Património genético

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Património genético
Célula – unidade básica de estrutura e funcionamento da vida.
Existem células procarióticas e eucarióticas.
As células procarióticas não possuem organelos membranares e o material celular
esta espalhado pelo meio celular (nucleíode)
As células eucarióticas dividem-se em células vegetais (que possuem parede celular
e vacúolos de grandes dimensões e cloroplastos) e células animais (que não têm
parede celular, mas apresentam centríolos e mitocôndrias).
Núcleo – local onde está armazenada a informação genética, pelo que controla a
actividade celular.
Cariótipo – conjunto de cromossomas de uma espécie – cromossoma HUMANO 22
pares de autossomas (46, XY) e um par de cromossomas sexuais (23,X) ou (23,Y).
Cromossoma – suporte da informação genética (DNA).
DNA – material genético que se encontra no núcleo das células eucarióticas e
espalhado no meio celular das células procarióticas.
Gene – segmento de cromossoma que cont~em informação sobre uma determinada
característica.
Genoma – conjunto de todos os genes de uma epsécie
Genótipo – constituição genética de um indivíduo relativamente a cada característica.
Fenótipo – corresponde à manifestação física do genótipo.
TRANSMISSÃO DE CARACTERISTICAS HEREDITÁRIAS
Genética – área do conhecimento que tem como objectivo o estudo dos genes,
procurando respostas para a forma como se processa a herança genética.
O CONTRIBUTO DE MENDEL
Gregor Mendel (1822-1884) – monge da República Checa, filho de um agricultor e
com poucos recursos económicos. Estudou a hereditariedade e é considerado o pai da
genética.
A espécie de ervilheira Pisum sativum foi a que deu melhores resultados no estudo de
Mendel da hereditariedade, pois esta planta possui uma corola fechada (impedindo a
fecundação por outras espécies de plantas) e um bom conjunto de características
antagónicas.
Os resultados exactos obtidos por Mendel no estudo da hereditariedade devem-se, em
grande parte, ao seu rigor metodológico. Podemos então falar em Procedimentos de
Mendel, sendo eles divididos em três etapas.
PROCEDIMENTOS DE MENDEL
1º isolamento de linhas puras;
2º cruzamento de indivíduos contrastantes, de lihas puras (cruzamentos parentais);
3º método estatístico para o tratamento de resultados obtidos.´
Linhas puras – indivíduos homozigóticos em relação à característica pretendida e
que, cruzados entre si, originam uma descendência que é sempre igual entre si e a um
dos progenitores, relativamente à característica considerada.
Características – variações que nos ajudam a distinguir um indivíduo do outro (da
mesma espécie).
Características hereditárias – transmitem-se de geração em geração através da
reprodução. Surgem durante o desenvolvimento e crescimento dos organismos e
manifestam-se ao longo da vida.
Mendel estudou então casos de:
Cruzamentos de monibridismo – onde se estuda a transmissão de apenas um
carácter.
Cruzamentos de diibridismo – onde se estuda a transmissão de dois caracteres.
MECANISMO DE TRANSMISSÃO EM MONIBRIDISMO
Depois de isolar as linhas puras, Mendel realizou cruzamentos parentais recíprocos.
1) Cruzamento parental
2) 1ª geração
3) Cruzamento entre F1
PxP
F1
F1 x F1
4) 2ª geração
F2
Polinização cruzada (artificial) entre linhas puras
Híbridos da 1ª geração
Auto-polinização (natural) dos híbridos
Proporção fenótipica 3:1 - proporção genotípica
de 1:2:1
Conclusão
Uniformdade dos híbridos – gerção F1 é uniforme em relação ao carácter em
estudo, manifestando a característica de um dos progenitores.
Proporções fenotípicas – na geração F2 surgem ambas as características na
proporção aproximada de 3 para 1
Segundo Mendel
- Cada organismo possui 2 factores que determinam uma característica;
- PRINCÍPIO DA SEGREGAÇÃO FACTORIAL – na formação dos gâmetas, os
factores separam-se de tal modo que cada gâmeta contém um só factor de cada par –
PUREZA DOS GÂMETAS.
