PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DO CÂNCER DE MAMA: DESEMPENHO DE UM AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA Kelly Chris Machado (aluna) Evelyn Elias (Orientadora) Palavras chaves: Câncer de mama. Prevenção secundária. Avaliação de serviço. Kelly Chris Machado Acadêmica do curso de Enfermagem Unisul Universidade do Sul de Santa Catarina [email protected] Evelyn Elias Prof° Orientadora Universidade do Sul de Santa Catarina [email protected] RESUMO Essa pesquisa teve como objetivo, analisar o desempenho do ambulatório municipal de oncologia nas condutas de prevenção secundaria do câncer de mama em mulheres usuárias do serviço, residentes no município de Araranguá-SC no período de 2002-2007. Através da identificação da cobertura populacional do rastreamento mamográfico por faixa etária; tentar descrever a garantia de acesso ao diagnostico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com alterações nos exames realizados; identificar as causas de não adesão as praticas propostas pelo ambulatório; identificar a prevalência de alguns fatores de risco nas mulheres com câncer de mama cadastradas no ambulatório e utilizar os resultados obtidos para analise das eventuais falhas no processo de rastreamento do câncer mamário. O estudo teve abordagem qualitativa utilizando-se de entrevistas semi-estruturadas individuais e pesquisa documental como instrumentos de coleta de dados e a Análise de conteúdo. O estudo teve finalidade de produzir informações, analise epidemiológicas relevantes atualizadas e de qualidade, para contribuir para o desenvolvimento e implementação no ambulatório, com base nos resultados obtidos. Sendo os objetivos da pesquisa analisar o desempenho do ambulatório municipal de oncologias nas condutas de prevenção secundaria do câncer de mama em mulheres usuárias do serviço, residentes no município de Araranguá-SC no período de 2002-2007, através da identificação da cobertura populacional do rastreamento mamográfico por faixa etária; descrever a garantia de acesso ao diagnostico, tratamento e seguimento para todas mulheres com alterações no exames realizados; identificar as causas de não adesão as praticas propostas pelo ambulatório de oncologia municipal; identificar a prevalência de alguns fatores de risco nas mulheres com câncer de mama cadastradas no ambulatório municipal de oncologia e utilizar os resultados obtidos para analise das eventuais falhas no processo de rastreamento do câncer mamário.Visto que nas ultimas décadas tem se observado, no Brasil, mudanças do perfil democrático e epidemiológico. Dentre essas se percebe que uma mudança significativa no padrão de mortalidade, quer no padrão etário, quer na distribuição dos grupos de causas. Em conseqüência destas mudanças ocorre um aumento progressivo do número de pessoas compondo a faixa etária com maior risco de desenvolver doença crônica degenerativas, assumindo grande importância no perfil da mortalidade brasileira. Atualmente o câncer de mama está sendo considerado como o segundo tipo de câncer mais comum no mundo e vem se transformando em um importante problema de saúde pública na América Latina, por seu aumento consistente nas taxas de mortalidade por este agravo. Tal situação pode estar relacionada à dificuldade de prevenção primária, que apesar de publicação na literatura médica de inúmeros artigos sobre o câncer de mama, a compreensão da etiologia da doença como a variação dos fatores de risco e as características genéticas que estão envolvidas é ainda insuficiente para diminuir sua incidência através da instalação de programas de prevenção primária. A Organização Mundial da Saúde estabelece critérios a serem observados para que uma enfermidade seja foco de rastreamento: a doença deve representar sério problema de saúde pública, tanto pela incidência como pela mortalidade; deve haver tratamentos disponíveis aos pacientes nos quais forem detectadas; os exames utilizados devem ser aceitos pela população e deve estar estabelecida a eficácia da detecção em reduzir as taxas de morbidade e mortalidade. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda como principais estratégias de rastreamento populacional um exame mamográfico, pelo menos a cada dois anos, para mulheres de 50-69 anos de idade, e o exame clínico anual das mamas, para mulheres de 40-49 anos de idade. Para mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para o câncer de mama (com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau), recomenda-se o exame clinico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos de idade. O município de Araranguá, ao implantar esta prática através de seu ambulatório tem como objetivo e meta, contribuir para um dos principais desafios de nosso país, de nossa região, ou seja, promover mudanças no cenário deste agravo que predomina as estatísticas de saúde, constituindo um problema emergente. Para desenvolver estas atividades nos amparamos em dados estatísticos estaduais e nacionais. O ambulatório surgiu no ano de 2003, com o objetivo de conduzir ações de detecção precoce do câncer de mama. No inicio foi necessário divulgação e conscientização para a adesão do publico a essas praticas. Houve alguns declínios (2003- 840 exames, 2004- 561 exames, 2005- 863 exames, 2006- 735 exames e 2007- 1257), no número de exames realizados, supostamente por falhas técnicas como, quebra do aparelho, perdas de laudos que não pudemos computar e inserir na pesquisa, e também pela resistência do publico, que diminuiu com a consolidação do serviço. Concluiu-se que o atraso do diagnostico continua sendo um importante fator no prognóstico. O diagnostico do câncer de mama é um processo complexo e muitas são variáveis. O melhor entendimento da relação entre fatores é de fundamental importância para o desenvolvimento de estratégias de saúde publica para a detecção precoce do câncer. Determinar os sinais e sintomas que devem alertar para a possibilidade de doenças malignas ainda é um desafio. As incidências de câncer de mama precisam ser reduzidas, assim a partir dos dados deste estudo que mostram a necessidade de melhoria na informação sobre o assunto para levar ao conhecimento das condutas preventivas, incluindo uma revisão dos programas de disseminação de informações e prevenção existentes que possam resultar em mudança de atitude da população. Direcionadas à prevenção, através de ações educativas. Contudo é de extrema importância à continuação de estudos para verificarem falhas no sistema, para qual os resultados serão de tamanha importância na elaboração de estratégias que possam ser incluídas no sistema.