ADMNISTRAÇÃO EM RADIOLOGIA Podemos afirmar que a empresa, enquanto grupo de pessoas que se reúnem para alcançar um objetivo comum, sempre existiu desde que o ser humano passou a viver em grupo. Inicialmente, apenas para se defender de maneira mais eficiente dos ataques de outros animais ou de seres humanos; depois, para alcançar mais êxito nas caçadas ou na produção agrícola. Entretanto, a empresa enquanto organização formal, estruturada de forma burocrática, com normas e regulamentos escritos, com cargos, funções e sistema de autoridade previamente determinados, é uma recente criação da sociedade. O desenvolvimento da organização dessa empresa burocrática tomou impulso principalmente a partir da Revolução Industrial que teve início no século XVIII, na Inglaterra. A partir desse momento, a empresa aperfeiçoou-se cada vez mais como sistema organizado, até chegar às grandes empresas modernas, com milhares de trabalhadores, todos reunidos numa mesma organização a trabalhar pelos mesmos objetivos. Sistema: entrada/processo/produto – é o conjunto de órgãos, atividades ou informações (entrada), que se relacionam em funcionamento harmônico e coordenado (processo ou processamento), visando à obtenção de determinados resultados ou informações organizacionais (saída). Feedback: retroinformação – o elemento de controle do sistema pode corrigir-lhe o funcionamento quando este não for adequado. 1 ADMINISTRAÇÃO EM RADIOLOGIA Segundo Max Weber, uma organização apresenta cinco características principais: 1) Especialização: em toda organização, cada membro executa a tarefa previamente definida que lhe foi confiada. Comentários: 2) Hierarquia de autoridade: cada posição dentro da hierarquia compreende direitos, deveres e responsabilidades próprios. A autoridade repousa no cargo e não na pessoa. Cada indivíduo ocupante de determinada posição hierárquica deve dirigir-se sempre ao que lhe é imediatamente superior sem saltar os degraus da hierarquia funcional. Comentários: 3) Tratamento impessoal: os trabalhadores são tratados de acordo com a posição que ocupam. O tratamento não é pessoal nem é feito em função das características pessoais ou dos problemas e sentimentos momentâneos, mas profissional, em função do cargo ocupado. Qualquer comunicação deve ter em vista o interesse da organização e não o dos indivíduos. Pressupomos que todos os trabalhadores ocupantes do mesmo cargo tenham igual tratamento: mesmo salário, mesmos equipamentos, mesmos direitos, etc. Comentários: 2 4) Qualificação técnica e indicação por mérito: para cada cargo deverá ser selecionado o candidato que apresentar a melhor qualificação para a posição. O que interessa é o mérito, não o relacionamento pessoal do candidato. Comentários: 5) Regras e regulamentos escritos: nas organizações burocráticas, o comportamento dos indivíduos está prescrito em regulamentos formais. De acordo com tais regulamentos, o indivíduo terá o comportamento avaliado podendo ou não ser considerada a sua utilidade para os objetivos da organização. O que vale é o que está escrito, é a regra estabelecida. O chefe, em sua avaliação, não pode deixar que interfiram sentimentos pessoais, de amizade, inveja, etc. Comentários: 3 ADMINISTRAÇÃO DO SERVIÇO DE RADIOLOGIA A radiologia ou, mais apropriadamente, os centros de Diagnósticos por Imagem (CDI), constituem o setor de prestação de serviços que mais têm despertado preocupação por parte dos dirigentes hospitalares. Primeiro porque os custos empregados na implantação e manutenção desse setor somam quantias muito elevadas e desproporcionais para qualquer hospital, independentemente de sua especialidade ou natureza; segundo, porque os investimentos nessa área são absolutamente necessários para o atendimento de qualidade do paciente internado. Como forma de compensação desses altos investimentos, as unidades hospitalares se vêem na obrigação de oferecer os serviços produzidos nessa área para o público externo. Essa segunda forma de prestação de serviço remete os administradores a complicadas práticas de preços de mercado, influenciadas fortemente pelas empresas de medicina de grupo representadas pelos convênios médicos e de seguros de