Introdução

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DO RIO GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA ELÉTRICA
REATOR ELETRÔNICO MULTIFREQÜÊNCIA
PARA LÂMPADA FLUORESCENTE T5 COM PRÉAQUECIMENTO POR TENSÃO
Dissertação submetida à
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica.
Anderson Soares dos Santos
Porto Alegre, Dezembro 2004.
REATOR ELETRÔNICO MULTIFREQÜÊNCIA PARA
LÂMPADA FLUORESCENTE T5 COM PRÉAQUECIMENTO POR TENSÃO
ANDERSON SOARES DOS SANTOS
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em Engenharia
Elétrica, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Elétrica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
_______________________________________
Fernando Soares dos Reis, Dr. Ing.
Orientador
_______________________________________
Ricardo Nederson Prado, Dr. Eng.
_______________________________________
Vicente Mariano Canalli, Dr.Ing.
________________________________________
Jeanine Marchiori da Luz, Dra. Eng.
ii
Resumo da Dissertação apresentada a PUCRS como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica.
REATOR ELETRÔNICO MULTIFREQÜÊNCIA PARA
LÂMPADA FLUORESCENTE T5 COM PRÉAQUECIMENTO POR TENSÃO
Anderson Soares dos Santos
Dezembro / 2004.
Orientador: Fernando Soares dos Reis, Doutor.
Linha de Pesquisa: Eletrônica Industrial, Automação e Controle.
Palavras-chaves: Reator Eletrônico, Lâmpadas Fluorescente Tubular T5, Eletrônica de
Potência.
Número de Páginas: 150.
RESUMO: Neste trabalho é analisado, simulado e testado experimentalmente um reator
eletrônico para uma lâmpada fluorescente tubular de 28W do tipo T5 com pré-aquecimento
por tensão. A lâmpada é alimentada por um filtro ressonante LC série C paralelo. Durante
o período de pré-aquecimento os filamentos são alimentados por um enrolamento
secundário de um filtro ressonante LC série, após este período o filtro é retirado do circuito
de potência eliminando o aquecimento nos filamentos. Este trabalho apresenta um teste de
ciclo rápido para determinar a compatibilidade entre a lâmpada fluorescente e o reator
eletrônico proposto. Resultados experimentais sugerem que as características intrínsecas do
reator proposto prolongam a vida útil da lâmpada fluorescente.
iii
Abstract of Dissertation submitted to the Engineering Faculty of the PUCRS in partial
fulfillment of the requirements for the degree of Master in Electrical Engineering.
MULTIFREQUENCY ELECTRONIC BALLAST FOR
FLUORESCENT LAMP T5 WITH VOLTAGE PREHEAT
Anderson Soares dos Santos
December 2004
Supervisor: Fernando Soares dos Reis, Ph.D.
Area of Concentration: Power Electronics.
Keywords: Electronic Ballast, Fluorescent Lamp T5, Power Electronics.
Number of Pages: 150.
ABSTRACT: In this work is analyzed, simulated and tested experimentally an electronic
ballast for a 28 W fluorescent lamp type T5 with voltage preheat. The lamp is driven by a
LC series C parallel resonant filter. During warm up the filaments are driven by secondary
winding of a LC series resonant filter, after preheat time this circuit is cut off eliminating
filament power. This work presents rapid cycle test for determinate compatibility between
the fluorescent lamp and the proposed ballast. Experimental results suggest that the
inherent features of the proposed ballast topology will prolong fluorescent lamp lifetime.
iv
AGRADECIMENTOS
A cada etapa da vida sentimos uma sensação diferente, às vezes boas outras ruins, mas
sabemos que ao final de uma etapa adquirimos mais conhecimentos e tentamos nos tornar
melhores profissionais e acima de tudo melhores pessoas.
São muitos aqueles que eu gostaria de agradecer aos meus pais, a minha esposa, alguns
parentes, aos amigos que adquirimos ao longo do curso ou aqueles que sempre estiveram
juntos, aos colegas de trabalho a empresa. Porém existem pessoas que por mais que
agradeçamos nunca será suficiente para mostrar o quanto somos gratos pela ajuda. Mas são
muitas as pessoas que ajudaram de alguma forma para que o trabalho adquirisse forma.
Um muito obrigado a todos!
v
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1
1 LÂMPADAS DE DESCARGA .......................................................................................4
1.1
INTRODUÇÃO .............................................................................................................4
1.2
PASSADO E PRESENTE DA ILUMINAÇÃO .....................................................................4
1.3
LÂMPADA DE DESCARGA DE BAIXA PRESSÃO ............................................................8
1.4
LÂMPADAS DE DESCARGA DE ALTA PRESSÃO ............................................................9
1.4.1 Lâmpada de vapor de mercúrio .................................................................... 10
1.4.2 Lâmpada de vapor de sódio .......................................................................... 10
1.4.3 Lâmpada de vapor metálico .......................................................................... 11
1.5
CONCEITOS DE LUMINOTÉCNICA .............................................................................11
1.5.1 Luz visível..................................................................................................... 12
1.5.2 Temperatura de cor correlata ........................................................................ 13
1.5.3 Índice de reprodução de cores....................................................................... 14
1.6
CONCLUSÃO ............................................................................................................14
2 LÂMPADA FLUORESCENTE ...................................................................................16
2.1
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................16
2.2
ESTRUTURA DA LÂMPADA FLUORESCENTE ..............................................................16
2.2.1 Bulbos ........................................................................................................... 16
2.2.2 Fósforos ........................................................................................................ 17
2.2.3 Filamentos ..................................................................................................... 17
2.2.4 Bases ............................................................................................................. 18
2.3
CARACTERÍSTICAS DE ILUMINAÇÃO DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES ....................18
2.3.1 Eficácia ......................................................................................................... 18
2.3.2 Distribuição da energia ................................................................................. 19
2.4
TIPOS DE LÂMPADAS FLUORESCENTES .....................................................................19
2.4.1 Lâmpadas fluorescentes tubulares de partida convencional ......................... 19
2.4.2 Lâmpadas fluorescentes tubulares de partida instantânea ............................ 20
2.4.3 Lâmpadas fluorescentes tubulares de partida rápida .................................... 20
vi
2.4.4 Lâmpadas fluorescentes tubulares de alto fluxo luminoso HO .................... 20
2.4.5 Lâmpadas fluorescentes T8 .......................................................................... 20
2.4.6 Lâmpadas fluorescentes compactas .............................................................. 21
2.4.7 Lâmpada fluorescente T5 .............................................................................. 22
2.5
CIRCUITOS DE OPERAÇÃO DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES ....................................27
2.5.1 Reatores eletromagnéticos ............................................................................ 28
2.5.2 Reator Eletrônico .......................................................................................... 31
2.6
COMPORTAMENTO DA LÂMPADA FLUORESCENTE ....................................................33
2.6.1 Característica de resistência negativa ........................................................... 33
2.6.2 Lâmpada fluorescente operando em alta freqüência ..................................... 34
2.7
COMPARAÇÃO ENTRE A LÂMPADA FLUORESCENTE TUBULAR T5 E T8 ....................36
2.8
COMPARAÇÃO
ENTRE LÂMPADA FLUORESCENTE
T5
E A LÂMPADA DE VAPOR
METÁLICO .........................................................................................................................38
2.9
CONCLUSÃO ............................................................................................................41
3 EXPECTATIVA DE VIDA DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES T5 ................43
3.1
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................43
3.2
TESTES DE CICLOS RÁPIDOS PARA LÂMPADA FLUORESCENTE ..................................43
3.2.1 Medida da resistência dos eletrodos para as lâmpadas T8 e T12 ................. 45
3.2.2 Medida da resistência dos eletrodos para as lâmpadas T5 ............................ 47
3.3
TEMPO DE VIDA MÉDIO PARA A LÂMPADA FLUORESCENTE T5 .................................50
3.4
RECOMENDAÇÕES
PARA O DESENVOLVIMENTO DE REATORES ELETRÔNICOS PARA
LÂMPADAS T5 ...................................................................................................................51
3.4.1 Características de pré-aquecimento .............................................................. 51
3.4.2 Tensão de ignição ......................................................................................... 52
3.5
CONCLUSÃO ............................................................................................................53
4 ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO REATOR ELETRÔNICO
SEM CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO .............................................................54
4.1
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................54
4.2
TOPOLOGIA DOS CIRCUITOS PARA A ETAPA DE POTÊNCIA ........................................54
4.2.1 Reator eletrônico auto-oscilante ressonante paralelo.................................... 54
4.2.2 Reator eletrônico auto-oscilante ressonante série ......................................... 55
4.2.3 Reator eletrônico auto-oscilante push-pull alimentado por corrente ............ 56
vii
4.2.4 Topologia do circuito de potência do reator eletrônico para a lâmpada
fluorescente T5 ......................................................................................................... 57
4.3
FILTROS RESSONANTES............................................................................................58
4.3.1 Análise do filtro ressonante LC série ............................................................ 60
4.3.2 Análise do filtro ressonante L série C paralelo ............................................. 63
4.3.3 Análise do filtro ressonante LC série C paralelo .......................................... 65
4.4
TOPOLOGIA DO INVERSOR E FILTRO RESSONANTE PARA O REATOR ELETRÔNICO SEM
CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO ....................................................................................69
4.5
ANALISE
QUALITATIVA DO REATOR ELETRÔNICO SEM CONTROLE DO PRÉ-
AQUECIMENTO APÓS O ACENDIMENTO DA LÂMPADA FLUORESCENTE ...............................70
4.6
ANÁLISE
QUANTITATIVA DO REATOR UTILIZANDO FILTRO
LC
SÉRIE
C
PARALELO,
RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA ...............................................................................................72
4.6.1 Ganho do filtro LC série C paralelo .............................................................. 73
4.6.2 Impedância parametrizada ............................................................................ 74
4.7
CONCLUSÃO ............................................................................................................78
5 PROJETO E SIMULAÇÃO DO REATOR ELETRÔNICO SEM CONTROLE
DO PRÉ-AQUECIMENTO ...............................................................................................79
5.1
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................79
5.2
PROJETO
DO REATOR ELETRÔNICO PELO MÉTODO DO ÂNGULO DE FASE DA
IMPEDÂNCIA DO FILTRO ....................................................................................................79
5.2.1 Impedância de entrada Z(j) do filtro ressonante LC série C paralelo ........ 80
5.2.2 Argumento da impedância de entrada () ..................................................... 82
5.2.3 Cálculo de CP em função do ângulo  .......................................................... 82
5.2.4 Cálculo de LS em função do ângulo  e Cs................................................... 84
5.2.5 Cálculo de P em função do ângulo  e Cs .................................................... 86
5.3
SIMULAÇÃO
DO
CIRCUITO
REATOR
ELETRÔNICO
SEM
CONTROLE
DO
PRÉ-
AQUECIMENTO ..................................................................................................................90
5.3.1 Resultados da simulação ............................................................................... 91
5.4
CONCLUSÃO ............................................................................................................94
6 RESULTADOS EXPERIMENTAIS PARA O REATOR ELETRÔNICO SEM
CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO .......................................................................95
viii
6.1
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................95
6.2
MATERIAL UTILIZADO .............................................................................................95
6.3
MONTAGEM DO CIRCUITO .......................................................................................96
6.3.1 Circuito pré-regulador do fator de potência .................................................. 96
6.3.2 Circuito de controle das chaves .................................................................... 96
6.3.3 Circuito total ................................................................................................. 97
6.4
RESULTADOS ...........................................................................................................98
6.5
CONCLUSÃO ..........................................................................................................102
7 ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO REATOR ELETRÔNICO
COM CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO ..........................................................103
7.1
INTRODUÇÃO .........................................................................................................103
7.2
TOPOLOGIA DO INVERSOR E FILTRO RESSONANTE PARA O REATOR ELETRÔNICO COM
CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO ..................................................................................103
7.2.1 Pré-aquecimento controlado por corrente ................................................... 103
7.2.2 Pré-aquecimento controlado por tensão ...................................................... 104
7.3
ANALISE
QUALITATIVA DO REATOR ELETRÔNICO COM CONTROLE DO PRÉ-
AQUECIMENTO ................................................................................................................106
7.3.1 Antes do acendimento da lâmpada ............................................................. 106
7.3.2 Após o acendimento da lâmpada ................................................................ 109
7.4
ANÁLISE
QUANTITATIVA DO REATOR ELETRÔNICO COM CONTROLE DO PRÉ-
AQUECIMENTO ................................................................................................................110
7.4.1 Antes do acendimento da lâmpada, resposta em freqüência....................... 110
7.4.2 Após o acendimento da lâmpada, resposta em freqüência ......................... 114
8 PROJETO E SIMULAÇÃO DO REATOR ELETRÔNICO COM CONTROLE
DO PRÉ-AQUECIMENTO DA LÂMPADA FLUORESCENTE ...............................115
8.1
INTRODUÇÃO .........................................................................................................115
8.2
PROJETO DO CIRCUITO DE PRÉ-AQUECIMENTO .......................................................115
8.3
PROJETO DO CIRCUITO DE PARTIDA .......................................................................117
8.4
SIMULAÇÃO DO REATOR ELETRÔNICO COM CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO .....117
8.4.1 Resultados da simulação ............................................................................. 118
8.5
CONCLUSÃO ..........................................................................................................120
ix
9 RESULTADOS EXPERIMENTAIS PARA O REATOR ELETRÔNICO COM
CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO .....................................................................121
9.1
INTRODUÇÃO .........................................................................................................121
9.2
MONTAGEM DO CIRCUITO .....................................................................................121
9.3
CIRCUITO DE CONTROLE DAS CHAVES ...................................................................121
9.3.1 Circuito para variar a freqüência de controle das chaves ........................... 121
9.3.2 Circuito de proteção .................................................................................... 123
9.3.3 Circuito total ............................................................................................... 124
9.4
RESULTADOS .........................................................................................................126
9.5
CONCLUSÃO ..........................................................................................................129
10 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO ......................................130
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................133
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Processo de geração de luz visível nas lâmpadas fluorescentes. ....................... 9
Figura 1.2 – Espectro eletromagnético. ................................................................................ 12
Figura 1.3 – Exemplo de temperatura de cor. ...................................................................... 14
Figura 2.1 – Elementos básicos de uma lâmpada típica fluorescente de cátodo quente. ..... 17
Figura 2.2 – Distribuição de energia de entrada em uma lâmpada fluorescente branca fria
de 40W.................................................................................................................................. 19
Figura 2.3 – Lâmpadas fluorescentes compactas. ................................................................ 22
Figura 2.4 – Final da lâmpada com o Cold spot. .................................................................. 24
Figura 2.5 – Manutenção do fluxo luminoso nas lâmpadas fluorescentes T5. ..................... 26
Figura 2.6 – Dependência da temperatura, lâmpadas T5. .................................................... 26
Figura 2.7 – Temperatura ambiente, lâmpada T5 e T8. ....................................................... 27
Figura 2.8 - Circuito do reator convencional com starter para uma lâmpada fluorescente. . 28
Figura 2.9 – Circuito do reator partida rápida para uma lâmpada fluorescente. .................. 29
Figura 2.10 – Circuito do reator partida instantânea para uma lâmpada fluorescente. ........ 30
Figura 2.11 – Reator híbrido para uma lâmpada fluorescente. ............................................. 30
Figura 2.12 – Diagrama de blocos de um reator eletrônico de alto fator de potência. ......... 32
Figura 2.13 – Característica de tensão e corrente das lâmpadas fluorescentes. .................. 34
Figura 2.14 – Eficácia da lâmpada fluorescente em diferentes freqüências de operação. ... 35
Figura 2.15 – Característica V x I da lâmpada fluorescente operando em alta freqüência,
em diferentes potências. ....................................................................................................... 36
Figura 2.16 – Exemplo de aplicação de luminárias com lâmpadas de vapor metálico e
lâmpadas fluorescentes T-5HO. ........................................................................................... 39
Figura 2.17 – Iluminância em um sistema de iluminação utilizando lâmpadas de vapor
metálico e lâmpadas fluorescentes T5HO. ........................................................................... 41
Figura 3.1 – Vida média por ciclos de operação. ................................................................. 44
Figura 3.2 – Comportamento da resistência do eletrodo para lâmpada fluorescente de 40W
T12, com reator eletrônico.................................................................................................... 47
Figura 3.3 – Comportamento da resistência do eletrodo para lâmpada fluorescente de 32W
fabricante A, com reator eletrônico. ..................................................................................... 47
Figura 3.4 – Resistência da lâmpada Sylvânia T5 (%), durante o resfriamento do eletrodo.48
xi
Figura 3.5 – Resistência da lâmpada Osram T5 (%), durante o resfriamento do eletrodo. .. 49
Figura 3.6 – Resistência da lâmpada Philips T5 (%), durante o resfriamento do eletrodo. . 49
Figura 3.7 – Expectativa de vida em um ciclo de 3 horas para a lâmpada T5. .................... 50
Figura 4.1 – Reator eletrônico ressonante paralelo, com partida instantânea das lâmpadas.55
Figura 4.2 – Reator eletrônico auto-oscilante ressonante série, partida rápida. ................... 56
Figura 4.3 – Reator eletrônico push-pull alimentado por corrente, partida instantânea. ...... 57
Figura 4.4 – Circuitos dos filtros de saída: a) LC série; b) L série C paralelo; c) C série LC
paralelo; d) LC série C paralelo; e) LC série L paralelo; f) L série LC paralelo; g) LC série
LC paralelo. .......................................................................................................................... 59
Figura 4.5 – Conversor half-bridge com os circuitos ressonantes a) LC série; b) L série C
paralelo; c) LC série C paralelo. ........................................................................................... 60
Figura 4.6 – Circuito equivalente AC, filtro ressonante LC série. ....................................... 60
Figura 4.7– Tensão vE(t). ...................................................................................................... 61
Figura 4.8 – Ganho do circuito ressonante LC série em relação a U para cinco valores de
QS. ......................................................................................................................................... 62
Figura 4.9 – Circuito equivalente AC, filtro ressonante L série C paralelo. ........................ 63
Figura 4.10 – Ganho do filtro ressonante L série C paralelo em relação a U e para cinco
valores de QS. ....................................................................................................................... 64
Figura 4.11– Circuito equivalente AC, filtro ressonante LC série C paralelo...................... 65
Figura 4.12 – Ganho do filtro ressonante LC série C paralelo em relação a U para cinco
valores de QS, com CS=CP. ................................................................................................... 67
Figura 4.13 – Ganho do filtro ressonante LC série C paralelo em relação a U para cinco
valores de QS, com CS=2CP. ................................................................................................. 67
Figura 4.14 – Ganho do filtro ressonante LC série C paralelo em relação a U para cinco
valores de QS, com CS=20CP. ............................................................................................... 68
Figura 4.15 – Curva de ganho para CS=10CP e para QS=5,6,7 e 0,2. ................................... 69
Figura 4.16 – Etapa de funcionamento do reator eletrônico sem controle do
pré-
aquecimento. ......................................................................................................................... 70
Figura 4.17 – Formas de ondas teóricas do reator eletrônico sem controle do préaquecimento. ......................................................................................................................... 72
Figura 4.18 – Circuito do reator eletrônico meia ponte alimentado por tensão com filtro
ressonante LC série C paralelo. ............................................................................................ 73
Figura 4.19– Circuito equivalente AC, filtro ressonante LC série C paralelo...................... 73
xii
Figura 4.20 – Impedância de entrada do filtro ressonante LC série C paralelo. .................. 74
Figura 4.21 – Impedância parametrizada do filtro LC série C paralelo. .............................. 77
Figura 4.22 – Forma de onda característica do filtro ressonante LC série C paralelo com
característica de impedância indutiva. .................................................................................. 77
Figura 4.23 – Argumento da impedância do filtro LC série C paralelo. .............................. 78
Figura 5.1 – Gráfico de projeto para CP. .............................................................................. 84
Figura 5.2 - Gráfico de projeto para LS, considerando CS=100nF, CS1=300nF e CS2=50nF.86
Figura 5.3 - Gráfico de projeto para potência nominal (P) e partida (PP) para a lâmpada
fluorescente. .......................................................................................................................... 87
Figura 5.4 – Tensão sobre a lâmpada (Volts) durante a partida para valores de U. ............ 88
Figura 5.5 – Tensão sobre a lâmpada (Volts) após a partida para valores de U.................. 88
Figura 5.6 – Pico de corrente nas chaves (ISM) em função de U, durante a partida da
lâmpada................................................................................................................................. 89
Figura 5.7 –Pico de corrente nas chaves (ISM) em função da relação de freqüência U, após a
partida da lâmpada. ............................................................................................................... 90
Figura 5.8 – Circuito simulado no Orcad. ............................................................................ 91
Figura 5.9 – Tensão gerada nos terminais da lâmpada durante a partida. ............................ 92
Figura 5.10 – Tensão (verde) e corrente (x500) (vermelho) na lâmpada fluorescente após o
acendimento. ......................................................................................................................... 92
Figura 5.11 – Tensão após o capacitor série (Vaa’) (azul) e corrente no indutor (x500)
(vermelho). ........................................................................................................................... 92
Figura 5.12 - Tensão dreno-fonte (VDS, em azul) e corrente de dreno (IS, em vermelho) da
chave S2, durante o acendimento da lâmpada....................................................................... 93
Figura 5.13 – Tensão dreno-fonte (VDS, em azul) e corrente de dreno (IS, em vermelho) da
chave S2 (x500), após o acendimento da lâmpada................................................................ 93
Figura 6.1 – Circuito típico para o circuito IR2153D........................................................... 96
Figura 6.2 – Formas de ondas dos pinos de entrada e saída do IR2153D. ........................... 97
Figura 6.3 – Circuito do reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento para uma
lâmpada fluorescente 28W/T5. ............................................................................................. 98
Figura 6.4 – Reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento na placa de circuito
impresso. ............................................................................................................................... 98
Figura 6.5 – Tensão na lâmpada no momento da partida. .................................................... 99
Figura 6.6 – Tensão de controle das chaves VGS1 e VGS2. .................................................... 99
xiii
Figura 6.7 – Tensão entre dreno e fonte das chaves S1 e S2, VDS1 e VDS2. ......................... 100
Figura 6.8 – Tensão dreno fonte VDS1 e corrente de dreno IS1 no momento da partida da
lâmpada............................................................................................................................... 100
Figura 6.9 - Tensão dreno fonte VDS1 e corrente de dreno IS1 após a partida da lâmpada. 101
Figura 6.10 – Tensão e corrente da lâmpada fluorescente após seu acendimento. ............ 101
Figura 7.1 – Reator Eletrônico com pré-aquecimento controlado por corrente. ................ 104
Figura 7.2 – Lâmpada fluorescente 28W/T5 trincada pelo excesso de aquecimento no
filamento. ............................................................................................................................ 104
Figura 7.3 – Circuito de um reator eletrônico com pré-aquecimento por tensão. .............. 105
Figura 7.4 – Reator eletrônico com pré-aquecimento por tensão modificado.................... 106
Figura 7.5 - Etapa de funcionamento do reator eletrônico com controle do pré-aquecimento
por tensão............................................................................................................................ 107
Figura 7.6 – Formas de ondas teóricas do reator eletrônico com controle do préaquecimento. ....................................................................................................................... 109
Figura 7.7 – Circuito equivalente CA do pré-aquecimento: (a) os filamentos de uma
lâmpada fluorescente, (b) as resistências dos filamentos refletida para o primário. .......... 110
Figura 7.8 – Módulo do ganho do circuito de pré-aquecimento. ....................................... 112
Figura 7.9 – Módulo da impedância parametrizada, circuito de pré-aquecimento. ........... 114
Figura 8.1 – Impedância parametrizada em função do fator de qualidade, para U= 4. ...... 116
Figura 8.2 – Circuito simulado no Orcad. .......................................................................... 118
Figura 8.3 – Tensão na resistência de filamento equivalente. ............................................ 119
Figura 8.4 – Tensão através da lâmpada fluorescente. ....................................................... 120
Figura 8.5 – Tensão dreno-fonte (VDS, em azul) e corrente de dreno (IS2, em vermelho) da
chave S2 (x100)................................................................................................................... 120
Figura 9.1 – Mudanças nas freqüências de operação do reator eletrônico com controle do
pré-aquecimento. ................................................................................................................ 122
Figura 9.2 – Circuito simplificado para variação de freqüência do oscilador. ................... 123
Figura 9.3 – Reator eletrônico com controle do pré-aquecimento para uma lâmpada
fluorescente tubular de 28W/T5. ........................................................................................ 124
Figura 9.4 – Circuito total do reator eletrônico com pré-aquecimento por tensão. ............ 125
Figura 9.5 – Tensão de lâmpada (CH1) e filamento (CH2) durante o pré-aquecimento. .. 126
Figura 9.6 - Tensão de lâmpada (CH1) e filamento (CH2) durante o pré-aquecimento. ... 126
xiv
Figura 9.7 – Tensão dreno-fonte (azul) e corrente de dreno (vermelho) nas chaves de
potência durante o pré-aquecimento. .................................................................................. 127
Figura 9.8 – Tensão dreno-fonte (azul) e corrente de dreno (vermelho) durante a partida da
lâmpada............................................................................................................................... 127
Figura 9.9 - Tensão dreno-fonte (azul) e corrente de dreno (vermelho) durante o regime de
operação. ............................................................................................................................. 128
Figura 9.10 – Tensão (azul) e corrente (vermelho) da lâmpada após seu acendimento. .... 128
Figura 9.11 – Distorção harmônica da corrente de alimentação em % da fundamental. ... 129
xv
LISTA DE SÍMBOLOS

