trabalho 1 - Universidade de Coimbra

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Licenciatura em Engenharia Informática GESTÃO DE EMPRESAS
“Estratégias formadas como um processo
visionário ou mental”
por Raul Miguel Nery Ferreira de Sá, Departamento de Engenharia Informática de
Coimbra
E-mail: [email protected]
Sumário. São descritos dois processos de formação de estrategistas bem como a sua relação.
Palavras-chave. Processo visionário, estratégias formadas.
1. Introdução
Nos dias de hoje, a maioria das empresas vive à
custa de lucros. Lucros esses que podem subir ou
descer consoante os resultados de uma estratégia
empreendida.
Como uma estratégia nasce? O que se passa na
mente de um líder para ter uma ideia e o que o
leva a seguir essa ideia fazendo dela uma regra,
não só para si mas também para os que o
seguem? Este documento tenta responder a estas
questões seguindo duas linhas de pensamento na
tentativa de um estrategista.
2. Componentes de um artigo científico
2.1- Estratégia formada a partir de um processo
visionário:
Este processo tem origem em economia e centrase no líder de uma empresa. Geralmente chamase a este processo escola de gestão (tendo em
conta que em inglês diz-se entrepreneuring
school e entrepreneur quer dizer homem de
negócios). Esta é uma tradução que eu adoptei
embora use entrepreneur o texto todo de forma a
facilitar.
Segundo Schumpeter, um homem de negócios
(ou
entrepreneur
em
inglês)
não
é
necessariamente aquele que investe um capital
inicial nem aquele que inventa o produto novo
mas sim aquele que tem a ideia de negócio,
aquele que inova. Outros economistas
consideram este tipo de pessoas, normais
gestores.
Um “entrepreneur” pode ser considerado sob
diferentes pontos de vista, fundadores de uma
organização, outros consideram-nos os gestores
de um negócio só seu e outros acham que é um
líder inovador de uma organização de outros e
ainda consideram-nos como relançadores de uma
empresa falhada. Vários economistas rejeitam
este tipo de visão estratégica que os
entrepreneurs impõem.
Um entrepreneur é mais conhecido por ter uma
personalidade
mais
controladora,
mais
independente, mais voltada a aprovar-se a si
mesmo e não aos outros.
Stevenson e Gumpert dizem que o entrepreneur
tende a perguntar: “Onde está a oportunidade?
Como eu a capitalizo? Que recursos eu preciso?
Porem este tipo de processo sobre a forma de
visão nunca passou a ser uma escola onde se
praticasse este tipo de coisas ou seja nunca
passou do papel em forma de estudos e pesquisa.
Mitzberg sugere quatro formas de como os
entrepreneurs se introduz na vida organizacional:
- Os entrepreneurs correm atrás da oportunidade
e vivem a mudança dos tempos em busca de uma
que possa surgir. (Muito importante para uma
organização entrepenurial!!!!)
- O poder é concentrado, e como já dito, nas
mãos do chefe.
- O chefe dá saltos para a incerteza não
conhecendo bem a consequência dos seus actos,
enquanto organização.
- O objectivo principal dos entrepreneurs e como
já dito é o ganho pessoal psicologicamente
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2003/2004
Licenciatura em Engenharia Informática GESTÃO DE EMPRESAS
Enquanto
que
numa
organização
entrepreneurs é a expansão, o crescimento
de
O fenómeno de processo por visão
(entrepreneurship) é mais visto nas revistas
quando se menciona que o grande líder salvou a
empresa, foi ele sozinho que conseguiu, ele é o
maior!!.
Uma coisa importante num entrepreneur é a
visão que tem das coisas. Esta é essencial para
que ele continue na sua demanda pelo objectivo.
Geralmente costuma escrever a visão que tem
Esta visão é maleável.
Este processo de estratégia contém deficiências
na medida em que por vezes vangloria demais
coisas que não são reais (as visões por vezes
irrisórias) ou que não podem acontecer e assim
tendem a cair nas piadas de outros. Também
centraliza demais pondo o poder nas mãos de
uma só pessoa podendo acontecer que caso este
desapareça
terão
que
procurar
outro
entrepreneur, o líder pode estar tão ocupado com
decisões que advêm dos poderes que lhe são
conferidos que se pode esquecer do objectivo
final e a visão perde a sua raiz.
-Estratégia formada a partir de um processo
mental:
O trabalho desta escola cognitiva é explicar o
significado de formação de estratégias na mente
do estrategista.
