Narrativa de um episodio - Stoa

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FE-USP – Experimentação e Modelagem – Prof. Maurício Pietrocola
Cristian Paoletti (5640601) – Licenciatura em Matemática (IME-USP)
Narrativa de um episódio interessante
As atividades de estágio que realizei foram feitas na Escola Municipal
Desembargador Amorim Lima, localizada na Zona Oeste de São Paulo. Essa
escola possui uma estrutura de funcionamento bastante diferente das ditas
“tradicionais”: ao invés de aprenderem sob o formato “aula expositiva exercícios – avaliação”, os alunos têm a oportunidade de pesquisar e de
exercitar sua auto-aprendizagem e, ao seu ritmo, irão cumprindo suas metas
colocadas através de roteiros de estudos. Assim, as aulas são “substituídas”
por grupos de pesquisa, sob a orientação das professoras, e ainda, por
oficinas, onde são dadas “aulas” de uma forma interativa e dinâmica.
Assim, minha tarefa de regência, visando suprir algumas dificuldades
dos estudantes da 7ª série, se deu durante as oficinas de Matemática, onde
temas fundamentais ao aprendizado dessa disciplina são geralmente trazidos à
tona. Mas o curioso do episódio vivido por mim é que, por enquanto, o Amorim
não dispõe de um professor de Matemática formado na área. Logo, as oficinas
são ministradas pelas outras educadoras: em geral, pedagogas, biólogas,
historiadoras, etc. Quando eu ia começar minha participação, duas professoras
me disseram que, embora soubessem “para si” como efetuar operações com
frações, proporções, etc., não se sentiam aptas e seguras para falar dos
conceitos envolvidos, bem como para explicar o uso desses conceitos na vida
prática dos alunos. Também relataram a enorme defasagem que, em
decorrência disso, eles tinham com a Matemática de modo geral.
Por isso, minhas aulas durante as oficinas foram voltadas para “corrigir”
os erros conceituais existentes a respeito das frações e dos conjuntos
numéricos, bem como de dar “alicerces” conceituais e práticos a eles. Foi
interessante ver como faltavam conceitos básicos como “frações equivalentes”,
“proporcionalidade”, e até mesmo tinham dificuldades em operar o algoritmo da
divisão!
Em resumo, após umas 3 aulas minhas abrangendo os temas listados
acima, através de exemplos envolvendo a comparação entre medidas,
quantidades e preços de produtos, as professoras já relataram alguma melhora
no raciocínio matemático dos estudantes. Elas me disseram que já havia um
melhor “feedback”, por parte dos alunos, sobre o conceito de fração como
“proporção entre números”, e sobre as operações de soma e subtração com
frações.
Disso, posso concluir que uma exposição mais “cautelosa” e
exemplificada pode fazer ama enorme diferença que no que se refere à
Matemática, não importando o grau de dificuldade que os alunos possam ter.
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