ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO, CULTURA, ASSISTÊNCIA E RELIGIÃO VIDA DE CRISTO - CLGT Milas Aldrin Alves APOSTILA INDÍCE ANALÍTICO CAPÍTULO 1 - PERÍODO INTERBÍBLICO 1ª PARTE 03 1. PERÍODO INTERBIBLICO 1ª PARTE A. DEFINIÇÃO B. POR QUE ESTUDAR? C. AS DIVISÕES DO PERÍODO INTERBÍBLICO D. O IMPÉRIO PERSA - FINAL DO V.T. E. O IMPÉRIO GREGO - 335 A 323 A.C. F. GOVERNOS DE UMA NOVA ETAPA G. O GOVERNO DOS SELÊUCIDAS 03 03 03 03 03 04 04 05 CAPÍTULO 2 - PERÍODO INTERBÍBLICO 2ª PARTE 06 G. O GOVERNO DOS MACABEUS - 167 A 37 A.C. 06 CAPÍTULO 3 – OS DIAS EM QUE JESUS VIVEU 08 3. INTRODUÇÃO – OS DIAS DE CRISTO 3.1 O IMPÉRIO ROMANO 08 08 CAPÍTULO 4 - VIDA DE CRISTO 12 4. UM FILHO SE NOS DEU 4.1 O NASCIMENTO DE JESUS (LC. 2:1–20) 4.2 A VISITA DOS MAGOS (MT 2: 1–12). 4.3 A FUGA PARA O EGITO E A VOLTA PARA NAZARÉ (MT 2:13–15,19–23). 4.4 SUA ENCARNAÇÃO (JO. 1:14) 12 12 12 12 13 CAPÍTULO 5 – SITUAÇÃO RELIGIOSA 14 5.1 SINAGOGAS 5.2 JUDAÍSMO DIVIDIDO 5.3 FARISEUS 5.4 SADUCEUS 5.5 ZELOTES 5.6 ESSÊNIOS 14 14 15 16 16 17 Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves CAPÍTULO 6 – O MINISTÉRIO DE CRISTO 18 6. O EVANGELHO – BOAS NOVAS 6.1 ASPECTOS GERAIS DOS QUATRO EVANGELHOS 6.2 O MODELO MINISTERIAL DE JESUS 18 18 19 CAPÍTULO 7 – PEREGRINAÇÕES DE CRISTO 20 7.1 VISTA DE RELANCE DO MINISTÉRIO DE JESUS CRISTO. 7.2 MINISTÉRIO NA JUDÉIA (JO 2: 13–4:42) 7.3 MINISTÉRIO NA GALILÉIA AFASTAMENTO DA GALILÉIA E TREINAMENTO ESPECIAL DOS DOZE 7.4 O MINISTÉRIO POSTERIOR NA JUDÉIA. 7.5 O MINISTÉRIO NA PERÉIA 20 20 21 22 22 23 CAPÍTULO 8 – JESUS E SEUS ENSINAMENTOS 24 8.1 OS ENSINAMENTOS DE CRISTO 8.1.1 CRISTO COMO MESTRE 8.1.2 O TEMA CENTRAL DO ENSINO DE JESUS. 8.1.3. UM SUMÁRIO DO ENSINAMENTO DE JESUS CONCERNENTE AO REINO DE DEUS. 8.1.4 O ENSINAMENTO ÉTICO DE CRISTO NO SERMÃO DA MONTANHA. 24 24 25 25 25 CAPÍTULO 9 – JESUS E OS SEUS MILAGRES 27 9- INTRODUÇÃO 9.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MILAGRES DE JESUS 9.2 QUAL FOI O PROPÓSITO DOS MILAGRES NA BÍBLIA? 27 27 29 CAPÍTULO 10 – JESUS E A SUA MORTE 29 APÊNDICE – HARMONIA DOS EVANGELHOS 30 Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 2 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila CAPÍTULO 1 - PERÍODO INTERBÍBLICO 1ª Parte “Para os estudantes do Novo Testamento será necessário compreender o hiato que Deus proporcionou”1 1. PERÍODO INTERBIBLICO 1ª PARTE Esse período teve a duração de aproximadamente 450 anos. Normalmente se faz referência a esse tempo como uma época em que Deus esteve em silêncio para com o seu povo. Nenhum profeta de Deus se manifestou ou, pelo menos, nenhum deixou escritos que tenham sido considerados canônicos. Vamos examinar a situação da Palestina durante esse período, principalmente no que se refere aos impérios, governos, as relações de Israel com os povos vizinhos e as implicações religiosas e sociais destes elementos. A. Definição A. Trata de eventos que ocorreram entre o fim do AT., e o início do NT. B. As datas são de 424 a.C., até 5 a.C. B. Por que Estudar? A. Históricas razões - explicam o fundo histórico do NT.; B. Culturais - explica a origem e desenvolvimento dos costumes, instituições e vida espiritual do povo judaico do período do NT. C. Messiânico - demonstra como Deus preparou o mundo para o advento. C. As Divisões do Período Interbíblico A. Entre as datas marcadas para nosso estudo, muitos eventos se passaram. Porém, abordaremos neste trabalho apenas alguns dos tópicos de maior importância para nossa matéria. Segue abaixo os exemplos de datas para situação cronológica. 1. Período Persa 2. Período Grego a. Período Grego Próprio b. Período Egípcio c. Período Sírio 3. Período Macabeu 4. Período Romano 536-331; 331-167; 331-323 323-198 198-167 167-63 63-5 D. O IMPÉRIO PERSA - FINAL DO V.T. O Velho Testamento termina com as palavras de Malaquias, o qual profetizou entre 450 e 425 a.C.. Nesse tempo, a Palestina estava sob o domínio do Império Persa, o qual se estendeu até o ano 331 a.C.. Embora o rei Ciro tenha autorizado os judeus a retornarem do exílio, o domínio Persa continuava sobre eles. De volta à Palestina, o povo judeu passou a ter um governo local exercido pelos sumo sacerdotes, embora não houvesse independência política. Eram comuns as disputas pelo poder. 1 ELWELL, Walter. Descobrindo o Novo Testamento. Ed. Cultura Cristã, São Paulo – SP. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 3 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila E. O IMPÉRIO GREGO - 335 a 323 a.C. Paralelamente ao Império Persa, crescia o poder de um rei macedônico, Felipe, o qual empreendeu diversas conquistas na Ásia menor e ilhas do mar Egeu, anexando a Grécia ao seu domínio. Desejando expandir seu território, entrou em confronto com a Pérsia, o que lhe custou à vida. Foi sucedido por seu filho, Alexandre Magno, que também ficou conhecido como Alexandre, o Grande, o qual havia estudado com Aristóteles. A mitologia grega, com seus deuses e heróis parece ter inspirado o novo conquistador. Alexandre tinha 20 anos quando começou a governar. Seu ímpeto imperialista lhe levou a conquistar a Síria, a Palestina (332 a.C.) e o Egito. Notemos então que o território israelense passou do domínio persa para o domínio grego. No Egito, Alexandre construiu uma cidade em sua própria homenagem, dando-lhe o nome de Alexandria, a qual se encontrava em local estratégico para o comércio entre o Mediterrâneo, a Índia e o extremo Oriente. Essa cidade se tornou também importante centro cultural, substituindo assim as cidades gregas. Entre suas construções destacaram-se o farol e a biblioteca. CURIOSIDADE: Em 331, Alexandre se dedicou a libertar algumas cidades gregas do domínio da Pérsia. Seu sucesso militar foi tão grande que considerou-se capaz de enfrentar a própria capital do império. E assim conquistou a Pérsia. Contudo, nessa batalha, que ficou conhecida como Arbela ou Gaugamela, as tropas gregas tiveram de enfrentar um exército de elefantes, os quais foram usados pelo rei da Pérsia. Alexandre venceu o combate, mas os elefantes foram motivo de grande desgaste para seus soldados. Alexandre se denominou então "Rei da Ásia" e passou a exigir para si o culto dos seus subordinados, de conformidade com as práticas babilônicas. Em 327 a.C., em suas batalhas de conquista rumo ao Oriente, Alexandre encontra outro exército de elefantes, o que fez com que seus soldados se amotinassem, recusando-se a prosseguir. Terminaram-se assim as conquistas de Alexandre Magno. Em 323 a.C., foi acometido pela malária, a qual lhe encontrou com o organismo debilitado pela bebida. Não resistiu à doença e morreu naquele mesmo ano. Não deixou filhos, embora sua esposa, Roxane, estivesse grávida. Quanto aos judeus, Alexandre os tratou bem e teve muitos deles em seu exército. Após a sua morte, o Império Grego foi divido entre os seus generais, dentre os quais nos interessam Ptolomeu, a quem coube o governo do Egito, e Seleuco, que passou a governar a Síria. F. GOVERNOS DE UMA NOVA ETAPA 1. O Governo dos Ptolomeus Ptolomeu Sóter reinou sobre o Egito e Palestina, sendo que no início Ptolomeu Sóter foi duro com os judeus, porém mais tarde os empregou em várias áreas do seu reino, das quais algumas eram altos postos. Ptolomeu Filadelfo (sucessor de Ptolomeu Sóter) amado pelos judeus promoveu as artes e desenvolveu o império em todos os aspectos. A septuaginta (Antigo Testamento em grego) foi traduzida durante seu reinado, o que proporcionou a leitura da Palavra de Deus em todo o Império. