Cientistas chineses culpam efeito estufa por redução de rios Artigo publicado em 15/07/2007 Índice de atualidades PEQUIM - A mudança climática e a diminuição dos pântanos são a causa, na China, da redução do volume de água dos dois principais rios do país, o Yangtse e o Amarelo, disse a agência oficial de notícias do país, a Xinhua. Cientistas do Instituto de Riscos de Montanha e Meio Ambiente da Academia Chinesa de Ciências Sociais estudaram as mudanças sofridas nas últimas quatro décadas pelos pântanos do planalto Qinghai-Tibete, no oeste do país, e onde nascem os dois rios. Analisando fotos aéreas e dados colhidos por satélite, os especialistas descobriram que os pântanos do planalto diminuíram 10% nesse período. Os mais afetados são aqueles onde nasce o Yang-tse, que tiveram redução de 29%. Além disso, 17,5% dos pequenos lagos na nascente desse rio, o de maior extensão da China e quarto maior do mundo, secaram. "Os pântanos desempenham um papel-chave em conter a água e ajustar o volume do nível dos rios", disse Wang Xugen, pesquisador do instituto. O desaparecimento dos pântanos não tem relação com as chuvas que paradoxalmente aumentaram no planalto - de 260 milímetros na década de 90 para os atuais 323 -, segundo a organização ambientalista internacional WWF. "Mas o aumento das chuvas não se traduz em um maior caudal porque a evaporação se produz de forma mais rápida devido ao aquecimento global", disse Li Shijie, cientista do Instituto de Geografia e Limnologia de Nanquim. Outro estudo da WWF indica que o aquecimento global provocou a redução das geleiras, o degelo das calotas polares e a perda de pradarias e rios no Tibete. No ano passado, o planalto tibetano tinha 36 mil geleiras em uma área de 50 mil quilômetros quadrados, nos quais nasciam os principais rios do Sudeste Asiático. Nos últimos 100 anos, a área teve redução de 30%.