Fluxo luminoso
ANSI
American National Standards Institute
CISPR
International Special Committee on Radio Interference
CP
Capacitor ressonante paralelo
Faraday (F)
CS
Capacitor ressonante série
Faraday (F)
D1
Diodo 1
D2
Diodo 2
E
Fonte de tensão contínua
EI
Iluminância ou iluminamento
EMI
Interferência eletromagnética
FCC
Federal Communications Commision
fIG
Freqüência de ignição
FP
Fator de potência
fPA
Freqüência de pré-aquecimento
Hertz (Hz)
fRG
Freqüência de regime
Hertz (Hz)
FS
Freqüência de operação
Hertz (Hz)
GE
General Electric
HID
High Intensity Discharge
I
Intensidade luminosa
IEC
International Electrotechnical Commission
IESNA
Illuminating Engineering Society of North America
IRC
Índice de reprodução de cor
l
Luminância
Id
Corrente no diodo antiparalelo com as chaves
Ámpere (A)
IDM
Máxima corrente suportada pelo transistor
Ámpere (A)
ILAMP
Corrente de lâmpada
Ámpere (A)
ILP
Corrente de pico no indutor
Ámpere (A)
ISM
Corrente de pico nas chaves
Ámpere (A)
LS
Indutor série
N
Relação de espiras
lúmem(lm)
Volts (V)
lux (lx)
Hertz (Hz)
Candela (cd)
(cd/m2)
Henry (H)
xvi
NBR
Normas Brasileiras
NF
Número de filamentos
P
Potência na lâmpada
PFP
Pré-regulador do fator de potência
PP
Potência na partida da lâmpada
PROCEL
Programa Nacional de Conservação de Energia
QS
Fator de qualidade
QL
Fator de qualidade do circuito
RF1
Resistência do filamento 1
Ohm ()
RF2
Resistência do filamento 2
Ohm ()
RLAMP
Modelo resistivo da lâmpada
Ohm ()
RP
Resistência equivalente da lâmpada na parida
Ohm ()
S1
Transistor 1 representado pela chave 1
S2
Transistor 2 representado pela chave 2
S3
Transistor 3 representado pela chave 3
THD
Distorção harmônica total
tOFF
Tempo da chave desligada
Segundos (s)
tON
Tempo da chave ligada
Segundos (s)
U
Freqüência parametrizada
VDS1
Tensão dreno-fonte da chave 1
Volts (V)
VDS2
Tensão dreno-fonte da chave 2
Volts (V)
VE
Tensão eficaz de entrada
Volts (V)
VEM
Tensão máxima de entrada
Volts (V)
VGS1
Tensão gate-fonte da chave 1
Volts (V)
VGS2
Tensão gate-fonte da chave 2
Volts (V)
VL
Tensão na lâmpada
Volts (V)
VRE
Tensão no resistor equivalente dos filamentos
Volts (V)
VS
Tensão de saída
Volts (V)
VPART
Tensão de partida da lâmpada
Volts (V)
ZVS
Zero Voltage Switching
0
Freqüência de ressonância
Radianos (Rad)
S
Freqüência de operação
Radianos (Rad)
Watts (W)
xvii
Watts (W)
INTRODUÇÃO
Pode-se até dizer que todo desenvolvimento da espécie humana e de seu cérebro
privilegiado foi ofuscado pela conquista do fogo e da luz. Há milhares de anos, o homem
desenvolve métodos e conceitos para o melhor aproveitamento da luz solar e o melhor
rendimento para a luz artificial, sempre visando o conforto visual e os exercícios das
atividades relacionadas ao ambiente.
Nos últimos anos, houve um avanço na utilização de sistemas mais eficientes na
iluminação, certamente motivado pelo aumento no custo da energia elétrica nos países
desenvolvidos. O investimento necessário para construir usinas e sistemas de transmissão é
tamanho que os governos adotam programas intensivos para promover a utilização de
equipamentos energeticamente mais eficientes. A conservação de energia elétrica tem
como principal objetivo melhorar a maneira de utilizar a energia, sem abrir mão do
conforto e das vantagens que ela proporciona. Significa diminuir o consumo, reduzindo
custos, sem perder, em momento algum, a eficiência e a qualidade dos serviços.
Para o aumento da eficiência em sistema de iluminação algumas alterações são realizadas
atualmente, pode-se citar a utilização de lâmpadas fluorescentes no lugar das lâmpadas
incandescentes, o emprego de reatores eletrônicos em substituição aos convencionais
eletromagnéticos, o uso de luminárias com maior rendimento em conjunto com lâmpadas
fluorescentes mais eficientes.
Lâmpadas fluorescentes mais eficientes estão surgindo com o avanço da tecnologia de
fabricação e a utilização de novas matérias primas. Na feira de Hanover, 1995, grandes
fabricantes europeus apresentaram a lâmpada T5 uma nova lâmpada fluorescente menor
em diâmetro, mais curta, mais eficiente e desenvolvida para ser sucessora da lâmpada T8
[9]. Atualmente as lâmpadas fluorescentes T5 são pouco utilizadas nas instalações
brasileiras por possuírem um preço relativamente maior do que as lâmpadas T8, entretanto,
assim como as lâmpadas fluorescentes de 32W/T8 estão substituindo as de 40W/T12,
futuramente as lâmpadas de 28W/T5 substituirão as lâmpadas de 32W/T8. As lâmpadas T5
foram desenvolvidas especialmente para operar com reatores eletrônicos e só obtém alta
eficiência quando alimentadas em alta freqüência. Como estas lâmpadas possuem
atualmente um preço maior que as lâmpadas comuns, sua vida útil passa a ser um requisito
de extrema importância no desenvolvimento do reator eletrônico.
1
O objetivo do trabalho proposto é analisar, simular e testar experimentalmente um reator
eletrônico para uma lâmpada fluorescente de 28W/T5 com pré-aquecimento por tensão. A
partida e o funcionamento da lâmpada é realizado por um filtro ressonante LC série C
paralelo. Durante o período de pré-aquecimento os filamentos são alimentados pelo
enrolamento secundário de um filtro ressonante LC série, após este período o circuito LC
série é desabilitado eliminando o gasto de energia aplicado aos filamentos da lâmpada
durante seu regime normal de funcionamento, após o acendimento. Esta economia de
energia significa cerca de 1,5 à 2 W por lâmpada.
Para medir a influência que os reatores possuem na vida das lâmpadas fluorescentes a
Sociedade de Engenharia de Iluminação da América do Norte (IESNA) especifica um
método de teste. Um grande número de amostras de lâmpadas, ligadas com os reatores sob
análise, são operadas em um ciclo de 3 horas ligadas e 20 minutos desligadas
determinando o tempo médio da vida até a falha. Como este teste pode durar até dois anos
para se obter algum resultado, estudos recentes estão sendo realizados para determinar um
teste de ciclo rápido. Para verificar a compatibilidade entre o reator proposto e a lâmpada
fluorescente serão realizados dois testes de ciclo rápido com três diferentes reatores: um
teste de ciclo rápido baseado no método de Rober Davis [29] que utiliza o tempo de
resfriamento do filamento como tempo mínimo para a lâmpada permanecer desligada e um
teste de ciclo rápido realizado pela industria de reatores; os reatores submetidos aos testes
serão o reator com controle do pré-aquecimento dos filamentos, reator proposto, um reator
sem controle do pré-aquecimento e um reator eletrônico encontrado no comercio brasileiro,
sem controle do pré-aquecimento.
Para um melhor entendimento do trabalho no capítulo 1 serão apresentados conceitos de
luminotécnica bem como o funcionamento e as principais características das lâmpadas de
descarga de baixa e alta pressão.
No capítulo 2 serão apresentadas as estruturas básicas, o comportamento elétrico, as
características de iluminação, as lâmpadas fluorescentes com enfoque maior sobre a
lâmpada fluorescente T5, os dispositivos de partida e uma comparação entre as lâmpadas
fluorescentes T5, T8 e metálica (HID).
No capítulo 3 serão apresentados alguns métodos de teste de ciclos, especificações para a
partida e operação da lâmpada T5 e o método utilizado neste trabalho para a determinação
da vida da lâmpada fluorescente T5 quando alimentada pelo reator eletrônico proposto.
2
No capítulo 4 serão apresentadas as principais topologias utilizadas para a etapa de
potência e para o circuito ressonante em reatores eletrônicos, bem como o
desenvolvimento de um reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento para a lâmpada
fluorescente tubular T5 de 28W. Este reator também será utilizado para o teste de ciclo
rápido comparando seu desempenho com o reator com controle do pré-aquecimento.
No capítulo 5 serão apresentados os cálculos para a determinação dos valores dos
componentes do filtro ressonante para o reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento
e a simulação do circuito. As simulações por computador são uma das mais importantes
ferramentas para o projeto de um circuito, pois com ela é possível verificar com certa
antecedência o seu comportamento. Para a simulação foi utilizado o software Orcad 9.1.
No capítulo 6 é apresentada a implementação de um protótipo do reator eletrônico sem
controle do pré-aquecimento para uma lâmpada fluorescente de 28W/T5. O resultado das
características elétricas e as principais formas de ondas também são apresentados.
No capítulo 7 serão apresentados os principais tipos de controle de pré-aquecimento
utilizados para a lâmpada fluorescente, bem como o desenvolvimento de um reator
eletrônico com controle do pré-aquecimento para uma lâmpada fluorescente tubular de
28W/T5. Este utilizará como base o trabalho realizado no capítulo 6 no qual o reator
eletrônico sem controle do pré-aquecimento foi apresentado.
No capítulo 8 será apresentada a metodologia proposta para o cálculo do reator eletrônico
com controle do pré-aquecimento da lâmpada fluorescente. Após o projeto dos
componentes para o circuito de pré-aquecimento e o circuito de partida, o circuito total
será simulado utilizando o software Orcad 9.1, o qual a sua vez utiliza o programa PSPICE
para realizar a simulação dos circuitos elétricos e eletrônicos, a fim de verificar a validade
do método proposto neste trabalho.
No capítulo 9 é apresentado o desenvolvimento de um protótipo do reator eletrônico com
controle do pré-aquecimento juntamente com os resultados experimentais, como as formas
de ondas dos principais componentes e na carga, e um ensaio elétrico utilizando um
analisador de potência específico para reatores.
No capítulo 10 será apresentada a comparação dos resultados do teste de ciclo rápido para
os três reatores juntamente com a conclusão do trabalho e sugestões para trabalhos futuros.
3
1
1.1
LÂMPADAS DE DESCARGA
Introdução
Este capítulo apresenta uma breve história sobre o avanço da iluminação mundial e as
atuais condições no Brasil, juntamente com alguns conceitos de luminotécnica, para um
melhor aproveitamento do trabalho, as principais características e o principio de
funcionamento para as lâmpadas de descarga de baixa e alta pressão.
1.2
Passado e presente da iluminação
A história da luz artificial remonta uns 500.000 anos atrás, quando o homem paleolítico
conseguiu criar fogo com as mais primitivas ferramentas. Até meados do século XIX esse
fogo foi à única fonte de luz disponível e que servia também como proteção do frio e
preparo de comida. Só quando foi possível transportar o fogo, então se pode falar do
mesmo como iluminação. Os primeiros meios de iluminação foram tochas feitas de galhos
de árvores com resina. Muito depois, cerca de 20.000 anos atrás, os óleos de animais e
plantas eram utilizados como meio de iluminação. As lâmpadas a óleo e velas foram
usadas somente para iluminação de interiores. Uma iluminação externa era praticamente
desconhecida até meados do século XVII. No começo do século XVII, o alemão Becke,
químico e engenheiro de minas, percebeu que o gás obtido do carvão poderia ser
empregado na iluminação. Entretanto, foi só depois de 100 anos que o gás para a
iluminação foi produzido para este fim.
O grande projeto de Alva Edison era a criação de uma luz pequena e suave como luz a gás
para então substituí-la por luz elétrica. O industriário alemão, Emil Rathenaum, que
reconheceu a importância da iluminação de Edison, instalou com apoio do próprio, os
primeiros sistemas de iluminação em Berlim, também em 1882. Sob direção de Rathenau,
foi fundada em 1883 a “Deutsche Edison Gesellschaft” (DEG) com direitos exclusivos de
fabricar bulbos com a patente de Edison. No primeiro ano a DEG produziu mais de 12.000
bulbos. Muito depois em 10 julho de 1919, as fábricas de lâmpadas da DEG, Siemens e
Halske, incorporam-se em Osram KG. Emil Rathenau para cuidar de seus interesses
contratou o jovem engenheiro Geral Philips, com especialização em engenharia elétrica,
4
ele tinha concluído seus estudos na Inglaterra, com mérito em iluminação elétrica,
transmissão de potência e telegrafia. Mas a colaboração de Rathenau não durou muito.
Gerald Philips logo percebeu que com seu conhecimento específico poderia iniciar a
fabricação de bulbos com filamento por sua própria conta. Em 15 de maio de 1891 ele
fundou a Philips e Co Eindhoven, Holanda. Em 1892 a Philips produziu 11.000 lâmpadas.
Ao se arriscar em exportação o número cresceu muito, mais de 100.000 bulbos em 1895,
em 1898 1,2 milhões, em 1902 o impressionante número de 3,6 milhões de bulbos.
Até o fim do século, as fontes de luz usadas para a iluminação eram todas fontes de
radiação de calor, com sua eficácia luminosa estritamente dependente desta radiação.
Devido ao grande sucesso das lâmpadas a gás, das lâmpadas de arco voltaico e também das
lâmpadas incandescentes, junto ao fato do desinteresse dos fabricantes destas lâmpadas de
lançar no mercado uma nova fonte de luz, ficou a lâmpada de descarga por mais algum
tempo em segundo plano. A idéia das lâmpadas de descarga já existia desde 1854, mas
somente em 1926 os cientistas F. Meyer, H. Spanner e E. Germer conseguiram com
tensões baixas dar partida à lâmpada através do pré-aquecimento dos eletrodos e ao mesmo
tempo converter a radiação ultravioleta em luz visível, cobrindo a parede interna do tubo
com pó fluorescente. Em setembro de 1935, no encontro anual da Illuminating Engineering
Society of Northern América (IESNA) em Cincinnati, foram apresentados estas primeiras
lâmpadas. A Osram foi a fabricante das primeiras lâmpadas fluorescentes comercializadas
na Europa em 1936. As primeiras lâmpadas de sódio de alta pressão foram fabricadas em
1964 pelos americanos Louden e Schmidt. Em 1965 a General Electric começou a fabricar
em série a lâmpada de sódio de alta pressão de 400W. Pouco tempo depois a Bag começou
o desenvolvimento de um ignitor adequado, abrindo então o caminho para o uso
simplificado de grande sucesso desta fonte de luz.
Em 1961, G.H. Reiling patenteou uma lâmpada de mercúrio, que além de mercúrio
continha halóides de outros metais como índio, tálio e sódio. Esta nova lâmpada, a
lâmpada de vapor metálico, entrou no mercado em 1964 [1].
Ao final do século XIX, quando a atividade econômica do Brasil era significativamente
agrária, a participação da eletricidade como fonte de energia era inexpressiva. Com o início
da industrialização, fatores como a concentração em centros urbanos e o surgimento de
uma classe média impulsionaram seu uso.
5
O crescimento do consumo de energia elétrica nos países em desenvolvimento, como o
Brasil, é uma constante entre 3 e 5 % ao ano. Mesmo nos períodos em que se verificou
uma estagnação econômica, o consumo não parou de crescer.
O setor industrial é o maior consumidor de toda a energia elétrica produzida, utilizando
44%. O uso residencial vem a seguir, com um consumo de 25% e o uso comercial com
16%. Os restantes 15% distribuem-se entre setor rural, iluminação pública, órgãos do
governo dentre outros. O perfil do consumo de energia elétrica no Brasil para o período de
1999 à 2003 é mostrado Tabela 1.1, dados da Eletrobrás/Procel 2004 [2].
Tabela 1.1 - Perfil do Consumo de Energia Elétrica no Brasil (em GWh).
Classe
1999
2000
2001
2002
2003
Residencial
81.249
83.494
73.770
72.660
76.165
Industrial
123.560
131.195
122.629
127.694
129.877
Comercial
43.562
47.437
44.517
45.251
47.532
Outros
42.739
44.621
42.882
44.327
47.072
Total
291.110
306.747
283.798
289.932
300.646
Fonte: Eletrobrás/Procel 2004.
Estima-se que cerca de 17% (dados da Eletrobrás/Procel 1999) de toda energia consumida
no Brasil é transformada em iluminação artificial. A iluminação pública corresponde a
aproximadamente 7% da demanda nacional e a 3,3% do consumo total de energia elétrica
do país. O equivalente a uma demanda de 2,3 GW e a um consumo de 10,2 bilhões de
kWh/ano. O restante do consumo é dividido entre o consumo das lâmpadas incandescentes
e de descarga.
A Tabela 1.2 mostra a estimativa de consumo de lâmpadas fluorescentes tubulares para o
ano de 2003 (dados dos fabricantes de lâmpadas Philips e GE de 2003) e existe uma
expectativa de crescimento de 5% para o ano de 2004.
Cerca de 95% da energia elétrica gerada no Brasil possui uma predominância hidráulica,
usinas hidrelétricas, devido às dimensões continentais do país e da grande quantidade de
bacias hidrográficas. As usinas hidrelétricas provocam vários impactos ambientais, como a
inundação de áreas (destruindo a flora e a fauna), interferência no curso natural dos rios e
nos seus ciclos (devido ao represamento e controle das águas) e deslocamento de
6
populações. É importante mencionar que todas as formas de geração de energia elétrica
provocam interferências no meio ambiente, algumas são mais impactantes e outras menos
[2].
Tabela 1.2 – Perfil do consumo de lâmpadas fluorescentes tubulares de 2003.
Potência da lâmpada fluorescente tubular
Valores em milhões de unidades por ano
20W
11,4
40W
28,0
16W
0,6
32W
6,0
110W
3,0
Total
Fonte: Consulta a Philips e GE em 2003.
49,0
A conservação da energia elétrica leva à exploração racional dos recursos naturais. Isso
significa que conservar energia elétrica ou combater seu desperdício é a fonte de produção
mais barata e mais limpa que existe, pois não agride o meio ambiente. Desta forma, a
energia conservada, por exemplo, na iluminação eficiente pode ser utilizada para iluminar
uma escola ou atender um hospital sem ser jogada fora.
O programa nacional de conservação de energia elétrica PROCEL estabelece metas de
conservação de energia que são consideradas no planejamento do setor elétrico,
dimensionando as necessidades de expansão da oferta de energia e da transmissão. Dentre
elas destacam-se, a redução nas perdas técnicas das concessionárias, racionalização do uso
da energia elétrica e aumento da eficiência energética em aparelhos elétricos [2].
Se for mantida a estrutura atual de uso da energia projeta-se uma necessidade de
suprimento, em 2015, em torno de 780 TWh/ano. Diminuindo-se os desperdícios estima-se
uma redução anual de até 130 TWh - produção aproximada de duas usinas de Itaipu [2].
Recentemente nos Estados Unidos foi decretada uma lei para regulamentar a iluminação
sob um aspecto energético. Foram simplesmente proibidos o uso de sistemas de iluminação
com baixa eficiência, incluindo lâmpadas bastante utilizadas no Brasil, como as
incandescentes, as fluorescentes tradicionais, vapor de mercúrio e mistas. Em alguns
produtos dos EUA, tipos comuns de lâmpadas e equipamentos auxiliares, encontram-se as
inscrições “proibida a venda no território americano” ou “somente para exportação”. A
7
mesma lei dá prazo para que as instalações antigas sejam reformadas e, para motivar a
população, prevê financiamento destinado à troca de sistemas, além da aplicação de
pesadas multas.
O motivo pelo qual essa resolução foi tomada é lógico, minimizar o consumo de energia
elétrica. O governo pretende reduzir ao máximo os investimentos em eletricidade que,
além dos custos financeiros, geram custos ambientais significativos. A estratégia para
atingir esses objetivos reside no desenvolvimento de novas fontes de luz, equipamentos
auxiliares, sensores e luminárias mais eficientes [3].
1.3
Lâmpada de descarga de baixa pressão
As lâmpadas fluorescentes são as principais lâmpadas de descarga de baixa pressão e
ganham, a cada dia, mais espaço em residências, escritórios, comércios e industrias perante
suas concorrentes as incandescentes. O desenvolvimento de produtos como os pósfluorescentes (trifósforo) possibilitaram a criação de lâmpadas fluorescentes mais
eficientes, estas por sua vez, juntamente com novos equipamentos de controle (reatores
eletrônicos) permitem cada vez mais ao projetista de iluminação empregar lâmpadas
fluorescentes em seus projetos [3]. Estas, lâmpadas são uma fonte de descarga elétrica que
faz uso de energia ultravioleta gerada de uma maneira super eficiente pelo vapor de
mercúrio a baixa pressão, que ativa uma camada de material fluorescente (fósforo)
colocada na parede interna de um tubo de vidro.
O fósforo simplesmente funciona como transformador, convertendo em luz visível a
radiação ultravioleta. A lâmpada é basicamente um bulbo tubular com a parede interna
revestida e que contém uma pequena quantidade de mercúrio e gás inerte (argônio,
criptônio e neônio) ou uma mistura de dois ou mais desses gases. A pressão dos gases na
lâmpada é muito baixa, normalmente de 2 a 3 TORR. Apenas como comparação à pressão
atmosférica é de 760 TORR. Um filamento de tungstênio espiralado, tratado e revestido
com material emissivo de elétrons, é chamado de cátodo quente. A Figura 1.1 mostra como
a luz é gerada em uma típica lâmpada fluorescente.
Quando uma lâmpada fluorescente é ligada, a passagem da corrente elétrica através dos
filamentos causa o seu aquecimento e a liberação de elétrons do material com o qual são
cobertos. Além desses elétrons termicamente liberados, existem também aqueles que são
8
desprendidos pela diferença de potencial entre os eletrodos. Esses elétrons se movimentam
em altíssima velocidade de um eletrodo para outro criando uma descarga elétrica ou de
arco no vapor de mercúrio. A lâmpada é rapidamente aquecida aumentando a pressão do
vapor de mercúrio ao seu nível mais eficiente. Um arco dessa natureza, fechado em um
tubo de vidro, tem certas características que variam com o gás utilizado, com a pressão do
gás e com a tensão aplicada aos filamentos. A característica principal é a produção de luz
visível e de radiação ultravioleta. A contínua colisão entre os elétrons, desprendidos dos
filamentos em alta velocidade e os átomos de mercúrio tiram os elétrons de mercúrio de
suas órbitas. Parte destes elétrons deslocados, quase que imediatamente voltam à sua órbita
original liberando a energia que absorveram, principalmente na forma de radiação
ultravioleta.
Figura 1.1 – Processo de geração de luz visível nas lâmpadas fluorescentes.
A radiação ultravioleta é convertida em luz visível pelo fósforo que tem a propriedade de
absorver a energia ultravioleta e voltar a irradiá-la em outros comprimentos de onda, que
por sua vez podem ser percebidos como luz visível. Em outras palavras, o fósforo é
excitado a fluorescer pela energia ultravioleta de comprimento de onda adequado. A cor da
luz visível produzida depende da composição química do fósforo de revestimento interno
do bulbo [4].
1.4
Lâmpadas de descarga de alta pressão
9
Nas lâmpadas de descarga de alta pressão, a luz é produzida pela passagem da corrente
elétrica através de um vapor de gás sob alta pressão. Estas lâmpadas são também
conhecidas como lâmpadas de descarga de alta intensidade do inglês HID (high-intensity
discharge). A característica principal destas, é a sua alta emissão de luz. As lâmpadas HID
se diferenciam entre si basicamente pelo tipo de gás que está contido no interior do tubo de
descarga, sendo atualmente agrupadas em três principais grupos [5]: lâmpada de vapor de
mercúrio, lâmpada de vapor metálico e lâmpada de vapor de sódio.
1.4.1 Lâmpada de vapor de mercúrio
Nas lâmpadas de vapor de mercúrio a luz é produzida pela passagem de uma corrente
elétrica através do vapor de mercúrio, similar ao principio de funcionamento das lâmpadas
fluorescentes. As lâmpadas de vapor de mercúrio geralmente são constituídas por dois
tubos, um interno e outro externo. O tubo interno é feito de quartzo, contendo gás argônio
e mercúrio. O tubo externo é de vidro e tem como função proteger e manter a temperatura
do tubo interno. O interior do tubo de vidro é preenchido com um gás inerte, nitrogênio,
que impede a oxidação dos contatos internos [6].
1.4.2 Lâmpada de vapor de sódio
As lâmpadas de sódio de alta pressão são basicamente formadas por dois tubos um interno
e outro externo. O tubo de descarga interno é construído a partir de óxido de alumínio
sinterizado e imerso no vácuo, enquanto que o tubo externo é construído de vidro duro. A
lâmpada de sódio de alta pressão tem cor amarela (2200K) e tem baixa reprodução de
cores. Esta limitação da temperatura da cor está relacionada com o fato de que a lâmpada
de sódio de alta pressão gera luz a partir da excitação do vapor de sódio, enquanto que
outras lâmpadas, como as lâmpadas de vapor metálico, a luz é gerada a partir da excitação
de 2 à 5 diferentes elementos químicos. Variando a composição dos elementos químicos é
possível alterar as características da luz produzida, dando uma flexibilidade muito maior
no projeto da lâmpada [6].
10
1.4.3 Lâmpada de vapor metálico
A lâmpada de vapor metálico tem passado por constantes evoluções nos últimos anos.
Hoje, existem aproximadamente 400 tipos de lâmpadas de vapor metálico e são aplicadas
tanto na industria como em uso residencial.
Estas lâmpadas são altamente eficientes, compacta fonte de luz, disponíveis em uma
grande variedade de temperaturas de cores. Em contrapartida, as lâmpadas de vapor de
sódio de alta pressão e de mercúrio as quais são muito limitadas em cor e na qualidade de
luz produzida. As cores produzidas por estas lâmpadas são normalmente inapropriadas
para uma série de aplicações. Isto explica porque o uso das lâmpadas de vapor metálico
está crescendo em todo o mundo [7].
Esta fonte de luz pode ser fabricada para produzir quase todas as cores desejadas (2700K –
20000K) e também oferece um excelente índice de reprodução de cores (IRC) de 65 a 85.
Lâmpadas de cores específicas podem ser produzidas incluindo azul, verde e rosa. Este
tipo de lâmpada não utiliza filtros ou géis para a geração da cor, mas sim o vapor de metal
no tubo [7].
As lâmpadas de vapor metálico fornecem uma solução parcial para um dos maiores
problemas da sociedade industrializada – o impacto ecológico da geração de energia
elétrica. Esta é a mais compacta e eficiente fonte de luz branca conhecida pelo homem.
Utilizando lâmpadas de vapor metálico é possível economizar cerca de 10%, estimativa, da
energia total consumida nos Estados Unidos, resultando em uma economia anual de 16
bilhões de dólares. Outro aspecto importante é que a expectativa de vida das lâmpadas de
vapor metálico pode chegar até 30.000 horas [7].
1.5
Conceitos de Luminotécnica
Neste capítulo não serão apresentados aspectos ligados às origens da iluminação e os
efeitos psicológicos da visão, mas sim uma revisão básica de alguns conceitos e grandezas
da luminotécnica para que alguns dos capítulos conseguintes sejam melhores
compreendidos.
11
1.5.1 Luz visível
Uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas que possuem diferentes
comprimentos de onda, sendo o olho humano sensível somente a alguns. Luz é, portanto, a
radiação eletromagnética capaz de produzir uma sensação visual [8]. Entretanto na óptica
da engenharia, luz é simplesmente uma pequena parte do espectro eletromagnético, que se
localiza entre a radiação ultravioleta e a infravermelho. A porção visível do espectro
eletromagnético estende-se, aproximadamente, de 380 até 780 nanômetros (nm) [5], como
mostra a Figura 1.2.
Figura 1.2 – Espectro eletromagnético.
Algumas grandezas da luminotécnica que serão úteis, citados em [8] são apresentados
abaixo:
Fluxo Luminoso (): é a radiação total da fonte luminosa, entre os limites de comprimento
de onda 380 e 780 nm (Figura 1.2). Ou seja, é a quantidade de luz emitida por uma fonte,
medida em lúmens (lm).
Intensidade luminosa (I): se uma fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em todas
as direções, o fluxo luminoso se distribuiria na forma de uma esfera. Tal fato, porém, é
quase impossível de acontecer, razão pela qual é necessário medir o valor dos lúmens
emitidos em cada direção. Essa direção é representada por vetores, cujo comprimento
indica a Intensidade Luminosa. Portanto é o fluxo luminoso irradiado na direção de um
determinado ponto. Sua unidade é candela (cd).
12
Iluminância ou Iluminamento (EI): expressa em lux (lx), indica o fluxo luminoso de uma
fonte de luz que incide sobre uma superfície situada à uma certa distância desta fonte. Na
prática, é a quantidade de luz dentro de um ambiente, e pode ser medida com o auxílio de
um luxímetro. Como o fluxo luminoso não é distribuído uniformemente, a iluminância não
será a mesma em todos os pontos da área em questão. Considera-se por isso a iluminância
média. Existem normas especificando o valor mínimo de iluminância média, para
ambientes diferenciados pela atividade exercida relacionados ao conforto visual.
Luminância (l): pode ser definida como sendo a intensidade luminosa projetada por
unidade de área. A unidade de medida é a candela por metro quadrado (cd/m2). Das
grandezas mencionadas, nenhuma é visível, isto é, os raios de luz não são vistos, a menos
que sejam refletidos em uma superfície e aí transmitam a sensação de claridade aos olhos.
Essa sensação de claridade é chamada de luminância. Em outras palavras, é a diferença
entre zonas claras e escuras em um objeto iluminado, sendo as partes sombreadas as que
apresentam a menor luminância e as claras, maior.
1.5.2 Temperatura de cor correlata
Em aspecto visual, admite-se que é bastante difícil realizar uma avaliação comparativa
entre a sensação de tonalidade de cor de diversas lâmpadas. Para estipular um parâmetro,
foi definido o critério temperatura de cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim como um
corpo metálico que, em seu aquecimento, passa desde o vermelho até o branco, quanto
mais claro o branco (semelhante à luz diurna ao meio-dia), maior é a temperatura de cor
(aproximadamente 6500K). A luz amarelada, como de uma lâmpada incandescente, está
em torno de 2700 K. É importante destacar que a cor da luz em nada interfere na eficiência
energética da lâmpada, não sendo válida a impressão de que quanto mais clara, mais
potente é a lâmpada [8]. As lâmpadas com temperatura de cor correlata abaixo de 3100K
são consideradas lâmpadas de cores “quentes”, acima de 4100K lâmpadas cores “frias”.
Entre o intervalo de 3100 K a 4100 K são consideradas de cores neutras ou moderadas,
como mostra a Figura 1.3.
O conforto visual em ambientes mais iluminados (escritórios, industrias) é recomendado a
utilização de lâmpadas com aparência de cor mais fria e para ambientes menos iluminados
(quartos) lâmpadas com aparência de cor mais quentes [3].
13
Figura 1.3 – Exemplo de temperatura de cor.
1.5.3 Índice de reprodução de cores
Objetos iluminados podem parecer diferentes, mesmo se as fontes de luz tiverem idêntica
tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes podem
ser identificadas através da reprodução de cores, e de sua escala qualitativa de índice de
reprodução de cores (IRC). O metal sólido quando aquecido até irradiar luz foi utilizado
como referência para se estabelecer níveis de reprodução de cor. Define-se que o IRC neste
caso seria um número ideal (100). Sua função é como dar uma nota (de 1 a 100) para o
desempenho de outras fontes de luz em relação a este padrão. Portanto, quanto maior a
diferença na aparência de cor do objeto iluminado em relação ao padrão (sob a radiação do
metal sólido) menor é seu IRC.
A qualidade de reprodução das cores da lâmpada utilizada vai influir diretamente nas cores
da decoração, alterando ou mantendo as cores escolhidas. A capacidade das lâmpadas
reproduzirem bem as cores (IRC) independe de sua temperatura de cor (K). Existem tipos
de lâmpadas com três temperaturas de cor diferentes e o mesmo IRC [8].
1.6
Conclusão
Os conceitos básicos e os principais parâmetros utilizados em luminotécnica, as lâmpadas
de descarga de baixa e alta pressão e o cenário atual da iluminação no Brasil foram
14
apresentados neste capítulo. Pode-se verificar a importância da utilização de sistemas de
iluminação mais eficientes e a necessidade de um estudo mais aprofundado das lâmpadas
de descarga, principalmente nas lâmpadas de descarga de baixa pressão que é o foco deste
trabalho.
15
2
2.1
LÂMPADA FLUORESCENTE
Introdução
Neste capítulo será apresentada uma revisão bibliográfica relativa as lâmpadas
fluorescentes com especial destaque para: as estruturas básicas, o comportamento elétrico,
as característica de iluminação, os principais tipos de lâmpadas fluorescentes (um
detalhamento maior é realizado para a lâmpada fluorescente T5), os dispositivos de partida
e uma comparação entre as lâmpadas fluorescentes T5, T8 e metálica (HID).
2.2
Estrutura da lâmpada fluorescente
As partes básicas que constituem uma lâmpada fluorescente de "cátodo quente'' são
mostradas na Figura 2.1. Embora haja vários tamanhos e formas de lâmpadas
fluorescentes, os tipos mais usados têm um bulbo tubular com um filamento e uma base em
cada uma das duas extremidades do tubo [4].
2.2.1 Bulbos
A forma e o tamanho do bulbo de uma lâmpada fluorescente são expressos por código
consistindo na letra “T”, que designa que o bulbo é tubular, seguida por número que
representa o diâmetro do bulbo em oitavos de polegada. Eles variam em diâmetro de T5
(5/8 de polegada ou 15,9 mm) a T17 (2 1/8 de polegada ou 53,9 mm). Em comprimento as
lâmpadas fluorescentes variam entre 152,4 a 2438,4 mm (6 a 96 polegadas) e são sempre
medidas da parte posterior de um soquete até a parte posterior do outro soquete (distância
entre os pinos).
16
Figura 2.1 – Elementos básicos de uma lâmpada típica fluorescente de cátodo quente.
2.2.2 Fósforos
A cor ou comprimento de onda da luz produzida pela lâmpada fluorescente depende da
composição do fósforo usado no revestimento da parte interna do tubo. Através da
combinação em várias proporções de diferentes fósforos é possível produzir uma grande
variedade de cores. Novas cores fluorescentes foram desenvolvidas com o uso de fósforo
de terras raras, trifósforo. A partir da mistura das três cores primárias: azul, verde e
vermelho é possível a obtenção de praticamente todas as tonalidades de “branco” com um
bom índice de reprodução de cor e alta eficiência.
2.2.3 Filamentos
O filamento é geralmente um fio de tungstênio espiralado dupla ou triplamente que se
encontra disposto nas extremidades da lâmpada fluorescente. O revestimento do fio de
tungstênio é de um material (óxido de bário, estrôncio e cálcio) que emite elétrons quando
aquecido a uma temperatura de cerca de 950oC. A esta temperatura, os elétrons são
liberados abundantemente com apenas uma pequena perda de alguns watts em cada
filamento. Este processo é chamado de emissão termiônica, porque o calor é mais
responsável pela emissão dos elétrons do que a tensão [4].
17
2.2.4 Bases
Para a lâmpada de partida convencional e para a lâmpada de partida rápida são necessários
4 contatos elétricos, 2 em cada extremidade da lâmpada. Na família convencional das
lâmpadas fluorescentes utiliza-se uma base com dois pinos (bipino) em cada extremidade.
Há três tamanhos: bipino miniatura para bulbos T5, bipino médio para bulbos T8 e T12 e
bipino mogul para bulbos T17. As lâmpadas de alto fluxo luminoso (HO) possuem bases
de duplo contato embutido. Já as lâmpadas de partida instantânea necessitam de apenas
dois contatos elétricos, um em cada extremidade da lâmpada.
2.3
Características de iluminação das lâmpadas fluorescentes
2.3.1 Eficácia
A Sociedade de Engenharia de Iluminação da América do Norte (IESNA) define eficácia
da lâmpada como “o quociente do fluxo luminoso total emitido pela lâmpada dividido pela
potência total de entrada da lâmpada”. O fluxo luminoso é expresso em lumens por watt
(lm/W). Para lâmpadas fluorescentes e HID deve-se incluir também a potência do reator e
alguma redução do fluxo luminoso associado à combinação entre o reator e a lâmpada para
determinar a eficácia do sistema. A Tabela 2.1 mostra a eficácia de algumas lâmpadas.
Tabela 2.1 – Eficácia das lâmpadas mais comuns.
Fonte de Luz
Potência (watts)
Eficácia da Lâmpada (lm/W)
Incandescente normal
Fluorescente T-5
Fluorescente T-8
Fluorescente compacta
100
28
32
26
17
100
90
70
Vapor de mercúrio
Metálica, baixa potência
175
100
45
80
Metálica, alta potência
Sódio alta pressão, baixa potência
400
70
90
90
Sódio alta pressão, alta potência
250
100
Fonte: Adaptação do IESNA Lighting Handbook.
18
2.3.2 Distribuição da energia
Aproximadamente 60% da energia consumida em uma lâmpada fluorescente branca fria é
convertida diretamente em ultravioleta, com 38% se transformando em calor e 2% em luz
visível, como mostra Figura 2.2. O fósforo transforma cerca de 21% do ultravioleta em luz
visível, com os 39% remanescentes transformando-se em calor. A conversão de 23% de
energia em luz para uma lâmpada fluorescente de 40 watts é aproximadamente o dobro da
porcentagem em uma lâmpada incandescente de 300 watts, que transforma apenas 11 % da
energia de alimentação em luz. A produção de 36% de infravermelho pode ser comparada
com os 69 % de uma lâmpada incandescente de 300 watts [4].
ENERGIA DE ENTRADA
100%
40W
60%
Ultravioleta
60%
24W
2%
38%
39%
Calor
21%
77%
30,7W
36%
41%
Luz Visível
Infravermelho
Calor por conversão
e por condução
23%
9,3W
36%
14,4W
36%
14,4W
Figura 2.2 – Distribuição de energia de entrada em uma lâmpada fluorescente branca fria de 40W.
2.4
Tipos de lâmpadas fluorescentes
2.4.1 Lâmpadas fluorescentes tubulares de partida convencional
As primeiras lâmpadas fluorescentes introduzidas em 1938 eram do tipo partida
convencional, as quais necessitavam de starters separados para o acendimento. Todas as
lâmpadas de partida convencionais têm bases do tipo bipino. Elas variam em potência entre
4 e 90 watts.
19
2.4.2 Lâmpadas fluorescentes tubulares de partida instantânea
As lâmpadas de partida instantânea foram introduzidas em 1944 para eliminar a demora no
acendimento das lâmpadas de partida convencional. A partida instantânea opera sem
starters, com o reator fornecendo uma tensão suficientemente alta para gerar o arco
instantaneamente. Como os filamentos das lâmpadas não precisam de nenhum préaquecimento apenas uma base de um pino é necessária em cada extremidade. As lâmpadas
de partida instantânea variam em potência entre 21 e 75 watts [4].
2.4.3 Lâmpadas fluorescentes tubulares de partida rápida
As lâmpadas de partida rápida, introduzidas no mercado em 1952, partem quase tão
rapidamente quanto às lâmpadas de partida instantânea usando reatores mais eficientes e
menores e em um tempo muito mais curto do que o das lâmpadas de partida convencional.
Elas dependem do aquecimento do filamento, proporcionado pelo transformador auxiliar
do reator para manter a tensão de partida necessária abaixo da usada para lâmpadas de
partida instantânea de mesmo tamanho [4].
2.4.4 Lâmpadas fluorescentes tubulares de alto fluxo luminoso HO
As lâmpadas convencionais, partida instantânea e de partida rápida comuns geralmente
funcionam a 10 watts por cada 30,5 cm de comprimento com uma corrente de lâmpada de
aproximadamente 430 mA. As lâmpadas de alto fluxo luminoso HO (do inglês High
Output) geralmente funcionam a 800 mA e com uma carga de aproximadamente 14 watts
por 30,5 cm de comprimento. As lâmpadas de alto fluxo luminoso variam em potência
entre 60 e 110 watts [4].
2.4.5 Lâmpadas fluorescentes T8
As lâmpadas fluorescentes T8 comumente conhecidas como lâmpadas eficientes de tubo
fino, vêm sendo produzidas no Brasil há cerca de dez anos. O diâmetro destas lâmpadas é
aproximadamente 32% menor do que o das lâmpadas fluorescentes comuns. Elas são
20
produzidas nas potências de 16W e 32W, substituindo diretamente as lâmpadas comuns de
20 e 40W, isto é, proporcionam uma economia de 20% de eletricidade. No Brasil, as
lâmpadas T8 são produzidas tanto empregando o revestimento de fósforos comuns, como o
revestimento trifósforo, que é mais eficiente porém mais caro, sendo importado. A versão
trifósforo produz 5 a 10% mais luz do que as fluorescentes comuns. As lâmpadas
fluorescentes com fósforos comuns custam aproximadamente o mesmo que as lâmpadas
fluorescentes comuns, enquanto que as lâmpadas T8 com trifósforo custam
aproximadamente o dobro[14].
2.4.6 Lâmpadas fluorescentes compactas
Como foi visto anteriormente, as lâmpadas fluorescentes são geradores de ultravioleta
providas de um revestimento de fósforo. Este revestimento converte a radiação ultravioleta
invisível ao olho humano, em outra faixa de radiação, para a qual o olho humano é
sensível, portanto, percebe (enxerga). Para ser eficiente a radiação ultravioleta deve ser
gerada em baixa pressão. Ao mesmo tempo a quantidade de watts por unidade de
comprimento das lâmpadas fluorescentes é bastante restrita e, por esta razão, lâmpadas
com boa eficiência, têm uma forma linear (tubo).
Para miniaturizar, então, esta excelente fonte de luz, de forma que suas dimensões a
tornem de uso compatível com as luminárias e as aplicações das lâmpadas incandescentes,
uso residencial, foi necessário reduzir o diâmetro do bulbo e modificar o gás de
enchimento, de forma a aumentar a tensão de arco e, com isso, a potência, com a mesma
corrente nominal de descarga. Com o emprego desta técnica aumenta a temperatura de
trabalho da parede do tubo da lâmpada, ela só foi viável a partir do desenvolvimento do
chamado trifósforo.
Como todas as lâmpadas de descarga, as lâmpadas fluorescentes compactas necessitam de
um reator que pode ser eletromagnético ou eletrônico, de acordo com o tipo de lâmpada.
As lâmpadas fluorescentes compactas bipino (2 pinos) e com um tubo (twin tube) devido
ao seu reduzido tamanho, baixa potência e alta eficiência, são uma excelente alternativa
para substituir as lâmpadas incandescentes de baixa potência, proporcionando redução no
consumo de energia, maior fluxo luminoso e maior durabilidade (cerca de 1000 horas para
incandescentes e 10000 horas para as fluorescentes compactas). A potência destas
21
lâmpadas varia de 5 a 11W. Para lâmpadas fluorescentes compactas bipino (com starter
interno) somente é indicado o uso de reatores eletromagnéticos de partida convencional
[15].
As lâmpadas fluorescentes compactas de quatro pinos com um tubo são produzidas para
operar com reatores do tipo inversor ou eletrônico. É uma excelente alternativa para
iluminação de emergência e para uso em circuitos de corrente contínua (trem, metrô,
ônibus, avião, etc).
As lâmpadas fluorescentes compactas bipino e com um bulbo duplo (double twin tube)
possuem seu tamanho ainda mais reduzido e são utilizadas na iluminação comercial e
decorativa com baixo consumo de energia. Estão disponíveis em potências de 13 a 26W.
Seu uso somente é recomendado com reatores eletromagnéticos de partida convencional e
para o uso com reatores eletrônicos existe a lâmpada de quatro pinos com um bulbo duplo.
A Figura 2.3 mostra algumas das principais fluorescentes compactas.
Figura 2.3 – Lâmpadas fluorescentes compactas.
2.4.7 Lâmpada fluorescente T5
Na feira de Hanover de 1995 grandes fabricantes europeus apresentaram a T5, uma
lâmpada fluorescente menor em diâmetro, mais curta e mais eficiente, desenvolvida para
ser sucessora da lâmpada T8 [9]. Esta é a nova geração das lâmpadas fluorescentes e
possuem um diâmetro de 16 mm, cerca de 40% menor quando comparado com as
lâmpadas fluorescentes comuns. Esta redução proporciona mais liberdade no
desenvolvimento de luminárias. Camadas de trifósforo em combinação com novas
22
tecnologias de produção proporcionam uma lâmpada altamente eficiente e oferece uma
luminosidade “constante” ao longo de sua vida.
As lâmpadas T5 estão dividas em duas escalas de potências: a T5 standard e a T5HO (do
inglês High Output). As T5 standard foram desenvolvidas para alcançar maior eficiência
com luz direta em aplicações como escritórios e industrias. A T5HO foi desenvolvida para
outras aplicações onde é necessário aumentar o nível de iluminação de um ambiente sem
realizar grandes modificações no sistema já existente. A Tabela 2.2 apresenta um resumo
sobre os diferentes tipos de lâmpadas T5: standard, HO e circular [16] em função das
potências e do seu comprimento.
Tabela 2.2 – Potências das lâmpadas T5 standard, HO e circular.
Padrão (Standard)
HO (High Output)
Circular
14W (22 polegadas)
24W (22 polegadas)
22W (9 polegadas)
21W (22 polegadas)
39W (34 polegadas)
40W (12 polegadas)
28W (46 polegadas)
54W (45 polegadas)
55W (12 polegadas) HO
35W (58 polegadas)
80W (58 polegadas)
Fonte: Catálogo da Philips: SILHOUETTE T5.
A lâmpada T5 é uma lâmpada de baixa pressão de mercúrio, como as demais lâmpadas
fluorescentes, e a geração de luz visível segue o mesmo princípio de descarga das
lâmpadas de baixa pressão de mercúrio, a Figura 1.1 ilustra o processo de geração de luz
visível. Assim como todas as lâmpadas de baixa pressão de mercúrio, estas necessitam de
um limitador de corrente e um dispositivo de partida. As lâmpadas T5 foram desenvolvidas
especialmente para operar com reatores eletrônicos e só obtêm alta eficiência quando
alimentadas por alta freqüência, a operação em baixa freqüência (50 ou 60Hz) não é
recomendada ou suportada [16].
O fluxo luminoso de uma lâmpada de descarga de baixa pressão é determinado pela
pressão do vapor de mercúrio que por sua vez depende da temperatura do spot da lâmpada.
A máxima iluminação da lâmpada é encontrada quando a temperatura do spot está baixa,
aproximadamente 45 °C. No caso das lâmpadas T5 o spot é modificado e chamado de cold
spot e está estampado atrás do eletrodo da lâmpada, também chamado de cold chamber,
como mostra a Figura 2.4.
23
Figura 2.4 – Final da lâmpada com o Cold spot.
A lâmpada T5 foi desenvolvida para obter o máximo fluxo luminoso ao ar livre a uma
temperatura ambiente de 35°C, esta temperatura é a mais comum encontrada no interior
das luminárias [16]. Algumas características sobre as lâmpadas T5:

Máxima temperatura permitida e risco de explosão: a máxima temperatura
permitida na base para as lâmpadas T5, T5HO e T5 circular é de 120oC. As lâmpadas
fluorescentes são lâmpadas de descarga de baixa pressão com temperatura de operação
relativamente baixa. Estas lâmpadas não estão sujeitas a riscos de explosão.

Riscos ao meio ambiente: nas lâmpadas de descarga o mercúrio é a substância
mais significativa que pode causar danos ao meio ambiente. Os efeitos ambientais das
substâncias presentes em uma única lâmpada fluorescente são pequenos mas, a
concentração de lâmpadas em aterros sanitários pode produzir conseqüências perigosas se
não tratadas de maneira segura. Embora a quantidade dessas lâmpadas venha aumentando,
com o avanço da tecnologia das lâmpadas fluorescentes, como por exemplo a lâmpada
fluorescente T5, a qual além de possui uma menor dimensão, apresenta várias vantagens,
tanto de caráter econômico quanto nos aspectos relativos ao meio ambiente. Em primeiro
lugar, dado ao seu maior rendimento energético (lm/W), ela consome menos energia
elétrica durante a operação. Além disso, emprega uma quantidade de mercúrio menor que a
maioria das lâmpadas fluorescentes T8, tem menor depreciação do fluxo luminoso (o que
resulta em tempo de vida econômica mais longa) e, por permitir construir luminárias
menores, possibilita utilizar cerca de 40% menos material na fabricação dos aparelhos e na
24
sua embalagem. Essa última característica leva também a um menor consumo de energia
na fabricação, armazenamento e distribuição de lâmpadas e luminárias [9].

Reator de referência: o reator de referência segundo a norma IEC60081 é um
reator especial indutivo para operação em baixa freqüência ou resistivo para operação da
lâmpada em alta freqüência. Este, é desenvolvido com o propósito de ser um padrão para
ensaios em reatores. Sua principal característica é a estabilidade do quociente entre os
valores eficazes de tensão e corrente na freqüência nominal, o qual deve ser pouco sensível
às variações de corrente, temperatura e influências magnéticas externas [17].

Características elétricas e de iluminação: a tabela abaixo ilustra os valores de
tensão, corrente, potência, fluxo luminoso e eficácia luminosa para as lâmpadas
fluorescentes T5 tubulares da Philips [16], em especial a lâmpada branca fria (Cool White,
840).
Tabela 2.3 – Características elétricas e de iluminação da lâmpada T5 standard, branca fria.
Corrente
Tensão de
Potência de
descarga
lâmpada
lâmpada
(mA)
(V)
(W)
130
89
11
T5 14W
170
82
13,7
220
78
17
130
132
17
T5 21W
170
123
20,7
220
116
25
130
178
23
T5 28W
170
167
27,8
220
156
34
130
220
28
T5 35W
170
209
34,7
220
192
42
Fonte: Catálogo da Philips SILHOUETTE T5.
Tipo da
lâmpada
Fluxo
luminoso
(lm)
1140
1350
1590
1770
2100
2470
2440
2900
3410
3070
3650
4290
Eficácia
(lm/W)
104
96
94
104
100
99
106
104
100
110
104
102
Os dados acima são validos para a lâmpada fluorescente após 100 horas de funcionamento,
temperatura ambiente 35oC, posição horizontal e freqüência de operação de 25 kHz. Uma
corrente de descarga maior do que o máximo ou menor do que o mínimo valor
especificado para cada tipo de lâmpada deverá provocar um efeito negativo na vida da
mesma a menos que um aquecimento extra nos filamentos seja mantido[16].
25

Manutenção do fluxo: a manutenção do fluxo luminoso segundo IEC60081 é a
relação entre o fluxo luminoso da lâmpada em um determinado tempo de sua vida pelo
fluxo inicial. Esta relação normalmente é expressa em porcentagem. Nas lâmpadas
fluorescentes T5 a degradação do fluxo luminoso é de 5% após 8000 horas de operação
(40% da vida média da lâmpada). Como mostra a Figura 2.5.
Figura 2.5 – Manutenção do fluxo luminoso nas lâmpadas fluorescentes T5.

Dependência da temperatura: a lâmpada fluorescente T5 (assim como todas a
lâmpadas fluorescentes) tem suas características de fluxo luminoso (), potência (P) e
tensão de lâmpada (V) alterada de acordo com a temperatura ambiente. A Figura 2.6
representa esta variação, medidas com corrente constante (I).
Figura 2.6 – Dependência da temperatura, lâmpadas T5.
26
A lâmpada T5 alcança seu rendimento máximo à 35oC superior aos das lâmpadas T8
(25oC), relação como mostra a Figura 2.7.
Figura 2.7 – Temperatura ambiente, lâmpada T5 e T8.

Radio interferência: a família de lâmpadas T5, assim como todas as lâmpadas
de descarga de gás operando em alta freqüência, geram impulsos de energia em radio
freqüência. Para evitar problemas de interferências em controles remotos não é
recomendado o uso dos mesmos com faixas de freqüências entre 30-40 kHz ou utilizar
reatores eletrônicos que operem em outras faixas de freqüências [16].
2.5
Circuitos de operação das lâmpadas fluorescentes
As lâmpadas fluorescentes, assim como todas as lâmpadas de descarga de arco, devem
operar com um reator que forneça a tensão necessária para a partida e que limite a corrente
devido a sua característica de resistência negativa. Cada lâmpada fluorescente requer um
reator projetado especialmente para atender suas características elétricas de funcionamento
e de partida. Embora as lâmpadas fluorescentes possam operar utilizando reatores de
indutância, capacitância, resistência e eletrônicos os mais práticos e mais usados destes
quatros são os reatores de indutância (reatores eletromagnéticos) e os reatores eletrônicos.
27
2.5.1 Reatores eletromagnéticos
Os reatores eletromagnéticos para lâmpadas fluorescentes são dispositivos indutivos com
uma bobina ou um autotransformador para limitar a corrente e fornecer a tensão de partida
para a lâmpada. Estes reatores são divididos de acordo com o tipo do circuito para partida
da lâmpada. O circuito de partida da lâmpada fluorescente pode ser dividido basicamente
em 4 tipos: partida convencional, partida instantânea, trigger start e partida rápida. Além
do tipo do circuito de partida os reatores eletromagnéticos podem ser baixo ou alto fator de
potência.

Reator Convencional: quando a tensão da rede é aplicada ao circuito, a
lâmpada inicialmente é um circuito aberto, então toda a tensão da rede é aplicada aos pinos
do starter iniciando a ionização do gás e há uma descarga entre o conjunto de pares
bimetálico e um eletrodo que aquecidos deformam-se fechando os contados. Nestas
condições a corrente de curto do reator circula através do starter e dos filamentos da
lâmpada pré-aquecendo-os. Com os contatos fechados, cessa a ionização do gás e o par
bimetálico se resfria tendendo a retomar a posição inicial abrindo os contatos. A súbita
separação dos contatos provoca um surto controlado de tensão entre os filamentos préaquecidos da lâmpada acendendo-a. A Figura 2.8 mostra o circuito de partida
convencional.
Figura 2.8 - Circuito do reator convencional com starter para uma lâmpada fluorescente.
Se a lâmpada não acender o ciclo de partida é repetido. Uma vez acesa, a tensão através da
lâmpada e do starter cai a um ponto insuficiente para se desenvolver um novo arco. Assim,
o starter não consome energia quando a lâmpada está funcionando, e está disponível para
reinicio imediato por ocasião de novo acendimento.
28

Reator Partida Rápida: o reator possui um circuito primário e um secundário
semelhante ao de um autotransformador e pequenos enrolamentos ligados aos filamentos
das lâmpadas. O circuito principal tem por finalidade fornecer uma tensão adequada aos
extremos de lâmpada para sua partida. Os enrolamentos auxiliares fornecem aos filamentos
uma tensão em torno de 3,5V com o objetivo de pré-aquecer, obtendo-se assim uma
facilidade maior na ionização do gás no interior da lâmpada e conseqüentemente uma
menor tensão nos seus extremos, necessária para acendê-la. Após a partida da lâmpada, o
enrolamento secundário, em virtude da forma do circuito magnético limita a corrente,
tensão e potência na lâmpada a seu valor nominal. Os reatores eletromagnéticos partida
rápida podem ser divididos em reatores simples (para uma lâmpada fluorescente), como
mostra a Figura 2.9, ou reatores duplos (para duas lâmpadas fluorescentes).
Figura 2.9 – Circuito do reator partida rápida para uma lâmpada fluorescente.

Reator Trigger Start: é usado para fazer a partida das lâmpadas fluorescentes de
partida convencional de até 40 watts. Este circuito foi desenvolvido antes do circuito de
partida rápida e é bastante similar a este, pelo fato de fornecer aquecimento contínuo aos
filamentos e não precisar de um starter, a diferença é que a tensão no filamento está em
torno de 8V para poder aquecer os filamentos das lâmpadas com resistência de filamentos
alta. O circuito de partida rápida foi introduzido para minimizar a perda de potência nos
filamentos durante o funcionamento da lâmpada.

Reator Partida Instantânea: foram introduzidos para eliminar a demora de
acendimento das lâmpadas de partida convencional. A partida instantânea opera sem
starters, com o reator fornecendo uma tensão suficientemente alta para gerar o arco
instantaneamente. Como não requer starter, o sistema de iluminação e de manutenção é
simplificado (menor número de cabos para a ligação da(s) lâmpada(s)). Como os
filamentos das lâmpadas não precisam de nenhum pré-aquecimento apenas uma base de
um pino é necessária em cada extremidade. O circuito básico de um reator eletromagnético
tipo partida instantânea é apresentado na Figura 2.10.
29
Figura 2.10 – Circuito do reator partida instantânea para uma lâmpada fluorescente.

Reatores Híbridos: é a união de um reator eletromagnético com um dispositivo
de partida eletrônico. Hoje, no mercado, o mais utilizado é o reator híbrido para duas
lâmpadas de 20W em rede de 220V, que consiste em um reator convencional com um
circuito eletrônico de disparo substituindo o starter, o circuito é mostrado na Figura 2.11.
Figura 2.11 – Reator híbrido para uma lâmpada fluorescente.
Os reatores eletromagnéticos ainda são largamente utilizados no Brasil e no mundo, tais
reatores possuem vantagens como:

Baixo custo;

Alta durabilidade;

Maior resistências às condições ambientais (pó, temperatura, umidade);

Resistentes a falha de lâmpada e na instalação;

Resistentes ao transitório da linha de distribuição;
Os reatores eletromagnéticos possuem algumas desvantagens como:

Baixo rendimento;

Baixa densidade de potência, relação peso/volume;

Ruído audível, dependendo da aplicação;

Geram o efeito estroboscópico e o flicker.
30
A norma NBR5114 [18] está em vigor desde 1998 e estabelece requisitos de desempenho
para reatores de lâmpadas fluorescentes. O desempenho das lâmpadas fluorescentes deve
ser seguido de acordo com a IEC60081 [17].
2.5.2 Reator Eletrônico
O reator eletrônico possui as mesmas funções que os reatores eletromagnéticos no que se
refere à partida e operação da lâmpada fluorescente. O objetivo do reator eletrônico é
aumentar a freqüência de operação de 50 ou 60Hz (freqüência da rede) para algumas
dezenas de kHz. Este aumento da freqüência de operação traz algumas vantagens como:

O gás no tubo não tem tempo de desionizar entre os ciclos de corrente,
contribuindo assim para o aumento do rendimento da lâmpada e conseqüentemente uma
diminuição no consumo de energia (aproximadamente 30% quando comparado com
reatores eletromagnéticos), um aumento na vida útil da lâmpada e eliminação do efeito
cintilante ou flicker;

Redução do efeito estroboscópico;

O indutor requerido para gerar tensão suficiente para ionizar o tubo é pequeno,
então gera menores perdas resistivas e o tamanho do sistema é reduzido;

Possibilidade de controle da partida da lâmpada;

Através de circuitos especiais é possível variar o fluxo luminoso da lâmpada;

Ausência de ruído audível;
Embora a solução do reator eletrônico seja mais complexa e tenha um custo inicial maior,
este se torna atrativo pelo fato de que a lâmpada fluorescente apresenta maior eficiência e o
reator possui menores perdas, proporcionando assim, uma economia de energia elétrica em
relação aos sistemas eletromagnéticos.
Os reatores eletrônicos são divididos de acordo com o tipo de partida (partida rápida e
partida instantânea); fator de potência (alto ou baixo fator de potência); quantidade de
lâmpadas (simples ou duplo). As normas vigentes no Brasil para os reatores eletrônicos são
a NBR1447 – Prescrições de segurança [19] e NBR14418 – Prescrições de desempenho
[20]. A partir de meados de 2003 foi proibida a fabricação de reatores eletrônicos de baixo
fator de potência com potência total (reator mais lâmpada) superior a 60W. Ou seja,
31
reatores duplos para lâmpadas fluorescentes de 32W, 40W e 110W e reatores simples para
lâmpada fluorescentes de 110W devem ser alto fator de potência e possuírem proteção
contra falha de lâmpada (lâmpada sem gás).
A Figura 2.12 ilustra o diagrama de blocos de um típico reator eletrônico alto fator de
potência. A seguir será descrito cada diagrama de bloco.
Figura 2.12 – Diagrama de blocos de um reator eletrônico de alto fator de potência.

Filtro de EMI: o filtro de interferência eletromagnética é encontrado,
normalmente, em reatores de alto fator de potência e sua função principal é suprimir o
ruído de alta freqüência gerado pelo reator eletrônico e pelo circuito pré-regulador do fator
de potência (PFP). A interferência eletromagnética pode ser irradiada ou conduzida. A
norma que especifica limites para a emissão é a CISPR11 [21].

Retificador: é formado por diodos retificadores e pode ser do tipo onda
completa ou dobrador de tensão para operar em tensões de 127 e 220V.

PFP: após a retificação da tensão de alimentação é necessária a inclusão de um
filtro capacitivo, o qual é responsável pela filtragem da tensão retificada conferindo a
mesma um nível baixo de ripple para que o fator de crista da corrente na lâmpada seja
inferior a 1,7 [20]. Porém este capacitor é responsável pela injeção de correntes
harmônicas na rede elétrica que a sua vez resultam em baixo fator de potência. Nos
reatores de alto fator de potência o circuito pré-regulador do fator de potência é
responsável pela filtragem da tensão CC e pela drenagem de uma corrente senoidal em fase
com a tensão da rede elétrica resultando assim em um alto fator de potência, acima de 0,92,
32
e baixa distorção harmônica [20]. A Tabela 2.4 mostra os limites de distorção harmônica
especificadas na IEC 61000-3-2 [22].

