Ministério da Saúde intensifica ações para controle do câncer

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Ministério da Saúde intensifica ações para
controle do câncer
Implantação da Rede de Atenção Oncológica pretende mobilizar entidades
governamentais e sociedade para reduzir os casos de câncer
O câncer é uma doença que preocupa as autoridades em saúde do mundo
inteiro. Nos países desenvolvidos, ocupa o segundo lugar como causa de mortes
após as doenças cardiovasculares. Atentos a isso e às novas possibilidades de
tratamento, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) discutem
um modelo para a Rede de Atenção Oncológica.
Ela terá como finalidade a
criação, a disseminação e a implantação de políticas e ações de atenção a
pacientes com câncer. Até o fim do semestre, após discussões com estados e
municípios, o governo definirá o funcionamento da rede.
O câncer foi considerado durante muito tempo uma doença terminal, porque
as chances de cura, para boa parte dos pacientes, eram remotas. Isso mudou. A
criação da Rede de Atenção Oncológica, que faz parte da Política Nacional de
Atenção Oncológica, pretende reforçar a idéia de que se a doença é descoberta
cedo, aumentam as probabilidades de cura. “Com a evolução das terapias e a
detecção precoce, o câncer passa de uma doença terminal para uma doença
crônica, com possibilidade de tratamento no sistema público de saúde”, afirma o
diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini.
A Rede Nacional de Atenção Oncológica será viabilizada por meio do
Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde definirá as ações
prioritárias e o Inca atuará como centro coordenador da política oncológica e na
capacitação dos estados e municípios para que possam executar o atendimento.
Cada estado definirá suas metas dentro dos objetivos traçados pelo governo
federal e receberá os recursos proporcionais a essas metas para operacionalizar
seu trabalho.
Software – O governo quer que haja uma gestão informatizada dessa rede, para
que os procedimentos sejam monitorados. O software conterá os dados sobre os
serviços prestados, como o número de mulheres que fizeram o exame preventivo
de câncer de útero, a qualidade dos exames e o treinamento dos profissionais
responsáveis pela realização dos testes microscópicos. “Precisamos refinar essas
informações, para que essa política geral se traduza numa ação específica”,
esclarece Santini.
Em 2006, o Ministério da Saúde vai destinar R$ 46 milhões para os planos
de ação dos estados, com prioridade para atenção ao câncer de colo do útero e
de mama, com a intenção de reduzir a incidência e a mortalidade da doença.
“Além disso, a política inclui a implantação de unidades de alta complexidade em
várias regiões, para atender à demanda dos outros tipos de câncer”, informa Luiz
Antônio Santini.
Outra iniciativa importante da Política de Atenção Oncológica consiste na
implementação no Brasil das resoluções da Convenção-Quadro, tratado
internacional para controle do tabaco. A Convenção-Quadro prevê, por exemplo,
ações para restringir a publicidade do tabaco e derivados. O tabagismo se
relaciona com a incidência de vários tipos de câncer, principalmente o de pulmão.
O Ministério da Saúde também ressalta a importância da participação da
sociedade para o funcionamento da Rede de Atenção Oncológica. Para o diretorgeral do Inca, Luiz Antônio Santini, “é essencial que a população esteja informada
sobre o tema, até para melhorar as condições de tratamento”.
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