Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Departamento de Engenharia Elétrica SEL0353 - Princípios de Alta Tensão e Coodernação de Isolação Primeiro Relatório Técnico Autores: Gustavo P. Pompeo 5716585 5656088 Curso: Engenharia Elétrica – Ênfase Sistemas de Energia e Automação Professor: Dr. Rui A. C. Altafim São Carlos, Junho de 2010 Prefácio O presente trabalho é um relatório técnico para as simulações computacionais referentes a um sistema de coordenação de alta tensão. Possui em seu escopo simulações de circuitos de alta tensão, projetado utilizando dez diodos reais distribuídos em série, com resistores em paralelo, e um circuito elevador de tensão Greinacher para classe de 10KV-DC, com a fonte AC de 5KV. 2 Índice 1 – Simulações de Circuitos Elevadores de Tensão . Error! Bookmark not defined.4 1.1 – Circuito Retificador de meia onda ............................................................... 4 1.2 – Circuito de Greinacher ................................................................................ 9 1.2 – Circuito de Greinacher .............................................................................. 13 3 1. Simulações de Circuitos Elevadores de Tensão Todos os circuitos foram simulados no LTspice/SwitcherCADIII e Eletronic WorkBench. 2. Circuito ....... Para a simulação do circuito proposto, foi utilizado o diodo real protosto do Datasheet presente no software workbench, que mais se aproximou do real, mostrado na Figura 1. Fig.1 – Datasheet diodo. Todos Cada diodo suporta uma tensão reversa de 2000V repetitivamente. Quando dispostos em série, essa tensão é somada. De modo que 10 diodos em série agüente uma tensão reversa de 10*2kV = 20KV. 4 Fig. 2 – Circuito Workbench. Para uma tensão menor que 20KV Fig. 3 – Tensão de entrada 2KV 5 Fig. 4- Tensão de entrada 10KV 6 Fig. 5- Tensão de 20KV. 7 Fig. 6- Tensão de 30KV 3. Circuito Greinacher 3.1. Introdução O desejo de se gerar altas tensões a partir das fontes convencionais disponíveis existe desde o descobrimento da eletricidade. A invenção do “anel de indução”, pelo físico e químico britânico Michael Faraday, em 1831, foi o início do processo da geração de altas tensões a partir de fontes não muito elevadas, usando transformadores. Outras técnicas foram sendo desenvolvidas para obter melhor eficiência e menor dificuldade de construção, ao longo do tempo, com o desenvolvimento tecnológico. Dentre essas técnicas, pode-se citar inicialmente os circuitos “dobradores” de tensão que a partir de uma fonte alternada geram uma saída contínua com o dobro do valor de pico da entrada em módulo. Esse tipo de circuito geralmente se utiliza de elementos eletrônicos simples como capacitores e diodos e são de fácil construção. Para tanto, existem uma certa variedade de circuitos elevadores que seguem essa filosofia. Dentre eles, é de grande interesse citar o circuito de Villard, apresentado na Fig. 7, o qual 8 consiste simplesmente de um diodo e um capacitor. Apesar de sua simplicidade, no entanto, possui uma saída com um valor de ondulação bastante elevado pois é praticamente a mesma tensão de entrada com o valor médio deslocado de um valor de tensão de pico, ou seja, a saída é a onda senoidal da entrada com valor dobrado, nesse caso, sem retificação. Fig. 7 - Circuito elevador de tensão de Villard. Utilizando-se dessa estrutura, Greinacher propôs uma idéia simples e barata para reduzir o ripple desse circuito adicionando mais um diodo e um capacitor, conforme pode ser visto na Fig. 8. Fig. 8 - Circuito elevador de tensão de Greinacher. Nesse novo circuito, a onda senoidal de saída, com valor dobrado de pico agora é retificada e não há ondulação para a condição de circuito aberto, sendo que quando há carga, surge corrente e essa situação se altera de acordo com o valor do capacitor usado e da resistência final. Além da geração de altas tensões, faz se necessário à medição das mesmas sendo que para isso, devido às condições atípicas de valores modulares dessa grandeza elétrica, deve-se utilizar equipamentos especiais para aferição. Um equipamento bastante simples e de precisão razoável é o centelhador de esferas o qual é constituído de duas esferas metálicas 9 levemente distanciadas, conectadas sob uma diferença de potencial e em uma estrutura que permite o movimento de aproximação ou distanciamento entre ambas. A aplicação de tensão em terminais opostos sob as esferas causa uma concentração de cargas relativamente uniforme e superficial nos corpos que em determinado momento, dependendo do raio das esferas e da distância entre elas, quebra a isolação do ar. Para tanto, conhecido a relação entre a isolação do