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 4 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila Com o passar dos tempos os ptolomeus no Egito e os selêucidas na Síria rivalizaram-se, onde durante o reinado de Antíoco o Grande (Síria) e Ptolomeu Filópater (Egito) a rivalidade aumento muito tendo a vitória de Filópater sobre Antíoco como o clímax. Na volta da batalha, Filópater visitou Jerusalém e tentou entrar no Santo dos Santos porém não o fez por ser tomado de grande temor ao aproximar-se do local. Devido a oposição da parte dos judeus, Filópater tirou-lhes os privilégios, multou-os e começou a perseguí-los sem dó nem piedade. O cume da perseguição foi quando Filópater capturou muitos judeus em Alexandria e os jogou num hipódromo cheio de elefantes embriagados. Seu propósito era que estes elefantes caíssem sobre os judeus matando-os assim, porém os elefantes escaparam matando assim muitos espectadores. Filópater entendeu isso como Deus protegendo os judeus e parou de perseguí-los. Com sua morte (204 a.C.) seu filho, Ptolomeu Epifânio assume o poder com apenas 5 anos de idade, e devido esta situação Antíoco III arrebata do Egito o controle sobre a Palestina. G. O GOVERNO DOS SELÊUCIDAS Os reis da Síria, descendentes do general Seleuco, foram chamados Selêucidas. De 204 a 166 a.C., a Palestina esteve sob o domínio da Síria. Eis a relação dos selêucidas do período: a. Antíoco III - O Grande – 223 a 187 a.C. b. Seleuco IV (Filópater) – 187 a 175 a.C. Antíoco IV (Epifânio) - 175 a 163 a.C. Em Israel, o governo local era exercido por Onias, o sumo sacerdote. Contudo, Epifânio comercializou o cargo sacerdotal, vendendo-o a Jasão por 360 talentos. Epifânio se esforçou para impor a cultura e a religião grega em Israel, atraindo sobre si a inimizade dos judeus. Tendo ido ao Egito, divulgou-se o boato da morte de Epifânio, motivo pelo qual os judeus realizaram uma grande festa. Ao tomar conhecimento do fato, o rei da Síria promoveu um grande massacre, matando 40 mil judeus. Em 168 a.C., Antíoco Epifânio sacrifica uma porca sobre o altar em Jerusalém e entra no Santo dos Santos. Ordena que o templo dos judeus seja dedicado a Zeus, o principal deus da mitologia grega, ao mesmo tempo em que proíbe os sacrifícios judaicos, os cultos, a circuncisão e a observância da lei mosaica. Segue-se então um período em que não houve sumo sacerdote em atividade em Jerusalém (159 a 152 a.C.). Realiza-se então um processo de helenização radical na Palestina. Vendo todos os seus valores nacionais sendo destruídos e profanados, os judeus reagiram contra Epifânio. Matatias Asmoneu deu início a um grupo de pessoas que se opuseram à Epifânio a fim de reconquistar o direito de adorar a Deus, conforme a Lei de Moisés. O grupo foi crescendo até que com a morte de Epifânio venceram a guerra civil. Judas Macabeus sucessor de seu pai Matatias, estendeu seu poder sobre grande parte da Palestina. Após dominar Jerusalém (164 a.C.) purificou o templo e restaurou o ritual mosaico, e os sírios estabeleceram a paz com os judeus e ao mesmo tempo concedeu liberdade religiosa a eles. Por causa desta purificação do templo realizada por judas Macabeus os judeus instituíram a festa chamada de Festa da Dedicação (Luzes ou Hanucá). (provavelmente acontecia no mês de dezembro ou quisleu) Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 5 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila CAPÍTULO 2 - PERÍODO INTERBÍBLICO 2ª Parte “Certos acontecimentos ocorreram que deram ao judaísmo posterior sua ideologia própria e, providencialmente, preparam o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu Evangelho”2 G. O GOVERNO DOS MACABEUS - 167 A 37 A.C. Surge no cenário judaico uma importante família da tribo de Levi: os Macabeus. Em 167, o macabeu Matatias se recusa a oferecer sacrifício a Zeus. Outro homem se ofereceu para sacrificar, mas foi morto por Matatias, o qual organiza um grupo de judeus para oferecer resistência contra os selêucidas. Tal movimento ficou conhecido como a Revolta dos Macabeus. A Palestina continuou sob o domínio da Síria. Contudo, a Judéia voltou a possuir um governo local, exercido pelos Macabeus. Ainda não se tratava de independência, mas já havia alguma autonomia. A seguir, apresentamos os nomes dos governantes macabeus e alguns de seus atos em destaque. Judas (filho de Matatias) (166-160 a.C.) Jônatas (filho de Matatias) (160-142 a.C.) Simão (filho de Matatias) (142-135 a.C.) João Hircano (filho de Simão) (135-104 a.C.) Aristóbulo I – (104-103 a.C.) Alexandre Janeu (103-76 a.C.) Alexandra Salomé (esposa de Alexandre) (76-67 a.C.) Aristóbulo II - (67-63 a.C.) Purifica o templo, conquista liberdade religiosa, restabelece o culto Reinicia a atividade de sumo sacerdote Reforça o exército e consegue isenção de impostos. Nesse momento a Síria se encontrava fraca, e a Judéia se torna independente. A independência durou entre 142 e 63 a.C.. Simão foi sumo sacerdote e rei da Judéia. Pediu apoio de Roma contra a Síria. Tinha tendência imperialista. Conquistou a Iduméia e Samaria. Destruiu o templo samaritano e sofreu oposição dos "hassidim", seita dos "santos". Prendeu a mãe e matou o irmão. Conquistou costas da Palestina – O território de Israel chegou a ter extensão semelhante à que tinha nos dias do rei Davi. Janeu sofreu a oposição dos fariseus. Foi uma governante pacífica Briga pelo poder com seu irmão, Hircano II. Herodes casa-se então com Mariana, neta de Hircano, vinculando-se assim à família dos macabeus. Antígono (40-37 a.C.) Uma de suas ações foi perseguir Herodes, o qual dirigiu-se a Roma, denunciou a desordem e foi nomeado rei da Judéia (37 d.C.). Antígono foi morto pelos romanos Foi neste contexto que a nação de Israel, especificamente dando início pela Judéia, começou a se intensificar valores religiosos e conceitos políticos. Restaurou a nação da decadência política e religiosa; Criou um espírito nacionalista, uniu a nação e suscitou virilidade. 2 PFEIFFER, Charles. A Bíblia Anotada: O período Interstamentário. Ed. Mundo Cristão, São Paulo – SP. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 6 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila Deu novo impulso ao judaísmo Percebe-se isto na purificação moral e espiritual; Percebe-se isto numa onda de literatura apocalíptica; Percebe-se isto numa nova e intensa esperança messiânica. Intensificou o desenvolvimento dos dois movimentos que se tornaram os Fariseus e os Saduceus. Os Fariseus surgiram do grupo purista e nacionalista. Os Saduceus surgiram do grupo que se aliou com os helenistas. Deu maior ímpeto ao movimento da dispersão com muitos judeus querendo se ausentar durante as terríveis perseguições de Antíoco. Termina assim, a saga dos macabeus, cujo princípio foi brilhante nas lutas contra a Síria. Entretanto, foram muitas as disputas pelo poder dentro da própria família. Perderam então a grande oportunidade que os judeus tiveram de se tornarem uma nação livre e forte. Acabaram caindo sob o jugo de Roma. Fariseu (do hebraico )פרושיםé o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século 2 a.C.. Opositores dos saduceus, criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. O nome fariseu vem do grego farisaioi, derivado do hebraico פרושיםperushim . Esta palavra vem da raiz parash que basicamente quer dizer separar, afastar, explicar, esclarecer. Assim, o nome perushim é normalmente interpretado como aqueles que se separaram do resto da população comum para se consagrar o estudo da Torá e das suas tradições. Todavia, sua separação não envolvia um ascetismo, já que julgavam ser importante o ensino à população das escrituras e das tradições dos pais. A origem mais provável dos perushim é que tenham surgido do grupo religioso judaico chamado hassidim (os piedosos), que apoiaram a revolta dos macabeus (168-142 a.C.) contra Antíoco IV Epifânio, rei do Império Selêucida, que incentivou a eliminação de toda cultura nãogrega através da assimilação forçada e da proibição de qualquer fé particular. http://pt.wikipedia.org/wiki/Fariseus Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 7 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila CAPÍTULO 3 – Os dias em que Jesus Viveu “O Termo Pacto significa um ajuste, estipulação ou contrato, que liga ambas as partes num acordo, A.T com N.T”3 3. INTRODUÇÃO – OS DIAS DE CRISTO O escopo da disciplina Vida de Cristo abrangerá o estudo panorâmico dos Evangelhos, com enfoque nos aspectos histórico, literário e teológico. A contextualização histórica é de fundamental importância no estudo das Sagradas Escrituras. Tal preocupação se apresenta com freqüência nas páginas bíblicas. Tomemos como exemplos os escritos proféticos, onde se nota constantemente a citação dos nomes dos reis, o ano do seu reinado, o local onde o profeta se encontrava e outros dados contextuais (Jr.1.1-3). Tais informações situam a vida do profeta e sua mensagem em um cenário real e historicamente conhecido. Da mesma forma, é mister que tenhamos o conhecimento do contexto histórico que emoldura os fatos narrados nos Evangelhos. A localização histórica das origens cristãs evidenciam seu caráter factual, o que não é possível demonstrar em relação a diversas religiões, cujas raízes estão amparadas em lendas, sonhos e visões. Após termos vistos de forma panorâmica o chamado "Período Interbíblico", podemos agora traçar uma ligação histórica entre o Velho e o Novo Testamento. Tal exame também possibilitará melhor compreensão dos fatores que construíram o cenário político, social e religioso encontrado por Cristo na Palestina. Ao lermos o Novo Testamento, deparamos com muitos problemas cujos motivos se encontram no período interbíblico. 3.1 O IMPÉRIO ROMANO Sendo nomeado por Roma como rei da Judéia, Herodes passou a governar um grande território. Contudo, sua insegurança e medo de perder o poder o levaram a matar Aristóbulo, irmão de Mariana, por afogamento. Depois, matou a própria esposa e estrangulou os filhos. A violência de Herodes provocou a revolta dos judeus. Para apaziguá-los, o rei iniciou uma série de obras públicas, entre as quais a construção (reforma) do templo, que passou a ser conhecido como Templo de Herodes. O domínio direto do Império Romano sobre a Palestina iniciou-se no ano 37 a.C., estendendose por todo o período do Novo Testamento. 