Actualmente:
- os factores de Mendel correspondem aos genes que podem apresentar formas
alternativas -> ALELOS;
- o conjunto de todos os genes é o GENOMA;
- o genótipo é a constituição genética de um indivíduo em relação a uma certa
característica;
- o fenótipo é a forma como o genótipo se expressa;
- um indivíduo homozigótico possui um par de genes idênticos relativamente a uma
característica – todos os seus gâmetas são geneticamente idênticos;
- um indivíduo genotipicamente heterozigótico possui um par de genes diferentes
relativamente a uma característica – uns gâmetas possuem uma das formas alélicas e
outros possuem a outra forma alélica.
Para facilidade de visualização dos alelos envolvidos num cruzamento e dos seus
genótipos e fenótipos obtidos podem utilizar-se vários tipos de diagramas – dos quais
o mais comum é o XADREZ MENDELIANO.
No xadrez mendeliano indicamos os gâmetas produzidos por cada um dos
progenitores e os cruzamentos que podem resultar da fusão destes gâmetas.
Através do xadrez mendeliano é possível prever os genótipos e os fenótipos dos
descendentes de um cruamento, bem como a probabilidade de ocorrerem.
Cruzamento-Teste ou Retrocruzamento
O cruzamento teste serve para averiguar o genótipo dos indivíduos que
fenotipicamente revelam a característica do alelo dominante.
Consiste em cruzar esses indivíduos com indivíduos homozigóticos recessivos e
depois analisar a descendência.
Resultados Possíveis do cruzamento teste:
1) toda a descendência apresenta o fenótipo dominante – o progenitor
desconhecido é homozigótico dominante e toda a descendência é
heterozigótica;
2) 50% da descendência apresenta o fenótipo dominante e 50% apresenta o fenótipo
recessivo – o progenitor desconhecido é heterozigótico, assim como a metade
da descendência com fenótipo dominante, enquanto que a descendência com
fenótipo recessivo é homozigótica recessiva.
MECANISMO DE TRANSMISSÃO EM DIIBRIDISMO
Depois de isolar linhas puras, Mendel fez cruzamentos parentais entre indivíduos
pertecentes a essas linhas puras.
Diibridismo
1) Cuzamento parental
AALL x aall
Gâmetas
AL e al
2) 1ª geração (F1)
AaLl
Gâmetas
AL, al, Al, aL
3) Cruzamento entre F1
AL x al x Al x aL
4) 2ª geração (F2)
Polinização cruzada
artificial entre linhas puras
Diíbridos da primeira
geração
Auto-polinização natural
dos diíbridos
AALL, AALl, AAll, AaLL, Aall,
Proporção fenotípica
AaLl, aaLL, aall, aaLl
9:3:3:1
Diibridismo – transmissão hereditária de dois pares de alelos simultâneamente.
AL
aL
Al
al
AL
AALL
AaLL
AALl
AaLl
aL
AaLL
aaLL
AaLl
aaLl
Al
AALl
AaLl
AAll
Aall
Proporções genotípicas
al
AaLl
aaLl
Aall
aall
AaLl
AaLL
Aall
aaLl
AALl
AALL
aaLL
AAll
aall
4
2
2
2
2
1
1
1
1
Transmissão de 2 caracteres (2 pares de genes) em bloco:
(segregação dependente de 2 pares de alelos)
Os alelos responsáveis pelas duas características são transmitidos à descendência
sempre juntos?
Cruzamento
parental
Gâmetas
F1
Gâmetas
F2
AALL
aall
AL
Al
AaLl
AL e al
Ver xadrez ->
AL
al
AL
al
AALL AaLl
AaLl aall
Proporção genotípica: 1:2:1
Proporção fenotípica: 3:1
Os resultados experimentais contradizem a hipótese que formulámos.