saúde, que adotam práticas de valores de serviços extremamente baixas, priorizando seus lucros, em detrimento do ganho das classes de profissionais que atuam nesses setores. Administrar o CDI significa utilizar todas as recomendações aplicadas à prática da boa administração e ouvir do dirigente hospitalar que o departamento não conseguiu sair do vermelho. Há, no entanto, uma outra forma de encarar essa realidade. O departamento de diagnóstico por imagem pode, sim, trazer retorno para a instituição hospitalar desde que os investimentos sejam planejados e adotados com critério e a seu tempo, sem que se perca o elo de eficiência e de modernidade. Essas ações exigem do administrador planejamento, conhecimento, visão de futuro e coragem e devem envolver o maior segmento possível de profissionais ligados a essa área, especialmente médicos radiologistas, tecnólogos e técnicos em radiologia. 4 A administração do CDI envolve cinco grandes atividades: 1. Controle da rotina de realização de exames; 2. Implantação e manutenção de equipamentos geradores de imagem nos diferentes métodos; 3. Informatização do setor de diagnósticos e implantação das redes de comunicação e arquivos de imagens; 4. Controle de materiais e insumos utilizados na realização dos exames; 5. Administração de recursos humanos. Controle da rotina de realização de exames O exame radiológico tem início com a solicitação médica feita por outro profissional legalmente autorizado, através do pedido de exame. Este deve ser preenchido de forma clara e legível e mencionar o exame solicitado de forma detalhada, acompanhado de um pequeno resumo da história clínica do paciente, dos objetivos do exame e das hipóteses diagnósticas. O pedido de exame deve estar devidamente assinado por quem o solicita e incluir o registro do profissional nos órgãos competentes. O setor de recepção do CDI recebe o pedido e, dependendo da natureza do exame, efetua seu registro e encaminha o paciente à sala de exames correspondente. Alguns exames precisam ser pré-agendados, pois demandam preparo do paciente ou necessitam maior tempo para sua realização e devem obedecer à ordem do serviço. Entre os exames que necessitam de pré-agendamento podemos citar: a) Exames radiológicos com contraste: - EED. Trânsito intestinal. Enema opaco. - Uretrocistografia. Histerosalpingografia. - Angiografias. - Outros: b) Biópsias c) Exames com anestesia 5 d) Exames de tomografia computadorizada e) Exames por ressonância magnética f) Mamografia g) Exames de ultra-sonografia Os exames de radiologia convencionais normalmente não necessitam de pré-agendamento, sendo os pacientes prontamente atendidos. Uma vez registrado o pedido, o paciente é conduzido pelo pessoal de enfermagem à sala de radiologia. Recebe vestimentas adequadas e é preparado para a realização do exame. O profissional que realizará o procedimento radiológico – tecnólogo ou médico radiologista – iniciará o exame obedecendo ao estritamente solicitado no pedido e permanecerá com o paciente até sua conclusão. Se necessário, solicitará assistência de enfermagem. Realizado o procedimento radiológico, o médico radiologista dá seu parecer e acena pela finalização ou continuidade do exame, em conformidade com os objetivos diagnósticos. Uma vez concluído o procedimento, o paciente é novamente reconduzido à recepção para receber o protocolo de retirada do exame. O exame físico, radiografias e outros meios de registro de imagem são levados à sala de laudos. Nessa sala, o médico radiologista analisa as imagens realizadas, os eventuais exames anteriores e as informações anexas. O médico conclui seu laudo e o encaminha ao setor de digitação, onde o texto é formatado, retornando posteriormente para o médico fazer a conferência final e assinar o respectivo laudo médico. Nesse momento, o exame pode ser considerado concluído e seguirá para o setor de guarda de exames, onde o paciente fará sua retirada na data estabelecida. 