3.1.1. Quadro histórico social do Novo Testamento Política 37 a.C. a 70 d.C. Esquema parcial da hierarquia no Império Romano 3 TENNEY, Merrill. O Novo Testamento, sua origem e análise. Ed. Vida Nova, São Paulo – SP. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 8 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves O esquema acima apresenta alguns elementos da hierarquia do Império. Nosso objetivo é visualizar principalmente os modelos administrativos estabelecidos sobre os povos conquistados. No tempo do nascimento de Cristo, o Imperador era Augusto, o qual instituiu o culto a si mesmo por parte dos seus súditos. Na província da Judéia havia uma instituição local chamada Sinédrio, o qual era formado por 71 membros e presidido pelo sumo sacerdote. O Sinédrio era o supremo tribunal local e tinha poderes para julgar questões civis e religiosas, uma vez que as duas coisas eram tratadas pela mesma lei. Tais autoridades tinham até mesmo a prerrogativa de aplicar a pena de morte contra crimes cometidos na comunidade local. A polícia recebia ordens do Sinédrio. Essa estrutura pode ser claramente observada nas páginas dos evangelhos, principalmente nos relatos que tratam da prisão, julgamento e crucificação de Cristo, o qual foi preso pela polícia do Sinédrio, e levado diante desse tribunal local. Os integrantes do Sinédrio, embora tivessem poder para matá-lo, parecem ter vacilado diante de tamanha responsabilidade. Levaram-no diante do Procurador da Judéia, Pilatos, o qual encaminhou-o para a presença de Herodes, o rei da Galiléia. Ninguém queria assumir a responsabilidade pela crucificação. Contudo, Cristo é devolvido a Pilatos, que considerou o lavar da mãos como ato suficiente para isentá-lo da culpa de matar o Filho de Deus. (Mt.26.44,57,59; 27.2; Lc.23.7) Vemos aí a hierarquia governamental em evidência. O imperador também foi lembrado naquelas circunstâncias, mas apenas para um menção rápida em João 19.12 para pressionar o Procurador. Havia ainda outro tipo de província. Eram aquelas conquistadas há mais tempo e já pacificadas. Os habitantes desses lugares tinham cidadania romana. Era o caso do apóstolo Paulo, que nasceu em Tarso, e tinha o direito de ser considerado cidadão romano. Tal prerrogativa proporcionava diversos direitos, principalmente tratamento respeitoso e especial nas questões jurídicas. Um cidadão Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 9 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila romano não podia, por exemplo, ser açoitado. Paulo foi submetido a açoites, mas seus algozes ficaram atemorizados quando souberam que tinham espancado um cidadão romano (Atos 16.37-38). Com base no mesmo direito, Paulo apelou para César quando quis se defender das acusações que lhe eram feitas (Atos 25.10-12). 3.1.2. CULTURA E INFRA-ESTRUTURA Nos dias de Cristo, embora o império fosse romano, a cultura predominante continuava sendo grega. O extinto império de Alexandre Magno deixou um grande legado: o helenismo, que significa a influência cultural grega entre os povos conquistados. Helenismo é derivado de Helas, outro nome da Grécia. Helenização é o processo de propagação dessa cultura. Devido a essa difusão, a língua grega se tornou de uso comum. Daí vem a expressão "grego koiné" (= comum). As cidades gregas eram bem estruturadas. Contavam com teatros, banhos públicos, ginásios, foros, amplas praças, hipódromos e academias. Assim, por onde quer que o helenismo se expandisse iam surgindo cidades desse tipo. Algumas cidades antigas se adaptavam e chegavam até a mudar de nome, adotando nomes gregos. É por causa desse contexto que o Novo Testamento foi escrito em grego, com exceção do evangelho de Mateus. Além dos elementos helênicos, o cenário contava com estradas calçadas construídas pelos romanos. Elas facilitavam a circulação das milícias entre as províncias e a capital. Por essas vias transitavam também mensageiros, comerciantes e viajantes em geral. Outro destaque da engenharia romana eram os aquedutos: canais para levar água das montanhas para as cidades. Veja o que o Pr. Paulo França nos apresenta através destes quadros abaixo. PAX ROMANA Unidade política maior uniformidade possível, sem violar excessivamente os costumes de cada país. Facilidade de acesso aos mais diferentes países do Império. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. LIVRE MOVIMENTAÇÃO Os soldados romanos mantinham a paz nas estradas e não havia mais piratas no Mediterrâneo. Ficou mais fácil ir de um país para o outro sem riscos de assalto ou guerra. ÓTIMAS ESTRADAS RELIGIÕES DE MISTÉRIO Excelente sistema de estradas. Eram de concreto e duraram séculos. O povo romano estava frustrado com estas religiões. Estas estradas foram estrategicamente utilizadas por Paulo para atingir importantes cidades do império. A humanidade estava procurando uma fé mais pessoal que a levasse a um contato mais imediato com a divindade. 10 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila 3.1.3 A DIÁSPORA Nos dias do Novo Testamento, a população judaica encontrava-se dispersa por vários lugares. Além da própria Palestina, havia inúmeros judeus em Roma, Egito, Ásia Menor, etc. (Atos 2.9-11; Tiago 1.1; I Pedro 1.1). Tal dispersão, que recebe o nome de Diáspora, tem razões diversas, começando pelos exílios para a Assíria e Babilônia, e se completando por interesses comerciais dos judeus, e até mesmo em função das dificuldades que se verificavam em sua terra natal. Esse quadro se apresenta como cumprimento claro dos avisos divinos acerca da dispersão que viria como conseqüência do pecado de Israel (Dt.28.64). Assim, o judaísmo acabou se dividindo em função da distribuição geográfica. Havia: O judaísmo de Jerusalém, mais ligado à ortodoxia O judaísmo da Diáspora, ou seja, praticado pelos judeus residentes fora da Palestina. Estes últimos encontravam-se distantes de suas origens. Se até na Palestina, os costumes gregos se impunham, muito mais isso ocorria na vida dos judeus em outras regiões. Estavam profundamente helenizados, embora não tivessem abandonado o judaísmo. Isto fez com que eles se preocupassem com o futuro de suas tradições e sua religião. Tomaram então providências para que o judaísmo não sucumbisse diante do helenismo. Uma delas foi à tradução do Velho Testamento do hebraico para o grego, chamada Septuaginta. Já que este idioma estava se tornando universal, havia o risco de que, no futuro, as escrituras não pudessem mais ser lidas, devido à possível extinção do hebraico. Outras obras literárias foram produzidas, incluindo narrativas históricas, propaganda e apologia judaica, tudo escrito em grego e com influências gregas. Destacaram-se nessa época os escritores: Fílon de Alexandria e Flávio Josefo. Tais escritos não foram aceitos pela comunidade de Jerusalém. Até a tradução bíblica foi rejeitada, uma vez que, para eles, toda escritura sagrada devia ser produzida necessariamente em hebraico. Essa obra no idioma grego foi vista pelos ortodoxos como uma descaracterização do judaísmo. Para muitos judeus conservadores, o judaísmo era propriedade nacional e não devia ser propagado entre outros povos. Já os judeus da Diáspora se dedicaram a conquistar gentios para a religião judaica. Tal fenômeno recebe o nome de proselitismo. Os novos convertidos eram chamados prosélitos (Mateus 23.15 Atos 2.9-11; 6.5; 13.43). Essa prática difusora da religião também foi adotada por judeus de Jerusalém, mas em escala bem menor. Os judeus da diáspora cresciam em número e em poder econômico. Isso se tornou incômodo para muitos cidadãos dos lugares onde residiam. A guarda do sábado e a recusa em participar do culto ao Imperador tornaram-se também elementos que atraíram a perseguição. Tendo, muitos deles, fugido da opressão na Palestina, encontraram problemas semelhantes em outras terras. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 11 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves CAPÍTULO 4 - Vida de Cristo “O nascimento de um filho na família judia era o mais feliz de todos os acontecimentos, dando aos pais a maior das alegrias”4 4. UM FILHO SE NOS DEU 4.1 a. 1. 2. b. 1. 2. 3. 4. O Nascimento de Jesus (Lc. 2:1–20) Detalhes significantes aparecem no relatório. “Mundo” (v. 1), refere – se ao mundo habitado ou o Império Romano. “Manjedoura” (v. 7) – Justino Martir (c. 150) diz que Cristo nasceu numa caverna (agora pela igreja da natividade). A data do Seu Nascimento. Não se conhece essa data. Inicialmente foi celebrada no dia 6 de janeiro; mais tarde essa data cedeu para 25 de dezembro no ocidente. O dia 25 de Dezembro era dia festivo em honra do deus sol, o sol invictus, i.e. não conquistada. O ano do nascimento de Cristo. 