Inversor: é responsável pela geração de uma tensão alternada de alta freqüência
que será aplicada na entrada do circuito ressonante. A freqüência utilizada nos reatores
eletrônicos está geralmente acima de 20 kHz, para evitar ruído audível.
Tabela 2.4 – Limites de harmônica de corrente de entrada para equipamentos classe C.
Ordem da
Valor máximo expresso como percentagem da fundamental da
harmônica (n)
corrente de entrada
2
2
3
30 x fator de potência
5
10
7
7
9
5
3
11  n  39
Fonte: Norma IEC 61000-3-2 [22].

Filtro ressonante: é responsável pela geração da tensão de partida e controle
das características elétricas da lâmpada após seu acendimento.

Proteção: para reatores eletrônicos de alto fator de potência e com potência
nominal acima de 60W é obrigatório uma proteção contra falha de lâmpada. Esta proteção
normalmente monitora “sente” quando a lâmpada esta desativada e age sobre o circuito
inversor fazendo com que pare a oscilação.
2.6
Comportamento da lâmpada fluorescente
2.6.1 Característica de resistência negativa
As lâmpadas fluorescentes, assim como todas as lâmpadas de descarga de arco, devem
operar com um reator que limite a corrente. Porque possuem uma característica de
resistência negativa, ou seja, quanto mais a corrente do arco aumenta mais a resistência do
arco diminui. Assim, o arco em uma lâmpada fluorescente se não fosse controlado, se autoalimentaria, drenando tanta corrente que destruiria a lâmpada (queimando os filamentos).
33
A Figura 2.13 mostra a característica típica da tensão e da corrente em uma lâmpada
fluorescente.
Figura 2.13 – Característica de tensão e corrente das lâmpadas fluorescentes.
A tensão de partida da lâmpada (VPART) depende basicamente do comprimento da lâmpada,
diâmetro, pressão do gás, temperatura e tipo de eletrodo. Os valores típicos de tensão
VPART estão em torno de 50 até 1200V. Quando um reator controla a lâmpada e esta
acende, a tensão e a corrente decrescem até um valor nominal VNOM e INOM, que depende
das características do tubo [23].
2.6.2 Lâmpada fluorescente operando em alta freqüência
Em geral as lâmpadas fluorescentes operando acima de 60 Hz possuem sua eficácia
aumentada. A medida em que aumenta a freqüência de operação da lâmpada o fluxo
luminoso cresce. Assim, operando a lâmpada fluorescente em alta freqüência é possível
obter o mesmo fluxo luminoso com uma potência menor quando comparado com 60 Hz.
Todos os tipos de lâmpadas fluorescentes mostram algum aumento de eficácia, umas mais
outras menos. A Figura 2.14 mostra o comportamento da eficácia da lâmpada fluorescente
tubular T12 de 40W [6].
34
Figura 2.14 – Eficácia da lâmpada fluorescente em diferentes freqüências de operação.
A tensão necessária para a partida da lâmpada fluorescente é dependente da freqüência de
operação. Em geral, picos maiores de tensão são necessários para a partida da lâmpada em
60 Hz, enquanto que tensões eficazes maiores são necessárias para partir a lâmpada em alta
freqüência. O aterramento de uma superfície metálica próxima a lâmpada fluorescente,
para auxiliar na partida, possui um efeito maior em lâmpadas fluorescentes operando em
baixa freqüência [24].
A impedância da lâmpada fluorescente operando em alta freqüência é aproximadamente
resistiva. Entretanto, uma verificação mais detalhada das características da lâmpada
fluorescente revela que esta primeira aproximação não leva em conta muitos fenômenos
que podem ser significantes para o desenvolvimento do reator eletrônico. Mas para
condições estáticas, freqüência constante, a lâmpada fluorescente pode ser modelada como
um resistor, nesta condição a curva de tensão e corrente da lâmpada depende da potência
da mesma, como mostra a Figura 2.15. Para uma potência baixa P1 a lâmpada apresenta
uma relativa resistência alta Req1 enquanto que para uma potência maior P2 a resistência é
menor Req2. Para uma mudança rápida da corrente a resposta é aproximadamente linear
(flecha A-B, Figura 2.15) enquanto que para mudanças lentas de correntes a curva VxI
deverá escorregar ao longo da flecha C. A interpretação física desta observação está ligada
a constante de tempo da lâmpada associada com a geração e recombinação dos portadores
no “plasma” da lâmpada fluorescente. Uma mudança rápida de corrente não altera,
consideravelmente, a densidade do “plasma” da lâmpada. Conseqüentemente, a lâmpada
comporta-se para uma primeira aproximação como um resistor linear. Para mudanças
lentas a densidade dos portadores no plasma muda juntamente com a resistência [25].
35
Mudança rápidas
de correntes
Vlamp [Vrms]
Mudança lentas
de correntes Mudança rápidas
de correntes
Ilamp [Arms]
Figura 2.15 – Característica V x I da lâmpada fluorescente operando em alta freqüência, em
diferentes potências.
2.7
Comparação entre a lâmpada fluorescente tubular T5 e T8
As principais diferenças existentes entre as lâmpadas T8 e T5 referem-se à redução no
diâmetro do tubo, de 26 para 16 mm (cerca de 40% menor) e um maior rendimento
luminoso, sob condições normais de operação e de temperatura, na iluminação de
interiores. Além disso, o comprimento do tubo foi reduzido em 50 mm, permitindo o
projeto de aparelhos de iluminação de tamanho menores. Além dessas, as T5 com
trifósforo apresentam também as seguintes vantagens em relação às equivalentes T8 [9]:

Operam somente com reatores eletrônicos de alta freqüência, o que elimina o
efeito fliker (cintilação);

Possuem eficiência de até 104 lm/W;

Sua temperatura ótima de operação é de 35oC, contra 25oC das T8;

Apresentam a mesma luminância para todas as potências de lâmpada (T5
standard), de 17000 cd/m2;

O conteúdo de mercúrio foi reduzido de 15 mg para 3 mg (embora essa
também seja uma característica de alguns tubos T8);

Tem menor depreciação do fluxo luminoso, de apenas 5% após 8000 horas.
36
A luminância produzida pela lâmpada T5, considerando lâmpadas standard (14, 21, 28 e
35W) com trifósforo, é maior do que a T8, mas é menor (em alguns casos) do que as
lâmpadas fluorescentes compactas, como pode ser visto na Tabela 2.5.
Tabela 2.5 – Comparação de luminância entre lâmpadas fluorescentes.
Tipo de lâmpada
Luminância média (cd/m2)
T8 36W
11000
T5 14/21/28/35W
17000
T5 HO 54W
29000
LFC (TC-T) 26W
Dados: Eletricidade Moderna, Setembro 1998.
40000
Para otimizar o desempenho das novas lâmpadas fluorescentes, as luminárias devem
acompanhar estas evoluções, com o uso de novos materiais refletores permitindo um
controle mais preciso da luz emitida pelas lâmpadas fluorescentes. O fator de reflexão total
dos refletores atuais se concentra ao redor de 85% a 87%, porém os novos tratamentos de
superfície para alumínios podem aumentar esse fator para 94 a 95%. Este aumento no fator
de reflexão das luminárias, cerca de 10%, deve-se ao fato de utilizar refletores com
alumínio metalizado ao invés de anodizado [9].
Uma pesquisa, sobre economia de energia, realizada pela fabricante de luminárias sueca
AB FAGERHULT em um novo material refletor para luminárias projetadas especialmente
para T5 mostram que uma luminária especular (adj. relativo a espelho ou a certos
materiais que refletem a luz como um espelho) com louvre (persiana), as quais são
luminárias que apresentam um direcionamento mais preciso da luz, utilizando um refletor
aprimorado pode apresentar um aumento no rendimento de cerca de 35% em comparação
com outra luminária equivalente, também especular e com louvre, porém projetada para
lâmpadas T8 e utilizando um reator eletrônico de alta freqüência e um refletor de alumínio
comum. Em relação a essa mesma luminária, porém operando com reator convencional, o
aparelho projetado para T5 apresenta um incremento de eficiência de cerca de 65%. Desse
aumento global no rendimento, 25% pode ser atribuído à taxa de saída da luminária. A
lâmpada, em si, contribui com um máximo de 7%, com reator eletrônico de alta freqüência,
ou 30% quando comparado com reator convencional.
37
O aumento no rendimento de até 35% em relação à luminária T8 operando com reator
eletrônico, deve-se aos seguintes fatores:

O fluxo luminoso nominal da lâmpada T5 é aproximadamente 7% maior, ou
seja, 95 lm/W contra 89 lm/W (tomando-se o fluxo luminoso nominal para uma lâmpada
T5-28W e o reator eletrônico com corte do aquecimento dos filamentos após a partida da
lâmpada);

Os refletores e louvres da luminária para T5 foram construídos com um novo
material de alumínio de alta refletância (95% contra 86%), o que permite um ganho de
cerca de 10%;

A eficiência luminosa da T5 é de 10% maior que a da T8 à 35oC;

Maior eficiência (aproximadamente 5%), devido ao menor diâmetro da
lâmpada T5.
Tomando-se os valores apresentados acima, a economia de energia, então será de 1,07 x
1,10 x 1,10 x 1,05  35%.
Já na comparação entre as mesmas duas luminárias, porém sem o louvre, o aparelho para
T5 apresentará um aumento do rendimento de apenas 10% sobre a T8 operando com reator
eletrônico de alta freqüência. Neste mesmo caso, o resultado aumenta em 35% se a
luminária T8 for equipada com reator convencional. Desse aumento global no rendimento,
aproximadamente 5% pode ser atribuída à taxa de saída da luminária, devido à menor
temperatura ambiente dentro dela e à menor luz refletida.
As aplicações de iluminação de interiores utilizando luminárias projetadas para lâmpadas
fluorescentes T5 e louvres espelhados mais eficientes serão responsáveis por instalações
com melhor desempenho energético, implicando menos poluição ambiental e melhor uso
dos recursos[9].
2.8
Comparação entre lâmpada fluorescente T5 e a lâmpada de vapor metálico
A feira internacional de iluminação LIGHTFAIR INTERNATIONAL 2004, que ocorreu
em Las Vegas (EUA), é uma das maiores feiras de iluminação do mundo e trás as
tendências, inovações, soluções em iluminação para arquitetos, projetistas e consumidores
em geral. Ocorreram grandes debates comparando as lâmpadas fluorescentes T5HO e as
38
lâmpadas de vapor metálico, em aplicações de iluminação onde a luminária encontra-se
distante da superfície a ser iluminada (em inglês High Bay), como mostra um exemplo na
Figura 2.16.
Nos capítulos anteriores as lâmpadas fluorescente T5 e vapor metálico foram apresentadas
isoladamente. Neste capítulo serão apresentadas algumas características e resultados da
comparação entre as lâmpadas fluorescente T5HO e as lâmpadas de vapor metálico para a
aplicação do tipo High Bay, que foi tema de um dos seminários na LIGHTFAIR
INTERNATIONAL 2004 [10]-[12].
As principais vantagens de um sistema de iluminação do tipo High Bay, utilizando
lâmpadas fluorescentes T5HO 54W (fluorescente tubular T5 de 54W alta saída, High
Output) são:

Fluxo luminoso inicial 5000 lumens @ 35oC;

Vida média de 20000 horas;

Manutenção do fluxo luminoso de 93%;

Possibilidade de projeto de luminárias com diferentes estilos e com diferentes
configurações de lâmpadas;

Maior controle da distribuição da luz;

A possibilidade de controlar o conjunto reator-lâmpada através de dimerização
(reator dimerizável) ou uso de sensores de presença (utilizando reatores com partida rápida
programada que possibilita o acendimento da lâmpada com ciclos de acendimentos
menores sem danificar significativamente a vida média da lâmpada);

Maior rendimento da luminária (dependendo do material do refletor).
Figura 2.16 – Exemplo de aplicação de luminárias com lâmpadas de vapor metálico e lâmpadas
fluorescentes T-5HO.
39
As principais vantagens de um sistema de iluminação do tipo High Bay, utilizando
lâmpadas de vapor metálico com sistema tipo Pulse Start são:

Fonte de luz compacta;

O fluxo luminoso não é afetado, significativamente, com a variação da
temperatura ambiente;

Podem ser utilizadas em ambientes internos e externos;

Possuem alta eficácia em lumens por watt;

Fácil e preciso controle óptico da iluminação;

As lâmpadas podem acender em temperaturas inferiores à - 40oC.
Para verificar a viabilidade econômica da utilização de um sistema de iluminação com lâmpadas
T5HO operando em aplicações do tipo High Bay, é realizada uma comparação com a lâmpada de
vapor metálico, como mostra a
Tabela 2.6 [11].
Tabela 2.6 – Estudo de viabilidade econômica do uso das lâmpadas T5HO em sistemas de
iluminação do tipo High Bay.
4 Lâmpadas
6 Lâmpadas
T5HO-54W
T5HO-54W
Fluxo luminoso inicial (lm)
36000
20000
30000
Fluxo luminoso médio (lm)
23500
18600
27900
Manutenção do fluxo luminoso (%)
65
93
93
Potência do sistema (W)
452
234
351
High Bay com High Bay com
High Bay com
Tipo da luminária
refletor
refletor
alumínio
specular
specular
Rendimento luminária (%)
70-75
90-95
90-95
Vida da lâmpada (horas)
20000
20000
20000
Eficácia Inicial/ Média (lm/W)
80/51
86/80
86/80
Custo da energia por ano
$211
$109
$164
Custo do retrofit
-$260
$320
Retorno do investimento (anos)
-2,5
6,8
Baseado em um custo de energia de $0,08kWh. Operando 5840 horas por ano.
Fonte: “The Great Debate T5HO vs. HID”, OSRAM SYLVANIA.
Tipo da Lâmpada
400W Metálica
40
Se nesta mesma instalação for utilizado sensor no sistema de iluminação das lâmpadas
T5HO poderá haver uma redução no consumo de energia de aproximadamente 30%.
Assim, o retorno do investimento é alcançado em 2,2 anos para o sistema utilizando
luminárias com 4 lâmpadas e 3,8 anos para 6 lâmpadas.
Figura 2.17 – Iluminância em um sistema de iluminação utilizando lâmpadas de vapor metálico e
lâmpadas fluorescentes T5HO.
A Figura 2.17 mostra a iluminância (em diagrama de cores) de um sistema de iluminação do tipo
High Bay, para a análise mostrada na
Tabela 2.6, utilizando luminárias com lâmpadas de vapor metálico de 400W e luminárias
utilizando seis lâmpadas fluorescentes T5HO de 54W. Verifica-se que utilizando as
lâmpadas de vapor metálico existem partes com pouca iluminância (regiões mais baixas)
enquanto que com a utilização do sistema com lâmpadas fluorescentes T5HO existe uma
melhor distribuição da luz, com um nível de iluminância maior.
2.9
Conclusão
Neste capítulo foram apresentadas algumas estruturas das lâmpadas fluorescentes
juntamente com o comportamento elétrico, característica de iluminação, principais
lâmpadas fluorescentes, dispositivos de partida e uma comparação entre as lâmpadas
fluorescentes T5, T8 e metálica (HID).
41
Na comparação entre a lâmpada fluorescente T5 e T8 pode-se observar que devido às
vantagens das lâmpadas T5 existe uma grande possibilidade de que as estas substituirão as
lâmpadas fluorescentes T8.
Na comparação entre a lâmpada fluorescente T5 e a lâmpada de vapor metálico pode-se
observar que as lâmpadas T5 podem conquistar novas aplicações onde antes era restrito
para as lâmpadas de vapor metálico.
42
3
3.1
EXPECTATIVA DE VIDA DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES T5
Introdução
O método tradicional do teste da vida de uma lâmpada fluorescente pode levar até três anos
para ter um resultado específico da combinação lâmpada e reator. Com o desenvolvimento
de muitas lâmpadas e novos fabricantes no mercado, usuários finais e específicos
necessitam informações sobre a compatibilidade e rentabilidade de lâmpadas fluorescente e
reatores. Tendo em vista esta necessidade, pesquisas têm sido realizadas usando vários
métodos de ciclos para reduzir o tempo de teste requerido.
Neste capitulo serão apresentados alguns métodos de teste de ciclos, especificações para a
partida e operação da lâmpada T5 e o método utilizado neste trabalho para a determinação
da vida da lâmpada fluorescente T5.
3.2
Testes de ciclos rápidos para lâmpada fluorescente
Para determinar a relação da vida da lâmpada fluorescente, a Sociedade de Engenharia de
Iluminação da América do Norte em inglês Illuminating Engineering Society of North
America (IESNA) especifica um método de teste. A partir de um teste realizado com um
grande número de amostras de lâmpadas operando em um ciclo de 3 horas ligadas e 20
minutos desligadas é determinando o tempo médio até a falha. Recentemente, métodos de
ciclos rápidos têm sido propostos e realizados para tentar reduzir o tempo de teste [26][30]. Os métodos de ciclos rápidos consistem da aplicação de vários ciclos de liga-desliga,
como por exemplo: 10 segundos ligada, 10 segundos desligada; 40 segundos ligada, 20
segundos desligada; 5 minutos ligada, 5 minutos desligada; e 15 minutos ligada, 5 minutos
desligada. No entanto, a natureza desta relação entre ciclos rápidos e o método da IESNA
não tem sido determinada [29].
A vida da lâmpada fluorescente é determinada pela perda da cobertura do material
emissivo de elétrons dos filamentos (eletrodos). Algumas das coberturas são corroídas no
eletrodo a cada vez que a lâmpada é ligada; evaporação adicional e erosão também
ocorrem durante a operação da lâmpada. A temperatura do eletrodo afeta diretamente a
evaporação e erosão do material emissivo, afetando assim a vida da lâmpada. Como a
43
temperatura do eletrodo é difícil de ser medida diretamente, sua resistência pode ser usada
como parâmetro [29]. Além disso, os dados do teste de ciclos rápidos podem não refletir os
dados do teste de ciclo padrão, tendo em vista que os eletrodos da lâmpada podem não
esfriar completamente durante o tempo em que a lâmpada esta desligada. Assim, o teste de
ciclo rápido pode causar menos danos aos eletrodos da lâmpada durante a partida.
Em 1950 Vorlander e Raddin (por Robert Davis [29]) operaram grupos de lâmpadas
fluorescentes em sete diferentes ciclos e forneceram dados da relação entre ciclos por horas
de operação e a vida média da lâmpada fluorescente, a Tabela 3.1 e Figura 3.1 mostram
estes dados e ilustram que os ciclos curtos reduzem o tempo de teste requerido. A Figura
3.1 também mostra uma predição relacionando o teste de ciclos curtos e o teste padrão. No
entanto, estes dados foram coletados para lâmpadas de 1940, e eles não realizaram ciclos
menores que 0,5 horas ligado ou 20 minutos desligado [29].
Tabela 3.1 – Efeito da partida da lâmpada
Ciclos
Ligado
Desligado
Vida média
(horas)
0,5 hora
20 minutos
1688
3398
1 hora
20 minutos
2531
2558
2 horas
20 minutos
3590
1827
4 horas
2 horas
4177
1075
8 horas
8 horas
5120
650
16 horas
4 horas
6300
400
Contínuo
7700
FONTE: Vorlander e Raddin,1950 por Robert Davis 1996 [29].
Figura 3.1 – Vida média por ciclos de operação.
44
Partida média
40
Mais recentemente, Garbowicz (1994) e Garbowicz e Jug (1995) (por Rober Davis)
testaram ciclos com 3 horas ligada, 20 minutos desligada e 20 segundos ligada, 40
segundos desligada com vários reatores eletromagnéticos e reatores eletrônicos. Estes
estudos focaram uma comparação entre o efeito de diferentes reatores na vida da lâmpada
com o teste de ciclo rápido e o teste de ciclos padrão. Devido à utilização de diferentes
lâmpadas e combinações de reatores em diferentes ciclos, não é possível estabelecer uma
relação entre os dados dos ciclos. Entretanto este estudo demonstra a importância de uma
técnica de ciclo rápido para um fabricante [29].
Robert Davis (1996) menciona que muitos fabricantes usam várias técnicas de testes de
ciclos. No entanto, a maioria dos dados não é publicada, desta forma estas técnicas não
podem ser submetidas a um processo de revisão. Métodos de ciclos rápidos são objetivados
a reduzirem o tempo de teste requerido para garantir os dados da vida da lâmpada.
Todavia, os resultados dos testes de ciclos rápidos são difíceis de serem interpretados na
prática e podem ser enganadores, a partir da relação entre a danificação feita nos eletrodos
da lâmpada durante o ciclo rápido e a danificação que ocorre o na aplicação real. Como
proposta, para realizar um teste de ciclo rápido é necessário prover um fundamento para
determinar um tempo apropriado de desligamento para a lâmpada fluorescente. Este tempo
de desligamento foi encontrado através da medida da resistência nos eletrodos da lâmpada
fluorescente.
3.2.1 Medida da resistência dos eletrodos para as lâmpadas T8 e T12
A resistência dos eletrodos para as lâmpadas T8, T12 e compactas foram medidas por
Robert Davis (1996) durante um intervalo de tempo após a extinção da corrente (desligar a
lâmpada). A resistência do eletrodo da lâmpada está ligada diretamente com a temperatura
do eletrodo, o resultado também indica quanto tempo a temperatura no eletrodo leva para
estabilizar. A resistência inicial dos eletrodos foi medida sem a lâmpada ter sido sazonada.
Após as lâmpadas serem sazonadas por um período de 100 horas as medidas da resistência
do eletrodo foi realizada novamente.
Para medir as mudanças da resistência do eletrodo durante um intervalo de tempo um
reator fica operando a lâmpada por um período de 15 minutos para garantir a temperatura
normal de operação. Após a lâmpada ser desligada a medida da resistência do eletrodo é
45
realizada. Alguns resultados são mostrados na Tabela 3.2 e graficamente nas Figura 3.2 e
Figura 3.3. O resultado para as lâmpadas T8 e T12 são diferentes do resultado das
lâmpadas compactas. Com as lâmpadas T8 e T12, quase todas as resistências decrescem
durante o primeiro minuto 93% e após cinco minutos decrescem 95%. Os resultados
mostram que para qualquer teste de ciclo rápido, se a lâmpada ficar desligada menos por
um minuto, o eletrodo não esfria completamente. Isto reduz a degradação do filamento
durante a partida da lâmpada, e provavelmente resultará em um número maior de ciclos
antes do fim da vida da mesma. Para ter um teste de vida significativo recomenda-se cinco
minutos como o tempo mínimo para a lâmpada permanecer desligada em qualquer teste de
ciclo rápido. Com este tempo assegura-se que a resistência do eletrodo (e sua temperatura)
quase retorne a sua temperatura nominal “a frio”. Entretanto, este experimento somente
determina o tempo em que a lâmpada ficará desligada. Mas o tempo em que a lâmpada
permanecerá ligada também é um dado importante, pois a vida da lâmpada é afetada pela
partida e pelo tempo em que permanece ligada. Alguns fabricantes de lâmpadas sugerem
que a lâmpada deva permanecer ligada durante um intervalo de cinco a sete minutos, no
teste de ciclo rápido, para ajudar a “curar” o eletrodo para que no próximo ciclo de partida
a perda de material emissivo seja reduzido [29].
Tabela 3.2 – Produtos testados no experimento resistência do eletrodo
Lâmpada
Potência
da
Lâmpada
Tipo do
Reator e
Partida
F40T12
40W
Magnético
partida rápida
Resistência Resistência
Inicial
Sazonada
(ohm)
(ohm)
1,81
17
F40T12
40W
4,53
1,81
F32T8 FAB A
32W
13,58
2,58
Eletrônico
partida rápida
F32T8 FAB B
32W
8,41
3,11
F32T8 FAB C
32W
9,09
3,09
FONTE: Rapid-Cycle Testing for Fluorescent Lamp, Robert Davis 1996.
40
19
37
34
46
10,65
% do
Inicial
Figura 3.2 – Comportamento da resistência do eletrodo para lâmpada fluorescente de 40W T12,
com reator eletrônico.
Figura 3.3 – Comportamento da resistência do eletrodo para lâmpada fluorescente de 32W
fabricante A, com reator eletrônico.
3.2.2 Medida da resistência dos eletrodos para as lâmpadas T5
O mesmo teste realizado por Robert Davis, para medir o tempo que leva para a estabilidade
térmica do filamento após a lâmpada ter sido desligada, será apresentado para a lâmpada
fluorescente T5 de 28W.
Inicialmente as resistências dos eletrodos foram medidas e após serem sazonadas por um
período de 100 horas as medidas das resistências dos eletrodos foram realizadas
novamente. Para medir as mudanças da resistência do eletrodo durante um intervalo de
tempo um reator ficou operando a lâmpada por um período de 15 minutos para garantir a
temperatura normal de operação. Após a lâmpada ser desligada a medida da resistência do
47
eletrodo foi realizada através de um DIGITAL OHMMETER VALHALLA SCIENTIFIC
4100 ATC a uma corrente de 10mA em intervalos de 10 segundos entre cada medida,
durante 11 minutos em uma temperatura ambiente de 25oC. Alguns resultados são
mostrados na Tabela 3.3 e a medida temporal da resistência nas Figura 3.4, Figura 3.5 e
Figura 3.6.
Figura 3.4 – Resistência da lâmpada Sylvânia T5 (%), durante o resfriamento do eletrodo.
Analisando os dados da tabela verifica-se que a lâmpada fluorescente tubular T5 não
variou significativamente o valor da resistência dos eletrodos após 100 horas de operação
com um reator eletrônico partida rápida com desligamento da corrente nos filamentos.
Tabela 3.3 – Resistências iniciais das lâmpadas testadas
Tipo do Reator Resistência
e Partida
Inicial (ohm)
Lâmpada
Sylvânia Luxline Plus FEH
28W/T5 Cool White (840)
Osram Lumilux FH
28W/T5 Cool White (840)
Philips MASTER TL5 HE
28W Cool White(840)
01
02
01
02
01
02
Eletrônico
Partida rápida
8,34
8,32
8,86
8,63
9,72
9,71
Resistência
% do
Sazonada
Inicial
(ohm)
8,2
98,3
8,21
98,7
8,74
98,7
8,55
99,1
9,35
99,7
9,32
99,9
Com as lâmpadas T5, quase todas as resistências decrescem durante o primeiro minuto
(80%) e após cinco minutos decrescem (95%). Só após onze minutos as resistências
alcançam o resfriamento total (100%).
48
Figura 3.5 – Resistência da lâmpada Osram T5 (%), durante o resfriamento do eletrodo.
Figura 3.6 – Resistência da lâmpada Philips T5 (%), durante o resfriamento do eletrodo.
Estes resultados são similares aos das lâmpadas T8 e mostram que, para um teste de ciclo
rápido, se a lâmpada ficar desligada menos de um minuto o eletrodo não vai esfriar
completamente. Assim, reduzirá a degradação dos filamentos durante a partida da lâmpada,
e provavelmente resultará em um número maior de ciclos até o fim da vida da lâmpada.
Para ter um teste de vida mais significativo é necessário um tempo mínimo de cinco
minutos para a lâmpada permanecer desligada. Com este tempo assegura-se que a
resistência do eletrodo (e sua temperatura) retorne a sua temperatura nominal “a frio”.
49
3.3
Tempo de vida médio para a lâmpada fluorescente T5
Se a lâmpada fluorescente T5 estiver operando com um reator eletrônico que forneça as
características nominais para o funcionamento e partida (como será apresentado abaixo)
está terá um tempo de vida médio de 20000 horas, quando aplicado um ciclo de 3 horas
ligada e 15 minutos desligada. As curvas publicadas pelo fabricante da lâmpada (Philips)
mostram valores médios e são baseadas em um grande lote de produção e testadas em
condições de laboratório como especifica a norma IEC 60901(1996). Na prática a
performance individual das lâmpadas, ou grupos de lâmpadas, pode variar da média. A
expectativa média da vida da lâmpada ocorre quando 50% da grande maioria das lâmpadas
queima, como mostra a Figura 3.7.
Figura 3.7 – Expectativa de vida em um ciclo de 3 horas para a lâmpada T5.
A vida média da lâmpada é afetada por vários motivos dentre eles encontra-se a freqüência
de chaveamento, quanto maior do que o especificado pela IEC (165 minutos ligada, 15
minutos desligada) menor será a vida da lâmpada. A Tabela 3.4 mostra um exemplo do
ciclo de operação e a influência na vida da lâmpada [16].
Tabela 3.4 – Influência da vida da lâmpada sobre diferentes ciclos de operações.
Ciclo de operação, tempo em min.
Vida da lâmpada
690 ligada, 30 desligada
115%
165 ligada, 15 desligada
100%
90 ligada, 15 desligada
90%
45 ligada, 15 desligada
Fonte: Catálogo da Philips SILHOUETTE T5.
50
80%
Alguns fabricantes de lâmpadas como a GE Ligthing apresenta em seu catálogo Starcoat
T5 a performance de suas lâmpadas sobre um teste de ciclo rápido de 30 segundos ligada e
4,5 minutos desligada. As lâmpadas fluorescentes T5, sob a condição de teste de ciclo
rápido, apresentam uma durabilidade maior do que 20000 ciclos [31].
3.4
Recomendações para o desenvolvimento de reatores eletrônicos para lâmpadas
T5
A ótima performance da lâmpada fluorescente depende principalmente das propriedades do
reator utilizado. Como todas as fontes de luz de descarga de gás, as lâmpadas fluorescentes
não funcionam se ligadas diretamente na rede de alimentação, pois elas necessitam um
dispositivo (reator) que basicamente: limite e estabilize a corrente na lâmpada, forneça a
tensão de ignição necessária para acender a lâmpada e controle a energia para aquecer os
filamentos durante a partida.
3.4.1 Características de pré-aquecimento
Como todas as lâmpadas fluorescentes, as lâmpadas T5 possuem eletrodos com material
emissivo facilitando a ignição, contanto que a temperatura seja alta o suficiente. A melhor
forma para acender uma lâmpada fluorescente T5 é pré-aquecendo os eletrodos sem aplicar
sobre a mesma uma tensão capaz de ascendê-la, somente após o período de préaquecimento deve-se aplicar a tensão mínima para seu acendimento [16] e [31].
Normalmente dois métodos são utilizados para a partida da lâmpada por pré-aquecimento
dos filamentos: pré-aquecimento controlado por corrente e pré-aquecimento controlado por
tensão.
Dependendo do tempo permitido para o pré-aquecimento o reator deverá fornecer a
corrente ou a tensão dentro dos limites especificados nas Tabela 3.5 e Tabela 3.6 ou
encontrados na IEC60081 [17]. Se os limites forem ultrapassados ou não alcançados um
escurecimento nas extremidades da lâmpada (do inglês end-blackening) se formará
precocemente e a vida útil da lâmpada será afetada.
51
Tabela 3.5 – Pré-aquecimento controlado por corrente para as lâmpadas T5 standard.
Tempo de pré-aquecimento
Corrente de préaquecimento
0,5s
1,0s
1,5s
2,0s
3,0s
RSUBS
Min. mA (RMS)
290
235
210
200
185
30
Max. mA (RMS) 385
Fonte: Catálogo da Philips SILHOUETTE T5.
310
280
265
245
30
Tipo da lâmpada
14, 21, 28 e 35W
Tabela 3.6 – Pré-aquecimento controlado por tensão para as lâmpadas T5 standard.
Tempo de pré-aquecimento
Tensão de préaquecimento
0,5s
1,0s
1,5s
2,0s
3,0s
RSUBS
Min. V (RMS)
8,8
7,0
6,4
6,0
5,6
30
Max. V (RMS)
11,6
Fonte: Catálogo da Philips SILHOUETTE T5.
9,3
8,4
7,9
7,4
30
Tipo da lâmpada
14, 21, 28 e 35W
3.4.2 Tensão de ignição
A tensão de ignição ou tensão de circuito aberto é muito importante para o acendimento e
determinação da vida útil da lâmpada. A tensão de ignição para um circuito com préaquecimento dos filamentos deve respeitar dois limites: tensão máxima de circuito aberto
durante o período de pré-aquecimento e tensão mínima de circuito aberto após o período de
pré-aquecimento. Dependendo da temperatura ambiente onde se encontra a lâmpada
fluorescente os valores de tensões são diferentes. As tensões de circuito aberto para
reatores alimentando lâmpadas fluorescentes tubulares standard T5 são mostradas na
Tabela 3.7 [16].
A ignição da lâmpada T5 sem pré-aquecimento é abordada de diferentes formas,
dependendo do fabricante.
As lâmpadas PHILIPS T5 podem ser partidas sem um pré-aquecimento. Mas isto deverá
provocar um maior desgaste em seus filamentos. Por esta razão, não é recomendada a
ignição da lâmpada sem pré-aquecimento em aplicações onde é requerido um ciclo
freqüente de ligar e desligar a lâmpada. Entretanto, a ignição da lâmpada sem préaquecimento pode ser uma opção para aplicações onde o ciclo de ligar e desligar a lâmpada
52
não forem freqüentes, ou seja, em aplicações onde o intervalo entre os ciclos ultrapassa
oito horas [32].
Tabela 3.7 – Tensão de circuito aberto para um reator eletrônico com pré-aquecimento.
Potência da lâmpada
Max. durante pré-aquecimento
V(RMS)
Min. para a ignição
V(RMS)
Max. durante pré-aquecimento
V(RMS)
21W
Min. para a ignição
V(RMS)
Max. durante pré-aquecimento
V(RMS)
28W
Min. para a ignição
V(RMS)
Max. durante pré-aquecimento
V(RMS)
35W
Min. para a ignição
V(RMS)
Fonte: Catálogo da Philips SILHOUETTE T5.
14W
Temperatura ambiente
10oC a 60oC -15oC a 60oC
130
130
230
275
200
200
340
390
240
240
425
530
275
275
530
700
As lâmpadas fluorescentes T5 OSRAM não são indicadas para aplicações onde a partida
da lâmpada é realizada sem pré-aquecimento dos filamentos (partida instantânea). Neste
tipo de aplicação pode haver uma redução significativa na vida útil das lâmpadas,
comprometendo assim o sistema de iluminação [33].
3.5
Conclusão
Neste estudo a técnica utilizada por Robert Davis para determinar o tempo em que a
lâmpada (T8, T12 e CFL) deve ficar desligada no teste de ciclo, para que a temperatura no
eletrodo da lâmpada alcance seu valor inicial, foi utilizada para a determinação do tempo
em que a lâmpada de 28W/T5 deve permanecer desligada para que a temperatura no
filamento atinja a temperatura ambiente “esfrie”.
Com a determinação dos tempos do teste de ciclo rápido, tempo da lâmpada desligada e
ligada, será realizado um teste de ciclo comparando três reatores eletrônicos para uma
lâmpada fluorescente de 28W/T5: reator eletrônico sem controle de pré-aquecimento,
reator eletrônico com controle do pré-aquecimento para a lâmpada fluorescente e um reator
eletrônico encontrado no mercado brasileiro (sem pré-aquecimento).
53
4
ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO REATOR
ELETRÔNICO SEM CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO
4.1
Introdução
A seguir serão apresentadas as principais topologias utilizadas para implementar a etapa de
potência e o circuito ressonante em reatores eletrônicos.
Com base nestas informações, será realizado o estudo e a desenvolvimento de um reator
eletrônico sem controle do pré-aquecimento para a lâmpada fluorescente tubular T5 de
28W. Este estudo servirá de base para o desenvolvimento do reator eletrônico com préaquecimento controlado por tensão para a lâmpada fluorescente tubular T5. Este reator
também será utilizado para o teste de ciclo rápido comparando seu desempenho com o
reator com pré-aquecimento controlado.
4.2
Topologia dos circuitos para a etapa de potência
Na maioria das aplicações os reatores eletrônicos utilizam circuitos ressonantes juntamente
com circuitos auto-oscilantes, por apresentarem baixo custo e desempenho eficaz no
controle das chaves [34]. Os tipos de circuitos mais utilizados em reatores eletrônicos são
[34]-[36]: reator eletrônico ressonante paralelo ou meia ponte alimentado por corrente (do
inglês current fed half-bridge resonant circuits), reator eletrônico ressonante série ou meia
ponte alimentado por tensão (do inglês voltage fed half-bridge circuits) e o reator
eletrônico push-pull alimentado por corrente (do inglês current-fed push-pull electronic
ballast). A seguir será apresentado o principio de funcionamento destes circuitos, as suas
principais características e uma comparação entre as diferentes topologias.
4.2.1 Reator eletrônico auto-oscilante ressonante paralelo
O circuito típico de um reator eletrônico auto-oscilante ressoante paralelo é mostrado na
Figura 4.1. Durante o transiente de partida, o capacitor C6 em série com C5 magnetiza o
transformador T1 e uma alta impedância passa a ser vista pelo capacitor C3 que deverá
54
oscilar resultando em uma alta tensão através dos transistores TR1 e TR2. Neste momento se
o circuito de disparo for acionado, o circuito começará a oscilar em uma freqüência maior
que a freqüência de regime. A tensão de circuito aberto do transformador é aplicada nas
lâmpadas acendendo-as. O circuito de disparo é formado pelo resistor R1, R2, pelo
capacitor C2 e pelo diac D2.
T1:1
TR1
C5
R1
T2:1
D5
D3
+
-
C3
C1
C4
D2
LAMP2
V1
LAMP1
T2
D1
TR2
C6
R2
T2:2
C2
D4
C7
C8
T1:2
Figura 4.1 – Reator eletrônico ressonante paralelo, com partida instantânea das lâmpadas.
Uma vez a lâmpada acesa a freqüência de operação diminui e a corrente através da
lâmpada é controlada pelos capacitores C7 e C8. Após a estabilização, a tensão no transistor
entre coletor e emissor é de /2VCC, onde a tensão CC é a tensão no capacitor C1. Os
diodos em anti-paralelo D4 e D5 conduzem antes que os transistores entrem em condução,
assim, os transistores trabalham em ZVS (comutação em tensão zero) na entrada de
condução. O tanque capacitivo atua como um capacitor de snubber fazendo com que os
transistores sejam bloqueados suavemente. Desta forma, as perdas por chaveamento em
um reator eletrônico ressonante paralelo são bem reduzidas. Outra característica deste
circuito é que ele possui uma proteção intrínseca, ou seja, quando a saída é colocada em
curto-circuito ou quando as lâmpadas forem removidas o circuito não é danificado [34].
4.2.2 Reator eletrônico auto-oscilante ressonante série
Esta configuração de circuito pode ser considerada como dual do reator eletrônico
ressonante paralelo, ou seja: no circuito paralelo a tensão nos transistores entre coletor55
emissor é aproximadamente senoidal e a corrente de coletor possui um formato quadrado;
no circuito série a tensão entre coletor e emissor é aproximadamente quadrada e a corrente
de coletor possui um formato senoidal. Um reator típico é mostrado na Figura 4.2.
C4
TR1
R1
T1:2
LAMP1
D5
D3
D1
T1:1
V1
+
-
C3
C1
D2
TR2
L1
R2
T1:3
C2
D4
Figura 4.2 – Reator eletrônico auto-oscilante ressonante série, partida rápida.
O principio de funcionamento é similar ao reator eletrônico ressonante paralelo. O circuito
começa a oscilar quando a tensão no capacitor C2 atinge a tensão de disparo do diac D2,
aplicando um pulso de corrente na base do transistor TR2 fazendo com que ele entre em
condução. Esta topologia proporciona uma tensão nos transistores igual à tensão no
capacitor C1, isto é, menor que o reator eletrônico ressonante paralelo. Esta característica é
uma vantagem pois, transistores que suportam tensões maiores são relativamente mais
caros. A freqüência de operação é basicamente determinada pela saturação do núcleo do
transformador TR1 e pelo tempo de estocagem do transistor (do inglês storage time). Os
transistores trabalham em ZVS na condução. Outra característica deste circuito é que ele
necessita de um circuito de proteção auxiliar quando a saída for colocada em curtocircuito, mas não apresenta problema se a lâmpada for removida [34].
4.2.3 Reator eletrônico auto-oscilante push-pull alimentado por corrente
Basicamente o principio de operação do circuito push-pull é similar ao ressonante paralelo,
a Figura 4.3 mostra um circuito típico. A oscilação é iniciada através do resistor R1, que
aplica uma corrente na base do transistor TR1, suficiente para colocá-lo em condução. Uma
vez iniciada a oscilação, uma elevada tensão é induzida no secundário de T1, suficiente
para provocar o acendimento da lâmpada. O enrolamento auxiliar T1:2, devido ao
56
acoplamento magnético, reflete a tensão do secundário de T1 e juntamente com R2 limita a
corrente na base dos transistores TR1 e TR2, mantendo a oscilação. Durante o regime normal
de operação a tensão aplicada nos transistores é aproximadamente VCC, onde a tensão CC
é a tensão no capacitor C1. As perdas por chaveamento são reduzidas pelo fato que os
transistores trabalham em comutação com corrente zero (ZCS) [34].
L1
T1
R1
+
V1
-
LAMP1
D2
D1
LAMP2
TR1
R2
T1:2
C1
C2
D3
TR2
C3
C4
Figura 4.3 – Reator eletrônico push-pull alimentado por corrente, partida instantânea.
A tensão no enrolamento secundário de T1 mantém-se elevada, a corrente das
lâmpadas é limitada pelos capacitores C3 e C4. O indutor L1 atua como uma fonte de
corrente constante, mantendo a ressonância do circuito na oscilação e compensando a
energia absorvida pela lâmpada [35]. Esta topologia apresenta a vantagem de não
necessitar de uma proteção auxiliar para a condição de curto-circuito ou circuito aberto na
saída.
4.2.4 Topologia do circuito de potência do reator eletrônico para a lâmpada
fluorescente T5
Para a escolha da topologia do circuito de potência do reator eletrônico, com ou sem
controle do pré-aquecimento dos filamentos, deve-se levar em consideração os seguintes
aspectos:
57