ar e a distância entre as esferas, é possível determinar a tensão aplicada entre os terminais conectados nas esferas. Outra maneira de se medir altas tensões, contínuas nesse caso, é a utilização de divisores resistivos de tensão, sendo que a utilização da queda de tensão entre dois resistores em série, sendo um muito maior que o outro, permite uma saída de potencial que pode ser conectada a dispositivos convencionais de medição, como por exemplo um osciloscópio, e pela relação de divisão de tensão, determina-se o valor da alta diferença de potencial. Este circuito também é um circuito retificador de meia onda, entretanto a introdução do capacitor C1, conforme figura 5, acarreta na adição de um off-set na tensão de saída, enquanto que o capacitor C2 é o responsável pela diminuição do ripple, isto é, manter a tensão na saída no semiciclo negativo. O resultado da simulação deste circuito está mostrado na figura 6: 630V V(vi) V(vo) V(vd1) 540V 450V 360V 270V 180V 90V 0V -90V -180V -270V -360V 0ms 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms 140ms Figura 8 – Formas de onda da simulação do circuito Greinacher. Da Fig. 8 podemos observar a função do capacitor C1 analisando a forma de onda para a tensão (Vd1) tomada em seu catodo. E da mesma maneira para o capacitor C2 verificando-se a forma de onda para a tensão na saída. O circuito proposto por Greinacher é a unidade básica constituinte do circuito em cascada de Cockcroft-Walton, isto é, n=1. A equação que fornece a ondulação para o circuito cascata é dada por: V I n(n 1) fC 4 10 (2) Como n=1, a equação (2) se degenera para a equação do retificador de meia onda, conforme mostrado a seguir: V I n(n 1) I 1(1 1) I fC 4 fC 4 2 fC (3) Após a simulação para diversas cargas obteve-se o seguinte resultado para o ripple: Greinacher, entrada de 220Vrms Resistência I [mA] [Ω] ∆V ∂V 50k 8,16 50 68 70k 6,35 46 52,92 100k 4,78 33 39,83 300k 1,93 500k 1,19 9 9,92 1M 0,61 5 5,08 10M 0,06 0,55 0,5 12,75 16,08 Tabela 1 – Dados de simulação referentes circuito de Greinacher. Fig. 9 - Gráfico da ondulação simulada e a teórica versus Corrente de carga - Greinacher. 11 Novamente os pontos medidos e calculados via equação (3) se aproximam. Entretanto a discrepância mais acentuada para correntes mais elevadas deve-se a aproximações do modelo empregado. Buscando analisar o modelo de cálculo proposto, foram desenvolvidas também para este circuito, simulações referentes à variação da freqüência de alimentação e alteração do valor dos capacitores. A figura 10 a seguir representa graficamente o comportamento da ondulação do sistema em questão em relação à variação da freqüência da tensão da fonte de alimentação. Fig. 10 - Gráfico da ondulação simulada e a teórica versus Freqüência. Greinacher, entrada de 71Vrms Resistência [kΩ] Freqüência [Hz] Capacitância [uF] I [mA] ∆V ∂V 100 60 1,0 1,616 11,286 13,467 100 120 1,0 1,782 6,567 7,425 100 240 1,0 1,879 3,603 3,915 100 480 1,0 1,935 1,905 2,016 100 960 1,0 1,961 0,967 1,021 100 1920 1,0 1,990 0,482 0,518 12 100 3840 1,0 1,988 0,278 0,259 100 7680 1,0 1,990 0,114 0,130 Tabela 2 – Dados de simulação referentes ao gráfico da Fig. 10. Posteriormente à variação da freqüência, é possível observar na figura 11 o comportamento gráfico do circuito de Greinacher em função da alteração das capacitâncias envolvidas, comparando-se os resultados simulados e teóricos. Figura 11: Gráfico da ondulação simulada e a teórica versus Capacitância. Greinacher, entrada de 71Vrms Resistência [kΩ] Freqüência [Hz] Capacitância [uF] I [mA] ∆V ∂V 100 60 1,0 1,616 11,286 13,467 100 60 1,5 1,724 8,248 9,578 100 60 2,0 1,783 6,472 7,429 100 60 2,5 1,820 5,433 6,067 100 60 3,0 1,845 4,638 5,125 100 60 3,5 1,867 4,016 4,445 100 60 4,0 1,880 3,580 3,917 13 100 60 4,5 1,897 3,251 3,513 Tabela 3 – Dados de simulação referentes ao gráfico da Fig. 11. Pela análise dos dados das figuras 10 e 11, pode-se observar uma forte aproximação do comportamento teórico e prático, confirmando assim, a validade do método de cálculo de ondulação utilizado. 5- Referências [1] Kuffel E. ; W.S. Zaengl. High Voltage Engineering Fundamentals, ---……1a.Edição, 1984. [2] Villard e Greinacher Circuit, Basic Voltage Multipliers. http://www.kronjaeger.com/hv/hv/src/mul [3] ENSAIOS DE IMPULSO ATMOSFÉRICO E DE MANOBRA - http:// www.fisicapotierj.pro.br/Raios/Sobre_Raios_%20e_Outros/EnsaiosImpulsoAtmosfer ico.pdf [4] Bobina de Tesla. http://pt.wikipedia.org/wiki/Bobina_de_Tesla [5] Bobina de Tesla. http://experimentoteca.fis.unb.br/prolego/eletro/bobina.htm [6] Bobina de Tesla http://www.feiradeciencias.com.br/sala14/14_01.asp 14 15 São Carlos, Junho de 2010 16