1. Sabemos que nasceu antes do ano 4 a.C. a. Herodes o Grande morreu nesse ano pouco antes da Páscoa. b. Jesus nasceu antes da morte de Herodes (Mt 2:1) 2. Os anos em que Quirino foi governador (Lc 2:2 ) a. Segundo Sir Wn Ramsay também demonstra que o primeiro recenseamento ocorreu em 8 – 7 a.C. na Síria e no ano 6 (possivelmente 5) a.C. na Palestina. 4.2 A visita dos magos (Mt 2: 1–12). a. Estes homens não eram reis, mas sábios, astrólogos estudantes da religião (compare. Dn 1:20; 2: 27). b. Parece certo que os magos não visitaram a Jesus até depois dos pastores. 1. Os pastores vieram para a manjedoura (Lc 2: 16) os magos para a casa (Mt 2: 11) 2. Podem Ter vindo até dois anos depois do nascimento de Jesus (Mt 2:7,16) 3. Nota – se que as crianças foram mortas antes de Herodes morrer no ano 4 a.C. 4. Dois anos antes, seriam 6 a.C. ou possivelmente 7 a.C. 5. E provável que passaram um ou até um ano e meio entre o nascimento de Cristo e a vinda dos magos. 4.3 a. b. c. d. 1. A fuga para o Egito e a volta para Nazaré (Mt 2:13–15,19–23). Herodes morreu logo antes da Páscoa do ano 4 a.C. A fuga para o Egito então se deu antes e a volta depois da Páscoa desse ano. A volta do Egito era uma espécie de tipo do êxodo (confira Mt 2:15 com Os. 11:1). Após a morte de Herodes, Judéia e Samaria foram governadas por Arquelau, filho de Herodes. Galiléia sendo governada pelo menos cruel Herodes Antipas, José e Maria Voltaram para a Galiléia, i.e. Nazaré. 2. Arquelau governou até o ano 6 d.C. quando foi banido para Gaulia. 4 ROPS, Henri Daniel. A Vida Diária nos Tempos de Jesus. Ed. Vida Nova, São Paulo – SP. 1ª Ed. 1983. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 12 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila 3. a. b. c. d. e. f. Os governadores que seguiram foram romanos chamados procuradores. Copinio, 6 – 10 d.C. Marco Ambivio, 10 – 13 d.C. Anio Rufo, 13 – 15 d.C. Valério Grato, 15 – 26 d.C. Poncio Pilatos, 26 – 36 d.C. Felix e Feste dos caps. 24,25 de Atos forma procuradores depois daqueles alistados acima. 4.4 Sua encarnação (Jo. 1:14) A Bíblia revela um Deus unido, composto de três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. João 1:1-2 diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus". Jesus estava com o Pai desde o princípio, compartilhando de sua natureza divina. Então, Jesus deixou o céu e veio à terra. "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (João 1:14). Fisicamente, Jesus tinha todas as características de um homem; espiritualmente, ele compartilhava da natureza de Deus. Na transfiguração, sua glória interna tornou-se visível externamente. Uma razão por que Jesus se tornou um homem foi para manifestar a natureza de Deus. Jesus é "o resplendor da glória" de Deus e "a expressão exata do seu Ser" (Hebreus 1:3). Ele reflete perfeitamente a natureza e o caráter de Deus. Quando olhamos para Jesus, podemos ver "a glória do Senhor" (2 Coríntios 3:18 - 4:6).5 A conversa de Jesus com Filipe ilustra estes pontos: "Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras" (João 14:7-10). Jesus é a revelação, a manifestação do Pai (João 1:18). Você já pensou no que Deus faria, diria ou pensaria se fosse um homem? Olhe para Jesus. Tudo o que Jesus disse e fez foi exatamente o que o Pai diria e faria se viesse à terra como um homem. Que pensamento espantoso: Deus se revelou a nós em forma humana. O reconhecimento da glória do Pai, em Jesus, torna o estudo da vida de Cristo uma experiência profundamente comovente. 5 Estudo desenvolvido por Wilson José -IPI – Londrina. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 13 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves CAPÍTULO 5 – SITUAÇÃO RELIGIOSA “Apesar de todas as “seitas” serem leais a leis de Moisés, suas características iam do liberalismo ao racionalismo, do misticismo ao oportunismo político” 5.1 SINAGOGAS O surgimento das sinagogas é normalmente atribuído ao período do exílio babilônico, quando os judeus deixaram de ter um templo para adorar e sacrificar. O fato indiscutível é que nos dias do Novo Testamento, tais locais de oração, ensino e administração civil eram muito valorizados. Em qualquer localidade onde houvesse 10 judeus, podia ser aberta uma sinagoga. Em cidades grandes poderia haver várias, como era o caso de Jerusalém. A liderança da sinagoga era exercida pelo rabi (mestre), o qual era eleito pelos membros daquela comunidade. Essa autonomia de eleição do rabi favoreceu o surgimento de muitos mestres com idéias religiosas distintas. Todos estudavam a lei e elaboravam seus ensinamentos com interpretações e comentários acerca da Torá. Assim surgiram as midrashs e as mishnas. Midrash era o comentário da lei. A primeira surgiu no ano 4 a.C.. As mishnas eram os ensinamentos rabínicos. A primeira surgiu em 5 a.C.. Tudo isso compunha a tradição, que passou a ser mais utilizada do que a própria lei. A interpretação da lei era tão desenvolvida que chegava ao extremo de contradizer o código original (Mt.15.1-6). Assim, os escribas e fariseus, doutores da lei, ocupavam o lugar de Moisés (Mt.23.2). Devido a essa posição dos rabis (mestres), Jesus orientou seus discípulos a não utilizarem esse mesmo título (Mt.23.8). 5.2 JUDAÍSMO DIVIDIDO Nos dias de Cristo, a religião judaica encontrava-se dividida em seitas: fariseus, saduceus, essênios, e outras. Cada facção se considerava o remanescente fiel a Deus e via os demais como relaxados. Entre os fatores que contribuíram para essa divisão, podemos citar: Diáspora – A dispersão geográfica dificultou a manutenção de uma religiosidade padronizada. Sinagogas – Significaram a descentralização da orientação religiosa. Muitos rabis representaram muitas linhas de pensamento e prática divergentes. Linhagem - As misturas étnicas ocorridas no norte de Israel contribuíram para a discriminação religiosa contra os samaritanos. Interpretação – Diferentes interpretações da lei conduziam a diferentes crenças. Tradição – Esta era o resultado de muitos elementos: interpretação, comentário da lei, influências estrangeiras (gregas, romanas e babilônicas). Política – Alguns judeus apoiavam Herodes e os romanos. Outros eram radicalmente contra tais dominadores. Helenismo – Os judeus se dividiam também quanto ao apoio ou combate à cultura grega que se expandia em todo o mundo. Tais costumes eram vistos como os que hoje chamamos de "mundanismo". Muitos judeus se deixavam levar, admirados com o pensamento grego e o sucesso de sua cultura. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 14 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves 5.3 FARISEUS A origem mais provável dos perushim é que tenham surgido do grupo religioso judaico chamado hassidim (os piedosos), que apoiaram a revolta dos macabeus (168-142 a.C.) contra Antíoco IV Epifânio, rei do Império Selêucida, que incentivou a eliminação de toda cultura não-grega através da assimilação forçada e da proibição de qualquer fé particular. Uma parte da aristocracia da época e do círculos dos sacerdotes apoiaram as intenções de Antíoco, mas o povo em geral, sob a liderança de Yehudah Makkabi (Judas Macabeu) e sua família revoltou-se. Os judeus conseguiram vencer os exércitos helênicos e estabelecer um reino judaico independente na região entre 142 a.C.- 63 a.C., quando então foram dominados pelos romanos. Durante este período de 142-63 a.C., a família dos macabeus estabeleceu-se no poder e iniciou uma nova dinastia real e sacerdotal, dominando tanto o poder secular como o religioso. Isto provocou uma série de crises e divisões dentro da sociedade israelita da época, visto que pela suas origens os Macabeus (também conhecidos pelo nome de família como Asmoneus) não eram da linhagem de Davi, não podendo assim ocupar o trono de Israel, e também não eram da linhagem sacerdotal de Tzadok. Os Perushim se agrupavam em "havurot", associações religiosas que tinham os seus líderes e suas assembléias, e que tomavam juntos as suas refeições. Segundo Flávio Josefo, historiador judeu do 1º século d.C., o número de perushim na época era de pouco mais de seis mil pessoas (Antigüidades Judaicas 17, 2, 4; § 42). Eles estavam intimamente ligados à liderança das sinagogas, ao seu culto e escolas. Eles também participavam como um grupo importante, ainda que minoritário, do Sinédrio, a suprema corte religiosa e política do Judaísmo da época. Muitos dentre os "perushim" tinham a profissão de sofer (escriba), ou seja, a pessoa responsável pela transmissão escrita dos manuscritos e da interpretação dos mesmos. Duas escolas de interpretação religiosa se desenvolveram no seio dos perushim e se tornaram famosas: A escola de Hillel:era considerada mais "liberal" na sua interpretação da Lei A escola de Shammai: enquanto a de Shamai era mais "estrita". Os "perushim" eram uma seita de grande influência em Israel devido ao ensino religioso e político. Aceitavam: Torá escrita Tradições da Torá oral, na unicidade do Criador, Na ressurreição dos mortos, Em anjos e demônios, No julgamento futuro Na vinda do rei Messias. Eram os principais mestres nas sinagogas, o que os favoreceu como elemento de influência dentro do judaísmo após a destruição do Templo. São precursores por suas filosofias e idéias do judaísmo rabínico. