Caso 359-Texto - Anatpat

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Caso 359 - Data: 23-1-13
História clínica: Lesões benignas que simulam adenocarcinoma da
próstata (Parte 4).
Diagnóstico: Atrofia parcial (Fig. 1); Atrofia completa simples (Fig. 2);
Atrofia completa esclerosante (Fig. 3); Atrofia completa hiperplásica ou hiperplasia
pós-atrófica (Fig. 4); Combinada (Fig. 5).
Comentários: Atrofia difusa é causada por radioterapia e/ou efeito hormonal.
Atrofia prostática focal pode ser causada por isquemia, inflamação ou causas
desconhecidas e é a lesão benigna mais frequente que simula adenocarcinoma da
próstata especialmente a atrofia parcial.
Classificação morfológica da atrofia prostática:
A- Difusa
B- Focal
1. Parcial
2. Completa
a) simples
b) esclerosante
c) hiperplásica (ou hiperplasia pós-atrófica)
3. Combinada
Atrofia parcial (Fig. 1). Consiste de glândulas agrupadas frequentemente com
padrão arquitetural desorganizado. Ao contrário da atrofia completa a qual pode
ser identificada em aumentos menores devido à tonalidade basófila, a atrofia
parcial mostra citoplasma de tonalidade pálida lateralmente ao núcleo resultando
glândulas de aspecto claro que simulam adenocarcinoma. Os núcleos podem ser
levemente aumentados de volume ou irregulares e ocasionalmente nucléolos
podem ser vistos. Uma característica é a predominância de citoplasma
lateralmente sendo o apical escasso. Assim, os núcleos tendem a ocular toda a
altura da célula. Ondulações luminais podem ser vistas contrastando com os
lumes retificados frequentemente vistos em ácinos neoplásicos.
Atrofia completa (Figs. 2-4). Pode ser classificada em 3 subtipos morfológicos:
atrofia simples, atrofia esclerosante e atrofia hiperplásica (ou hiperplasia pósatrófica).
Atrofia simples (Fig. 2). Geralmente envolve todo o lóbulo, mas ácinos
isolados podem ser comprometidos. Os ácinos são pequenos mostrando
citoplasma escasso e diminuição da altura das células secretoras (Fig. 2 A e B).
Eles podem mostrar dilatação cística com achatamento do epitélio (Fig. 2 C e D) e
o estroma envolvente pode mostrar fibrose ou elastose.
Atrofia esclerosante (Fig. 3). É uma lesão muito distinta. Ocorre
simultaneamente atrofia do epitélio e uma proliferação de fibroblastos ao redor do
ácino. Esta proliferação resulta em um colarinho fibro-hialino não raro associado a
elastose envolvendo o ácino (Fig. 3 A e B). À medida que a hialinização aumenta
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o ácino dilata, não raro de forma proeminente, e o epitélio torna-se extremamente
achatado o qual pode não mais ser identificado. Em fases avançadas, o lume é
substituído por tecido mesenquimatoso frouxo com presença de células
inflamatórias redondas esparsas (Fig. 3 C e D).
Atrofia hiperplásica (Fig. 4). Mostra pequenos ácinos muito próximos entre
si revestidos por epitélio atrófico. Ao contrário da atrofia parcial o citoplasma é
muito escasso e os núcleos tendem a se mostrar sobrepostos o que confere à
lesão tonalidade basófila (Fig. 4 A e B). Quando há fibrose no estroma, a
proliferação é irregular e pode resultar em distorção dos ácinos simulando
adenocarcinoma infiltrativo. O estroma pode mostrar elastose (Fig. 4C) e os ácinos
dilatação cística. Os ácinos podem estar associados com infiltrado inflamatório
crônico (Fig. 4D).
Lesões combinadas (Fig. 5)
Subtipos de atrofia completa. A lesão combinada mais frequente e muito
característica de atrofia focal é a esclerosante rodeada pela hiperplásica (Fig. 5 A
e B). A lesão central pode corresponder a um ducto ou ácino com atrofia
esclerosante.
Atrofia parcial e completa. Podem ser vistas como lesões separadas ou
convergir num mesmo foco bem como pode haver transições numa mesma
glândula (Fig. 5 C e D).
Referências
1. Billis A (1998) Prostatic atrophy: An autopsy study of a histologic mimic of
adenocarcinoma. Mod Pathol 11:47-54.
2. Oppenheimer JR, Wills ML, Epstein JI (1998) Partial atrophy in prostate
needle cores: another diagnostic pitfall for the surgical pathologist. Am J
Surg Pathol 22:440-445.
3. Billis A, Magna LA (2000) Prostate elastosis. A microscopic feature useful
for the diagnosis of postatrophic hyperplasia. Arch Pathol Lab Med
124:1306-1309.
4. Herawi M, Parwani AV, Irie J, Epstein JI (2005) Small glandular
proliferations on needle biopsies: most common benign mimickers of
prostatic adenocarcinoma sent in for expert second opinion. Am J Surg
Pathol 29:874-880.
5. Billis A (2010) Prostatic atrophy. Clinicopathological significance. Int Braz J
Urol 36:401-409.
6. Billis A, Meirelles L, Freitas LLL (2010) Mergence of partial and complete atrophy in prostate needle biopsies: a morphologic and immunohistochemical
study. Virchows Arch 456:689-694.
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