o vulcanismo serra geral no estado do mato grosso do sul

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ANÁLISE GRAVIMÉTRICA PARA CARACTERIZAÇÃO TECTONOESTRUTURAL E SEDIMENTAR DAS BACIAS DE SANTOS E CAMPOS
Marcos Vinícius Moraes dos Santos; Sidney Luiz de Matos Mello
Depto. de Geologia - LAGEMAR /UFF – Niterói/RJ ([email protected]);
As bacias de Santos e Campos são fortemente marcadas por um conjunto de heterogeneidades
de expressões regionais, presentes na crosta sobre a qual as bacias se desenvolveram (e.g.,
Moriak e Dewey, 1987; Macedo, 1990; Davison, 1997 e Meisling et al., 2001) e,
provavelmente, no manto superior, controlando assim o arcabouço estrutural do embasamento
das bacias por meio da reativação de estruturas durante o processo de estiramento e abertura
(Mio, 2005). Genericamente, estas heterogeneidades compreendem zonas de sutura entre
blocos continentais, cinturões de dobramentos e cavalgamentos, enxames de dique máficos e
zonas de cisalhamento, que são reconhecíveis no embasamento aflorante em escalas regionais,
principalmente em mapas gravimétricos e magnéticos.
O mapa de anomalia Bouguer (figura 1) apresenta amplas variações de amplitudes, onde se
observam anomalias regionais orientadas em quatro faixas NE (que se flexionam na direção
NW-SE, devido ao sentido das zonas de transferências presentes nas bacias) alternando
baixos e altos gravimétricos. A faixa A corresponde a uma provável zona com acúmulo de
sedimentos (grábens internos à charneira), próximo à linha de costa. A faixa B marca um alto
gravimétrico que acompanha a linha de costa, correspondente à linha de charneira. Com
amplitude semelhante, porém mais larga e difusa, ocorre uma faixa C, com aumento marcante
em área, cujo prolongamento se dá em toda a extensão da bacia, que está relacionada aos
principais depocentros da Bacia de Santos. A faixa D corresponde a uma região de altos
gravimétricos em águas profundas (grosseiramente paralelo e coincidente com a charneira
principal das bacias, por vezes deslocado a oeste delas), com padrão escalonado à direita e
amplitude variável em mGal, é interpretada de diversas maneiras por diversos autores.
Meisling et al.(2001) sugere uma elevação da Moho, enquanto para Karner (2000) um
mecanismo de compensação flexural da charneira seria a causa dessa anomalia.
Na bacia de Santos, ocorrem principalmente duas anomalias Bouguer bem marcadas: um
baixo gravimétrico elíptico bem definido, que se ajusta ao embaiamento sul e também uma
anomalia com alta amplitude na porção central da bacia, em torno de NNE, que acompanha
um alto no topo da camada de evaporitos. Esta última feição deve corresponder a um alto da
seção rifte, alongado nesta direção, e que subdivide a seção pós-rifte em dois compartimentos:
a leste, com padrão difuso e com maiores profundidades dos evaporitos (coincidente com o
embaiamento sul), e a norte-nordeste, com menores profundidades e presença de feições
circulares a levemente elípticas, ocorrentes tanto no mapa Bouguer como no mapa do topo
dos evaporitos. O bom ajuste entre os dois mapas sugere que a variação de espessura na seção
pós-sal condiciona a compartimentação gravimétrica de segunda ordem observada.
O mapa de anomalia Bouguer da Bacia de Campos destaca a ocorrência de uma faixa de
anomalias gravimétricas positivas, com 80 a 150 km de largura, na direção NE-SW, à
aproximadamente 300 km do litoral do Estado do Rio de Janeiro. Meisling (2001) destacou
que essa faixa coincide com áreas que podem ser interpretadas como formadas por rochas
vulcânicas. Vieira et al. (1987) destaca também, em mapas residuais, uma importante
anomalia na plataforma (próxima à falha-charneira de Campos, cerca de 90 km a ENE de
Cabo Frio) que pode representar intrusões alcalinas como as aflorantes no continente.
Na parte sul da Bacia de Campos, em frente ao alto de Cabo Frio há um soerguimento
considerável da crosta continental, observado nos mapas gravimétricos, que está
provavelmente associado a um lineamento de direção NW-SE que se estende da crosta
oceânica, na região adjacente aos montes marinhos Jean Charcot, até o Alto de Cabo Frio.
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