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 15 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves 5.4 SADUCEUS Saduceus (grego: Saddoukaios; hebraico: bnê Sadôq, sadoquitas) é a designação da segunda escola filosófica dos judeus, ao lado dos fariseus. Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. O nome parece proceder de Sadoc, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Sadoc, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judéia. De modo que, dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante". Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miúdo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia. Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos. A Bíblia afirma que eles: Não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito. Parece provável que as divergências entre saduceus e fariseus foram mais que dogmáticas, foram jurídicas e rituais. Com a queda de Jerusalém, a seita dos saduceus extinguiu-se. Ficaram porém suas marcas em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos (D.C.) e da época medieval. 5.5 ZELOTES Zelote era o membro dos zelotes, seita e partido político judaico que desencadeou a revolta da Judéia à época de Tito (imperador romano, regn. 79-81); o nome significa zelador. Os zelotes constituíam a ala radical dos fariseus e preconizavam Deus como o único dirigente, o soberano da nação judaica, opondo-se à dominação romana. O nome "zelote" vem exatamente da palavra "zêlo", significando que esses homens tinham excessivo zêlo por Deus. Zelote (no grego, zẽlõtẽs) – Um dos doze apóstolos de Jesus é Chamado ‘Simão, o zelote’ (Lc. 6:15 e At 1:13), ou por causa de seu zeloso temperamento ou por causa ou por causa de alguma anterior associação com o partido dos zelotes. Paulo explica de si mesmo que fora um zelote religioso (At 22:3; Gl 1:14), enquanto que os muitos membros da igreja de Jerusalém são descritos como ‘todos são zelosos da lei’ (At 21:20). O partido dos zelotes, descrito por Josefo como a ‘quarta filosofia’ entre os judeus, foi fundada por Judas, o Galileu, que liderou uma revolta contra os romanos, em 6 d.C. Eles se opunham ao pagamento de tributo dos israelitas a um imperador pagão, fundamentados na alegação que isso era uma traição contra Deus, o verdadeiro Rei de Israel. Foram apelidados de zelotes por haverem seguido o exemplo de Matatias e seus filhos e seguidores que manifestaram seu zelo pela a lei de Deus, quando Antíoco IV tentou suprimir a religião judaíca. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 16 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves 5.6 ESSÊNIOS Os Essênios ou Essénios, na grafia portuguesa européia, constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus. O nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa por orum do grego (grego therapeutés), e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano. Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais. Adotaram uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais judeus: vestiam-se sempre de branco; aboliam a propriedade privada; eram vegetarianos; contrários ao casamento; tomavam banho antes das refeições; a comida era sujeita a rígidas regras de purificação. Não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem. Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto. A prática da banhar-se com frequência, segundo alguns historiadores, estaria na origem do ritual cristão do Batismo, que era ministrado por São João Batista, às margens do Rio Jordão, próximo a Qumram.6 6 Os pontos 5.3 a 5.6 são compilados do site http://pt.wikipedia.org/ Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 17 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila CAPÍTULO 6 – O MINISTÉRIO DE CRISTO “Sua ação foi em cumprimento único e exclusivo aos desígnios do Pai” Jo. 17:4 6. O EVANGELHO – BOAS NOVAS A palavra evangelho não foi criada por Jesus nem por seus discípulos. Era uma palavra de uso comum nas comunidades antigas. As guerras entre os povos eram constantes. As dificuldades de comunicação entre os guerreiros e suas cidades de origem eram muito grandes. As famílias, principalmente, aguardavam ansiosamente por notícias de seus filhos nos campos de batalha. O meio utilizado para isso era o envio de mensageiros, os quais traziam notícias sobre o sucesso ou fracasso dos soldados. A chegada do mensageiro era muito esperada. Quando ele chegava com boas notícias, então recebia uma recompensa por seu esforço. Esse presente era chamado "evangelho". Era também realizada uma festa comemorativa, que também passou a ser chamada "evangelho". Jesus é o mensageiro de Deus que veio anunciar sua própria vitória sobre as forças das trevas e a libertação do homem. Assim, no Novo Testamento, a palavra evangelho adquire o significado de mensagem da salvação através da obra de Cristo a favor do homem (Mt.4.23; 24.14). A tradição cristã estende esse significado, usando a palavra evangelho para identificar cada um dos quatro primeiros livros do Novo Testamento, os quais apresentam relatos sobre a vida de Cristo. Assim, surge o uso plural da palavra. Nos tempos da igreja primitiva, isso seria considerado absurdo, uma vez que, para os primeiros cristãos, o evangelho era único. Outro evangelho seria considerado anátema. Como então poderia haver evangelhos? Entretanto, tal designação para os quatro evangelhos se firmou e se tornou definitiva. 6.1 Aspectos Gerais Dos Quatro Evangelhos Pluralidade – Poderíamos ter 1 evangelho nas Escrituras e isso poderia ser satisfatório. Contudo, Deus quis que fossem quatro. Esta pluralidade tem sua razão de ser e seu objetivo. Um dos motivos nos parece ser o valor do número de testemunhas. A lei mosaica determinava que o testemunho contra alguém deveria ser dado por duas ou três pessoas e nunca por uma só (Dt.17.6). O mesmo princípio é utilizado por Cristo em Mt.18.16. A pluralidade dos evangelhos é também valiosa por nos apresentar a mesma história vista sob ângulos diferentes. Objetividade – Os evangelhos foram escritos tendo-se em vista um objetivo definido: anunciar as boas novas de salvação. Por esta causa, os escritores não se dedicaram a registrar pormenores da vida de Cristo, sua infância, seus hábitos diários, seu trabalho na carpintaria, etc. Eles se limitaram a mencionar a origem de Cristo (humana e divina), seu ministério (ensinamentos, milagres), sua morte, ressurreição e ascensão. Uma grande parte de cada evangelho se dedica a narrar os fatos da última semana do ministério de Cristo. (Veja João 21.25). Unidade - Apesar de serem quatro os evangelhos, eles são harmônicos entre si. É possível se construir um relato coerente reunindo os 4 evangelhos. Eles se completam. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 18 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Diversidade – Apesar da unidade entre os evangelhos, eles não são iguais. Se assim fosse, não faria sentido a existência de quatro. Bastaria um. Existem diversas diferenças entre eles. Contudo, diferença não significa contradição. São quatro relatos distintos sobre os mesmos fatos. Algumas narrativas ou ensinamentos são apresentados exclusivamente por um escritor ou apenas por dois ou por três ou pelos quatro. E mesmo entre narrativas do mesmo fato, existem diferenças entre os detalhes. Por exemplo, autor diz que Jesus curou um cego em Jericó. O outro diz que foram dois cegos. Um não contradiz o outro. Se Jesus curou um cego, ele pode muito bem ter curado outro. A contradição haveria se um autor negasse a afirmação do outro. As diferenças podem advir de várias causas. Duas narrativas normalmente relacionadas podem, na verdade, ser referência a dois episódios distintos. Uma outra possibilidade é a omissão de algum detalhe, já que tais relatos foram, no princípio, transmitidos oralmente. Assim, algum ponto poderia ser esquecido por um narrador, mas lembrado por outro. Nesse processo, o que prevalece é a nossa fé no cuidado divino para que a essência do evangelho chegasse a nós de forma íntegra. Entre os evangelhos, observa-se maior semelhança entre Mateus, Marcos e Lucas. Por isso, são chamados sinóticos, ou seja, possuidores da mesma ótica. Esse termo foi usado pela primeira vez por J.J. Griesbach, em 1774. O evangelho de João, por sua vez, apresenta um estilo todo particular. 