programa. GB) 2000 e XP sem qualquer SP instalado. 32 GB Windows 95 Nenhuma solução. Fazer um upgrade em seu sistema operacional para pelo menos o Windows 98 (lembre-se que o Windows 98 tem seu próprio limite de 128 GB). 7,84 GB (8 Todos exceto o Upgrade de BIOS. Além disso o Windows GB) MS-DOS NT não consegue dar boot de partições maiores que 7,84 GB. Neste sistema você precisará criar uma partição de boot de 7,84 GB e colocar o resto da capacidade do disco rígido em outra ou em mais partições adicionais. 7,84 GB (8 MS-DOS 6.x Nenhuma solução. Faça um upgrade do GB) seu sistema operacional para pelo menos o Windows 95 e faça um upgrade de BIOS. 2 GB Todos Este é o limite do FAT-16. Você pode dividir o seu disco rígido em várias partições de 2 GB ou usar um sistema operacional que suporte FAT-32 ou NTFS para acessar seu disco rígido inteiro em uma única partição. 512 MB MS-DOS 5.0 504 MB (528 Todos M) 128 MB MS-DOS 4.0 32 MB MS-DOS 3.x 16 MB MS-DOS abaixo de 3.0 Faça um upgrade em seu sistema operacional. Faça um upgrade de BIOS. Faça um upgrade em seu sistema operacional. Faça um upgrade em seu sistema operacional. Faça um upgrade em seu sistema operacional.