Transmissão de 2 caracteres (2 pares de genes) de forma independente.
Os alelos responsáveis pelas duas características são transmitidas à descendência de
forma independente?
Cruzamento
parental
Gâmetas
F1
Gâmetas
F2
AL
aL
Al
al
AL
AALL
AaLL
AALl
AaLl
AALL
aall
AL
Al
AaLl
AL, al, Al, aL
Ver xadrez ->
aL
AaLL
aaLL
AaLl
aaLl
Al
AALl
AaLl
AAll
Aall
al
AaLl
aaLl
Aall
aall
Proporção fenotípica: 3:1
Os resultados experimentais foram muito
semelhantes aos obtidos por Mendel.
Os indivíduos de F1, ao produzirem os
seus gâmetas, podem combinar os alelos
de forma aleatória desde que cada gâmeta
possua 1 alelo para cada característica –
um para a cor da semente e outro para a
forma da semente.
Conclusão:
No diibridismo os alelos comportam-se como em dois cruzamentos de monibridismo,
ocorrendo simultaneamente.
Princípio da segregação independente – os genes que determinam as caracteristicas
diferentes distribuem-se independentemente nos gâmetas.
A probabilidade de um acontecimento ocorrer é independente da sua ocorrência em
tentativas anteriores.
A probabilidade de dois acontecimentos independentes ocorrerem conjuntamente é
igual ao produto das probabilidades de ocorrerem isoladamente.
Cruzamento-teste em diibridismo
- Paralelismo entre diibridismo e monibridismo também se verifica nos cruzamentos
teste.
Em casos de monibridismo (como este) o cruzamento teste terá de ser feito com
indivíduos duplos recessivos.
Proporções
Genotípicas
Fenotípicas
Monibridismo
1:2:1
3:1
50% homozigótico
50% recessivo
50% heterozigótico
50% dominante
Monibridismo Cruz.
Teste
Heterozigótico
Homozigótico
100%
heterozigótico
1:1:2:2:4:2:2:1:1
Diibridismo
100% dominante
9:3:3:1
AABB
100% dominante
AaBb
25%,25%,25%,25%
AABb
1/3, 1/3, 1/3
AaBB
1/3, 1/3, 1/3
Diibridismo Cruz. Teste
LEIS DE MENDEL
Princípios mendelianos ficam agrupados em duas leis:
1ª lei de Mendel – Lei da segregação Factorial
Os dois elementos de um par de genes alelos separam-se nos gâmetas de tal modo
que há probabilidade de metade dos gâmetas transportar um dos alelos e a outra
metade transportar o outro alelo.
2ª lei de Mendel
Durante a formação dos gâmetas, a segregação dos alelos de um gene é
independente da segregação dos alelos de outro gene.
DOIS GENÓTIPOS E TRÊS FENÓTIPOS
 Boas-noites
Plantas com corolas vermelhas
Plantas com corolas brancas
Plantas com corolas cor-de-rosa
A cor das corolas relaciona-se directamente com o seu genótipo.
Situação de dominância incompleta:
Pode considerar-se que se está perante uma situação de dominância incompleta
quando os indivíduos heterozigóticos apresentam um fenótipo entre os dois
progenitores de linhas puras.
Acontece quando F1 apresenta um terceiro fenótipo. Diz-se que o alelo dominante não
dominou completamente o recessivo, permitindo que ambos se expressasem no
fenótipo embora parcialmente.
Denominação atribuída às situações hereditárias em que os alelos de um par de
genes se expressam, em conjunto, parcialmente. Fenotipicamente manifesta-se por
caracteres intermediários em indivíduos heterozigóticos em relação ao gene
considerado.
 Touros e vacas
Touros com pêlo vermelho
Touros com pêlo branco
Touros com pêlo ruão – cinzento avermelhado
Os touros cujo fenótipo é ‘ruão’ não apresentam pêlos da cor cinzento-avermelhado,
mas sim pêlos vermelhos e brancos, tratando-se de uma situação de Co-Dominância.