6.2 O Modelo Ministerial De Jesus No grupo de pessoas com as quais trabalhou mais diretamente, Jesus teve que lidar com as mais diversas personalidades, ensinando cada uma a atingir o seu ideal. Os apóstolos não eram homens excepcionais e profundamente religiosos. Cada um tinha características que os distinguiam uns dos outros. Jesus não os escolheu por serem da camada social menos favorecida ou por serem líderes religiosos da nação. As pessoas escolhidas eram pessoas comuns, pescadores, cobrador de impostos, um revolucionário. Aparentemente, isso não tinha muita importância. Era necessário que Jesus compreendesse cada um deles e lhes proporcionasse oportunidades de agir dentro da esfera de suas possibilidades. Ao convidar Simão e André (Mt 4.18; Mc 3.14), dois elementos são enfatizados: primeiramente, eles deveriam passar bastante tempo em sua companhia segundo lugar, o propósito, que seria transformá-los em pescadores de homens, o que talvez não tenham compreendido no início. Durante seu ministério aqui na terra, Jesus dedicou atenção especial ao treinamento e aperfeiçoamento daqueles que dariam continuidade na pregação de sua mensagem, e a espalhariam pelos quatro cantos do mundo. E eles mesmos, os apóstolos, seriam responsáveis pelo treinamento daqueles que deveriam cuidar da igreja, quando implantada. Jesus fez com que seus discípulos descobrissem e utilizassem o potencial que tinham (dado por Deus) em prol do objetivo estipulado, sabendo, cada um, o que fazer para alcançá-lo. Jesus gastou tempo diário com seus discípulos, visto que desejava investir na vida deles como um todo. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 19 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves CAPÍTULO 7 – PEREGRINAÇÕES DE CRISTO “O tráfego nas estradas e trilhas era intenso, justamente pelo fato de serem relativamente poucas” 7.1 VISTA DE RELANCE DO MINISTÉRIO DE JESUS CRISTO. 1. Do inicio do batismo de Jesus até a primeira Páscoa. 2. O preparo para o aparecimento de Jesus se encontra no ministério de João Batista. 3. Os eventos deste período. a. O batismo de Jesus (Mt. 3:13–17) 1) Lugar: Betânia, além do Jordão. 2) Tempo: tarde do ano 26 ou início de 27 d.C. 3) Foi o primeiro passo no seu ministério publico. 4) Foi a ocasião em que João revelou a pessoa de Cristo para Israel. b. A Tentação de Jesus (Mt. 4:1-11) 1) Antes do Messias começar o seu ministério, o Espírito o conduziu para o deserto para o testar. 2) Foi o local da luta do Segundo Adão. c. Os primeiros discípulos de Cristo (Jo 1:29–51) 1) João levou vários dos seus discípulos transferir para Jesus (Jo 1:35–37). 2) Nessa ocasião João, André, Pedro, Filipe, Natanael, João e Tiago tornaram seguidores mas não discípulos seguindo o tempo todo. d. O primeiro milagre em Canã de Galiléia (Jo 2:1–11). 1) É descrito por João como um “sinal” revelando Sua deidade e sua morte. 2) Jesus aqui marca o padrão do seu ministério, não ascético, como João, mas social, misturando – se com os Homens. 3) Rápida viagem para Cafarnaum (Jo 2:12). 7.2 MINISTÉRIO NA JUDÉIA (JO 2: 13–4:42) 1. Localidade – Jerusalém e Judéia. 2. Época foi a primeira páscoa no ministério de Jesus. a. Notamos quatro páscoas (prováveis) b. Jo 2: 13; 5: 1 (não indicada por nome); 6: 4; 12: 1 (a crucificação). c. Estas seriam então as páscoas dos anos sucessivos 27, 28, 29 e 30. 3. Os eventos deste período. a. A primeira purificação do Templo (Jo 2:13–22) 1) Não se deve confundir esta purificação com aquela que se deu durante a semana santa (Mc 11: 15 – 18 e passagens paralelas). 2) Cristo neste ato se manifestou como Senhor do Templo, que só podia ser purificado pelo Sinédrio, um profeta ou o Messias (Ml 3:1). 3) Nessa ocasião Jesus predisse Sua ressurreição. b. A entrevista com o fariseu Nicodemos (Jo 3:1–29). Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 20 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves 1) Nessa ocasião Jesus promulgou claramente a doutrina da regeneração que Escrituras posteriores desenvolveriam. 2) Percebemos que alguns no sinédrio estavam abertos para com Cristo. c. O ministério paralelo de Jesus a João ( Jo 3: 22 – 30 ). d. A viagem através da Samaria ( Jo 4: 5 – 42 ). 1) O acontecimento principal foi a entrevista com a mulher de Samaria. 2) Esse encontro contém uma declaração clara da parte de Jesus que Ele era o Messias – a primeira declaração aberta. 7.3 MINISTÉRIO NA GALILÉIA 1. Localidade – a região ao norte da Palestina conhecida como Galiléia. 2. Época – do outono, d.C. 27 até a primavera de 29 d.C. (um ano e meio) Cf. Jo 6:40. 3. Os acontecimentos desta época foram: a. Uma manifestação progressiva de si mesmo. b. O treinamento progressivo dos doze discípulos para continuarem seu trabalho após a ascensão. c. A hostilidade crescente dos líderes de Israel contra Jesus. * Estes três fatores conduzem diretamente Jesus para a cruz. 4. Vista de relance do período. a. O primeiro período do ministério Galiléia (Mc. 1: 14–3: 12) – da chegada na Galiléia até a escolha dos doze. – Desde o outono 27 d.C. até a cedo no verão de 28 d.C. (c 6 meses). 1) A rejeição em Nazaré e novo quartel geral em Cafarnaum (Lc. 4: 14–30). 2) A primeira viagem pela Galiléia com os quatro pescadores e a chamada de Mateus na volta (Mc 1:35–2:22). 3) A controvérsia a respeito do Sábado em Jerusalém e Galiléia (Jo 5:1–18; Mc 2:23–3:5). b. O segundo período do ministério galiléio (Mc 3: 13 – 6: 31). - Desde a escolha dos Doze até o primeiro afastamento. - Desde cedo no verão, 28 d.C. até a páscoa de 29 d.C. (c 10 meses). 1) A escolha dos Doze e o sermão da Montanha (Mc. 3: 13–19; Mt 5–7) a) Foi a época em que a popularidade de Cristo estava no auge. b) Muitos vieram de todas as regiões da Palestina, muitos foram curados. 2) A Segunda viagem pela Galiléia (Lc. 7:11–8:3) a) Acompanhado pelos discípulos, esta viagem se marca pela oposição marcada dos fariseus. b) Durante esta viagem João Batista mandou dois discípulos para pedir mais informações acerca de Jesus. 3) O primeiro grande grupo de parábolas (Mt 13 e paralelos). a) Foram apresentados em Cafarnaum perto do Mar da Galiléia. b) Depois fez sua última visita para Nazaré (Mc. 6: 1–6) 4) A terceira viagem pela Galiléia (Mc 6: 7–31). a) Nesta viagem Jesus seguiu os Doze que tinha previamente mandado. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 21 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila b) Herodes ficou preocupado que a possível volta de João dos mortos. Afastamento da Galiléia e Treinamento Especial dos Doze 1. a. b. 2. a. b. c. d. O ambiente. Localidade: Distritos por volta da Galiléia. Época – desde a primavera de 29 d.C. até o outono de 29 (6 meses - conferir Jo 6: 4–7:2). Desde a alimentação dos 5.000 até a última partida para Jerusalém. Este período começou um ano antes da crucificação. O motivo para os afastamentos. Quis evitar as astúcias de Herodes Antipas (Mc 6: 14 – 29). Quis se separar dos fanáticos que queriam fazê–lo Rei (Jo 6: 15). Quis evitar a hostilidade dos líderes judaicos (Mc. 7:1–23). Quis instruir seus discípulos. 3. a. 1) 2) 3) Os quatro afastamentos O afastamento para o lado leste do mar da Galiléia (Mc. 6: 32–52). Aí Ele alimentou os 5.000 (Jo 6). Provocou um movimento popular de fazer Jesus Rei pela força (Jo 6:15). Voltou para Cafarnaum, Jesus pronunciou o discurso sobre o Pão da Vida renunciando assim o interesse num messianismo político. 4) Em conseqüência muitos deixaram de segui – lo (Jo 6: 60 – 71). b. Afastamento para a região de Tiro e Sidônia (Mc 7:24–30). 1) Ficou assim fora do território de Herodes Antipas. 2) Nesta área Jesus curou o filho à mulher siro – fenícia. c. Afastamento passando pelo norte da fenícia e depois sul para Decápolis (Mc. 7: 31–8: 9 ). 1) Nota – se como Jesus evitou cuidadosamente o território de Herodes. 2) Nesta viagem Jesus alimentou os 4.000 na região de Decápolis (Mc.8:1–9). d. 1) 2) 3) Afastamento passando pelo norte da fenícia e depois sul para Decápolis. Aqui Pedro fez sua grande confissão (Mc. 8:27–38; Mt. 16:13–20). Aqui Jesus prediz Sua Morte. Aqui, provavelmente no Monte Hermon perto de Cesaréia, Filipos Jesus foi transfigurado (Mc. 9:1–29). 4) Depois voltou para a galiléia (Mc. 9:30–50). 7.4 O MINISTÉRIO POSTERIOR NA JUDÉIA. 1. O ambiente. a. Localidade: Jerusalém e a região da Judéia. b. Época – outono de 29 d.C. até dezembro de 29 d.C. - desde a festa de Tabernáculos ( Jo 7:1 e 8: 59 ) até a festa de Dedicação c. somente relatado por João e Lucas. 1) João relata o ministério em Jerusalém em Judéia ( Lc 10: 1 e 13: 21 ). 