Possibilidade de controle das chaves através de circuito integrado dedicado
para reatores eletrônicos, para facilitar o cumprimento dos requisitos de partida da
lâmpada, como especificado no capítulo 3 em seu item 3.4;

Ser apto a trabalhar com tensões de barramento relativamente elevadas:
400VCC devido ao circuito pré-regulador do fator de potência alimentado em 220VCA;

Controlar uma carga pequena (uma lâmpada fluorescente de 28W);

Trabalhar com baixas perdas por chaveamento;

Melhor relação custo benefício.

Com base nas topologias de circuitos de potência apresentadas acima o circuito que melhor
se adapta é o inversor em meia ponte alimentado por tensão. Os transistores BIPOLARES
deverão ser substituídos por transistores do tipo MOSFET.
4.3
Filtros ressonantes
Os filtros ressonantes são muito importantes no desenvolvimento de reatores eletrônicos, porque
geralmente os conversores de baixa para alta freqüência geram formas de ondas quadradas, e
através da utilização de filtros ressonantes de saída satisfazem as necessidades de funcionamento
da lâmpada [37]. A configuração do filtro ressonante pode ser escolhida de acordo com a
necessidade das características da lâmpada que se deseja alimentar. Os filtros que a seguir são
apresentados possuem características próprias que podem e devem ser exploradas. Na
Figura 4.4 são mostradas diversas topologias clássicas de filtros ressonantes.
Para escolher dentre as topologias de filtros ressonantes será realizada uma comparação e
uma análise detalhada em três delas: LC série, L série C paralelo, LC série C paralelo.
Considerando a topologia do circuito de potência como sendo meia ponte alimentado por
tensão e que a freqüência de operação está acima da freqüência de ressonância do filtro.
Para as três topologias de filtros ressonantes o circuito meia ponte aplica uma tensão de
onda quadrada na entrada do filtro ressonante. Este por sua vez, tem um efeito de filtrar as
harmônicas altas da tensão e uma corrente senoidal aparece na entrada do filtro ressonante,
desde que o fator de qualidade do mesmo seja alto o suficiente. Neste caso uma carga não
linear como a lâmpada fluorescente pode ser modelada por uma impedância linear [38].
58
Cs
Cs
Ls
Cp
R
Lp
Cp
R
R
Ls
Cs
(a)
Cs
Cp
Ls
(b)
Ls
Lp
R
R
(c)
Cp
Lp
R
Ls
(d)
Ls
(e)
Cp
(f)
Lp
R
Cs
(g)
Figura 4.4 – Circuitos dos filtros de saída: a) LC série; b) L série C paralelo; c) C série LC paralelo;
d) LC série C paralelo; e) LC série L paralelo; f) L série LC paralelo; g) LC série LC paralelo.
Se o fator de qualidade não for alto suficiente a forma de onda da corrente no indutor
difere de uma onda senoidal, sendo assim uma solução analítica torna-se mais difícil de se
obter. O fato de se ter uma corrente senoidal no indutor permite o uso de uma análise CA
clássica pela aproximação fundamental [39]. A Figura 4.5 mostra o circuito meia ponte
alimentado por tensão juntamente com os três filtros ressonantes que serão analisados.
59
S1
S1
D1
Cs
D1
Ls
Ls
+
E
+
E
S2
S2
R
D2
D2
Cp
R
(b)
(a)
S1
D1
Ls
+
E
-
Cs
S2
D2
Cp
R
(c)
Figura 4.5 – Conversor half-bridge com os circuitos ressonantes a) LC série; b) L série C paralelo;
c) LC série C paralelo.
4.3.1 Análise do filtro ressonante LC série
O circuito equivalente CA é mostrado na Figura 4.6, onde, LS é o indutor série, CS é o
capacitor série e a lâmpada R. Para simplificar a análise, as chaves S1, S2 e a fonte de
tensão E foram substituídas por uma fonte de tensão de forma de onda quadrada vE(t), que
possui seu nível baixo em zero (S1 bloqueia, toff) e seu nível alto em E (S1 conduz, ton)
como mostra a Figura 4.7.
Cs
Ls
R
v E (t)
v S(t)
Figura 4.6 – Circuito equivalente CA, filtro ressonante LC série.
60
A fonte de tensão de onda quadrada vE(t) representada na Figura 4.7 pode ser expandida
em série de Fourier, como mostra a equação (4.1), a fim de encontrar a componente
fundamental da tensão de entrada.
v E(t)
E
ton
toff
t
T
Figura 4.7– Tensão vE(t).
v E (t ) 

VEM
sin (n    t )
n
n1,3,5,...

(4.1)
A tensão eficaz (VE) e a amplitude máxima (VEM) da componente fundamental estão
representadas nas equações abaixo:
2
VE 
E
(4.2)
V EM  V E  2
(4.3)
2 
O ganho do circuito é dado pela relação entre a tensão de saída VS pela tensão de entrada
VE. Utilizando a regra do divisor de tensão ao circuito da Figura 4.6 é possível obter:
G ( j ) 
VS

VE
R
1
j    LS 
R
j    CS

1

j    LS
1 1
R
1
   LS

1

j 

R


C

R
S


(4.4)
Adotando-se as seguintes mudanças de variáveis:
1
0 
QS 
U 
(4.5)
LS  C S
 0  LS
(4.6)
R
ω
ω0
(4.7)
61
Tem-se:
G ( j ) 
G( j ) 
1
L
1 j S
R

1
  
LS    C S




1

L
1 j S
R
(4.8)

 2

0  0 
 0
 

1
1

  0 
  L   0 
 1  jQS 

1  j 0 S 


R  0  
 0  
G ( j ) 
VS

VE
(4.9)
1
1

1  QS 2  U  
U

(4.10)
2
A Figura 4.8 mostra o gráfico da função de transferência da equação (4.10) para valores de
U (freqüência parametrizada) para cinco valores de QS (fator de qualidade). Estas curvas
podem ser consideradas precisas acima da freqüência de ressonância onde a ação do filtro
ressonante é suficiente para permitir uma forma de onda da corrente aproximadamente
senoidal, mesmo que a tensão de excitação do circuito seja uma forma de onda quadrada
[39].
Ganho Conversor Serie
1.1
1
Gi  1
0.8
Gi  2
Gi  3
0.6
Gi  4
Gi  5
0.4
0.2
0.1
0.4
0.6
0.8
1
0.4
1.2
ui
1.4
1.6
1.8
2
Figura 4.8 – Ganho do circuito ressonante LC série em relação a U para cinco valores de QS.
62
O filtro ressonante série tem como principal desvantagem a tensão de saída não poder ser
regulada caso a carga seja removida. Isto pode ser visto nas curvas características na
Figura 4.8. Em QS=1, como exemplo, a curva tem pouca “variação”, e o fato de que
quando o circuito estiver operando sem carga a curva será simplesmente uma linha
horizontal [39]. Uma vantagem do filtro ressonante série é que o capacitor série atua como
um bloqueador de corrente CC pois, caso este não o fizesse a corrente fluiria pela lâmpada
R e através do indutor LS causando a saturação do núcleo e danificando as chaves [38] .
4.3.2 Análise do filtro ressonante L série C paralelo
Uma análise similar ao filtro ressonante LC série pode ser realizada, o circuito CA é
mostrado na Figura 4.9. A alimentação do filtro ressonante é representada por uma fonte de
tensão quadrada vE(t), que possui nível baixo igual a zero e nível alto igual a E como
mostra a Figura 4.7, a tensão eficaz da fundamental VE é definida pela equação (4.2), LS é
o indutor série, CP é o capacitor paralelo e a lâmpada é representada pela sua resistência R.
Ls
vE(t)
vS(t)
Cp
R
Figura 4.9 – Circuito equivalente CA, filtro ressonante L série C paralelo.
O ganho do circuito é dado pela relação entre a tensão de saída VS pela tensão de entrada
VE.
R //
1
j   CP
R
j   CP  R  1

R
j    LS 
j   CP  R  1
G ( j ) 
VS

VE
G ( j ) 
VS
R
1


 .LS
V E R   2  L S  C P  R  j    LS
1   2  LS  C P  j
R
1
j    LS  R //
j   CP
63
(4.11)
(4.12)
Definindo:
0 
1
(4.13)
LS  C P
Substituindo as equações (4.13) e (4.6) em (4.12), tem-se:
G ( j ) 
VS

VE
1

1    LS  C P  j
 QS
0

2
1
(4.14)
2
 

  j
1  
 QS
0
 0 
O módulo da equação (4.14) é apresentado na equação (4.15).
G ( j ) 
VS

VE
1  U 
1
2 2
(4.15)
 U  QS 
2
A Figura 4.10 mostra o gráfico da função de transferência da equação (4.15) para valores
de U e para cinco valores de QS. Estas curvas podem ser consideradas precisas acima da
freqüência de ressonância [39].
5.1
Gi  1
Ganho Conversor Paralelo
5
4
Gi  2
Gi  3
3
Gi  4
Gi  5
2
1
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.4
1.2
ui
1.4
1.6
1.8
2
Figura 4.10- Ganho do filtro ressonante L série C paralelo em relação a U para cinco valores de QS.
As curvas características de ganho para o filtro L série C paralelo, Figura 4.10, mostram
que, diferente do conversor LC série, o conversor pode controlar a tensão de saída na
condição sem carga, operando acima da freqüência de ressonância. Também pode ser visto
64
que a tensão de saída na ressonância é em função da carga e pode ser aumentada a valores
altos na condição de sem carga.
4.3.3 Análise do filtro ressonante LC série C paralelo
A análise do filtro ressonante LC série C paralelo procede de maneira similar aos filtros
acima, mas com um pouco mais de álgebra. O circuito CA é mostrado na Figura 4.11. A
alimentação do filtro é representado por uma fonte de tensão quadrada vE(t), que possui
nível baixo igual a zero e nível alto igual a E como mostra a Figura 4.7. A tensão eficaz da
fundamental VE é definida pela equação (4.2), LS é o indutor série, CS é o capacitor série,
CP é o capacitor paralelo e a lâmpada R.
Cs
Ls
v E (t)
Cp
R
v S(t)
Figura 4.11– Circuito equivalente CA, filtro ressonante LC série C paralelo.
O ganho do circuito do filtro ressonante LC série C paralelo é dado pela relação entre a
tensão de saída e a tensão de entrada, como segue:
1
V
j   CP
G ( j )  S 
1
1
VE
j    LS 
 R //
j    CS
j   CP
(4.16)
R
V
j    CP  R  1
G( j )  S 
1
R
VE
j    LS 

j    CS
j    CP  R  1
(4.17)
R //
65
R
j. .C P .R  1
G ( j ) 
 j   3  LS  C S  C P  R   2  C S  LS  j    C P  R  1  j    C S  R
j    C S  j    C P  R  1
j    CS  R
G ( j ) 
j    C S  R  j    LS  C S  C P  R   2  C S  L S  j    C P  R  1
3
G( j ) 
1
j



LS C P
1
1   2  LS  C P 


R
CS
j    CS  R
G( j ) 
1

C 
1   2  LS  C P  P  
CS 

   LS

1

j

  C S  R 
 R
(4.18)
(4.19)
(4.20)
(4.21)
Substituindo (4.5) e (4.6) em (4.21) tem-se:
1
G ( j ) 
 CP  2 CP   


1 
  j
 2
 QS  0  QS 

 CS 
C S    0


0

1
G ( j ) 
C
1 P
CS
G ( j ) 
VS

VE
(4.23)
2 

1     j  QS     0 


  2
 0  
0 

1


(4.22)
(4.24)
2
 CP

1

1  U 2   QS 2  U  
1 
U

 CS

2
Como pode ser visto na equação (4.24), o ganho deverá depender da escolha da relação CP
e CS, que também determina a característica série ou paralela do filtro ressonante. As
características das curvas de ganho são mostradas nas Figura 4.12, Figura 4.13 e Figura
4.14 para três relações de CP e CS: CS=CP, CS=2CP e CS=20CP e para cinco valores de QS.
Estas curvas podem ser consideradas precisas acima da freqüência de ressonância [39].
66
Ganho Conversor Série Paralelo Cs=Cp
1.7
1.6
1.4
Gi  1
1.2
Gi  2
Gi  3
1
Gi  4
0.8
Gi  5
0.6
0.4
0.1 0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.4
1.2
1.4
1.6
1.8
ui
2
Figura 4.12 – Ganho do filtro ressonante LC série C paralelo em relação a U para cinco valores de
QS, com CS=CP.
Ganho Conversor Série Paralelo Cs=2Cp
1.4
1.2
Gi  1
1
Gi  2
Gi  3
0.8
Gi  4
Gi  5
0.6
0.4
0.1
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.4
1.2
ui
1.4
1.6
1.8
2
Figura 4.13 – Ganho do filtro ressonante LC série C paralelo em relação a U para cinco valores de
QS, com CS=2CP.
67
Ganho Conversor Série Paralelo Cs=20Cp
1.4
1.2
Gi  1
1
Gi  2
Gi  3
0.8
Gi  4
Gi  5
0.6
0.4
0.1
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.4
1.2
ui
1.4
1.6
1.8
2
Figura 4.14 – Ganho do filtro ressonante LC série C paralelo em relação a U para cinco valores de
QS, com CS=20CP.
A combinação do filtro ressonante LC série com o L série C paralelo traz as melhores
características de cada filtro e elimina seus pontos fracos, dependendo da seleção dos
componentes [39].
O ganho do filtro depende da relação CP e CS, que também determina a característica série
ou paralela como pode ser visto, para 3 ou 4 valores de QS, os picos das curvas ressonantes
aparecem aproximadamente na mesma freqüência, dado pela freqüência de ressonância do
capacitor série e a indutância série. Em outras palavras, quando a resistência de carga é
baixa o suficiente “curto circuita” o capacitor ressonante paralelo CP, que resulta em um
circuito próximo de um filtro ressonante LC série.
Quando o filtro está sem carga, a expressão de QS diminui e o pico da freqüência de
ressonância move-se para freqüências maiores. Isto é devido ao fato de que a capacitância
ressonante equivalente em “cargas leves”, resistências altas, é dado pela combinação
paralela dos capacitores ressonante série e paralelo. Quando a resistência de carga vai de
um valor pequeno para um valor grande a característica do circuito passa de um filtro
ressonante LC série para um filtro ressonante LC paralelo [39], como mostra a Figura 4.15.
68
2
1.8
1.6
Ge( U  0.2)
1.4
Ge( U  5)
1.2
Ge( U  6)
1
Ge( U  7)
0.81
0.61
0.41
0.21
0.0090.009
0
0.5
1
1.5
2
2.5
0.1
U
3
3.5
4
4.5
5
5
Figura 4.15 – Curva de ganho para CS=10CP e para QS=5, 6, 7 e 0,2.
4.4
Topologia do inversor e filtro ressonante para o reator eletrônico sem controle
do pré-aquecimento
Para a escolha do filtro ressonante é necessário verificar algumas características de partida
e funcionamento da lâmpada fluorescente.