Situação de Co-dominância:
Há co-dominância quando alelos do mesmo gene que se encontram num ser
heterozigótico originam um fenótipo em geral intermediário entre os dos dois
homozigóticos respectivos.
Ocorre quando a F1 possui um fenótipo que inclui caracteres de ambos os
progenitores. Neste caso não se verifica qualquer tipo de dominância de um alelo
sobre o outro. Os dois alelos manifestam-se completamente no fenótipo de F1.
Os alelos A e B dos grupos sanguíneos do sistema ABO de classificação do sangue
são co-dominantes.
TEORIA CROMOSSÓMICA DA HEREDITARIEDADE
 Os genes localizam-se nos cromossomas que formam pares de homólogos.
 O gene situa-se no locus do cromossoma.
 Os dois alelos que controlam um determinado carácter localizam-se em loci
correspondentes nos cromossomas homólogos.
 Em cada par de homólogos, um é do pai e o outro é da mãe.
 Na meiose dá-se a segregação dos alelos.
 Cada gâmeta pode conter qualquer combinação de genes, visto que a
segregação dos genes localizados em diferentes cromossomas é independente.
 O ovo é uma célula diplóide em que cada gene está representado por dois
alelos, localizados em loci correspondentes nos cromossomas homólogos, um do
pai, outro da mãe.
 Genes autossómicos localizam-se nos autossomas.
 Genes heterossómicos ou ligados ao sexo encontram-se nos cromossomas
sexuais.
EXCEPÇÕES ÀS LEIS DE MENDEL
1. Ligação factorial (2ª lei)
2. Alelos múltiplos
3. Interacções génicas
4. Hereditariedade humana (autossómica e ligada aos cromossomas sexuais)
1. Alelos múltiplos
Mais de duas formas alélicas para o mesmo gene, embora cada indivíduo possua
apenas duas dessas formas.
Exemplo: sistema ABO
Antigénios (aglutinogénios) – glicoproteínas existetes nas hemácias
Anticorpos (aglutininas) – moléculas proteicas que se aglutinam a determinados
aglutinogénios
Tipo de Sangue
Tipo A
Tipo B
Tipo AB
Tipo O
Aglutinogénios
A
B
AeB
Ausência
de
agutinogénios
Aglutininas
Anti-B
Anti-A
Ausência
de
aglutininas
Anti-A
anti-B
Pode receber sangue
Tipo A e O
Tipo B e O
Qualquer tipo
Só
pode
receber do tipo
O
e
Quando sangue com determinados antigénios entra em contacto com sangue de
outros antigénios, os anticorpos existentes no plasma do sangue receptor reagem com
os antigénios do sangue que foi introduzido, aglutinando-os.
Por isso é que, por exemplo, o tipo de sangue A, só pode receber transferências dele
próprio (sendo que as aglutininas nele contidas são do tipo anti-B) e de sangue do tipo
O, já que as hemácias deste sangue são desprovidas de aglutinogénios.
Exemplo: Sistema Rh
Rh é um aglutinogénio.
Fenótipos
Genótipos
Rh+
DD ou Dd
Rh+Rh+ ou Rh+RhDd
Rh-Rh-
Rh-
Antigénios
Aglutininas
Rh
Não tem
Não tem
Podem formá-los(*)
(*) as pessoas Rh- não possuem à partida aglutininas anti-Rh, mas podem formá-las se
o seu sangue entrar em contacto com sangue Rh+
 Indivíduos do grupo sanguíneo Rh+ podem receber sangue Rh+ ou Rh-, uma
vez que não possuem aglutininas, o sangue não aglutina.