2) Lucas relata o ministério fora de Jerusalém em Judéia ( Lc. 10: 1 – 13: 21 ). Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. ( Jo 10: 22 – 39 ). 22 Apostila 2. a. 1) 2) 3) 4) Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Eventos deste período Em Jerusalém Ministério durante a festa de Tabernáculos ( Jo 7: 11 – 52 ). Controvérsia com os fariseus ( Jo 8: 12 – 58 ). Cura do homem nascido cego ( Jo 9 ). Parábola do Bom Pastor ( Jo: 1 – 21 ) b. No território de Judéia. 1) A missão dos 70 discípulos ( Lc 10: 1 – 24 ). 2) Incidentes e ensinamentos em Judéia ( Lc 10: 25 – 13: 21 ). c. Em Jerusalém de novo: na festa de Dedicação ( Jo 10: 22 – 39 ) 7.5 O MINISTÉRIO NA PERÉIA 1. O ambiente a. Localidade – a região além do Jordão governada por Herodes Antipas. b. Época – desde a festa de Dedicação, dezembro de 29 d.C. até a última viagem para Jerusalém, várias semanas antes da última páscoa do ano 30. c. Propósito – cobrir a Peréia da mesma maneira que fez em Galiléia e Judéia deste modo completando a evangelização de toda a Palestina. d. Fontes – João nos dá um sumário ( Jo 10:40 – 42 ). _ Lucas relata extensivamente este ministério ( 13: 22 - 19: 28 ). 2. Os movimentos de Jesus durante este período. a. Afastou – se de Judéia para a Peréia onde evangelizou ( Jo 10: 40 – 42 ). b. Daí atendeu o pedido de Maria e Marta que voltasse até Betânia para ressuscitar a Lázaro ( Jo 11: 1 – 46 ). c. Em seguida afastou – se para o norte até Efraim ( Jo 11: 46 – 54 ). d. Sua última viagem foi pela Samaria e Galiléia e novamente por Peréia até Betânia ( Lc. 17: 11 e 19: 27 e Jo 12 :1). Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 23 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila CAPÍTULO 8 – JESUS E SEUS ENSINAMENTOS “Por maior que fosse o papel da palavra falada em Israel, a escrita também tinha a sua importância; pois eles eram o Povo do Livro, e toda sua vida era regulada por textos escritos”7 8.1 OS ENSINAMENTOS DE CRISTO 8.1.1 Cristo como Mestre A. Características do Seu ensino. 1. Simplicidade. a. Tratou de profundas verdades mas as apresentou em terminologia acessível ao povo comum. b. Há muitos casos em que Seu ensino não pode ser entendido sem ser crente – cf. as parábolas de Mt 13. 2. a. b. c. d. Informalidade. Não se encontra indicações que Cristo preparou lições ou discursos. Jesus ensinou em toda e qualquer localidade (cf. Mt. 5:1; Lc. 4: 16 – 27; Mc. 4:1). Houve interrupções, perguntas e respostas. Em todas as situações Jesus ensinou naturalmente. 3. a. b. c. Concreteza. Jesus ensinou verdades abstratas usando exemplos concretos. Usou de parábolas e ilustrações abundantes. Mesmo no Sermão da Montanha princípios de conduta vêm sendo ilustrados com exemplos concretos (cf. Mt. 5:13 – 16, 23, 29, 30, 38 – 42 etc) 4. Autoridade a. O ensinamento dos escribas dependeu dos seus professores e tradições humanas. b. Jesus ensinou com Sua própria autoridade (Mc 1: 22). 5. Progresso. a. Jesus começou com verdades velhas e conduziu para verdades novas; progrediu do conhecido para o desconhecido ( Mt 5: 21 ). b. Olhando para Seu ministério como um todo, percebemos que Jesus desenvolveu Seu ensinamento numa maneira progressiva. 1) Primeiro notamos uma proclamação do evangelho em termos semelhantes aos de João Batista ( Mc 1: 14,15 ). 2) Daí encontramos um desenvolvimento progressivo do conceito do Reino. 3) Depois encontramos uma revelação de Sua deidade. 4) Logo começa a ensinar os discípulos acerca de Sua morte ( Mt. 16: 21 ) 5) Em último lugar trata de escatologia ( Mt 24: 25 ). 7 ROPS, Henri Daniel. A Vida Diária nos Tempos de Jesus. Ed. Vida Nova, São Paulo – SP. 1ª Ed. 1983. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 24 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila 6. a. b. c. Personalidade. Seu ensinamento é sempre sustentado pela Sua pessoa e caráter. Ele é sempre a personificação de Seu ensino. Ele mesmo é a melhor prova de autenticidade. 7. a. b. c. Fundamental. Percebe-se esta realidade em comparação com as epístolas. Cristo apresenta a verdade básica deixando o desenvolvimento para os escritores das epístolas. Veja, por exemplo, regeneração, a Igreja, justificação etc. 8.1.2 O Tema Central do Ensino de Jesus. A. Fica claro que esse tema foi o Reino de Deus. 1. Mateus usa a expressão, “reino do céu.” 2. Contrário à opinião de alguns, o “reino de Deus” e o “reino dos céus” são sinônimos. 3. O termo “céus” substitui “Deus” para judeus piedosos que temiam blasfemar o nome sagrado. B. Que o Reino de Deus seja o tema do ensino de Jesus se verifica os seguintes fatos: 1. É o tema do ensino primitivo de Cristo como também de Sua pregação. (Mt 4: 17, 23; Mc. 1: 14, 15; Jo 3: 3, 5). 2. É um dos temas principais do Sermão da Montanha (Mt. 5:3,10,19, 20; 6:10, 33). 3. É a chave do ensinamento de Jesus nas parábolas de Mt. 13 (cf vv 11, 19, 24, 31, 33, 38, 44 ). 4. É tema o tema de instrução dos discípulos (Mt 13; 16: 19; 18: 3, 4, 23). 5. É um dos temas principais das controvérsias que Jesus teve com os líderes judaicos (Mt.12: 28; 21: 31; 43; 22: 22; 23: 13). 6. Aparece no Julgamento de Jesus (Jo 18: 36, 37). 7. Foi um dos temas de ensino depois da ressurreição (At. 1:3). 8.1.3. Um Sumário do Ensinamento de Jesus Concernente ao Reino de Deus. A. Nos evangelhos há evidência que o Reino tem três aspectos. 1. Existe o reino presente que é espiritual de natureza. 2. No futuro, haverá o reino material combinado com características dum reino social, político e espiritual. 3. Futuro eterno. 8.1.4 O Ensinamento Ético de Cristo no Sermão da Montanha. A. Introdução ( Mt 5: 1, 2 ) 1. Compare Lc 6: 17–20. 2. Segundo Mateus o S/M foi endereçado principalmente aos discípulos, ainda que a multidão se aproximou para escutar ( cf. Mt 7: 28 ). B. O caráter do súdito do Reino (Mt 5: 3 – 12) Descrição a. Pobre em espírito b. Choram ( cf Is 61: 2 ) Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. Galardão a. Possui o reino b. Conforto ( cf Is 40: 1, 2; Lc 2: 25) 25 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila c. São mansos d. Têm fome e sede de justiça e. São misericordiosos f. Puros de coração g. Pacificadores h. Perseguidos c. Herdam a terra d. Têm satisfação espiritual e. Recebem misericórdia f. Visão de Deus g. Declarados filhos de Deus h. Possuem o reino e prêmio celestial *Notas gerais acerca das bem aventuranças. a. Não descreve oito pessoas diferentes, mas uma só. b. Não se refere a um ideal futuro, mas presente. c. Os galardões são presentes e futuros sendo possuídos na totalidade após a vinda de Cristo. d. Descrevem a ética da “graça”. 1) Não são um ética que legalísticamente pode ser cumprida para alcançar favor divino e ganhar entrada no céu. 2) São qualidades dadas aos que reconhecem sua carência destas qualidades e dependem totalmente de Deus para receber Sua graça. 3) A real prática desta ética se manifesta no Fruto do Espírito.( Gal. 5: 22, 23.) C. 1. 2. a. b. A Lealdade do Reino. ( Mt 6: 19 – 34 ) Devoção sem divisão e distração. ( 6: 19 – 24 ) Preocupação sem divisão e distração. ( 6: 25 – 34 ) O discípulo não se deve preocupar sobre necessidades materiais ( 25,31, 34) Deve buscar em primeiro lugar o reino de Deus. ( v. 33 ) Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 26 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila CAPÍTULO 9 – JESUS E OS SEUS MILAGRES “Há, porém, ainda muitas outras cousas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.” Jo. 21:25 9- INTRODUÇÃO Na verdade ao estudarmos este tema “Milagres” iremos verificar que eles não são enfoque do ministério de CRISTO, porém, ao mesmo tempo não deixou de ser um tópico importante no todo. Entendemos que apesar de encontrarmos apenas 33 diferentes milagres feitos pelo Senhor Jesus quando lemos o relato bíblico logo acima só podemos chegar a uma conclusão, de que não foram apenas isso. Mas qual é o propósito dos milagres? Por que eles são tão importantes? Por que Jesus operou tantos e tão variados milagres? 