6 Implantação e manutenção de equipamentos de diagnósticos por imagem nos diferentes métodos Dependendo das características do hospital, o CDI vai se tornar mais ou menos oneroso para a instituição. De qualquer forma, a implantação de um serviço dessa natureza exigirá altos investimentos e será necessária também a contratação de um plano de manutenção especializado para a permanente continuidade de funcionamento desses equipamentos. Como forma de minimizar os custos nessa área, que também são muito elevados, o hospital poderá ter um serviço de manutenção de primeiro atendimento constituído por engenheiros e técnicos/tecnólogos da área de eletrônica, normalmente alocados no setor de engenharia clínica. Esse profissionais atuam ainda no atendimento às demandas em equipamentos eletroeletrônicos de outros setores do hospital. Apenas como exercício de visualização de criação de um setor de diagnóstico em um hospital de porte médio com características de atendimento geral e capacidade para 200 leitos, observe o arsenal tecnológico necessário para a instalação desse serviço. Essa apresentação é apenas hipotética, mas retrata o que de mais próximo podemos observar nos atuais centros de diagnósticos instalados em nosso país. O arsenal tecnológico em um CDI representa um alto custo, não apenas na sua implantação, mas também no preparo da área física e na manutenção desses equipamentos. O custo total dos equipamentos, tomando-se por base uma média simples dos aparelhos disponíveis em nosso mercado, é hoje da ordem de R$4.200.000,00 (quatro milhões e duzentos mil reais). Acrescente-se a esses valores os gastos com a preparação da área física, a implantação de um sistema de rede de interligação e comunicação entre esses sistemas e as principais unidades hospitalares – PACS (Picture Archive and Communications System) e os gastos com a manutenção desse arsenal. Pode-se, com isso, chegar facilmente ao montante de R$8.000.000,00 (oito milhões de reais), uma cifra desestimulante para qualquer investidor da iniciativa privada. 7 HOSPITAL GERAL DE PORTE MÉDIO Arsenal Qdade. tecnológico Equipamento radiologia convencional 01 Equipamento radiologia conv/digital radioscopia 02 Equipamento mamografia 01 Equipamento densitometria óssea 01 Equipamento ultra-som 02 Equipamento hemodinâmica 01 Tomografia computadori – zada 01 Ressonância magnética 01 Equipamentos de radiologia transportáveis 04 Arcos 02 cirúrgicos Processadora filmes– radiologia 03 geral Processadora filmes– mamografia 01 Estações trabalho (workstations) 02 Rede PACS Custos médios Tecnólogos Técnicos RX Enferm. Dr. 60.000,00 04 03 120.000,00 04 03 80.000,00 03 03 06 60.000,00 60.000,00 04 600.000,00 03 06 03 800.000,00 03 04 03 1.800.000,00 02 02 40.000,00 80.000,00 04 03 30.000,00 02 30.000,00 --- 8 Informatização do setor de diagnóstico por imagem Implantação do PACS. A informatização no setor de diagnósticos por imagem é hoje um dos grandes desafios da administração nessa área. Os custos envolvidos nesse processo, particularmente à implantação da rede PACS, são realmente elevados e várias características dessa rede, relacionadas com a qualidade das imagens, velocidade de transmissão de dados, capacidade de armazenamento e tratamento das imagens, influenciam substancialmente os preços finais. Mais uma vez estamos diante de um grande problema, aliás, como parece ser comum neste segmento hospitalar: * O que contratar? * De quem contratar? * Como e quando contratar? * Temos recursos humanos disponíveis? São perguntas intrigantes que desafiam até mesmo administradores mais experientes. Todas as incertezas pesarão na decisão final que deverá ser conduzida de forma planejada e inteligente, envolvendo a participação do staff de profissionais especializados que atuam no serviço. 