Índios protestam contra PEC 215 e por garantia de direitos no Acre

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Índios protestam contra PEC 215 e por garantia de
direitos no Acre
Projeto propõe que Poder Legislativo decida sobre demarcação de
terras.
Índios denunciam situação de ameaça e invasão em territórios.
Rayssa Natani Do G1 AC
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Indígenas
ocuparam a entrada da Assembleia Legislativa do Acre (Foto: Rayssa Natani/G1)
Índios de 16 etnias indígenas foram às ruas do centro de Rio Branco, nesta sexta-feira (4), em protesto
contra a PEC 215, que transfere ao Poder Legislastivo a responsabilidade de decidir sobre as demarcações
de terras indígenas, atualmente sob a competência da Fundação Nacional do Índio (Funai). Os manifestantes
seguiram para frente do Palácio Rio Branco e, por fim, ocuparam a entrada da Assembléia legislativa do
Acre (Aleac).
Ao som de tambores e cantos, os indígenas exigiram respeito aos seus direitos e falaram sobre ameaças e
também desrespeito às demarcações das terras. O representante da etnia Manchineri, Sabá Haji, ressaltou
que nunca tiveram os seus direitos tão violados como agora.
"Não estamos dizendo quem é o culpado. O que queremos dizer é que não podemos nos omitir diante da
corrupção, intromissão e a falta de liberdade. Estamos reivindicando e vamos continuar, o que não pode é
nosso país voltar à ditadura", disse.
De acordo com o representante, a discussão principal é a garantia dos direitos constitucionais sobre as terras
e também o direito de ser ouvido sobre os empreendimentos que podem ser construídos ou não em suas
terras.
"Estamos reivindicando com todos que estão no poder, pois nos unimos para defender nossos direitos".
Além disso, Haji denunciou situações de ameaças aos indígenas. De acordo com ele, algumas terras foram
invadidas e, em decorrência disso, índios estão sofrendo ameaças de madeireiros e invasores.
O líder Jaminawá, José Correia, afirmou que na terra ocupada pela etnia o problema se agrava a cada dia.
"Até hoje ninguém resolve problema algum. Estamos sem condição de manter roçado. Até a água, quando
vamos pegar, os fazendeiros atiram na gente. Nós precisamos da terra para sobreviver", ressalta.
De acordo com os representantes, são sete terras indígenas no Acre que estão sofrendo intervenção por
fatores como exploração de petróleo e madeira nas unidades demarcadas. Com 25 anos de Constituição, os
indígenas alegam não ter muito para comemorar.
Fonte: http://g1.globo.com
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