5 - Custo x despesa Por convenção e para facilitar a comunicação

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5 - Custo x despesa
Por convenção e para facilitar a comunicação deste assunto, consideram-se
como custo de cultura todos os gastos identificáveis direta ou indiretamente à
cultura (ou produto), como sementes, adubos, mão de obra (direta ou
indireta),
combustível,
depreciação
de
máquinas
e
equipamentos
utilizados, serviços agronômicos, topográficos etc.
Como despesa, entende-se todo o gasto não identificável com a cultura,
portanto não acumulado no estoque (culturas temporárias em formação),
mas apropriado como despesa do período. São alguns exemplos de despesas,
as relacionadas com as vendas dos produtos (propaganda e comissão de
vendedores), as administrativas (honorários dos produtores e pessoal de
escritório) e as despesas financeiras (juros).
Custos, Despesas, Gastos e Investimentos
No mundo moderno espera-se que toda economia possa manter a expandir
sua capacidade produtiva. Manutenção refere-se a conversar intacta a forca
produtiva da maquina econômica, através de uma provisão para depreciação.
Expansão refere-se ao aumento contínuo das espécies e quantidade dos
recursos da economia, juntamente com o contínuo melhoramento das técnicas
de produção.
A força do trabalho pode ser ampliada com o aumento da produção e pelo
desenvolvimento e melhoramento das habilidades através do treinamento e
educação. Desenvolvimento e melhoramento de habilidades, em uma
economia de livre empresa, recebe muito incentivo do mecanismo de preço –
as perspectivas da maior remuneração pelo trabalho altamente qualificado e
mais produtivo. A extensão em que as habilidades podem ser desenvolvidas e
melhoradas
está
condicionada
às
oportunidades
de
treinamento
e
educacionais, bem como às físicas e mentais.
O avanço extraordinário da informatização nas últimas décadas constitui-se em
instrumento adicional de competitividade por parte das empresas rurais, no
mercado, em função do alto grau de agilidade das negociações. A rápida e ágil
informação é um elemento poderoso de competição. Cada negócio passa a ser
encarado como um centro específico de lucros.
A contabilidade de aplicada às empresas rurais, assim como a Contabilidade
mercantil, utiliza terminologia própria, cujos termos muitas vezes são usados
com diferentes significados.
Assim, tornar-se necessário definirmos o nosso entendimento sobre as
diferentes terminologias de custos, permitindo uma uniformização de conceitos.
Terminologia Contábil
A Contabilidade Rural, qualquer que seja o sistema, necessita da distinção
entre custos e despesas. Teoricamente, a distinção é fácil: custos são gastos
(ou sacrifícios econômicos) relacionados com a transformação de ativos
(exemplo: consumo de insumos ou pagamento de salários) e despesas são
gastos que provocam redução do patrimônio (exemplo: impostos, comissões de
vendas etc.); gastos é o termo genérico que pode representar tanto um custo
como uma despesa.
O objetivo é uniformizar o entendimento de determinados termos que serão
utilizados:
Gasto. Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço,
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente
dinheiro). O gasto se concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são
prestados ou passam a ser de propriedade da Empresa Rural.
Exemplos:
- gasto com mão de obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços
de mão de obra;
- gasto com aquisição de insumos;
- gasto com aquisição de maquinas e equipamentos agrícolas;
- gasto com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de
energia;
- gasto com aluguel de terras (aquisição de serviços);
- gasto com assistência técnica (serviço do agrônomo e do veterinário).
O gasto normalmente implica em desembolso, embora este possa estar
defasado do gasto.
Desembolso. Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode
ocorrer concomitantemente ao gasto (pagamento a vista) ou depois desse
(pagamento a prazo).
Os gastos podem ser: investimentos, custos ou despesas.
Investimento. Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou
de benefícios atribuíveis a períodos futuros.
Exemplos:
- aquisição de moveis e utensílios;
- aquisição de imóveis rurais;
- despesas pré-operacionais;
- aquisição de insumos.
Custo. Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção rural; são todos
os gastos relativos à atividade de produção.
Exemplos:
- salários do pessoal da propriedade rural;
- insumos utilizados no processo produtivo;
- combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas agrícolas;
- depreciação dos equipamentos agrícolas;
- gastos com manutenção das máquinas agrícolas.
Observação: Os insumos agrícolas adquiridos pela Empresa Rural, enquanto
não
Utilizados na atividade rural, representam um investimento e estarão
ativados em uma conta de Ativo Circulante; no momento em que são
requisitados, é dada baixa na conta de Ativo e eles passam a ser
considerados um custo, pois serão consumidos para produzir produtos
agrícolas.
Despesa . Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas
e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Em termos práticos,
nem sempre é fácil distinguir custos e despesas. Pode-se, entretanto, propor
uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com
os produtos agrícolas, até que estes estejam prontos, são custos; a partir daí,
são despesas.