9 Controle de materiais e insumos utilizados nos exames Os materiais e insumos utilizados na realização de exames de diagnóstico por imagem preocupam inicialmente por seus elevados custos, que necessitam ser repassados ao preço final dos exames ou, de alguma forma, cobrados das empresas de convênio. Considerando os já elevados custos dos exames, o acréscimo representado por esses materiais podem muitas vezes tornar inviáveis certos procedimentos. Alternativamente, têm surgido em alguns segmentos medidas que visam atenuar esses custos. Os principais materiais e insumos utilizados em radiodiagnóstico são: *Filmes radiológicos *Meios de contraste *Dispositivos de armazenamento de imagens – CDs, Discos ópticos, Fitas magnéticas *Catéteres e outros instrumentos descartáveis *Materiais utilizados nos procedimentos de intervenção e na assistência de enfermagem Os filmes radiológicos devem ser armazenados em local livre de umidade e ao abrigo da luz e de radiações ionizantes. As caixas devem ser estocadas na posição vertical e devem ser observadas se as datas de vencimento estão no seu prazo de validade, separando as caixas que ultrapassarem esse limite. Os meios de contraste também devem ser armazenados ao abrigo da luz e de radiações ionizantes e ser usados imediatamente após a abertura do frasco, admitindo-se o aproveitamento em até 4 horas depois da abertura do frasco, desde que mantidas as condições de assepsia e de proteção às contaminações. Contrastes não devem administrados sem antes interrogar o paciente quanto ao seu potencial alérgico. Seu uso será contra-indicado na presença de manifestação adversa pelo uso dessas substâncias. Dispositivos de armazenamento de imagens, como CDs, DVDs, discos ópticos e fitas magnéticas, necessitam de armazenamento em condições semelhantes às dos equipamentos de informática. Esses dispositivos 10 costumam ser uma opção barata de armazenamento de imagens, já que permitem grandes quantidades de imagens em uma única mídia. Os cateteres utilizados nos procedimentos de intervenção são relativamente caros e apresentam indicação de seus fabricantes para serem utilizados uma única vez (single use). Essa prática obriga ao controle eficiente desses materiais, evitando-se contaminação, quebras e outras avarias que possam inviabilizar seu uso. Os materiais utilizados nos processos de intervenção e na assistência de enfermagem são, em geral, descartáveis e costumam apresentar baixos custos. No entanto, sua utilização em níveis moderados e controlados evita o desperdício e deve ser uma prática adotada na rotina do serviço. 11 Administração dos recursos humanos O CDI é um setor altamente especializado. Envolve a manipulação e operação de complexos equipamento de diagnósticos por imagem e utiliza fontes de energia com radiação ionizante que, sabidamente, pode produzir graves danos à saúde humana. Por essas características, os responsáveis por esse setor só devem contratar pessoal qualificado e devidamente habilitado ao exercício legal de suas funções. Lamentavelmente, alguns empregadores insistem na contratação de profissionais sem a competente habilitação, visando exclusivamente ganhos imediatos, que são injustificáveis diante dos prejuízos que essas pessoas podem causar a pacientes que se submetem a tais procedimentos. Os principais profissionais especializados que atuam no setor de diagnósticos por imagem são: Médico radiologista Médico de formação generalista, registrado no competente Conselho Regional de Medicina e com título de especialização obtido junto ao Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e Diagnósticos por Imagem. Entre suas principais atribuições destacam-se: - Supervisionar a proteção radiológica - Realizar procedimentos radiológicos de intervenção - Realizar e/ou supervisionar exames radiológicos realizados com meios de contraste - Emitir laudos médicos em todos os procedimentos radiológicos realizados dentro ou fora do CDI Tecnólogo em Radiologia / Técnico em Radiologia Profissionais com formação especializada em técnicas radiológicas em nível de graduação (tecnólogo) ou em nível médio (técnicos). Devem estar registrados no Conselho Regional de Técnicos em Radiologia (CONTER) da jurisdição em que pretendem trabalhar. Entra suas principais atribuições destacam-s: 12 - Realizar exames radiológicos simples ou com meio de contrastes sob a supervisão do médico radiologista. - Operar os diversos métodos de obtenção de imagens em CDI, com destaque para: radiologia convencional, radiologia especializada, tomografia computadorizada, exames radiológicos no leito e centro cirúrgico, hemodinâmica e ressonância magnética. - Atuar no nível do usuário na rede PACS, nos processos de armazenagem e comunicação de imagens em seus diversos postos e no tratamento das imagens em