No futuro, doces podem ser saudáveis

Propaganda
No futuro, doces podem ser saudáveis
Geralmente associada à eletrônica, a nanotecnologia ganha cada vez mais
espaço na engenharia de alimentos e, daqui a alguns anos, poderá transformar os
alimentos para torná-los mais saudáveis.
O prazer que surge enquanto uma pessoa come bolos, tortas ou doces geralmente é
acompanhado por uma sensação de culpa. Aquela guloseima muito provavelmente está cheia
de gordura e outras substâncias que engordam ou podem fazer mal se consumidas em grande
quantidade. Uma possível solução para esse dilema está sendo debatida em Chicago, em um
evento da Associação Americana para o Avanço da Ciência, que discute os efeitos da
nanotecnologia em alimentos.
O uso de tecnologia nano (em escala atômica) é costumeiramente associado a áreas
como eletrônica, computação e medicina, mas poucos sabem que ela já é utilizada pela
indústria alimentícia. Por enquanto, o foco está voltado para aspectos como a criação de
sensores que ajudam a garantir a qualidade dos alimentos, ou que facilitam o processo de
embalagem, mas em breve a nanotecnologia poderá ser aplicada em larga escala na
engenharia dos alimentos. E é nesta possibilidade que há uma polêmica.
“O problema é que as pessoas não entendem o que estamos fazendo com a
nanotecnologia e os alimentos”, disse o pesquisador holandês Frans Kampers ao site Science
Daily. “Todos acham que a nanotecnologia tem a ver com nanopartículas e que, como as
nanopartículas podem ser perigosas, temem que elas estejam nos alimentos e causem males à
saúde”, completou.
A novidade é que, segundo Kampers, a nanotecnologia pode ser usada para modificar
a engenharia dos alimentos, fazendo com que nutrientes mais saudáveis cheguem ao
organismo de forma mais eficiente e que outros menos desejáveis sejam eliminados.
Na Europa, já há pesquisas para criar estruturas nos alimentos que façam com que os
nutrientes sejam absorvidos por regiões específicas do organismo, suprindo determinadas
necessidades de cada pessoa.
De acordo com Kampers, antes de alimentos modificados com a nanotecnologia
chegarem ao mercado, é preciso pesquisar muito mais o assunto. Isso porque algumas
aplicações do método podem causar danos à saúde.
O cientista holandês explica que a inserção de nanopartículas em embalagens pode
retardar o processo de apodrecimento dos produtos, mas uma vez que essa partícula vá para o
alimento, ela pode afetar as células caso seja absorvida pelo organismo. “Ainda é preciso
entender melhor a dinâmica desse método antes de partir para a larga escala. Por enquanto, a
nanotecnologia é raramente usada nos produtos”.
Download