Partida da lâmpada: deverá ocorrer por uma tensão elevada nas suas
extremidades podendo ou não haver uma pequena parcela de aquecimento nos filamentos,
desde que não seja controlado;

Possibilidade de comutação suave das chaves: o circuito meia ponte alimentado
por tensão proporciona comutação suave nas chaves se a freqüência de chaveamento for
maior que a freqüência natural do filtro ressonante;

Corrente CC na lâmpada: deve-se evitar uma corrente CC na lâmpada, pois a
circulação desta, obrigatoriamente, passará pelo indutor causando uma saturação do núcleo
e danificando as chaves do circuito inversor.
Para os três filtros ressonantes avaliados anteriormente e levando em consideração as
principais características necessárias para a partida e funcionamento da lâmpada
fluorescente pode-se concluir que [37]: o filtro ressonante LC série pode ser utilizado em
reatores eletrônicos para lâmpadas fluorescentes, desde que a fonte de tensão de entrada
possua valores elevados de tensão. O filtro ressonante L série C paralelo pode ser aplicado
69
em reatores eletrônicos desde que seja acrescentado um bloqueador de corrente CC para a
lâmpada fluorescente. O filtro ressonante LC série C paralelo é a melhor escolha para esta
aplicação reunindo as melhores características dos filtros LC série e L série C paralelo.
4.5
Analise qualitativa do reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento após o
acendimento da lâmpada fluorescente
O circuito do reator eletrônico meia ponte alimentado por tensão e o filtro ressonante LC
série C paralelo possuem quatro etapas de operação, mostradas na Figura 4.16. As formas
de ondas da tensão nos gatilhos das chaves S1 e S2, VGS1 e VGS2 são mostradas na Figura
4.17, assim como as formas de ondas das tensões dreno-fonte VDS1 e VDS2.
S1
VGS1
+
S1
D1
+
Ls
-
E
E
S2
VGS2
VGS1
Cs
D2
+
+
-
Cp
R LAMP
R LAMP
VGS2
Segunda Etapa
S1
D1
+
Ls
VGS1
E
S2
VGS2
Cp
D2
+
S1
+
-
Cs
S2
Primeira Etapa
E
Ls
-
-
VGS1
D1
+
+
Cs
D2
+
-
D1
+
Ls
S2
Cp
R LAMP
VGS2
-
+
Cs
D2
Cp
R LAMP
Terceira Etapa
Quarta Etapa
Figura 4.16 – Etapa de funcionamento do reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento.
A lâmpada fluorescente pode ser aproximada por uma resistência R LAMP, desde que o
reator opere em alta freqüência [25]. Considerando chaves ideais e operando em uma
freqüência superior a freqüência de ressonância e com ciclo de trabalhos de 50%.
70
Abaixo será apresentada a descrição das quatro etapas de funcionamento do reator
eletrônico, considerando os componentes ideais.

Primeira Etapa: a chave S1 é habilitada (fecha), a fonte E fornece uma corrente
que começa a circular pelo capacitor CS, indutor LS alimentando a lâmpada RLAMP. Na
Figura 4.17, corresponde ao intervalo de tempo compreendido entre t0 à t1.

Segunda Etapa: a chave S1 é desabilitada (abre) e a corrente que estava
presente na primeira etapa continua a fluir no mesmo sentido devido à presença do indutor.
Com a chave S1 desabilitada a corrente passa a fluir através do diodo D2, antiparalelo a
chave S2. Na Figura 4.17, corresponde ao intervalo de tempo compreendido entre t1 à t2.

Terceira Etapa: quando a corrente iL(t) se anula, a chave S2 que já havia sido
comandada assume esta corrente, ocorrendo então a inversão do sentido da corrente devido
aos capacitores do circuito que estão carregados. Aqui se percebe que quando a chave S 2
fecha, a tensão sobre ela é zero, pois o diodo em antiparalelo ainda esta conduzindo.
Portanto diz-se que o circuito opera em comutação suave ZVS (do inglês zero voltage
switching). Na Figura 4.17, corresponde ao intervalo de tempo compreendido entre t2 à t3.

Quarta Etapa: nesta etapa a chave S2 é bloqueada e a corrente passa a circular
através do diodo D1, pois o indutor ainda mantém o sentido da corrente. Na etapa seguinte
quando S1 for habilitada haverá ainda uma corrente no diodo, assim esta chave vai iniciar
sua condução com tensão nula, ZVS. Na Figura 4.17, corresponde ao intervalo de tempo
compreendido entre t3 à t4.
71
VGS1
VGS2
VDS1
VDS2
I S1
I S2
IL
t
0
t0
t1 t2
t3 t4
Figura 4.17 – Formas de ondas teóricas do reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento.
4.6
Análise quantitativa do reator utilizando filtro LC série C paralelo, resposta em
freqüência
Durante a operação do reator eletrônico uma corrente senoidal alimenta a lâmpada, devido
ao efeito do filtro ressonante. Assim, uma carga não linear, como a lâmpada fluorescente,
pode ser modelada por uma impedância linear [38]. O fato de existir uma corrente senoidal
no indutor permite o uso de uma análise CA clássica pela aproximação fundamental [39].
A seguir será realizada uma análise do circuito meia ponte alimentado por tensão com
filtro ressonante LC série C paralelo, mostrado na Figura 4.18.
72
S1
D1
E
LS
vE
+
-
a
CS
S2
Cp
D2
RLAMP
a’
Figura 4.18 – Circuito do reator eletrônico meia ponte alimentado por tensão com filtro ressonante
LC série C paralelo.
4.6.1 Ganho do filtro LC série C paralelo
Para simplificar a análise as chaves S1, S2 e a fonte de tensão E foram substituídas por uma
fonte de tensão de onda quadrada vE(t), que possui nível baixo igual a zero e nível alto
igual a E, como mostra a Figura 4.7. O circuito CA é mostrado na Figura 4.19. A tensão
eficaz da fundamental VE é definida pela equação (4.2), VS é a tensão de saída eficaz, LS é
o indutor série, CS é o capacitor série, CP é o capacitor paralelo e RLAMP é o modelo
resistivo da lâmpada.
Cs
Ls
a
vE(t)
Cp
RLAMP
vS(t)
a'
Figura 4.19– Circuito equivalente CA, filtro ressonante LC série C paralelo.
O ganho do circuito do conversor ressonante LC série C paralelo é dado pela relação entre
a tensão de saída e a tensão de entrada. A análise do ganho do filtro ressonante LC série C
paralelo foi realizado no capítulo 4.3.3 sendo assim, as equações deste são válidas para este
capítulo substituindo:
R  RLAMP
(4.25)
73
A partir da equação do módulo do ganho do filtro ressonante LC série C paralelo, equação
(4.24), e a amplitude da componente fundamental, equação (4.3), se obtém uma expressão
que informa a amplitude da tensão fundamental sobre a carga RLAMP.
VL 
2 E
 C
 . 1  P
 C S
(4.26)
2
2







2
0
1 
  QS 
    
  2 
 0

0 

2
4.6.2 Impedância parametrizada
É muito importante conhecer a característica da impedância parametrizada do filtro
ressonante para que se possa avaliar a corrente que passará pelas chaves. Como pode ser
visto na Figura 4.20, a impedância do filtro ressonante LC série C paralelo é dado pela
soma da reatância do capacitor CS, do indutor LS e o paralelo entre o capacitor CP e o
modelo resistivo da lâmpada fluorescente.
Z
Cs
Ls
vaa'
vE(t)
Cp
RLAMP
vS(t)
Figura 4.20 – Impedância de entrada do filtro ressonante LC série C paralelo.
Z ( j )  j    L 

1
1
  RLAMP //
j    CS 
j    CP



(4.27)
Z ( j )  j    L 
RLAMP
1

j    CS
j    C P  RLAMP  1
(4.28)
Z ( j ) 

  3  LS  C S  C P  R LAMP   2  LS  C S  j    C P  R LAMP
j    C S   2  C S  C P  R LAMP
j    C S  RLAMP  1
j    C S   2  C S  C P  R LAMP
74
(4.29)
Z ( j ) 
  2  LS  C P  j   
LS

CP
1

1
CS
j    C S  RLAMP
RLAMP
1
 j    CP
(4.30)
RLAMP
1
Z ( j ) 

LS
CP
1
  2  LS  C P  j  

CS
 RLAMP   C S  RLAMP
1
 j    CP
RLAMP



(4.31)
Definindo as equações (4.32) e (4.33) e substituindo na equação (4.31), após algumas
simplificações, tem-se a equação (4.40):
 0  LS  QS  RLAMP
LS  C S 
1
Z ( j ) 
1
Z ( j ) 
1
Z ( j ) 
(4.32)
1
(4.33)
0

C
LS   0
LS
CP
  2  LS  C P  S  j  

CS
CS
 RLAMP   0   C S  RLAMP  LS
1
 j   CP
RLAMP



CP  2 C p
 2
 j 
 QS  0  QS 
CS  0 CS

 0

1
 j   CP
RLAMP

(4.34)
(4.35)

CP
1

1  U 2  j  QS  U  
CS
U

1
 j   CP
RLAMP

(4.36)

CP
1

1  U 2  j  QS U  
CS
U

Z ( j ) 

C L
1 
1  j    C P  S  S  R LAMP 
R LAMP 
C S LS

1



75
(4.37)


CP
1

1  U 2  j  QS  U  
CS
U

Z ( j ) 
1 
 C P RLAMP 
1  j



RLAMP 
 0 C S  0  LS 
1
1
Z ( j ) 
Z ( j )

RLAMP


CP

1  U 2  j  QS  U
CS

C
1 
U
1  j P 
RLAMP 
C S QS
1


(4.38)
1

U
(4.39)




CP
1

1  U 2  j  QS  U  
CS
U


C
U 
1  j  P 

C S QS 

(4.40)
A impedância parametrizada é dada pela equação (4.40) enquanto que o módulo da
impedância parametrizada é dado equação (4.41).
Z ( j )

RLAMP

C
1   P 1  U 2
 CS

2
2

1
2
  QS U  
U


C
U 

1   P 
 C S QS 
2
(4.41)
O módulo da impedância parametrizada está representada na Figura 4.21 e verifica-se que,
para valores maiores de QS é necessário uma pequena variação de freqüência para que a
impedância tenha uma variação considerável, enquanto que para valores de QS menores é
necessário uma grande variação na freqüência para que a impedância tenha uma pequena
variação [40].
76
Impedancia Parametrizada
10.5
10
Zi  1
8
Zi  2
Zi  3
6
Zi  4
Zi  5
4
2
0.5
0.4
0.6
0.8
1
0.4
1.2
1.4
1.6
1.8
ui
2
Figura 4.21 – Impedância parametrizada do filtro LC série C paralelo.
Outro aspecto importante que deve ser levado em consideração é que a impedância
característica de entrada do filtro ressonante deve ser uma carga indutiva [38][39],[41][43]. Para que a corrente iL(t) fique defasada com relação a tensão de entrada do filtro
ressonante vaa’(t), diferença de tensão entre os pontos a e a’ da Figura 4.19, resultando em
argumento da impedância com ângulo de defasagem maior do que zero, >0. Esta
característica é necessária para que as chaves possam trabalhar em comutação suave ZVS.
vaa’(t)
E/2
iL(t)
t
0
T/2
T
-E/2

Figura 4.22 – Forma de onda característica do filtro ressonante LC série C paralelo com
característica de impedância indutiva.
77
Uma tensão quadrada vE(t), com nível baixo igual a zero e nível alto igual a E, é aplicado
na entrada do filtro ressonante. Após o capacitor de CS, que bloqueia o nível CC, tem-se a
tensão vaa’(t) que possui nível baixo igual a -E/2 e nível alto igual a E/2. A Figura 4.22
mostra a característica típica para um filtro ressonante com impedância característica
indutiva, a corrente do indutor iL(t) está defasada em relação a tensão vaa’(t).
Se a freqüência de operação for menor do que a freqüência natural do circuito ressonante
este, representa uma carga capacitiva para a tensão fundamental e a corrente no indutor
estará adiantada da componente fundamental, representando um ângulo de defasagem
menor do que zero, <0 [38][39],[41]-[43]. Assim, os diodos antiparalelo com as chaves
bloqueiam em alto di/dt, causando altos spikes de corrente nas mesmas reduzindo a
eficiência e até podendo levar as chaves à queima [41].
A Figura 4.23 representa o argumento da impedância do filtro ressonante LC série C
paralelo para cinco valores de QS. Como pode ser visto, para freqüências superiores à
freqüência de ressonância (U>1) o argumento é positivo, representando uma carga
indutiva.
90
90 80
70
60
50
( U  1) 40
30
( U  2) 20
10
0
( U  3) 10
20
( U  5) 30
40
50
60
70
80
 90 90
0
0.2
0.4
0.6
0.1
0.8
1
U
1.2
1.4
1.6
1.8
2
2
Figura 4.23 – Argumento da impedância do filtro LC série C paralelo.
4.7
Conclusão
Neste capítulo foi apresentada e escolhida a topologia para a etapa de potência e o filtro
ressonante. Uma análise qualitativa e quantitativa foi realizada no reator eletrônico sem
controle do pré-aquecimento que servirá como base para o estudo do reator eletrônico com
pré-aquecimento.
78
5
PROJETO E SIMULAÇÃO DO REATOR ELETRÔNICO SEM
CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO
5.1
Introdução
Neste capítulo será apresentada a determinação dos valores dos componentes do filtro
ressonante LC série C paralelo através do método do ângulo de fase da impedância do
filtro. Após a determinação do filtro será realizada a simulação do circuito do reator
eletrônico para uma lâmpada fluorescente sem controle do pré-aquecimento.
5.2
Projeto do reator eletrônico pelo método do ângulo de fase da impedância do
filtro
Para o projeto do filtro ressonante LC série C paralelo será utilizada a aproximação
fundamental [39], o ângulo de fase da impedância do filtro e a análise da potência na
lâmpada fluorescente [41], [44]-[46]. O projeto do reator eletrônico sem controle do préaquecimento será realizado para o acionamento de uma lâmpada fluorescente tubular de
28W/T5 com as seguintes especificações:

Potência nominal (P): 28W;

Tensão nominal eficaz da lâmpada (VL): 167V;

Corrente nominal eficaz da lâmpada (ILAMP): 170mA;

Freqüência de operação fs igual a 40kHz. A lâmpada fluorescente T5 deve
trabalhar com uma freqüência superior a 20kHz e o reator deve operar com a freqüência de
operação S superior a 0 para que as chaves, do circuito inversor, possam trabalhar em
ZVS;

Tempo de ignição da lâmpada: menor que 0,4s;

Tensão mínima de ignição da lâmpada: 530VRMS ou 750VPICO para uma
temperatura ambiente de –15oC à 60oC;

Tensão de alimentação do circuito (E): 400VCC, tensão do circuito pré-
regulador do fator de potência (PFP) do tipo boost trabalhando em modo crítico de
condução.
79
5.2.1 Impedância de entrada Z(j) do filtro ressonante LC série C paralelo
A impedância de entrada Z(j) pode ser calculada conforme o capítulo 4.6.2, buscando
uma parametrização da mesma com o modelo resistivo da lâmpada, ou separando a parte
real da parte imaginária que facilitará o cálculo do argumento da impedância, conforme
disposto a seguir.
Na Figura 4.20 observa-se a impedância do filtro ressonante LC série C paralelo, dada pelo
paralelo entre o capacitor CP e o modelo resistivo da lâmpada fluorescente RLAMP somado à
reatância do capacitor CS e do indutor LS.
O paralelo entre o modelo resistivo da lâmpada fluorescente e o capacitor paralelo C P é
dado pela equação de Z1(j), equação ( 5.3).

1 

R LAMP   j


C
P


Z1 ( j ) 

1 

R LAMP    j


C
P 

( 5.1 )
Multiplicando ambos os termos pelo conjugado do denominador, tem-se:


1 
1
 RLAMP   j
RLAMP   j
  CP 

   CP
Z1 ( j ) 



1 
1
 RLAMP   j
RLAMP    j
  CP 

   CP

RLAMP
1
RLAMP 

j
 2 C 2
  CP
P

Z1 ( j ) 
1
RLAMP 2 
 2  CP 2










( 5.2)
( 5.3)
Somando o paralelo entre o modelo resistivo da lâmpada e o capacitor paralelo CP com o
capacitor série CS e o indutor série LS tem-se a equação ( 5.4).

RLAMP
1
RLAMP 

j
 2 C 2
  CP
1
P

Z ( j )   j

1
  CS
RLAMP 2 
2
  CP 2
80



  j   L
S
( 5.4)



R
1
1
  R LAMP   C S 
 j  R LAMP 2 
 j LAMP
2
2
2
2


  CP
  CP 

   CP
Z ( j ) 


1
 RLAMP 2 
  C S 
2
2

  CP 







1
  C S 
 j   LS  R LAMP 2 
2
2

  CP 



1
 R LAMP 2 
  C S 
2
2

  CP 

( 5.5)
Realizando as simplificações.
 R LAMP 2   2  C P 2  1  R LAMP  C S
R LAMP 2 C S


 j

 j


Cp
 2  CP 2
  CP 2


Z ( j ) 
 R LAMP 2   2  C P 2  1 

C S
2




C
P


2
2
2
R
   C P  1 
 j  LS  C S  LAMP


CP 2


 R LAMP 2   2  C P 2  1 

C S
2


  CP


( 5.6)
Separando a parte real da imaginária.
R LAMP  C S
Z ( j ) 
  Cp 2
 R LAMP 2   2  C P 2  1 

C S
2




C
P


2
 R
 R LAMP 2   2  C P 2  1  
  2  C P 2  1  R LAMP 2  C S


   LAMP

j

L

C
S
S
2
2
2



Cp
 
  CP
CP



 j

2
2
2
 R LAMP    C P  1 



C S


2


  CP




( 5.7)
Realizando as simplificações tem-se a equação da impedância de entrada do filtro LC série
C paralelo separando a parte real e a parte imaginária, equação ( 5.8).
Z ( j ) 
R LAMP
R LAMP 2   2  C P 2

1
 j  LS   
  CS
1

81

R LAMP 2    C P 
 

2
2
2
 R LAMP    C P  1
( 5.8)
5.2.2 Argumento da impedância de entrada ()
O argumento da impedância de entrada é dado pelo arco tangente da relação entre a parte
imaginária e a parte real da impedância, como mostra a equação (5.9).
 m( Z ) 

 e( Z ) 
  arctg 
(5.9)
Substituindo a equação ( 5.8) na equação (5.9), tem-se:
2
 

  L    1   RLAMP    C P  
S
 
  C S  RLAMP 2   2  C P 2  1 



  arctg
R LAMP




2
2
2
RLAMP    C P  1




(5.10)
Simplificando a equação (5.10).

  arctg 

 RLAMP

1
 L 
S
2

  CS



 RLAMP 2   2  C P 2  1  RLAMP 2  C P 






(5.11)
5.2.3 Cálculo de CP em função do ângulo 
Considerando o modelo resistivo da lâmpada fluorescente, pode-se determinar a potência
real entregue a mesma, que é dada pela parte real da relação entre a tensão eficaz da
fundamental e a impedância de entrada do filtro, como mostra a equação (5.12).
V 2 
P  e E 
 Z 
(5.12)

  e( Z )  jm( Z ) 
VE 2


P  e
 e( Z )  jm( Z )   e( Z )  jm( Z ) 


(5.13)
 V 2 e( Z )  jm( Z )  

P  e E
 e( Z ) 2  m( Z ) 2 


(5.14)
82
Definindo uma variável auxiliar:
X  tan(  )
(5.15)
 m( Z ) 

X  
 e( Z ) 
(5.16)
m( Z )  e( Z )  X
(5.17)
P
VE 2  e( Z )
(5.18)
e( Z ) 2  e( Z )  X 2
Substituindo a parte real da impedância de entrada na equação (5.18), tem-se:
P
P


RLAMP

VE 2 
2
2
2
R




C

1
P
 LAMP

2



 
RLAMP
RLAMP

  
X 
2
2
2
2
2
2
R


 

 LAMP    C P  1 
  RLAMP    C P  1  


V E 2  R LAMP R LAMP 2   2  C P 2  1
2
(5.19)
(5.20)
RLAMP 2  ( RLAMP  X ) 2
Simplificando a equação (5.20) encontra-se a capacitância paralelo CP em função do
argumento da impedância de entrada.
C P ( ) 
C P ( ) 
1
RLAMP  
1
R LAMP  

P RLAMP 2  RLAMP  X 2

VE  RLAMP
2


 1
P RLAMP 2  R LAMP  tan  2
VE  RLAMP
2
(5.21)
 1
(5.22)
A freqüência angular , a resistência equivalente da lâmpada fluorescente em alta
freqüência RLAMP e a tensão eficaz da fundamental VE da equação (5.22), podem ser
calculadas por:
   S  2    f S  251327 rad
(5.23)
83
2
RLAMP 
VE 
VL
167 2

 996
P
28
2
2
(5.24)
 400  180V
(5.25)
Substituindo as equações (5.23), (5.24), (5.25) na equação (5.22) pode-se obter a
capacitância paralela CP em função do ângulo  para os valores de projeto, como mostra a
Figura 5.1. Os valores de CP estão em nano-farad (nF) e o ângulo  está em graus.
30
30
27
24
21
18
9
Cp ( )  10
15
12
9
6
3
0
0
90
75
60
45
30
15
 90
0
15
30
45
60

75
90
90
Figura 5.1 – Gráfico de projeto para CP.
5.2.4 Cálculo de LS em função do ângulo  e Cs
Substituindo a equação (5.12), (5.11) e (5.22) e CS por um valor de projeto na equação
(5.15) o indutor pode ser calculado em função do ângulo de fase , definido na equação
(5.31).

1
 LS   
  CS



R LAMP 2    C P  
R LAMP
X
 


2
2
2
2
2
2


R



C

1
R



C

1


LAMP
P
P
  LAMP

84
(5.26)
Colocando no mesmo denominador, tem-se:
LS    C S  1RLAMP 2   2  C P 2  1  RLAMP 2   2  C P  C S
RLAMP 2   2  C P 2  1  CS 

(5.27)
RLAMP  X   C S 
RLAMP 2   2  C P 2  1  CS 
Relizando algumas simplicações.
L
R
S

2
LAMP
   CP  CS
2
LS 
  R
LAMP
 X    CS
RLAMP 2   2  C P  C S
LS   2  C S 


  2  C S R LAMP 2   2  C P 2  1 

RLAMP   2  C P  1
2
2
R LAMP 2   2  C P  C S

  R
2
LAMP
   CP
2
RLAMP  X    C S
RLAMP 2   2  C P 2  1
2
 1
(5.28)
1
(5.29)

( 2  C S ) R LAMP 2   2  C P 2  1
R LAMP  X    C S
(5.30)
  (

( 2  C S ) R LAMP 2   2  C P 2  1
LS   
1
2
 CS )
R LAMP  tan     1  R LAMP 2  C P  
R
2
LAMP

   C P    1
2
2

1
(5.31)
(  C S )
2
A Figura 5.2 representa a indutância série LS (mH) em função do argumento da impedância
para três valores de capacitância série CS=100nF, CS1=300nF e CS2=50nF. Analisando-se,
verifica-se que, para valores maiores de CS necessita valores menores de LS.
5
5
4.5
4
3.5
3
L(   Cs)  10
3
3
L(   Cs1)  10
3
L(   Cs2)  10
2.5
2
1.5
1
0.5
0
0
90
75
60
45
30
 90
15
0

85
15
30
45
60
75
90
90
Figura 5.2 - Gráfico de projeto para LS, considerando CS=100nF, CS1=300nF e CS2=50nF.
A relação entre o capacitor CP e CS determina a característica série ou paralela do filtro
ressonante LC série C paralelo. O valor de CS também deve ser tal que bloqueie a corrente
contínua no indutor. Como valor de projeto o capacitor série é de CS=100nF.
5.2.5 Cálculo de P em função do ângulo  e Cs
Com a finalidade de adequar a tensão de ignição da lâmpada fluorescente e garantir a
potência nominal em regime permanente, o ângulo  é obtido graficamente pela variação
da potência em função de , considerando a potência na partida e em regime permanente.
Substituindo a equação (5.11) na equação (5.15), tem-se:
X

RLAMP

1
 L 
 S  2  C
S





 RLAMP 2   2  C P 2  1  RLAMP 2  C P 




(5.32)
Substituindo a equação (5.32) na equação (5.20) tem-se a equação da potência em função
do ângulo  e CS.


R


 1  R
VE 2  RLAMP 1  RLAMP 2   2  C P  2
P  
RLAMP
2

1
   LS    2
  CS 

2
2
LAMP
   C P  
2
2
2
LAMP

 Cp  

2
2
(5.33)
A Figura 5.3 representa a potência em regime da lâmpada (P) e a potência de partida da
lâmpada (PP) em função do ângulo , para CS=100nF.
Para o acendimento da lâmpada fluorescente é aplicando uma potência de partida (PP) dez
vezes maior que a potência nominal (P). Para isto, a resistência equivalente da lâmpada
fluorescente na partida (RP) é considerada dez vezes maior que a resistência em regime
[44].
86
280
280
252
224
196
P(   Cs)
168
Pp (   Cs)
140
112
84
56
28
2.397
0
90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
 90
10 20 30 40 50 60 70 80 90

90
3
L( 40  Cs )  4.255  10
Figura 5.3 - Gráfico de projeto para potência nominal (P) e partida (PP) para a lâmpada
fluorescente.
Analisando-se a Figura 5.3, verifica-se que, para um ângulo = 49o é possível obter a
potência nominal da lâmpada, em regime, e fornecer a potência necessária na partida da
mesma. O valor da capacitância paralela (CP= 3,99 nF) para o ângulo de fase igual =49o
pode ser encontrado de duas maneiras, graficamente através da Figura 5.1 ou
numericamente pela equação (5.22). De forma análoga obtém-se o valor da indutância
série (LS= 4,41 mH) através da Figura 5.2 ou pela equação (5.31).
A partir das equações (4.5), (4.6) e (5.23) pode-se determinar os valores de QS, 0 e S. O
fator de qualidade QS é em função da resistência da lâmpada, assim será calculado para a
resistência da lâmpada em regime (RLAMP) e na partida (RP).
0 
1
LS  C S
 47619 rad
(5.34)
 S

 U  5,278
0 0
QS 
QS 
 0  LS
RLAMP
 0  LS
RP
(5.35)
 0,211
(5.36)
 0,0211
(5.37)
87
Com os valores de LS, CS, CP, RLAMP, RP, 0, S é possível obter a amplitude da tensão
sobre a lâmpada fluorescente durante a partida e durante o regime de operação através da
equação (4.26).
A Figura 5.4 e Figura 5.5 representam a tensão aplicada na lâmpada fluorescente no
momento e após a partida, em função da freqüência parametrizada U.
2500
3
2.5 10
2250
2000
1750
1500
VL( U)1250
1000
750
500
250
0
0
0
1
2
3
4
0.1
5
6
7
8
9
U
10
10
Figura 5.4 – Tensão sobre a lâmpada (Volts) durante a partida para valores de U.
300
300
270
240
210
180
VL( U) 150
120
90
60
30
0
0
0
1
2
3
4
0.1
5
U
6
7
8
9
10
10
Figura 5.5 – Tensão sobre a lâmpada (Volts) após a partida para valores de U.
Analisando-se a Figura 5.4 e a Figura 5.5, verifica-se que, para a freqüência de
chaveamento fS=40kHz (U=5,278) o módulo da amplitude da tensão sobre a lâmpada
fluorescente no momento da partida é igual a VL=1960V e após a partida (em regime) é
igual a VL=236V ou VL=167VRMS.
88
Outra característica relevante é a amplitude da corrente nas chaves (S1 e S2) no momento e
após a partida, como comentado no capítulo 4.6.2. A amplitude da corrente no indutor ILP é
igual ao pico de corrente nas chaves ISM [38] .
A amplitude da corrente no indutor é dada pela relação entre a amplitude da tensão
fundamental da fonte VEM e o módulo da impedância do filtro.
I LP  I SM 
I SM 
VEM
Z ( j )
(5.38)
2 E