estações de serviços (workstations). Uma terceira figura de profissionais na área de radiologia é o Auxiliar de Radiologia. Esse profissional de nível médio atua exclusivamente nas áreas de câmara clara e câmara escura, nos processos de revelação de filmes radiológicos e sua organização e no encaminhamento de exames já realizados. O profissional Auxiliar de Radiologia também está obrigado à inscrição e registro profissional junto ao CONTER de jurisdição em que atuar. Enfermeiro / Técnico em enfermagem / Auxiliar de Enfermagem Os profissionais de enfermagem que atuam no CDI são: Enfermeiro (nível graduação), Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem (nível médio). Devem estar inscritos no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Entre as principais atribuições desses profissionais destacam-se: -Prestar assistência de enfermagem aos pacientes recebidos no CDI. -Prestar assistência de enfermagem nos exames especializados, em auxílio aos profissionais envolvidos na realização desses exames. -Administrar e controlar o estoque de materiais e medicamentos comuns ao CDI. -Zelar pelas condições de higiene e assepsia de instrumentais e equipamentos comuns ao CDI. -Preparar e administrar medicamentos prescritos pelos médicos do serviço, bem como meios de contraste necessários para a realização dos exames. 13 Contratação em regime de CLT A principal forma de contratação de pessoal técnico especializado em CDI ainda é a relação contratual com carteira assinada, nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essa forma de contratação é relativamente segura e oferece vários benefícios. Em contrapartida, não se observam níveis salariais compatíveis com as necessidades desses profissionais. Os níveis salariais na relação por CLT em geral são muito baixos, desestimulando uma grande parcela dos profissionais. Entre os principais benefícios dessa forma de relação cabe destaque ao piso salarial estabelecido em dois salários mínimos, acrescidos a esses valores 40% a título de insalubridade por uma jornada de trabalho de 24 horas semanais (Lei nº 7.394/85) e aposentadoria especial com 25 anos de atividade. Contratação em regime de terceirização A terceirização é uma relação contratual moderna que confere ampla liberdade para as partes envolvidas. O tomador de serviços (hospital, clínica, laboratório, etc) repassa uma parte de suas atividades a uma empresa legalmente constituída, formada pro profissionais habilitados na forma da lei. Contratação por cooperativas de serviços A lei que rege a constituição e o funcionamento das cooperativas é a de nº 5.764/71. essa lei estabelece que não há vínculo empregatício entre o cooperado e a cooperativa, pois a relação do cooperado com a cooperativa é de dono. Também estabelece que não há vínculo empregatício entre o cooperado e o cliente da cooperativa para o qual ele presta serviços, pois é caracterizada uma relação civil, e não trabalhista. Na área de radiologia e diagnóstico por imagem, a cooperativa geralmente tem como objetivo a prestação de serviços técnicos radiológicos por meio de contratos firmados com órgãos públicos municipais, estaduais, federais, além de autarquias ou com entidades particulares, e esses serviços podem ser executados por seus associados de forma coletiva ou individual. 14 ADMINISTRAÇÃO EM RADIOLOGIA Conhecer os principais conceitos de radiologia, possibilitando uma visão clara de como administrar materiais de consumo, equipamentos e coordenar métodos que objetivam obter melhores resultados sobre produtividade com mínimas perdas, considerando o princípio ALARA, baseado nos modernos conceitos sobre Qualidade. 