 Indivíduos do grupo sanguíneo Rh- não têm aglutininas. Assim, poderão –
numa primeira transferência sanguínea – receber sangue do tipo Rh+ ou Rh-. Caso
recebam do tipo Rh+, ficarão sensibilizados para este tipo de sangue, produzindo
algumas aglutininas anti-Rh. Na próxima transfusão, não podem receber sangue Rh+
pois produzirão em grande escala aglutininas anti-Rh, provocando hemólise.
GRAVIDEZ
Mãe Rh- e filho Rh+
Se o sangue da mãe entra em contacto com o sangue do filho, o sistema imunitário da
mãe passa a produzir anti-corpos anti-Rh, deixando a mãe sensibilizada para o
sangue Rh+. Numa segunda gravidez, em que o sangue do bebé é também Rh+, a
mãe produz imediatamente anti-corpos anti-Rh, que por serem moléculas proteícas de
pequenas dimensões passam para o bebé pela placenta e este pode morrer de
eritroblastose fetal – dá-se a hemólise no sangue do bebé – aglutinação e
consequente destruição das hemácias pelos anti-corpos.
Conclusões:
Os indivíduos Rh- não possuem naturalmente anti-corpos anti-Rh, mas podem
fabricá-los quando expostos ao antigénio Rh+. Um problema que se coloca durante a
gravidez sendo a mãe Rh- e o filho Rh+.
Actualemente existe uma vacina que inibe a actuação e produção dos anti-corpos antiRh.
2. Interacções génicas
Exemplo: milho vermelho
EMERSON
O fenótipo dos indivíduos da geração F1 é diferente dos seus progenitores
Na F2 surgem classes fenotípicas completamente diferentes das esperadas no
diibridismo mendeliano (quer no aspecto qualitativo como no aspecto quantitativo).
Como explicá-lo?
Estão envolvidos dois pares de genes responsáveis pela produção de duas enzimas
(enzima 1 e enzima 2).
Enzima 1
Enzima 2
Molécula percursora  molécula intermediária  pigmento vermelho
O pigmento vermelho surge como resultado de uma cadeia de reacções onde estão
envolvidas duas enzimas.
Para a produção das enzimas, o primeiro alelo tem que ser dominante, se não,
não há produção de pigmentos vermelhos.
Os dois genes apresentam uma complementaridade em termos funcionais.
Muitas das características hereditárias não são controladas pelo material genético
existente num único locus, mas sim por vários genes existentes em diferentes loci – ou
mesmo em diferentes cromossomas que interactuam no estabelecimento da mesma
característica.
A expressão dos alelos de um locus depende dos alelos presentes no outro locus,
neste caso dois ou mais genes controlam uma única característica – não são
produzidas enzimas para a formação do pigmento vermelho caso o primeiro alelo de
cada locus não seja dominante.
Por exemplo, o milho só apresenta fenótipo vermelho quando estão presentes os dois
alelos dominantes que determinam essa cor. Embora sejam dominantes não basta
só um alelo!
Muitas das características hereditárias dependem da interacção de vários genes.
Alelos Letais
Nas mais variadas espécies, existem determinados alelos que quando se reúnem em
homozigotia podem conduzir à morte do seu portador, sendo por isso, designados
alelos letais.
Por vezes, essa combinação torna os indivíduos inviáveis, antes do nascimento,
conduzindo a abortos espontâneos; outras vezes conduzem à morte antes que os
seus portadores possam transmitir o seu património genético à descendência. Ambos
os casos contribuem para a diminuição da frequência desses genes na população. No
entanto, o facto desses genes em heterozigotia não serem letais permite a sua
manutenção na população.
O gene letal recessivo só provoca a morte em homozigotia.
3. Hereditariedade Humana
Dificuldades na investigação sobre genética humana:
-elevado número de cromossomas;
-pequeno número de descendentes por geração;
-longevidade do ciclo de vida;
-cruzamentos experimentais não são viáveis eticamente.
Técnicas de genética molecular permitiram uma análise directa dos genes e
desencadearam uma verdadeira explosão de conhecimentos direccionados –
sobretudo para o diagnóstico e despiste de doenças genéticas.