(5.39)
2
 CP

1

1 
1  U 2   QS 2 U  
CS
U


 
 CP 2 U 2 
1
1 


RLAMP 2  C S 2 QS 2 
2
A partir da equação (5.39) é possível obter as Figura 5.6 e Figura 5.7 que representam o
pico de corrente nas chaves no momento e após a partida da lâmpada.
3
3
2.63
2.25
1.88
ISM ( U) 1.5
1.13
0.75
0.38
0
0
0
1
2
3
4
0.1
5
6
7
8
U
9
10
10
Figura 5.6 – Pico de corrente nas chaves (ISM) em função de U, durante a partida da lâmpada.
Analisando as Figura 5.6 e Figura 5.7, verifica-se que, o pico máximo de corrente nas
chaves é alcançado durante a partida da lâmpada e seu valor é igual a ISM=1,98A. Após a
partida a corrente é diminuída e atinge seu pico máximo ISM=0,335A .
89
0.4
0.4
0.35
0.3
0.25
ISM ( U) 0.2
0.15
0.1
0.05
0
0
0
1
2
3
4
0.1
5
U
6
7
8
9
10
10
Figura 5.7 –Pico de corrente nas chaves (ISM) em função da relação de freqüência U, após a partida
da lâmpada.
5.3
Simulação do circuito reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento
O reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento para uma lâmpada fluorescente
tubular de 28W/T5, formado por um circuito meia ponte alimentado por tensão (halfbridge voltage fed) com filtro ressonante LC série C paralelo é simulado na Figura 5.8,
para os valores obtidos no capitulo 5.2. O circuito é dividido em partes, potência, controle,
filtro ressonante e carga. A parte de potência do circuito é formado pela fonte de tensão E
(que alimenta o circuito com uma tensão contínua de 400VCC) e pelas chaves de potência
S1 e S2 (MOSFET IRF830) que possuem diodos antiparalelo (entre dreno e fonte) internos.
O controle das chaves de potência é realizado através das fontes de tensão VG1 e VG2, que
possuem nível baixo igual a –15V e nível alto igual a 15V, ciclo de trabalho de 50% e
freqüência de operação fixa em 40kHz. A carga é formada pela impedância da lâmpada
fluorescente, que operando em alta freqüência e em condição estática, freqüência fixa, é
aproximadamente resistiva [25].
Para simular a partida e funcionamento da lâmpada fluorescente fez-se o uso de duas
resistências, resistência na partida RP e resistência em funcionamento RLAMP. Estas, são
acopladas ao circuito ressonante através de duas chaves temporizadas U1 e U2. Para efeito
de simulação considera-se que a lâmpada fluorescente ascende em 1ms, ou seja, durante
este intervalo de tempo a chave U1 está fechada e conecta a resistência RP ao circuito
90
ressonante. Após 1ms a chave U1 abre e a chave U2 fecha conectando a resistência RLAMP
ao circuito. O filtro ressonante é constituído pelo indutor série LS, CS e CP.
V1 = -15
V2 = 15
TD = 11.5u
TR = 1u
TF = 1u
PW = 11.5u
PER = 25u
S1
IRF830
+
-
VG1
R1
0.1
CS
LS
100n
4.41mH
E
+
400Vdc
-
U1
S2
U2
1m
V1 = 15
V2 = -15
TD = 11.5u
TR = 1u
TF = 1u
PW = 11.5u
PER = 25u
+
-
1m
IRF830
CP
VG2
RP
RLAMP
3.99n
R2
9960
0.1
996
0
Figura 5.8 – Circuito simulado no Orcad.
5.3.1 Resultados da simulação
O reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento deve partir a lâmpada fluorescente
pela diferença de tensão entre seus terminais, sem prover um pré-aquecimento adequado
em seus filamentos. Após o acendimento da lâmpada o reator deve fornecer as condições
necessárias de tensão e corrente para a lâmpada fluorescente. Analisando-se a Figura 5.9 e
a Figura 5.10, verifica-se que, a tensão nos terminais da lâmpada fluorescente (formas de
ondas em verde) no momento da partida atinge um valor de pico igual a VL=2240 V. Após
a partida da lâmpada a tensão de pico diminui para VL=247 V ou VL=174V eficaz. A
corrente na lâmpada fluorescente (forma de onda em vermelho) segue a tensão, devido ao
modelo resistivo da lâmpada, e o valor de pico da corrente após o acendimento é igual a
ILAMP= 248 mA ou ILAMP=175 mA eficaz.
91
2.0KV
0V
-2.0KV
0s
1.0ms
2.0ms
3.0ms
4.0ms
V(CP:2)
Time
Figura 5.9 – Tensão gerada nos terminais da lâmpada durante a partida.
200
0
-200
3.691ms
3.720ms
3.760ms
V(CP:2)
-I(RLAMP)*500
3.800ms
3.840ms 3.870ms
Time
Figura 5.10 – Tensão (verde) e corrente (x500) (vermelho) na lâmpada fluorescente após o
acendimento.
200
0
-200
3.6463ms
V(CS:2)
3.6800ms
I(LS)*500
3.7200ms
3.7600ms
3.7999ms
Time
Figura 5.11 – Tensão após o capacitor série (Vaa’) (azul) e corrente no indutor (x500) (vermelho).
A corrente no indutor (forma de onda em vermelho) após o acendimento da lâmpada atinge
um pico de IL= 326mA.
O atraso entre a tensão Vaa’(tensão após o capacitor de
92
desacoplamento CS, forma de onda em azul) e a corrente no indutor é de
3,4 us ou 49º,
como pode ser visto na Figura 5.11.
413
250
0
-184
136us
160us
-I(R2)*100
V(VG1:-)
200us
240us
Time
Figura 5.12 - Tensão dreno-fonte (VDS, em azul) e corrente de dreno (IS, em vermelho) da
chave S2, durante o acendimento da lâmpada.
As correntes nas chaves são maiores durante a partida do que após o acendimento da
lâmpada fluorescente. Pode-se observar na Figura 5.12 e Figura 5.13, que a corrente de
pico na chave S2 atinge uma amplitude máxima de ISM=1,55A durante a partida e reduz
para ISM=335mA após o acendimento da lâmpada. A amplitude da corrente que circula
pelo diodo, em antiparalelo com a chave, atinge seu valor máximo durante a partida da
lâmpada e é igual Id=1,7A.
498
250
0
-250
3.8784ms
3.9000ms
V(VG1:-)
-I(R2)*500
3.9500ms
4.0000ms
Time
Figura 5.13 – Tensão dreno-fonte (VDS, em azul) e corrente de dreno (IS, em vermelho) da chave S2
(x500), após o acendimento da lâmpada.
93
5.4
Conclusão
Um reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento da lâmpada fluorescente utilizando
o método desenvolvido no capítulo 4 foi projetado com sucesso. Através dos valores
obtidos, o circuito foi simulado a fim de verificar a funcionalidade do mesmo. Foi
verificado que, o valor de pico da tensão gerada para o acendimento da lâmpada bem como
a tensão de regime da lâmpada para garantir sua potência nominal após o acendimento,
satisfaz os valores de projeto e as chaves trabalham em comutação suave ZVS.
94
6
RESULTADOS
EXPERIMENTAIS
PARA
O
REATOR
ELETRÔNICO SEM CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO
6.1
Introdução
A partir da determinação dos valores dos componentes do filtro ressonante e suas
principais características elétricas (tensão dos capacitores CP e CS, corrente no indutor, nas
chaves e tensão nas chaves) implementou-se um protótipo do reator eletrônico sem
controle do pré-aquecimento da lâmpada fluorescente.
6.2
Material utilizado
Os materiais utilizados para a confecção do protótipo encontram-se listados abaixo.

Pré-regulador do fator de potência
CI: MC34262 (Motorola);

Chaves de potência
S1, S2: IRFS830 (Fairchild);
VDSS= 500 V, ID= 4,5 A, IDM= 18 A e RDSON= 1,5;

Controle das chaves
CI: IR2153D (International Rectifier, IR);

Capacitor série CS
CS: Capacitor de polipropileno metalizado 100nF/400VCC B32612 (Epcos);

Indutor série LS
LS: 260 espiras, 1#29AWG, Núcleo NEF-20/10/6 IP12R Al=65 nH (Thornton);

Capacitor paralelo CP
CP= Capacitor de polipropileno metalizado 3,9 nF/1600VCC B32612 (Epcos);

Lâmpada fluorescente tubular T5
LAMP= Lâmpada fluorescente tubular 28W/T5, Philips SILHOUETTE.
95
6.3
Montagem do circuito
6.3.1 Circuito pré-regulador do fator de potência
O circuito pré-regulador do fator de potência tipo elevador (boost) trabalhando em modo
descontínuo ou crítico para potências abaixo 300W é a solução ativa com a melhor relação
custo benefício [47][48]. Para o projeto foi utilizado o MC34262 da Motorola que é um
circuito integrado para correção ativa do fator de potência, um controlador desenvolvido
especificamente para reatores eletrônicos que trabalha em modo crítico de condução e com
freqüência modulada, que resulta em um fator de potência maior que 0,99 e uma distorção
harmônica menor do que 10%. Neste trabalho um estudo mais detalhado do circuito préregulador do fator de potência não será realizado.
6.3.2 Circuito de controle das chaves
Para controlar as chaves foi utilizado um circuito integrado auto-oscilante IR2153D do
fabricante International Rectifier IR. O circuito integrado IR2153D é uma versão
melhorada do circuito integrado de drive IR2151 e incorpora um drive para gate de alta
tensão para circuitos de meia ponte com oscilador similar ao temporizador CMOS 555.
S1
Db
E
+
VCC
-
1
2
R1
3
Ra
VCC VB
7
HO
6
RT
VS
5
LO
CT COM
4
C1
Cb
S2
Rb
Figura 6.1 – Circuito típico para o circuito IR2153D.
Um circuito típico operando em freqüência fixa é mostrado na
freqüência é definida pelo resistor R1 e o capacitor C1. A equação
(6.1)
Figura 6.1
onde a
mostra a relação
exata para a determinação da freqüência. O termo 75 Ohm desta equação leva em
96
consideração a resistência do pino de saída do oscilador, RT. O circuito da
Figura 6.1
proporciona um ciclo das chaves de 50% .
Vclamp
Vcc
RT
2/3
1/3
RT, CT
Lo
Ho
CT
Td
Td
Figura 6.2 – Formas de ondas dos pinos de entrada e saída do IR2153D.
A Figura 6.2 mostra as formas de ondas esperadas dos pinos de entrada e saída usando o
circuito integrado IR2153D. O pino de saída RT comporta-se como uma fonte de tensão
quadrada com nível alto igual em VCC e nível baixo igual a zero. O pino RT é levado ao
nível baixo (zero) quando o pino CT alcança 2/3VCC e alcança nível alto (VCC) quando CT
cai para 1/3VCC.
f OSC 
1
1,38  ( R1  75)  C1
(6.1)
6.3.3 Circuito total
O circuito de controle das chaves e o circuito LC série C paralelo é mostrado na Figura 6.3,
o filtro de EMI, circuito retificador e o circuito pré-regulador do fator de potência são
simplificados e representados por uma fonte de tensão constante E. Os resistores R8 e R10
juntamente com o capacitor C7 alimentam o circuito integrado CI1-IR2153D. A regulação
da tensão de alimentação é realizada através de um diodo zener interno (VCLAMP). A
freqüência de oscilação é dada através do resistor R15 (2,8k) e o capacitor C15 (10nF). A
implementação deste circuito em um placa de circuito impresso é mostrado na Figura 6.4.
97
R8
S2
R11
D10
8
CI1
E +
1
-
2
R15
VCC
VB
HO
C12
7
+
L3
6
RT
VS
5
3
C21
S3
LO
CT COM
C7
4
R14
LAMP
R10
C20
C15
Figura 6.3 – Circuito do reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento para uma lâmpada
fluorescente 28W/T5.
Figura 6.4 – Reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento na placa de circuito impresso.
6.4
Resultados
Nas próximas figuras serão apresentadas algumas das principais formas de ondas para o
circuito mostrado anteriormente.

Tensão no capacitor paralelo C20 durante a partida da lâmpada: a Figura 6.5
representa a tensão aplicada ao capacitor paralelo que é igual à tensão aplicada na lâmpada
no momento da partida. A tensão de pico atinge 1600V, valor maior que a tensão mínima
de ignição da lâmpada especicifada 750V, para uma temperatura ambiente de –15oC à
60oC. Com esta tensão a lâmpada partiu instantaneamente em menos de 100ms.
98
CH1 Max
1.6kV
CH1 pk-pk
3.0kV

1) C h 2:
500 V olt 50 us
Figura 6.5 – Tensão na lâmpada no momento da partida.

Tensão de controle das chaves VG1 e VG2: a tensão de controle nas chaves está
ilustrada na Figura 6.6. Existe um tempo morto entre os ciclos das chaves de
aproximadamente 1,2s, como específica o datasheet do circuito integrado IR2153. A
tensão aplicada ao gate do MOSFET possui nível baixo em zero e o nível alto em
aproximadamente 14V.
d X : 1. 21 us
X : 34 .2 us
CH1 Max
14.0V
CH2 Max
14.0V
2 
 
1) V G 1:
2) V G 2:
5 V olt 5 u s
5 V olt 5 u s
Figura
6.6 – Tensão de controle das chaves VGS1 e VGS2.


Tensão entre dreno e fonte das chaves VDS1 e VDS2: a tensão das mesmas
durante a partida da lâmpada e durante o regime nominal de operação não ultrapassam a
tensão máxima suportada pelas chaves VDSS= 500 V. As tensões VDS1 e VDS2 são mostradas
na Figura 6.7. O ciclo de trabalho das chaves é de 50%.
99
CH1 Max
400V
CH1 Max
400V
2  

CH1 Duty
49.8%
CH1 Freq
40kHz
1) V ds1:
2) V ds2:
200 V olt 10 us
200 V olt 10 us
Figura 6.7 – Tensão entre dreno e fonte das chaves S1 e S2, VDS1 e VDS2.

Tensão entre dreno e fonte VDS1 e corrente de dreno IS1 para a chave S1 no
momento da partida e em regime de operação: durante a partida da lâmpada a corrente de
dreno ISM1 atinge seu valor máximo igual a 2,96A e é menor do que a corrente máxima
permitida pela chave IDM= 18A.
CH1Max
2,96A
CH2Max
316V
2  

1) Ic: 1 V olt 20 us
2) V ce: 100 V olt 20 us
Figura 6.8 – Tensão dreno fonte VDS1 e corrente de dreno IS1 no momento da partida da lâmpada.
2
Após a partida da lâmpada a corrente de pico diminui para ISM1= 0.370A. Através da
Figura 6.9, pode-se observar a comutação suave da chave (ZVS) sem perdas de
chaveamento durante a entrada de condução e o bloqueio da chave.
100
CH1 Max
370mA
CH2 Max
416V
2  

CH1RMS
138mA
CH1 Freq
40,8kHz
1) Ic : 200 m V olt 10 us
2) V ds: 200 V olt 10 us
Figura 6.9 - Tensão dreno fonte VDS1 e corrente de dreno IS1 após a partida da lâmpada.

Tensão e corrente na lâmpada fluorescente 28W/T5: A tensão e corrente na
mesma está representada na Figura 6.10. A tensão de lâmpada encontrada VL= 170V e a
corrente de lâmpada encontrada ILAMP= 170mA estão dentro dos limites especificados no
catálogo da lâmpada fluorescente e são muito próximos dos valores nominais VL= 167V e
ILAMP= 170mA.
CH1 Max
264V
CH2 Max
192mA
2  
2
CH1 RMS
170V
CH2 RMS
170mA
1) V lam p: 100 V olt 10 us
2) Ilam p: 200 m V olt 10 us
Figura 6.10 – Tensão e corrente da lâmpada fluorescente após seu acendimento.
2

Ensaio elétrico das características de entrada do reator eletrônico: as
características elétricas de entrada do reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento
foram medidas com um analisador de potência Xitron Technologies 2572R Power Analysis
System. Os dados foram medidos após a estabilidade da lâmpada (15 minutos) e são
mostrados na Tabela 6.1.
101
Tabela 6.1 – Características elétricas do reator eletrônico sem controle de pré-aquecimento para
uma lâmpada fluorescente de 28W/T-5.
Grandezas Elétricas
Potência de entrada
Corrente de entrada
Fator de potência
Distorção harmônica total da corrente
Freqüência de entrada
Freqüência de saída
Potência de saída
Fator de crista da corrente de lâmpada
6.5
Valores Medidos
29,7W
0,136A
0,993
7,1%
60Hz
40,2kHz
26,06W
1,51
Conclusão
Um reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento da lâmpada fluorescente foi
desenvolvido para operar uma lâmpada de 28W/T5. Todos os requisitos iniciais de projeto
para a partida e para o regime da lâmpada fluorescente foram alcançados.
102
7
ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO REATOR
ELETRÔNICO COM CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO
7.1
Introdução
Neste capítulo serão apresentados alguns tipos de controle de pré-aquecimento da lâmpada
fluorescente, bem como o desenvolvimento de um reator eletrônico com controle do préaquecimento para uma lâmpada fluorescente tubular de 28W/T5. Este utilizará como base
o trabalho realizado no reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento. Os dois
reatores, após suas implementações, serão utilizados em um teste de ciclo de lâmpada para
verificar a influência do reator, tipo de partida, na durabilidade da lâmpada fluorescente.
7.2
Topologia do inversor e filtro ressonante para o reator eletrônico com controle
do pré-aquecimento
A topologia do inversor para a etapa de potência foi analisada no item 4.2, onde foi
definido que o circuito meia ponte alimentado por tensão, utilizando Mosfet como chaves,
é a melhor solução. A escolha do filtro ressonante para a geração da tensão necessária para
a partida e controle da lâmpada após seu acendimento foi verificada no item 4.3 e o filtro
LC série C paralelo reúne as vantagens dos filtros LC série e LC paralelo. O préaquecimento dos filamentos da lâmpada fluorescente pode ser realizado através da corrente
ou tensão [50].
7.2.1 Pré-aquecimento controlado por corrente
Um circuito simplificado do reator eletrônico com pré-aquecimento dos filamentos
controlado por corrente para uma lâmpada fluorescente é mostrado na Figura 7.1. Este tipo
de topologia é largamente utilizado comercialmente.
Por possuir os filamentos integrados ao filtro ressonante a corrente de pré-aquecimento é
igual a corrente que passa pelo capacitor paralelo C2, se a freqüência de operação do
circuito for muito próximo a freqüência natural do filtro ressonante a corrente dos
103
filamentos e a tensão através da lâmpada, durante o período de partida, serão elevadas
[49][50].
S1
+
-
C1
CONTROLE
DAS
CHAVES
S2
L1
LAMP
E
C2
Figura 7.1 – Reator Eletrônico com pré-aquecimento controlado por corrente.
Se a lâmpada fluorescente T5, como exemplo 28W, sofrer um excesso de aquecimento nos
filamentos, este irá romper e poderá haver a trinca o tubo, como mostra a abaixo.
Figura 7.2 – Lâmpada fluorescente 28W/T5 trincada pelo excesso de aquecimento no filamento.
Se a freqüência de pré-aquecimento do circuito for superior a freqüência natural do filtro
ressonante, os requerimentos de corrente dos filamentos e tensão através da lâmpada
podem ser alcançados, mas durante a partida da lâmpada uma corrente excessiva circulará
pelos filamentos. Neste tipo de topologia a resistência do filamento possui um pequeno
papel na determinação da corrente de pré-aquecimento, pelo fato de que a impedância série
é muito maior que a resistência do filamento [50].
7.2.2 Pré-aquecimento controlado por tensão
104
Uma outra forma de realizar o pré-aquecimento nos filamentos é utilizando uma fonte de
tensão. A Figura 7.3 apresenta um circuito de reator eletrônico para uma lâmpada
fluorescente com pré-aquecimento por tensão.
S1
+
-
C1
CONTROLE
DAS
CHAVES
L1
L2:3
C3
S2
C2
LAMP
E
L2:1
L2:2
Figura 7.3 – Circuito de um reator eletrônico com pré-aquecimento por tensão.
O reator acima consiste de um filtro ressonante LC série C paralelo formado por L1, C1 e
C2, com a finalidade de gerar a tensão de partida para a lâmpada e controlar suas
características elétricas após a partida. Um segundo filtro ressonante série é formado pelo
capacitor C3 e o indutor L2:1 e tem como finalidade pré-aquecer os filamentos da lâmpada.
O reator é programado para trabalhar em duas freqüências distintas, freqüência de préaquecimento e freqüência de regime sendo que a primeira é maior do que a segunda. O
filtro LC série C paralelo é projetado para operar na freqüência de regime e o filtro LC
série é projetado para trabalhar na freqüência de pré-aquecimento. Durante o período de
pré-aquecimento o indutor L2:1, através de enrolamentos auxiliares L2:2 e L2:3, geram uma
tensão que aquece os filamentos da lâmpada, a característica da impedância do filtro LC
série C paralelo proporciona à lâmpada uma baixa tensão. Após o período de préaquecimento a freqüência do reator é reduzida próxima a freqüência natural do filtro LC
série C paralelo fazendo com que surja uma tensão elevada na lâmpada realizando sua
partida com os filamentos já aquecidos. Pela possibilidade de controlar com maior
facilidade o pré-aquecimento dos filamentos a opção controle por tensão é a melhor
escolha [49][50].
O circuito do reator com pré-aquecimento controlado por tensão, Figura 7.3, possui a
desvantagem de que os filamentos permanecem aquecidos mesmo após a partida da
lâmpada. Este aquecimento contínuo provoca perda de potência e conseqüentemente
redução na eficácia do reator. Uma modificação é proposta na Figura 7.4. Este circuito é
105
muito similar ao apresentado acima, mas através da chave S3 o circuito de pré-aquecimento
é interrompido após a partida da lâmpada.
S1
-
CONTROLE
DAS
CHAVES
L1
L2:3
C3
LAMP
C1
E +
L2:1
C2
S2
S3
L2:2
Figura 7.4 – Reator eletrônico com pré-aquecimento por tensão modificado.
7.3
Analise qualitativa do reator eletrônico com controle do pré-aquecimento
A análise qualitativa do reator eletrônico com pré-aquecimento dos filamentos da lâmpada
fluorescente será realizada no reator modificado da Figura 7.4 e se divide em duas fases,
antes do acendimento e após o acendimento da lâmpada fluorescente.
7.3.1 Antes do acendimento da lâmpada
Durante o período de pré-aquecimento a chave S3 é fechada colocando o circuito LC série
conectado ao circuito de potência. Neste período a resistência da lâmpada é muito elevado,
circuito aberto. As resistências dos filamentos da lâmpada são refletidas para o primário
como uma resistência RE. A análise do circuito do reator eletrônico com pré-aquecimento
por tensão pode ser dividido em quatro etapas de funcionamento como mostra a Figura 7.5
e detalhas a seguir.
106
iL
S1
S1
D1
VGS1 +
E
+
-
C1
VGS1 +
L1
E
iL2
S2
C3
iL1
D2
VGS2 +
+
-
C3
E +
-
S2
E +
-
VGS2 +
-
iL1
D2
L2
iL
RE
D1
VGS1 +
L1
iL2
C2
RE
iL
S1
C3
iL1
Segunda Etapa
D1
C1
iL2
L2
Primeira Etapa
VGS1 +
L1
D2
VGS2 +
RE
-
S1
C1
S2
C2
L2
D1
C3
S2
C2
C1
iL
-
VGS2 +
iL2
L1
iL1
D2
L2
RE
C2
Quarta Etapa
Terceira Etapa
Figura 7.5 - Etapa de funcionamento do reator eletrônico com controle do pré-aquecimento por
tensão.
Considerando as chaves ideais e operando em freqüência superior a freqüência natural dos
filtros ressonantes série e paralelo e com ciclo de trabalho das chaves S1 e S2 de 50%,
pode-se descrever as etapas de funcionamento.

Primeira Etapa: a chave S1 é habilitada (fechada) e a fonte E começa a fornece
uma corrente iL que se divide entre iL2 do circuito série L2, C3 e RE e iL1 do circuito LC
série C paralelo L1, C1 e C2. Na Figura 7.6 corresponde ao intervalo de tempo entre t0 à t1.

Segunda Etapa: a chave S1 é desabilitada (abre) e a corrente iL que estava
presente na primeira etapa continua a fluir no mesmo sentido, devido à presença dos
indutores L1 e L2. Com a chave S1 desabilitada a corrente passa a fluir através do diodo D2,
antiparalelo a chave S2. Na Figura 7.6 representa ao intervalo de tempo entre t1 à t2.
107

Terceira Etapa: quando a corrente iL chega a zero a chave S2 assume está
corrente. Ocorrendo a inversão do sentido da corrente de i L, iL1 e iL2. Nesta etapa pode-se
verificar que a chave S2 entra em condução com tensão, pois o diodo em antiparalelo ainda
está conduzindo. Portanto diz-se que o circuito opera em comutação suave ZVS. Na Figura
7.6 corresponde ao intervalo de tempo entre t2 à t3.

Quarta Etapa: nesta etapa a chave S2 é bloqueada e a corrente passa a circular
através do diodo D1, pois os indutores mantêm o sentido da corrente. Na etapa seguinte
quando a chave S1 for habilitada o diodo ainda estará conduzindo resultando em uma
comutação suave. Na Figura 7.6 corresponde ao intervalo de tempo entre t3 à t4.
As principais formas de ondas (VGS- tensão gate-fonte, VDS- tensão dreno-fonte, VREtensão resistor de filamento equivalente, iL- corrente do filtro ressonante e iS- corrente na
chave) para as quatro etapas de funcionamento do circuito do reator eletrônico estão
representadas na Figura 7.6.
108
VGS1
VGS2
VDS1
VDS2
IS1
IS2
IL
VRE
t
0
t0
t1
t2
t3
t4
Figura 7.6 – Formas de ondas teóricas do reator eletrônico com controle do pré-aquecimento.
7.3.2 Após o acendimento da lâmpada
Após o período de pré-aquecimento a chave S3 é desabilitada (abre) e o circuito LC série é
desacoplado do circuito de potência. O circuito equivalente do reator eletrônico com
controle do pré-aquecimento após o acendimento da lâmpada é igual ao circuito do reator
eletrônico sem controle do pré-aquecimento, avaliado anteriormente item 4.5. Assim, as
etapas de funcionamento e formas de ondas são idênticas para os dois reatores. Desta
forma a avaliação não será repetida neste item.
109
7.4
Análise quantitativa do reator eletrônico com controle do pré-aquecimento
A análise quantitativa do reator eletrônico com controle do pré-aquecimento pode ser
dividia em duas fases antes do acendimento e após o acendimento da lâmpada.
7.4.1 Antes do acendimento da lâmpada, resposta em freqüência
O circuito de pré-aquecimento, filtro série, é formado pelo capacitor C3 e o indutor L2 que
possui dois enrolamentos auxiliares que fornecem tensão para as resistências de filamentos
RF. Para simplificar a análise as chaves S1, S2 e a fonte de tensão E são, Figura 7.4,
substituídas por uma fonte de tensão de forma de onda quadrada vE(t), Figura 4.7, que
possui seu nível baixo em zero e seu nível alto em E. A Figura 7.7 mostra o circuito
equivalente AC.
C3
C3
iL2
vE(t)
VF(t)
i2
RF2
L2
N1
N2
v E(t)
v RE(t)
L2
RE
RF1
(a)
(b)
Figura 7.7 – Circuito equivalente CA do pré-aquecimento: (a) os filamentos de uma lâmpada
fluorescente, (b) as resistências dos filamentos refletida para o primário.
A fonte de tensão de onda quadrada vE(t) foi expandida em série de Fourier onde a tensão
eficaz VE e a amplitude máxima VEM da componente fundamental estão representadas nas
equações (4.2) e (4.3). A tensão vF(t) representa a tensão sobre os filamentos. O circuito (a)
pode ser substituído pelo (b) da Figura 7.7, refletindo as resistências dos filamentos RF1 e
RF2 para o primário como uma resistência equivalente RE, mostrada na equação abaixo.
RE 
RF
(7.1)
N 2 N F
Onde RF é a resistência de cada filamento da lâmpada fluorescente, NF é o número de
filamentos e N é a relação de espiras entre o secundário (N2) e o primário (N1) do
110
transformador. O ganho do circuito equivalente CA pode ser obtido através da relação
entre a tensão de saída vRE(t) pela tensão de entrada vE(t).
VRE
VE
j    L2  RE
j    L2 // RE
j    L2  RE


1
j    L2  RE
j
j    L2 // RE 

j    C3
j    L2  RE   C3
(7.2)
G ( j ) 
VRE
VE
j    L2  RE
j    L2  RE

 j    L2  RE   C3  j  j    L2  RE 
 j    L2  RE   C3
(7.3)
G( j ) 
 j    L2  RE     C3
 j    L2  RE   C3  j j    L2  RE 
G( j ) 
G ( j ) 
G ( j ) 
G ( j ) 
G ( j ) 
(7.4)
j    L2  RE
j  RE L2
j    L2  RE 

  C3 C3
(7.5)
  C3  j    L2  RE 
(7.6)
L
R
  C3  j    L2  RE   2  j  E
C3
  C3
j    L2  R E

1
1
j    L2  R E  1  2

   L C
j    C3  RE
2
3

VRE
1

VE


1
j
1 

  2  L  C    C3  R E
2
3





(7.7)
(7.8)
Definindo QL como sendo o fator de qualidade do circuito, 0 como freqüência natural e U
como freqüência parametrizada dada pela relação entre a freqüência angular  pela
freqüência natural 0.
QL 
RE
  0  R E  C3
 0  L2
(7.9)
111
0 
1
(7.10)
L2  C3
Substituindo as equações (7.9) e (7.10) em (7.8), tem-se:
G ( j ) 
V RE
1

VE
1 
j

1  2  
 U  U  QL
(7.11)
O módulo do ganho é dado pela equação abaixo.
G ( j ) 
VRE

VE
1
2
1   1

1  2   
 U   U  QL



(7.12)
2
A Figura 7.8 representa o módulo do ganho para seis valores de QL. Verifica-se que,
quanto maior o fator de qualidade do circuito maior será seu ganho. Para uma relação de
freqüência U  4 o ganho do circuito possui pouca variação.
9
9
8.1
Gm( U  0.5) 7.2
Gm( U  1)
6.3
Gm( U  2)
5.4
Gm( U  4)
4.5
Gm( U  6)
3.6
2.7
Gm( U  8)
1.8
0.9
0.00
0
0
0.5
1
1.5
0
2
2.5
U
3
3.5
4
4.5
5
5
Figura 7.8 – Módulo do ganho do circuito de pré-aquecimento.
A impedância parametrizada pode ser calculada através do circuito equivalente da Figura
7.7(b), como segue:
Z ( j ) 
 j  j    L2  RE     C3  j    L2  RE 
j    L2  RE
j


  C3 j    L2  RE
  C3  j    L2  RE 
112
(7.13)
Z ( j ) 