1. Conceito: filme base azul X filme base verde – o filme base verde necessita de uma exposição menor para formar a imagem latente. Situação: padronização do uso do filme base verde. Tecnologia: chassi + écran próprios para o filme base verde, considerando a velocidade para cada tipo de ecran. Comentários: 2. Conceito: uso de tempos de exposição para minimizar o desgaste do tubo de raios-x. Situação: formação do preço de venda para o filme de uso médico, considerando seu tamanho em cm e m². Tecnologia: conhecer os vários formatos de filme de uso em radiodiagnóstico médico. Comentários: 15 3. Conceito: químicos utilizados para a revelação do filme de uso médico – revelador e fixador. Situação: padronização do uso dos químicos da mesma marca. Tecnologia: conhecer as técnicas radiológicas (mAs/KVp), para obter um padrão de imagem radiológico, considerando os principais fatores de formação da imagem (Densidade, Contraste, Nitidez, Distorção), bem como valores de temperatura, taxa de reposição e tempo de processamento adequado para cada tipo de emulsão (filme convencional e filme especial). Comentários: 4. Conceito: verificar as condições ambiente que interferem na qualidade da imagem radiológica. Situação: padronização dos eventos que podem provocar irregularidades na revelação do filme. Tecnologia: observação das temperaturas ambiente, de armazenamento, do processamento químico, limpeza do ambiente de trabalho, sistema de vedação para a porta de acesso e passa-chassis, verificação das condições da luz de segurança. Comentários: 16 5. Conceito: processadora de filmes de raios-x. Situação: verificação das principais funções do equipamento. Tecnologia: cuidados com limpeza da máquina, colocação dos químicos nos tanques de trabalho, temperaturas dos químicos e do secador, velocidade de transporte dos filmes convencional e especial. Comentários: 6. Conceito: proteção radiológica. Situação: uso correto dos equipamentos de proteção. Tecnologia: manutenção dos EPI´s, guardar em local apropriado, resguardando as principais características físicas e técnicas. Comentários: 17 MANUTENÇÃO A manutenção tem por objetivos: 1) Reduzir custos, evitando constantes quebras 2) Melhorar a segurança do equipamento e das pessoas que operam estas máquinas 3) Melhorar a qualidade dos serviços prestados às pessoas (pacientes) que utilizam-se destes equipamentos Assim, a manutenção se divide em manutenção corretiva, manutenção preventiva e manutenção preditiva. a) Manutenção corretiva: realizada após a quebra/falha b) Manutenção preventiva: realizada para prevenir falhas do equipamento, com intervalos pré-definidos c) Manutenção preditiva: monitoração sistemática Discussão de casos: 1) Custo da manutenção 18 2) Serviço: a) in house (próprio) b) do fabricante c) third-party (terceirizado) 19 ADMINISTRAÇÃO DO PRÓPRIO NEGÓCIO Com o conhecimento adquirido como técnico em Radiologia, o profissional que domina a informação sobre técnicas radiológicas, anatomia, posicionamento, proteção radiológica e processamento de filmes ou processamento digital de imagens, está plenamente capacitado a desenvolver seu trabalho de forma correta, pensando sempre no bem estar do paciente, utilizando de forma adequada o uso dos equipamentos que estão à sua disposição, usando os materiais de proteção de forma correta. Como este profissional domina todas as variáveis que interferem nos procedimentos de captura da imagem radiológica, tendo a seu favor o conhecimento, as informações básicas necessárias, ele pode perfeitamente administrar seu próprio negócio – uma clínica radiológica. Será necessário para ele apenas a contratação do médico radiologista, para emitir os laudos referentes aos exames radiológicos. Palavras-chave: empreendedorismo, SEBRAE, valores dos equipamentos e materiais de consumo que são utilizados em uma clínica radiológica, financiamento. Comentários: 20 SISTEMAS DE QUALIDADE É importante interpretarmos os conceitos sobre sistemas de qualidade, para facilitar nossa compreensão e tornar nossos métodos de trabalho mais eficientes, equilibrados e produtivos. 