Hereditariedade autossómica
Análise de árvores genealógicas fornece informação acerca de um determinado gene
responsável por uma anomalia.
Com esta informação pode avaliar-se o risco de um casal ter um filho afectado por
esse gene.
FENILCETONÚRIA
Fenilcetonúria (PKU) – anomalia ao nível do metabolismo de um aminoácido
(fenilalanina – faz parte da maioria das proteínas alimentares), que é ingerido com os
alimentos. Nos indivíduos afectados este aminoácido acumula-se no sangue,
perturbando o desenvolvimento cerebral.
Um indivíduo normal possui, num determinado locus, um gene que codifica a síntese
de uma enzima que permite a conversão da fenilalanina em tirosina. Os indivíduos
afectados, prossuem no mesmo locus um gene que codifica a produção de uma
enzima não funcional, impedindo esta conversão.
Quando um indivíduo é homozigótico recessivo em relação ao gene mutado, a
fenilalanina tende a acumular-se e a formar ácido fenilpirúvico – aumenta a cc de
fenilalanina e ácido fenilpirúvico no sangue – implicando graves consequências no
desenvolvimento cerebral de uma criança, provocando perturbações motoras e
convulções.
Prevenção da PKU
-diagnóstico precoce – TESTE DO PEZINHO – três dias após o nascimento são
recolhidas amostras de sangue. Se o teste for positivo a criança inicia uma dieta
apropriada.
A PKU é determinada por um alelo autossómico recessivo – pais heterozigóticos
normais têm filhos doentes.
ALELO AUTOSSÓMICO RECESSIVO
Homens e mulheres igualmente afectados
Maioria dos descendentes afectados possui pais normais
Heterozigóticos apresentam fenótipo normal
Dois progenitores afectados originam uma descendencia em que todos os individuos
apresentam a anomalia.
ALELO AUTOSSÓMICO DOMINANTE
Homens e mulheres sao igualmente afectados
Anomalia tende a aparecer em todas as gerações
Quando um indivíduo manifesta a anomalia, pelo menos um dos progenitores também
a possui
Quando um dos elementos do casal apresenta a anomalia, aproximadmente metade
da sua descendencia pode ser afectada
Os heterozigóticos manifestam a anomalia
Hereditariedade autossómica  Homens e mulheres igualmente afectados
Recessiva:
- Maioria dos descendentes afectados possui pais normais
- Heterozigóticos apresentam fenótipo normal
- Dois progenitores afectados originam uma descendência em que todos os indivíduos
apresentam anomalia
Dominante:
- Anomalia tende a aparecer em todas as gerações
- Quando um indivíduo manifesta a anomalia, pelo menos um dos progenitores também a possui
- Quando um dos progenitores apresenta anomalia, aproxim. metade da descendência pode ser
afectada.
- Os heterozigóticos apresentam anomalia
Hereditariedade ligada ao sexo
 Como na mulher existem dois cromossomas X os genes formam pares de alelos que
funcionam como nos autossomas, ou seja, alelo recessivo só se manifesta em homozigotia.
 No caso do homem, os genes localizados no cromossoma X manifestam-se sempre, quer
sejam dominantes ou não, uma vez que o cromossoma Y não possui alelo correspondente.
 Por isso é mais frequente manifestar-se uma característica recessiva no homem do que na
mulher.
Recessivo no cromossoma X
- Não afecta igualmente homens e mulheres
- Quando um homem afectado cruza com uma mulher normal, originas filhos fenotipicamente
normais e filhas portadoras.
- Quando uma mulher portadora cruza com um homem normal há 50% probabilidade de os filhos
serem normais e 50% de probabilidade de serem afectados. As filhas são todas normais
podendo 50% ser portadoras.
No geral:
- Um homem afectado transmite a doença a todas as suas filhas
- Uma mulher afectada transmite a doença aos filhos e filhas
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