9.1 Classificação dos Milagres de Jesus * Milagres que demonstram cura Milagre Mateus Marcos Lucas Um leproso 8:2-4 1:40-42 5:12-13 O servo de um centurião romano 8:5-13 A sogra de Pedro 8:14-15 1:30-31 4:38-39 Dois gadarenos (gerasenos) 8:28-34 5:1-15 8:27-35 Um paralítico 9:2-7 5:18-25 Uma mulher com hemorragia 9:20-22 5:25-29 8:43-48 Dois cegos 9:27-31 Um endemoninhado que não podia falar 9:32-33 Um homem com a mão atrofiada 12:1013 Um endemoninhado cego e mudo 12:22 A filha de uma cananéia 15:2128 7:24-30 Um menino endemoninhado 17:1418 9:17-29 9:38-43 Dois cegos (um dos quais Bartimeu) 20:2934 10:4652 Um surdo e gago Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. João 7:1-10 2:3-12 3:1-5 6:6-10 11:14 18:3543 7:31-37 27 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila Um possesso na sinagoga 1:23-26 4:33-35 Um cego de Betsaida 8:22-26 Uma mulher encurvada 13:1113 Um homem com hidropisia 14:1-4 Dez leprosos 17:1119 O servo do sumo sacerdote 22:5051 O filho de um oficial em Cafarnaum 4:4654 Um inválido à beira do tanque de Betesda 5:1-9 um cego de nascença 9:1-7 * Milagres que demonstram o poder sobre a natureza Milagre Mateus Marcos Lucas Jesus acalma a tempestade 8:23-27 4:37-41 Jesus anda sobre as águas 14:25 Jesus alimenta 5000 homens 14:15-21 6:35-44 Jesus alimenta 4000 homens 15:32-38 8:1-9 A moeda na boca do peixe 17:24-27 A figueira seca 21:18-22 11:12-14,20-25 8:22-25 6:48-51 A grande pesca João 6:19-21 9:12-17 6:6-13 5:1-11 Jesus transforma água em vinho 2:1-11 Outra grande pesca 21:21-11 * Milagres de ressurreição Milagre Mateus Marcos Lucas A filha de Jairo 9:18-19,2325 5:22-24,3842 8:41-42,4956 O filho de uma viúva de Naim Lázaro João 7:11-15 11:144 Fonte: Bíblia de Estudo NVI. Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 28 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila 9.2 Qual foi o propósito dos milagres na Bíblia? Muitas pessoas hoje estão procurando milagres por motivos egoístas. Querem curas físicas, mas não se preocupam com a saúde espiritual. Querem prosperidade, mas não buscam as riquezas eternas. Igrejas que enfatizam milagres e negligenciam a pregação da palavra de Deus estão alimentando tais apetites. Jesus fortemente condenou atitudes iguais (João 6,26). Os milagres provaram a fonte da mensagem. Quando Deus enviou Moisés ao Egito, ele lhe deu sinais milagrosos para provar que sua mensagem era realmente divina (Êxodo 4,1-17). Os milagres de Jesus provaram seu poder para perdoar pecados. Veja o relato de Marcos 2,112, observando especialmente as palavras de Jesus nos versículos 10 e 11: "Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados - disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa." O povo entendeu que os sinais introduziram uma nova doutrina. As pessoas em Cafarnaum perguntaram: "Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!" (Marcos 1,27). O Espírito Santo deu poderes miraculosos aos apóstolos para confirmar a palavra que eles pregaram (Marcos 16,20). Paulo descreveu esses sinais como "as credenciais do apostolado" (2 Coríntios 12,12). A palavra foi revelada, confirmada, e entregue aos santos uma vez por todas (Judas 3). Já recebemos, nas Escrituras, tudo que precisamos para servir ao Senhor (2 Pedro 1,3-4; 2 Timóteo 3,1617).8 8 Compilado do site http://pt.wikipedia.org (24/09/2007) Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 29 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila CAPÍTULO 10 – JESUS E A SUA MORTE “A morte de Cristo é sem dúvida o acontecimento mais importante na história humana. É o ponto focal da fé cristã e será nosso refúgio final.” John MacArthur APÊNDICE – HARMONIA DOS EVANGELHOS Assunto Mateus Marcos Introdução de Lucas Lucas 1:1-4 A divindade de Jesus 1:1-5; 9-14 Predição do nascimento de João Batista e de Jesus Maria corre o risco de ser rejeitada 1:5-17 1:18-19 O nascimento de Jesus A genealogia de Jesus segundo a família do pai e da mãe 2:1-20 1:1-17 5:23-38 A circuncisão de Jesus; a purificação de Maria Os magos 2:21-40 2 O menino Jesus no meio dos doutores O ministério de João João 2:41-52 3:1-12 1:1-8 3:1-18 O batismo de Jesus 3:13:17 1:9-11 3:21-22 A tentação de Jesus 4:1-11 1:12-15 4:1-13 1:6-8 O testemunho de João a respeito de Jesus 1:19 O primeiro milagre de Jesus 2 Jesus com Nicodemos 3 O encarceramento de João Jesus prega na Galiléia Jesus em Cafarnaum A cura de um paralítico A chamada de Pedro Jesus chama a Mateus e come com ele 14:3-5 6:17-20 3:19-20 4:17 1:14-15 4:14-15 4:13-16 8:2-17 1:21-45 4:31-44 9:2-8 2:1-12 5:17-26 4:18-22 1:16-20 5:1-10 9:9-17 2:15-22 5:17-39 Jesus afirma sua divindade Os discípulos apanham espigas 5 12:1-8 2:23-28 6:1-5 Jesus cura a muitos 12:9-16 3:1-12 6:6-11 Jesus escolhe e ordena seus a apóstolos 4:18-25 1:16-20 5:10-11 As bem-aventuranças 5:1-12 Jesus ensina a orar 6:9-13 Jesus ensina a misericórdia 7:1-29 A cura do servo do centurião 8:5-13 A ressurreição do filho da viúva Mensagem de João Batista a Jesus Censura às cidades de Corazim e Betsaida Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 6:20-36 17:11-17 11:2-19 7:18-35 11:20 30 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila Uma mulher unge a Jesus 7:36-40 Acerca da blasfêmia contra o Espírito Santo 12:24-29 3:22-30 11:14-26 A mãe e os irmãos de Jesus o procuram 12:46-50 3:31-35 8:19-21 A parábola do semeador 13:1-33 4:1-34 8:4-18 Um escriba promete seguir a Jesus 8:18-22 Os discípulos na tempestade 8:23-27 4:36-41 8:22-25 Libertação de endemoninhados 8:28-34 5:1-20 8:26-38 Jesus ressuscita a filha de Jairo 9:18-26 5:21-31 8:41-56 A cura de dois cegos 9:27-34 Jesus ensina em Nazare Jesus volta à Galiléia 13:54-58 6:1-6 9:35 Jesus instrui e envia os apóstolos 10; 11:1 6:7-13 João Batista é decapitado 14:6-12 6:27-29 Opinião de Herodes a respeito de Jesus 9:1-6 9:7-9 Alimentação dos cinco mil 14:13-21 6:32-44 Jesus anda sobre a mar 14:22-36 6:45-56 9:10-17 6:14-21 Jesus fala de sua carne como alimento Tradições Ímpias 6:54-56 15:1-20 7:1-23 A cura da filha da mulher cananéia 15:21-28 7:24-30 Um surdo e gago curado 17:14-21 9:14-29 A alimentação dos Quatro mil 15:32-39 8:1-9 O fermento dos fariseus 16:1-12 8:11-21 Pedro confessa a Jesus 16:13-28 8:27-38 9:18-27 17:1-13 9:2-13 9:28-36 17:14-23 9:14-32 9:37-45 18:1-9 9:33-50 9:46-50 A transfiguração de Jesus Jesus liberta um jovem endemoninhado Jesus ensina a humildade 6:5-13 9:37-43 A festa dos Tabernáculos 7:2-9 Jesus em Jerusalém Os setenta são enviados 7:10 10:1-6 Jesus na festa dos Tabernáculos 7:14 A mulher surpreendida em adultério 8 A cura do cego 9 Jesus, o Bom Pastor O regresso dos setenta Contra a hipocrisia, o medo e a avareza Exortação ao arrependimento A porta estreita 10:1-21 10:17 12 13:1-17 13:23-24 A cura de um hidrópico; a festa das bodas 14 Parábolas da ovelha e a moeda perdidas; o filho pródigo 15 Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 31 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila O mordomo injusto; o rico e Lázaro 16 Deve-se evitar os tropeços 17 O juiz injusto; o fariseu soberbo 18:1-14 A respeito do divórcio 19:1-12 Obreiros na vinha 20:1-16 Os pequeninos levados a Jesus 19:13-30 10:13-31 18:15-30 Lázaro adoece 11:1-16 Jesus prediz seus sofrimentos 20:17-19 10:32\34 O pedido dos filhos de Zebedeu 20:20-28 10:35-45 20:29 10:46 Um cego curado; Zaqueu convertido;a parábola das minas 18:31-34 18:35-45 A ressurreição de Lázaro 11:38-44 Maria unge a Jesus 26:6-13 14:3-9 Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém;.expu1são dos mercadores 21:1-16 11:1-11 12:1-8 19:28-38 12:12-19 Alguns gregos desejam ver a Jesus 12:20 A rna1dição da figueira 21:18-22 11:12-14 A autoridade de Jesus contestada 21:23-27 11:27-33 20:1-8 A parábola dos dois filhos 21:28-32 A parábola dos lavradores maus 21:33-46 12:1-12 20:9-19 12:13-37 20:20-44 Advertência contra as fariseus e os escribas 12:38-40 20:45-47 A oferta da viúva 12:41-44 21:1-4 13:1-57 21:5-36 A parábola das bodas Acerca do pagamento de impostos; Jesus admirados os saduceus e assombrados os escribas 22:1-14 deixa Previsão do fim de Jerusalém e da Judéia As parábolas das virgens e dos talentos; descrição do último juízo 22:15-46 24; 25 25 Jesus lava os pés dos discípulos A preparação para a páscoa Jesus institui a santa ceia 13 26:1-5 14:1-2 21:1-2 26:20-30 14:17-26 22:14-23 Jesus começa seu discurso de conso1ação 14 Jesus, a videira verdadeira 15 Jesus consola os discípulos 16 A oração intercessora de Jesus 17 Jesus adverte os discípulos que eles o abandonarão 26:31-35 14:27-31 22:22-39 A agonia de Jesus 26:36-46 14:32-42 22:40-46 A prisão de Jesus 26:47-56 14:43-52 22:47-53 O processo contra Jesus 26:57-68 14:53-65 Pedro nega a Jesus 26:69-75 14:66-72 Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 13:1-2 18:3-11 18:12-24 22:55-62 18:17-27 32 Vida de Cristo Milas Aldrin Alves Apostila Jesus perante o Sinédrio, Pilatos e Herodes Pilatos condena a Jesus Judas se enforca 27:1-14 15:1-5 23:1 18:28-38 27:15-23 15:6-19 23:13-25 18:39-40 27:3-10 A crucificação de Jesus 27:31-56 15:20-41 23:26-49 19:16-37 A sepultura de Jesus 27:57-61 15:42-47 23:50-56 19:38-42 28:1-8 16:1-14 24:1-49 20:1-23 28:9-15 16:10-14 24:13-48 20:11-20 A ressurreição de Jesus Jesus aparece a Maria Madalena - e depois aos outros Outras aparições de Jesus e sua conversa com Pedro Jesus comissiona seus discípulos e sobe ao céu Faculdade Teológica A.B.E.C.A.R. 21 28:16-20 16:15-18 33 Apostila Vida de Cristo Milas Aldrin Alves BIBLIOGRAFIA ROPS, Henri Daniel. 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