5`s – Japão – anos 60 – determinação de procedimentos de qualidade para melhoria contínua das condições de trabalho e de vida. 1 - Seiri – Senso de Utilização Comentários: 2 - Seiton – Senso de Organização Comentários: 21 3 - Seiso – Senso de Limpeza Comentários: 4 - Seiketsu – Senso de Higiene Comentários: 5 - Shitsuke – Senso de Disciplina Comentários: 22 ACREDITAÇÃO HOSPITALAR Acreditar: tornar digno de confiança Acreditado: que merece ou inspira confiança Acreditador: aquele que acredita Acreditação: procedimento que viabiliza alguém ou algo a ser acreditado É um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde °voluntário °periódico °reservado Busca proteger a sociedade de uma assistência inadequada - define patamares mínimos de estrutura e funcionamento - avaliados por examinadores externos à instituição Tem um caráter eminentemente educativo Voltado para a melhoria contínua Sem finalidade de fiscalização ou controle oficial Não deve ser confundido com os procedimentos de licenciamento e ações típicas de Estado A Acreditação Hospitalar é uma certificação semelhante à ISSO Exclusivo para instituições de saúde – maior complexidade São avaliadas todas as etapas da atenção ao cliente Uma avaliação global dos recursos institucionais A comissão avaliadora da Acreditação é composta por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, administradores hospitalares, entre outros, o que permite a avaliação global Na Acreditação todos os setores são avaliados, inclusive os terceirizados, e a avaliação verifica os investimentos em treinamento e educação continuada 23 ONA – ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO *Organização não governamental *Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos e de interesse coletivo *Atuação com abrangência nacional *Tem por objetivo geral promover a implementação de um processo permanente de avaliação e certificação da qualidade dos serviços de saúde IPASS – Instituto Paranaense de Acreditação de Serviços em Saúde O processo de Acreditação - Inscrição no processo (ONA) - Escolha e contratação da instituição acreditadora - 1ª etapa: Diagnóstico Organizacional .avaliação e visita .relatório e recomendações preliminares -2ªetapa: Certificação após um período de 90 dias .novas avaliações e visita .relatório final 24 O TÉCNICO E O PACIENTE A) Amigo profissional: Tanto o tecnólogo quanto o médico radiologista desempenham o papel que poderíamos chamar de amigo profissional. Entre ambos deve ser desenvolvido e mantido um espírito de colaboração e respeito mútuos com o fim de aprimorar esse importante aspecto em benefício do paciente. O tecnólogo deve se conscientizar de que sua função não se limita em colaborar com o radiologista. A eficiência de sua atividade, a honestidade pessoal, o interesse em ajudar e a perfeição de suas radiografias são dirigidas sobretudo ao paciente, aquele que necessita diretamente de sua atuação profissional. B) Paciência: Esta virtude estimula a colaboração dos pacientes. Ser respeitoso e amigo ao recebê-lo cria confiança e constitui, na verdade, um dever, não apenas dos médicos e tecnólogos de raios-x, mas de qualquer profissional da área de saúde. Mas é preciso paciência para cumprir esse dever, pois alguns pacientes podem ser agressivos e outros relutam em obedecer as solicitações. Essas atitudes geralmente traduzem o medo que sentem, mas não querem demonstrar. Por isso precisam de encorajamento e, melhor do que qualquer medicamento, nada como uma expressão compreensiva e amiga para dissolver estados de angústia. C) Concentração: O tecnólogo e o radiologista devem manter ao máximo esta qualidade durante os exames, evitando os diálogos prolongados com o paciente ou pessoas presentes que possam perturbar a atenção. Problemas pessoais devem permanecer longe do ambiente de trabalho. Por conta da distração podem ser cometidos alguns erros, como: - esquecer-se de trocar o chassi expondo uma incidência sobre outra; - esquecer-se de introduzir toda a gaveta do chassi sob a mesa; - esquecer-se de corrigir a técnica quando mudar a incidência; - esquecer-se de realizar alguma incidência; - esquecer-se de pedir ao paciente que volte a respirar; - pedir para girar o corpo para o lado contrário do indicado, etc. D) Informações sobre o exame: Especialmente quando houver necessidade de injeções, colocação de sondas ou outras pequenas intervenções, as explicações devem ser transmitidas de maneira simples e completa. 