  L2  j  RE  j   2  L2  C3  RE   L2  j  2  L2  C3  RE  RE

j   2  L2  C3    C3  RE
j   2  L2  C3    C3  RE
   L2

RE 
 j ( 2  L2  C3  1) 
 RE

Z ( j ) 
2
j    L2  C3    C3  RE
 .L2


(7.14)
(7.15)

 j  2 .L2 .C3  1
R
Z ( j )
 E2
RE
j. .L2 .C3   .C3 .RE
(7.16)
Substituindo as equações (7.9) e (7.10) na (7.16), tem-se a impedância parametrizada em
função do fator de qualidade.
 2

 j  2  1


Z ( j )  0  Q L
 0


2
RE
  QL j  

2

0
(7.17)
o
O módulo da impedância parametrizada é dado pela equação (7.18).
2


 
2
U 

  U 2  1
Q
Z ( j )
  L
2
RE
U 2  QL 2  U 2
(7.18)
A Figura 7.9 representa a impedância parametrizada para seis valor de QL em função da
freqüência parametrizada U. Pode-se verificar que, quanto maior o fator de qualidade
menor será a impedância parametrizada e quanto maior a freqüência parametrizada U a
tendência da impedância padronizada é alcançar o valor unitário, ou seja, a impedância do
circuito em módulo é igual ao resistor equivalente RE.
113
3
2.8
2.6
Zp ( U  0.5) 2.4
2.2
Zp ( U  1)
2
1.8
Zp ( U  2)
1.6
Zp ( U  4)
1.4
1.2
Zp ( U  6)
1
0.8
Zp ( U  8)
0.6
0.4
0.2
0 0
3
0
0.5
1
1.5
0
2
2.5
3
3.5
4
U
4.5
5
5
Figura 7.9 – Módulo da impedância parametrizada, circuito de pré-aquecimento.
7.4.2 Após o acendimento da lâmpada, resposta em freqüência
Após o período de pré-aquecimento a chave S3 é desabilitada (abre) e o circuito LC série é
removido do circuito de potência. O circuito equivalente do reator eletrônico com controle
do pré-aquecimento após o acendimento da lâmpada é igual ao circuito do reator eletrônico
sem controle do pré-aquecimento, avaliado anteriormente no item 4.6. Assim, o ganho do
circuito e a impedância parametrizada são idênticos para os dois reatores. Desta forma a
avaliação não será repetida neste item.
114
8
PROJETO E SIMULAÇÃO DO REATOR ELETRÔNICO COM
CONTROLE
DO
PRÉ-AQUECIMENTO
DA
LÂMPADA
FLUORESCENTE
8.1
Introdução
Neste capítulo será apresentada a metodologia proposta para o cálculo do reator eletrônico
com controle do pré-aquecimento da lâmpada fluorescente. Após o projeto dos
componentes para o circuito de pré-aquecimento e o circuito de partida, o circuito total
será simulado utilizando o software Orcad 9.1 a fim de verificar a validade do método
proposto neste trabalho. As simulações por computador são ferramentas importantes para o
projeto e desenvolvimento de um novo circuito.
8.2
Projeto do circuito de pré-aquecimento
Para o período de pré-aquecimento o circuito deve fornecer as seguintes características:

Tensão eficaz nos filamentos de 7V. Especificação do catálogo da lâmpada
fluorescente para um tempo de pré-aquecimento de 2 segundos;

Freqüência de operação durante o pré-aquecimento de 80 kHz. O dobro da
freqüência de regime normal de operação, para garantir tensão baixa na lâmpada durante
este período, 240VRMS;

Freqüência parametrizada U= 4 para garantir ZVS nas chaves, ou seja, o
circuito trabalhar com característica indutiva;
Dados complementares:

Resistência do filamento RF1 e RF2: 30 ohms;

Tensão barramento (E): 400V
Para a determinação do valor da indutância L2, capacitância C3 e a relação do número
de espiras N será utilizado o gráfico do módulo da impedância parametrizada. Inicialmente
o fator de qualidade do circuito QL deverá ser obtido e seu valor deverá ser tal que a
impedância parametrizada apresente uma característica indutiva e que as resistências dos
filamentos não apresente grande influência na impedância. Para isso, foi considerado que o
115
módulo da impedância parametrizada é igual a 0,1. A Figura 8.1 representa o módulo da
impedância parametrizada em função do fator de qualidade para uma freqüência
parametrizada U= 4. Nesta condição, quando a impedância padronizada for 0,1 o fator de
qualidade atinge QL= 37,2.
Figura 8.1 – Impedância parametrizada em função do fator de qualidade, para U= 4.
O ganho do circuito (para U= 4 e QL= 37,2) através da Figura 7.8 é igual a 1,06. Com os
dados da tensão de entrada VE e o ganho do circuito é possível determinar a relação de
espiras N.
VE 
2
2 
E 
2
2 
 400  180V
(8.1)
VS  VE G( j. )  180  1,06  191V
N
(8.2)
VF
7

 0,0366
VS 191
(8.3)
Com a determinação de N é possível calcular o valor da resistência equivalente R E através
da equação (7.1).
RE 
30
(0,0366) 2  2
 11198 
(8.4)
Através da equação (7.9) é possível determinar os valores de L2 e de C3, como segue.
116
RE
11198

 2,4 mH
 0  QL 2    20  10 3  37,2
(8.5)
QL
37,2

 26,4 nF
 0  RE 2    20  103  11198
(8.6)
L2 
C
8.3
Projeto do circuito de partida
Após o período de pré-aquecimento o circuito de partida do reator eletrônico com controle
do pré-aquecimento deve cumprir com os mesmos requisitos de projeto do que o reator
eletrônico sem controle do pré-aquecimento. Ou seja, o filtro ressonante LC série C
paralelo é o mesmo para os dois. Assim, pode-se adotar os métodos de cálculos e os
valores encontrados no item 5.2.
8.4
Simulação do reator eletrônico com controle do pré-aquecimento
O reator eletrônico com controle do pré-aquecimento para uma lâmpada fluorescente
tubular de 28W/T5, formado por um circuito meia ponte alimentado por tensão com um
filtro ressonante LC série, para a geração do pré-aquecimento, e um filtro LC série C
paralelo, para a geração da sobre tensão e controle da lâmpada após sua partida, é simulado
na Figura 8.2 para os valores obtidos no item 5.2 e 8.2. O circuito pode ser dividido em
parte de potência, controle, filtro ressonante e carga.
À parte de potência do circuito é formado por uma fonte de tensão contínua E (no lugar do
pré-regulador do fator de potência) e pelas chaves de potência S1 e S2 (MOSFET IRF830)
que possuem diodos antiparalelo. O controle das chaves de potência é dividido em dois
períodos, pré-aquecimento e partida da lâmpada. Durante o pré-aquecimento as chaves U4
e U6 conectam as fontes de tensão V2G2 e V2G1 aos gates das chaves de potência, estas
fontes de tensão possuem uma forma de onda quadrada com nível baixo igual a –15V e
nível alto igual a 15V, ciclo de trabalho de 50% e freqüência de operação fixa de 80kHz.
Após o período de pré-aquecimento as chaves U4 e U6 dão lugar às chaves U3 e U5 , que
conectam as fontes de tensão V1G1 e V1G2 aos gates das chaves de potência, estas fontes de
tensão possuem uma forma de onda quadrada com nível baixo igual a –15V e nível alto
117
igual a 15V, ciclo de trabalho de 50% e freqüência de operação fixa de 40kHz. O filtro
ressonante é dividido em duas partes, filtro ressonante LC série e LC série C paralelo.
U5 3m
S1
IRF830
V1G1
V1 = -15
V2 = 15
TD = 11.5u
TR = 1u
+
TF = 1u
PW = 11.5u PER = 25u
U6
3m
V2G1
+
-
V1 = -15
V2 = 15
TD = 5.25u
TR = 1u
TF = 1u
PW = 5.25u
PER = 12.5u
D2
R4
0.1
R3
CS
0.1
100n
LS
4.41mH
C3
26.4n
E
U3 3m
+
-
IRF830
V1G2
V1 = 15
V2 = -15
+
TD = 11.5u TR = 1u
TF = 1u
PW = 11.5u
PER = 25u
U4
+
-
3.2m
U2
3.2m
R2
0.1
S2
400Vdc
U1
L2
CP
3m
V2G2
V1 = 15
V2 = -15
TD = 5.25u
TR = 1u
TF = 1u
PW = 5.25u
PER = 12.5u
2.4m
3.2u
3.99n
RFx
15
R5
0.1
RP
RLAMP
9960
996
0
U7
3m
0
Figura 8.2 – Circuito simulado no Orcad.
O filtro ressonante LC série é formado pelo capacitor C3 e pelo primário do transformador
L2, este é conectado ao circuito de potência através da chave U7 durante o período de préaquecimento. O filtro LC série C paralelo é formado pelo capacitor CS, CP e pelo indutor
LS. A carga é formada pela impedância da lâmpada fluorescente operando em alta
freqüência, que em condição estática é aproximadamente resistiva [25] e pela resistência
de filamento equivalente a dois filamentos RFX.
Para simular a partida e funcionamento da lâmpada fluorescente foram utilizadas duas
resistências, resistência na partida RP e resistência em funcionamento RLAMP. As
resistências são acoplas ao circuito ressonante através das chaves U1 e U2. Para efeito de
simulação foi considerado que o período de pré-aquecimento é 3 ms e a lâmpada parte com
0,2 ms.
8.4.1 Resultados da simulação
118
Durante o período de pré-aquecimento o reator deverá aplicar aos filamentos da lâmpada
uma tensão suficiente para aquece-los, neste mesmo período a tensão através da lâmpada
deverá ser controlada para não passar de certos limites, estes foram comentados
anteriormente. A Figura 8.3 mostra a tensão na resistência equivalente do filamento da
lâmpada durante o período de pré-aquecimento, partida e após o acendimento. Durante o
período de pré-aquecimento a tensão eficaz atinge VRFX= 7,6V e após este período é
interrompida.
20V
10V
0V
-10V
-20V
2.0ms
V(L2:3)
2.5ms
3.0ms
3.5ms
4.0ms
Time
Figura 8.3 – Tensão na resistência de filamento equivalente.
A Figura 8.4 mostra a tensão através da lâmpada durante o período de pré-aquecimento,
partida e após o acendimento. Durante o pré-aquecimento a tensão eficaz é relativamente
baixa atingindo VL= 52V. Na partida a tensão atinge um pico de VL= 1770 V, para um
tempo de 0,2ms de simulação. Após a partida a tensão de pico na lâmpada atinge 247 V ou
VL=174V eficaz.
2.0KV
0V
-2.0KV
2.0ms
V(LS:2)
2.5ms
3.0ms
Time
119
3.5ms
4.0ms
Figura 8.4 – Tensão através da lâmpada fluorescente.
A Figura 8.5 mostra a tensão dreno-fonte VDS e a corrente de dreno IS na chave de potência
S2 para os três períodos de operação. No período de pré-aquecimento a corrente de dreno
atinge um pico de ISM2= 500mA, na partida a corrente de dreno alcança seu valor máximo
de ISM= 1,7A e após a partida da lâmpada a corrente de dreno reduz a ISM= 330mA. Em
todos os períodos a chave trabalha em comutação suave.
500
0
-500
2.75ms
-I(R5)*100
3.00ms
V(V1G1:-)
3.25ms
3.50ms
Time
Figura 8.5 – Tensão dreno-fonte (VDS, em azul) e corrente de dreno (IS2, em vermelho) da chave S2
(x100).
8.5
Conclusão
Um reator eletrônico com controle do pré-aquecimento da lâmpada fluorescente foi
projetado com sucesso. Através dos valores obtidos, o circuito foi simulado a fim de
verificar a funcionalidade do mesmo. Foi verificado que, os valores de tensão no filamento
e na lâmpada durante o período de pré-aquecimento, partida e regime satisfazem os valores
de projeto e as chaves trabalham em comutação suave ZVS.
120
9
RESULTADOS
EXPERIMENTAIS
PARA
O
REATOR
ELETRÔNICO COM CONTROLE DO PRÉ-AQUECIMENTO
9.1
Introdução
A partir da determinação dos valores dos componentes dos dois filtros ressonantes e suas
principais características elétricas adquiridas através dos cálculos e pela simulação do
circuito, implementou-se um protótipo do reator eletrônico com controle do préaquecimento da lâmpada fluorescente. Neste capítulo também será apresentado o resultado
experimental, como as formas de ondas dos principais componentes e na carga, e um
ensaio elétrico utilizando um analisador de potência específico para reatores.
9.2
Montagem do circuito
Para melhor distinção do funcionamento o circuito total foi divido em quatro partes como
segue abaixo. O circuito de EMI, circuito retificador e o circuito pré-regulador do fator de
potência são simplificados e representados por uma fonte de tensão contínua E.
9.3
Circuito de controle das chaves
Como utilizado no desenvolvimento do primeiro reator o circuito integrado IR2153D será
utilizado para comandar as chaves de potência do circuito de meia ponte, devido sua
facilidade de implantação e possibilidade de controlar a freqüência de operação.
9.3.1 Circuito para variar a freqüência de controle das chaves
Como foi mencionado anteriormente o reator eletrônico com controle do préaquecimento deve operar em duas freqüências distintas, freqüência de pré-aquecimento e
121
de regime. Sendo que a primeira deverá ser maior do que a segunda, como mostra a Figura
9.1.
Freqüência
f PA
f IG
fS
Pré-aquecimento
Regime
Ignição
Tempo
Figura 9.1 – Mudanças nas freqüências de operação do reator eletrônico com controle do préaquecimento.
Para realizar esta característica no circuito de controle das chaves existem dois
principais métodos [51]: método por chaveamento de capacitor série ou paralelo e método
por ajuste na tensão de offset. O método por chaveamento de capacitor paralelo foi
escolhido devido sua simplicidade. O circuito da Figura 9.2 mostra como um transistor de
pequeno sinal S3 pode conectar um capacitor auxiliar no comando do circuito oscilador.
Quando o transistor está bloqueado, o diodo D1 está bloqueando o capacitor C2 retirando-o
do circuito, assim a freqüência do oscilador é alta. Quando S3 está conduzindo este coloca
o capacitor C2 em paralelo com C1, aumentando a capacitância e conseqüentemente
reduzindo a freqüência do oscilador. A equação (9.1) representa a freqüência de préaquecimento e a equação (9.2) representa a freqüência de regime.
f PA 
fS 
1
1.38R1  75C1
(9.1)
1
1.38R1  75C1  C 2 
(9.2)
O tempo em que o oscilador permanecerá na freqüência de pré-aquecimento fPA é
determinado pela carga do capacitor C3, através do resistor R2 e R3, até atingir a tensão de
zener do diodo DZ. Ou seja, é possível determinar o tempo de pré-aquecimento a partir dos
componentes C3, R3 e R2 pela relação da equação (9.3).
122
S1
Db
+
VCC
R2
E
1
V PA
-
Dz
R3
C3
R4
R5
S3
R1
C2
D1
2
3
C1
Ra
VCC VB
7
HO
RT
VS
LO
CT COM
4
Cb
6
S2
5
Rb
Figura 9.2 – Circuito simplificado para variação de freqüência do oscilador.
t
t




 R2 R3C3 
 R2 R3C3 




 R R  
 R R 
 R3  
2
3
2 3 





vC 3 (t )  E  
  vC 3 (0)  e
  1  e

 R3  R 2  




(9.3)
A tensão após o diodo zener DZ (VPA) controlará também a chave que adiciona o circuito
LC série no circuito de potência.
9.3.2 Circuito de proteção
Devido à topologia adotada para o reator eletrônico com controle do pré-aquecimento o
circuito deverá possuir proteção para que quando um dos filamentos da lâmpada rompa o
reator não queime.
Em funcionamento normal da lâmpada fluorescente, filamentos não rompidos, a sobre
tensão gerada na lâmpada e conseqüentemente o aumento da corrente nas chaves de
potência não causa danos, devido a valores de componentes adotados no projeto, porém
caso a lâmpada não acenda, filamento rompido ou lâmpada desativada, a sobre tensão na
lâmpada aumentará e conseqüentemente a corrente nas chaves de potência, levando-as à
queima. O aumento de corrente pode ser “sentido” através de um resistor série junto à
chave de potência ou um enrolamento secundário no indutor do filtro ressonante LC série
C paralelo. Este último apresenta melhor dinâmica e é mostrado na Figura 9.4.
123
Quando a lâmpada fluorescente não acende um aumento de tensão é induzida no
secundário do indutor L3 (L3:2 e L3:3) faz com que o capacitor C17 carregue, através de R25 e
R22, até atingir a tensão de disparo do diac D12, que por sua vez coloca o SCR (S6) em
condução. A tensão na alimentação do oscilador CI-1 irá cair e a oscilação terminará. A
chave S6 permanecerá conduzindo devido à corrente que circula pelos resistores R8 e R10, o
circuito só voltará a oscilar quando a alimentação do mesmo for desligada e os capacitores
forem descarregados, assim, o circuito estará habilitado para operar normalmente.
9.3.3 Circuito total
O circuito com toda a solução para o reator eletrônico com controle do pré-aquecimento
para uma lâmpada fluorescente é mostrado na Figura 9.4. O circuito implementado em
uma placa de circuito impresso é mostrado na Figura 9.4.
Figura 9.3 – Reator eletrônico com controle do pré-aquecimento para uma lâmpada fluorescente
tubular de 28W/T5.
124
Figura 9.4 – Circuito total do reator eletrônico com pré-aquecimento por tensão.
125
R19
+ E
_
+
C16
D11
R18
R17
R21
R24
R23 S4
S5
D15
C18
R20
R13
S6
+
C7
R10
R8
R15
4
VB
7
HO
6
CI-1
RT
VS
5
LO
CT COM
VCC
C15
3
2
1
D10 8
D9
R26
S3
D12
R14
C12
R11
S2
D20
C9
D14
S7
L4:1
C19
D16
C21
0
C17
+
R25
L3:2
L3:1
R22
C20
D13
L4:2
L4:3
9.4
Resultados
Nas próximas figuras serão apresentadas algumas das principais formas de ondas para o
circuito mostrado anteriormente.

Tensão na lâmpada e no filamento da lâmpada durante a partida: as Figura 9.5
e Figura 9.6 representam a tensão na lâmpada e tensão no filamento da mesma durante o
período de pré-aquecimento. Pode-se observar que, a tensão na lâmpada durante o período
de pré-aquecimento é baixa e igual a 55VRMS e a tensão no filamento é igual a 7,5VRMS
para um período de 2 segundos. Durante este período a freqüência de operação é igual a
77kHz. Após o pré-aquecimento a tensão de pico na lâmpada atinge 1230V e a lâmpada
acende, reduzindo a tensão para valores nominais e a tensão no filamento é eliminada.
CH1 pk-pk
2.04 Kv

CH1 Max
810 V

2
1) V L:
2) V F:
500 V olt 500 m s
10 V olt 500 m s
Figura 9.5 – Tensão de lâmpada (CH1) e filamento (CH2) durante o pré-aquecimento.
CH1 RMS
55V

CH1 RMS
7.5V

CH2 Freq
77 kHz
2
1) V L:
2) V F:
100 V olt 10 us
5 V olt 10 us
Figura 9.6 - Tensão de lâmpada (CH1) e filamento (CH2) durante o pré-aquecimento.

Corrente na chave de potência durante o pré-aquecimento: a corrente de dreno
e a tensão fonte-dreno das chaves de potência durante o período de pré-aquecimento estão
126
2
representadas na Figura 9.6. A corrente de dreno atinge um pico de 0,48A. As chaves de
potência neste período trabalham em ZVS.
CH2 RMS
195mA
CH2 Max
480mA
2  
CH2 Freq
78 kHz

CH1 Max
400V
1) V ds: 200 V olt 5 us
2) Id: 200 m A 5 us
Figura 9.7 – Tensão dreno-fonte (azul) e corrente de dreno (vermelho) nas chaves de potência
durante o pré-aquecimento.

Corrente na chave de potência durante a partida: durante a partida da lâmpada a
corrente na chave atinge seu valor de pico máximo de 4,0A como pode ser observado na
Figura 9.8.
CH2 Max
4.0A
CH1 Max
400V
2  

1) V ds: 200 V olt 10 us
2) Id: 2 A 10 us
Figura 9.8 – Tensão dreno-fonte
(azul) e corrente de dreno (vermelho) durante a partida da
2
lâmpada.

Corrente na chave de potência em regime: após a partida da lâmpada a corrente
na chave diminui a um valor de pico igual a 0,328A. As chaves trabalham em comutação
suave ZVS em uma freqüência de 39,8kHz como mostra a Figura 9.9.
127
CH2 RMS
145mA
CH2 Max
328mA
CH2 Freq
39.8 kHz
2 
2 
CH1 Max
400V
1 ) V d s: 2 0 0 V o lt 5 us
2 ) Id : 2 0 0 mA mp e 5 us
Figura 9.9 - Tensão dreno-fonte (azul) e corrente de dreno (vermelho) durante o regime de
operação.

Tensão e corrente na lâmpada em regime: a tensão e a corrente na lâmpada
fluorescente tubular de 28W/T5 está representada na Figura 9.10. A tensão de lâmpada
eficaz encontrada VL= 178V e a corrente ILAMP= 175mA estão dentro dos limites
especificados no catálogo da lâmpada.
CH2 RMS
175mA
CH2 Max
200mA
2  
CH2 Freq
39.8 kHz

CH1 RMS
178V
1) V L: 100 V olt 5 us
2) IL: 200 m A 5 us
Figura 9.10 – Tensão
  (azul) e corrente (vermelho) da lâmpada após seu acendimento.

Ensaio elétrico das características de entrada e saída do reator eletrônico: as
características elétricas de entrada e saída do reator eletrônico com controle do préaquecimento foram medidas, após a estabilidade da lâmpada (15 minutos), com um
analisador de potência Xitron Technologies 2572R Power Analysis System. Os dados são
mostrados na Tabela 9.1.
128
Tabela 9.1 – Características elétricas do reator eletrônico com controle do pré-aquecimento para
uma lâmpada fluorescente de 28W/T5.
Grandezas Elétricas
Potência de entrada
Corrente de entrada
Fator de potência
Distorção harmônica total da corrente
Freqüência de entrada
Freqüência de saída
Potência de saída
Fator de crista da corrente de lâmpada
Valores Medidos
31,2 W
0,143 A
0,992
7,2 %
60 Hz
38,9 kHz
27,44 W
1,50
A distorção harmônica da corrente de alimentação até a décima primeira harmônica é
mostrada na Figura 9.11. As harmônicas individuais estão dentro dos limites estabelecidos
pela norma brasileira (NBR14418), americana (ANSI C82.11) e européia (IEC61000-3-2).
100%
80%
60%
20%
0,
82
%
6,
57
%
0,
34
%
2,
11
%
0,
25
%
1,
17
%
0,
10
%
0,
11
%
0,
17
%
0,
43
%
40%
9t
h
10
th
11
th
8t
h
7t
h
6t
h
5t
h
4t
h
3r
d
Fu
nd
2n
d
0%
Figura 9.11 – Distorção harmônica da corrente de alimentação em % da fundamental.
9.5
Conclusão
Um reator eletrônico multifreqüência para uma lâmpada fluorescente de 28W/T5 com
preaquecimento por tensão foi desenvolvido e suas características elétricas estão dentro do
esperado.
129
10 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO
Para verificar a compatibilidade entre o reator proposto (multifreqüência com préaquecimento por tensão) e a lâmpada fluorescente T5 foram realizados dois testes de ciclos
com três diferentes reatores, em uma sala com temperatura ambiente controlada (255oC),
tensão de alimentação dos reatores estabilizada em 220V e as lâmpadas acopladas em
luminárias específicas (não aterradas). Para cada teste de ciclo foi utilizada uma lâmpada
nova de 28W/T5 Philips MASTER TL5 HE 28W/840 Cool White com seu respectivo
reator. O primeiro teste de ciclo rápido utiliza como tempo os valores praticados na
industria de reatores (INTRAL S.A. – Industria de Materiais Elétricos). A lâmpada é ligada
durante 30 segundos e permanece desligada durante 30 segundos. O ciclo é repetido até a
queima da lâmpada (rompimento do filamento). O segundo teste utiliza como tempo os
valores encontrados no resfriamento da resistência do filamento e na recomendação do
fabricante da lâmpada para “curar” o eletrodo. Ou seja, a lâmpada fluorescente permanece
ligada durante 30 segundos e após é desligada durante 5 minutos, este ciclo é repetido até a
falha da lâmpada. Os resultados encontrados são apresentados na Tabela 10.1.
Para comparar a influência do pré-aquecimento dos filamentos foram utilizados para o
teste de ciclo um reator com controle do pré-aquecimento, um sem controle do préaquecimento e um reator eletrônico de fabricação nacional encontrado no mercado (sem
controle do pré-aquecimento).
Tabela 10.1 – Resultado do teste de ciclo rápido.
Teste de ciclo rápido
30 segundos ligado e 30 segundos ligado e
30 segundos desligado 5 minutos desligado
Tipo do reator eletrônico
Com pré-aquecimento controlado, reator
proposto
Sem pré-aquecimento controlado
Reator comercial, sem pré-aquecimento
controlado
57600 ciclos
20160 ciclos
1440 ciclos
2880 ciclos
1800 ciclos
2304 ciclos
Os resultados dos testes de ciclos rápidos são de difícil interpretação na prática e podem
ser enganadores entretanto, algumas conclusões podem ser realizadas nos dados acima.
130
O primeiro teste de ciclo rápido, 30 segundos ligado e 30 segundos desligado, foi
concluído após 40 dias. A primeira lâmpada queimou com 1440 ciclos, quando alimentada
com o reator eletrônico sem controle do pré-aquecimento. A lâmpada ligada ao reator
eletrônico comercial foi a segunda a queimar com 1800 ciclos. Somente após 57600 ciclos
a lâmpada alimentada com o reator eletrônico com controle do pré-aquecimento queimou.
Este teste de ciclo rápido, utilizado pela industria de reatores, não possui uma ligação
direta com o teste de ciclo padrão, desta forma, a industria determina um número mínimo
de ciclos que a lâmpada deverá suportar. Este, é calculado levando em consideração a
expectativa de vida, o tempo de operação e a quantidade de ciclos durante a aplicação real
da lâmpada. Por exemplo, para a lâmpada fluorescente T5 que possui uma expectativa de
vida de 20.000 horas o número mínimo de ciclos deverá ser de 6700 ciclos, para uma
aplicação onde a lâmpada permanece ligada durante 12 horas e sofre 4 ciclos de liga e
desliga. Pelo método utilizado pela industria somente o reator com controle do préaquecimento estaria apto a trabalhar neste regime de operação, que atualmente possui
maior aplicação comercial.
O segundo teste de ciclo rápido, 30 segundos ligado e 5 minutos desligado, foi concluído
após 70 dias. A primeira lâmpada queimou com 2304 ciclos, quando alimentada pelo
reator comercial. A segunda, alimentada pelo reator sem controle do pré-aquecimento,
queimou com 2880 ciclos. Somente após 20160 ciclos a lâmpada alimentada pelo reator
com controle do pré-aquecimento queimou. O fabricante da lâmpada especifica que, para
um teste de ciclo rápido com 30 segundos ligado e 4,5 minutos desligado a lâmpada deverá
suportar mais do que 20.000 ciclos. Pode-se então dizer que a lâmpada fluorescente T5
alcançou sua expectativa de vida quando alimentada com o reator proposto. Mas, somente
é possível afirmar que as lâmpadas fluorescentes T5 adquirem sua expectativa de vida
quando alimentadas com o reator proposto se uma análise estatística for realizada com um
maior número de amostras.
Os dois testes de ciclo rápido apontam para a importância do pré-aquecimento controlado
na vida da lâmpada fluorescente T5. Utilizando reatores sem controle do pré-aquecimento
a vida da lâmpada pode ser reduzida até 7 vezes, para a aplicação mostrada na Tabela 10.1.
Para o primeiro teste de ciclo rápido esperava-se que as lâmpadas suportariam um maior
número de ciclos quando comparadas com o segundo, devido ao fato de que a lâmpada
ficando desligada menos do que cinco minutos o eletrodo não esfria completamente, desta
forma, reduz a degradação do filamento durante a partida da lâmpada e, provavelmente
131
resultaria em um número maior de ciclos até o fim da vida da lâmpada. Todavia, somente
foi possível verificar esta característica nas lâmpadas alimentadas pelo reator eletrônico
com pré-aquecimento.
Os resultados deste estudo mostram que o reator eletrônico proposto é uma excelente
escolha para a aplicação com a lâmpada fluorescente T5.
Para um trabalho futuro serão realizados o estudo e o desenvolvimento de um reator
eletrônico comercial para duas lâmpadas fluorescentes T5. Para isso, o reator proposto
servirá de base e alimentará as lâmpadas em série. O pré-aquecimento será realizado por
três enrolamentos auxiliares do transformador de saída. Para o desenvolvimento do reator
comercial deverá ser realizada uma miniaturização do reator devido ao dimensional das
luminárias existentes no mercado para a lâmpada T5. Para esta redução do reator, novas
tecnologias de montagem e componentes eletrônicos, como circuitos integrados dedicados,
deverão ser utilizados.
132
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