Todos os Custos que estão incorporados nos produtos agrícolas que são
produzidos pela Empresa Rural são conhecidos como DESPESAS no
momento em que os produtos são vendidos.
Exemplos:
- salários e encargos sociais do pessoal do escritório de administração;
- energia elétrica consumida no escritório;
- gasto com combustíveis e refeições do pessoal de administração;
- conta telefônica do escritório.
Perda. É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou
da atividade produtiva normal da Empresa Rural. No primeiro caso, as perdas
são consideradas da mesma natureza que as DESPESAS e são jogadas
diretamente contra o resultado do período. No segundo caso, onde se
enquadram, por exemplo, as perdas normais de insumos na produção agrícola,
integram o custo de produção do período.
A distinção mais difícil e mais importante é entre custos e despesas. Se um
gasto é considerado despesa, ele afeta diretamente o resultado do exercício.
Se considerado custo, só afetará o resultado a parcela do gasto que
corresponder aos produtos vendidos. A parcela correspondente aos produtos
em estoque ficará ativada.
Custos diretos e indiretos
Custos diretos
Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente (sem rateio)
apropriados aos produtos agrícolas, bastando existir uma medida de consumo
(quilos, horas de mão de obra ou de máquina, quantidade de força consumida
etc.). De modo geral, identificam-se aos produtos agrícolas e variam
proporcionalmente
à
quantidade
produzida.
Podem
ser
apropriados
diretamente aos produtos agrícolas porque há uma medida objetiva do seu
consumo nesta produção.
Exemplos:
1. Insumos: normalmente, a Empresa Rural sabe qual a quantidade exata
de insumos que está sendo utilizada para a produção de uma unidade
do produto agrícola. Sabendo-se o preço do insumo, o custo daí
resultante está associado diretamente ao produto.
2. Mão de Obra direta: trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados
diretamente na produção agrícola. Sabendo-se quanto tempo cada um
trabalhou no produto e o preço de mão de obra, é possível apropriá-la
diretamente ao produto.
3. Material de embalagem.
4. Depreciação de equipamento agrícola: quando é utilizado para produzir
apenas um tipo de produto.
5. Energia elétrica das máquinas agrícolas: quando é possível saber
quanto foi consumido na produção de cada produto agrícola.
Os custos indiretos das culturas, temporárias ou permanentes, devem ser
apropriados aos respectivos produtos.
Os
custos específicos
de
colheita,
beneficiamento, acondicionamento,
armazenagem, e outros necessários para que o produto resulte em condições
de comercialização, devem ser contabilizados em conta de Estoque de
Produtos Agrícolas.
Custos indiretos
Custos indiretos, para serem incorporados aos produtos agrícolas, necessitam
da utilização de algum critério de rateio. Exemplos: aluguel, iluminação,
depreciação, salario de administradores etc.
Na pratica, a separação de custos em diretos e indiretos, além de sua
natureza, leva em conta relevância e o grau de dificuldade de medição. Por
exemplo, o gasto de energia elétrica (força) é, por sua natureza, um custo
direto: porém, devido às dificuldades de medição do consumo por produtos
agrícola e ao fato de que o valor obtido através de rateio, em geral, pouco
difere daquele que seria obtido com uma medição rigorosa, quase sempre é
considerado como custo indireto de produção.
Os custos indiretos dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem
apropriados em diferentes produtos agrícolas; portanto, são os custos que só
são apropriados indiretamente aos produtos agrícolas. O parâmetro utilizado
para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio.
Exemplos:
1. Depreciação de equipamentos agrícolas: são utilizados na produção de
mais de um produto agrícola.
2. Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.
3. Aluguel de pastos.
4. Energia elétrica que não pode ser associada ao produto agrícola.
5. Impostos e taxas da propriedade rural.
6. Manutenção e conservação de equipamentos agrícolas.
Custos Fixos e Variáveis
Custos fixos
Custos fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume
produzido. Por exemplo: aluguel, impostos, etc.
Um aspecto importante a ressaltar é que os custos fixos são fixos dentro de
uma determinada faixa de produção e, em geral, não são eternamente fixos,
podendo varias em função de grandes oscilações no volume de produção
agrícola.
Observe que os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção
agrícola, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel de pastos
mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser
considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja
a produção do mês. Outros exemplos: Imposto Territorial Rural, depreciação
dos equipamentos agrícolas (pelo método linear), salários de vaqueiros,
prêmios de seguros etc.
Custos Variáveis
Custos variáveis variam proporcionalmente ao volume produzido. Exemplo:
insumos, embalagem. Se não houver quantidade produzida, o custo variável
será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção
agrícola. Outros exemplos: insumos indiretos consumidos, depreciação dos
equipamentos agrícolas, quando esta for feita em função das horas-máquinas
trabalhadas, gastos com horas-extras na produção agrícola etc.
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