25 E) Intimidade e sigilo: Demonstrar durante todo o período do atendimento a máxima discrição pela quebra da intimidade a que o paciente está sendo submetido e o absoluto sigilo sobre sua identidade e seu diagnóstico. O sigilo constitui demonstração de respeito à pessoa, expressa em lei, e deve ser rigorosamente observado para evitar quaisquer prejuízos ou ofensas à dignidade de cada um. F) Pacientes deficientes: Combinar sinais com os deficientes auditivos para transmitir as ordens de respirar, deglutir, etc. Procurar de boa vontade as soluções, sem demonstrar impaciência, improvisando métodos ou pedindo ajuda da enfermagem. G) Paciente aflito: Ao comparecerem ao exame radiológico alguns pacientes se mostram ansiosos, desorientados. Manifestam comportamento inconveniente, por vezes agressivo, possivelmente por estarem sob influência de recordações desagradáveis de exames anteriores, seus ou de membros de sua família ou por acontecimentos negativos relatados por pessoas mal informadas. É no atendimento desse tipo de paciente que se revela a personalidade e a educação do tecnólogo que, ao perceber no paciente alguma perturbação de estado emocional, afasta as preocupações com bondade e firmeza. H) Acomodação do paciente: Solicitar que se coloque na posição desejada, conduzir e dirigir seus movimentos com leve pressão dos dedos, ao invés de forçá-lo. Não “lutar” com o paciente. Nas mamografias, conquistar a colaboração da paciente para suportar a incômoda, porém necessária compressão, a fim de evitar sofrimento inútil. As ordens de posicionamento, de controle de respiração, de deglutição, de micção, etc., devem ser transmitidas de modo claro e firme, porém sereno, e repetidas com paciência quando necessário. I) Tratar o paciente pelo seu próprio nome: Essa medida facilita a comunicação, conquista a confiança e evita trocas de exames com suas conhecidas conseqüências. J) Conforto e descontração: Após as exposições, não abandonar o paciente em posições cansativas e incômodas enquanto os filmes estão sendo examinados. Colocá-los à vontade e relaxados, principalmente os idosos e os enfraquecidos. Para a descontração providenciar almofadas e colchonete de espuma, sacos de areia e outros recursos, que muito favorecem as condições do exame. 26 DESCRIÇÃO E MANIPULAÇÃO DA APARELHAGEM Acompanhar a descrição da aparelhagem e, em seguida, apreender as seguintes manipulações: a) movimentar a mesa de exames; b) deslocar a estativa do tubo de raios-x e reconhecer a posição da anodo; c) utilizar o colimador, os freios e o goniômetro; d) medir as DFF e os ângulos de incidência: e) ajustar o Potter-Bucky e retirar a grade antidifusora; f) reconhecer a relação de grade, a distância focal e o lado que fica voltado para o tubo; g) utilizar a faixa compressora; h) montar e desmontar as peças do planígrafo, se este for desmontável; i) movimentar o planígrafo, ajustar os planos de corte, a velocidade e a espessura de corte; j) regular os controles da mesa de comando como KV, mA, tempo, mAs, grade, seletor de tubo, entrada de corrente, dimensão do foco do tubo, etc. 27 RECEPÇÃO E POSICIONAMENTO DO PACIENTE Executar os seguintes itens: a) abordagem da paciente e leitura do protocolo do exame; b) verificar as condições gerais do paciente. Trocar o vestuário do paciente. c) usar almofadas colchonete e travesseiros de espuma e peças de isopor durante um exame radiológico, com os cuidados para obter conforto e segurança para o paciente; d) treinar transmitir ordens aos pacientes relativas ao controle de respiração, de movimentos e de outras funções; e) obedecer o planejamento racional de cada tipo de exame que consta no protocolo. USO E CUIDADOS COM A CÂMARA ESCURA Acompanhar e executar as seguintes providências: a) verificar a vedação de luz, filtro da luz ambiente e a validade dos químicos; b) verificar o estado dos ecrans, carregar e descarregar os chassis; c) saber efetuar a manutenção; d) aprender a usar a processadora e conhecer seus mecanismos “... a vida é curta, mas a arte é longa; e para dominar a arte e acrescentar ao patrimônio humano alguma coisa, é necessário antes de tudo que a brevidade da vida se multiplique no trabalho, se enriqueça no amor, se ilumine no ideal e se retempere na luta.” 28 BIBLIOGRAFIA 1. Nóbrega, Almir Inácio de. Tecnologia radiológica e diagnóstico por imagem. Difusão editora, 2006. 2. Val, Francisco Lanari do. Manual de técnica radiográfica. Manole, 2006. 3. Scarpin, Jorge Alberto. Material de aula. 1989. 29