Os
estrategistas
desenvolvem
o
seu
conhecimento através da experiência, que por
sua vez determina o que estes fazem e pensam.
Esta dualidade traz ao de cima duas perspectivas
muito importantes e muito diferentes de ver o
mundo: a perspectiva Objectivista e a
perspectiva Subjectivista.
- Perspectiva Objectivista:
É aquela perspectiva que faz com que o
estrategista veja o mundo da maneira como ele é
porém saindo da sua visão, por vezes, algo
distorcido.
De facto, são objecto de estudo algumas decisões
que demonstram serem distorcidas ou terem
discrepâncias. Um estudo, sumariado por
Makridakis, em 1990 num livro seu, mostra-nos
algumas dessas distorções tais como falta de
consideração sobre factos importantes, a
inadaptabilidade a certas situações noutras o que
pode trazer consequências como decisões que
suportam crenças e o favorecimento de
informação recente em relação a informação
anterior. Também de acordo com Duhaime e
Schwenk (1985), as decisões distorcidas podem
afectar a aquisição e o desinvestimento o que
pode originar, numa organização em que o
estrategista se insere, uma relação não agradável
com os trabalhadores, confiança a mais,
submissão A` causa mesmo que esta seja de risco
e cálculos.
Geralmente, os estrategistas tendem a resistir a
uma mudança de estratégia até ao fim o que nos
mais algo sobre a sua psicologia.
Agora o problema também reside no facto de que
e se tivermos uma organização que processa
informação distorcida? Se isto acontecer, então o
gestor está condenado a falhar sobretudo a partir
do momento em que os relatórios começam a
chegar e também porque o gestor não pode
supervisionar todas as actividades.
Para evitar isto, Corner, Kinicki e Keats (1994)
argumentam que um modelo paralelo de decisão
estratégica deve ser seguido, aquando o
processamento de informação. Esse modelo
começa com o factor atenção que consiste em
escolher de maneira correcta a informação a ser
processada, depois pôr a informação na categoria
certa e depois armazenar ou recolher essa
informação e posteriormente decidir sobre ela e
ver o que advém da decisão.
Um dos tipos de cognição desta perspectiva é o
tipo de cognição por apreensão de conceito que
diz que a estratégia começa pela criação de
mapas cognitivos. Se entendermos esses mapas
então entenderemos a mente de um estratega.
Este mapa é conseguido à custa de sentidos
como sensibilidade, intuição e criatividade que
muitas das vezes os estrategistas não usam
quando tomam as decisões baseando-se apenas
em bases financeiras. Simon diz que estas
características são inerentes ao ser humano.
- Perspectiva Subjectivista:
Esta perspectiva segue uma linha de visão
construtivista na medida em que o estratega
capta o mundo actual da maneira como a sua
cognição entende. Ou seja a sua mente impõe a
sua própria interpretação sobre o ambiente,
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quase como se ganhasse vida. Quem utiliza este
tipo de visão é chamado de construtor social.
Os construtores sociais não constroem o
ambiente a partir do que vêem mas sim a partir
de informação por vezes ambígua e outras vezes
rica.
Importa também falar sobre a visão que o
construtor social usa para visualizar a sua
estratégia. Esta não se baseia em mapas
cognitivos mas sim em “frames” cognitivas.
Estas aplicam-se a grupo de trabalho de uma
organização e consiste numa colecta de
percepções que estes têm sobre o mundo, em
contraposição à visão do mapa cognitivo que é
apenas do líder do grupo ou apenas de um
indivíduo só. Porem as frames depende também
da dinâmica do grupo pois por vezes pode haver
visões do mundo contraditórias o que pode levar
a uma resistência à evidência.
Resta evidenciar que este tipo de formação de
estratégias tem sempre em conta a própria
estratégia como conceito.
Esta escola de aprendizagem, diga-se, não
contribui em nada para a gestão de qualquer
empresa. Não por causa da ideia pois esta é
válida e tem muito potencial mas porque as
empresas ainda não ganharam maturidade
psicológica. Ou talvez porque esta visão de uma
estratégia não vem de encontro aos interesses
dos estrategas.
3. Conclusões
Segundo estudos de 1997, os entrepreneurs estão
orientados para a escola cognitiva (processo
mental) na medida em que apresentam fortes
distorções nas suas decisões. Essas distorções
manifestam-se na sua extrema confiança em
coisas e na sua generalização de certos detalhes.
No fundo estas duas escolas são muito parecidas
podendo considerar-se a primeira escola como
um complemento da segunda.
Referências
Strategy Safari, Henry Mintzberg, Prentice
Hall
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