ESTUDO 1 – TODAS AS BÊNÇÃOS QUE DEUS TEM PARA NÓS (Ef 1:3-9) Este estudo se propõe a auxiliar você e seus discípulos a reconhecerem quantas bênçãos recebemos através de Jesus Cristo. O verso 3 declara que fomos abençoados com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Ou seja, as bênçãos que recebemos são completas, suficientes e mais do que simples favores imediatos, são espirituais e liberadas diretamente dos céus. Qual é o pai que tem prazer em ver seu filho passar necessidades? Um bom pai não é aquele que faz todas as vontades de seu filho, mas aquele que supre as necessidades de seu filho. Inclusive destaco uma promessa acerca da provisão de Deus, em Fp 4:19: O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus. Primeiro. A bênção da REDENÇÃO. Para sermos Povo de Deus e desfrutarmos do acesso à Sua presença, precisamos nos livrar dos nossos pecados. Redenção significa cancelamento de dívida e foi exatamente isto que Jesus Cristo fez por aqueles que a Ele se entregam. Observe o verso 7: Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus... Quem não tem redenção é cativo, seqüestrado pelo pecado e conseqüentemente pelo espírito que age nos filhos da desobediência (Ef 4:17 e 18 nos dão uma idéia de como vivem as pessoas que ainda não tiveram sua redenção efetivada por conta de se recusarem a receber a graça e o poder do sangue do Cordeiro). Segundo. A bênção da nossa ADOÇÃO por parte de Deus. Esta é a maior das bênçãos que poderíamos receber através de Jesus Cristo. Leia o verso 5: Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo... Nos tornamos filhos adotados mediante a nossa fé em Jesus Cristo como o Unigênito de Deus que foi morto por nossos pecados (Jo 1:12). Por isso temos a liberdade de chamar Deus de Abba, a forma como Jesus se referia a Deus Pai. É assim que o Espírito Santo nos incentiva a tratarmos com Deus! (Rm 8:1516). Aqui em Ef 1:14 o apóstolo ensina que o Espírito é o penhor, a garantia de que fomos aceitos como filhos. Terceiro. A bênção de compormos o Povo Santo, Fiel e Eleito. O Povo particular de Deus, aquele que desfruta de Sua presença. Trata-se de um projeto que Deus desenvolveu antes da fundação do mundo. O projeto de ter um povo particularmente Seu, que fosse como Ele: santo, fiel, irrepreensível... Observe o verso 4: Porque Deus nos escolheu nele (em Cristo) antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. O Plano já estava traçado antes de o mundo ser criado. Na Eternidade, o Filho fora destinado a cumprir o caminho que percorreu aqui até passar pelo Calvário. Abraão recebeu esta revelação de Deus, acerca da bênção que se estenderia para famílias de toda a Terra (Gn 12:3) – isto se cumpriu através de Jesus Cristo. Está incluída nesta bênção o privilégio da comunhão com os demais filhos adotados que compõem a Família de Deus na Terra (Ef 2:19). Quarto. A bênção de VIVER na Terra uma vida em Cristo. Por conta do que recebemos através de Jesus Cristo, temos o privilégio de viver aqui não sendo mais daqui. Entende? Agora somos cidadãos celestiais. Nossos nomes estão no Livro da Vida do Cordeiro e a vida aqui na Terra é transitória. Nossa provisão vem diretamente das regiões celestiais, o exato lugar onde Cristo está neste momento (v. 20). A comunidade celestial não nos vê como peregrinos ou forasteiros, mas como autênticos concidadãos dos santos. Assim, a vida aqui deve ser para o louvor da glória de Deus (Ef 1:12). Isto quer dizer, uma vida que louve, que realce a glória do nosso Deus. Esta expressão para o louvor da glória é utilizada por Paulo três vezes no texto base deste estudo (vs: 6, 12 e 14). Esta e a nossa vocação. Toda bênção tem um ônus, uma responsabilidade. Você foi perdoado, aceito como filho de Deus Pai, tornou-se parte de um Povo e recebeu uma Vida Nova em Deus. Agora cabe dedicarse a viver para o louvor da glória do Senhor. Não queira menos do que isto! Sugestão: Querido líder de célula, à medida que você apresentar cada uma das bênçãos alistadas no estudo, pare e leve seu grupo a declarar em uníssono uma palavra de apreço por tal bênção. Exemplo: Senhor, louvado seja o teu Santo Nome por haveres operado a redenção da minha vida através do sangue de Jesus Cristo. Depois, Senhor, louvado seja o teu Santo Nome por haveres adotado como Teu filho e porque eu posso chamá-lo de Pai. ESTUDO 2 - O ESPÍRITO SANTO: O SELO E O BATISMO NO PODER (Ef 1:12-14) Nos dias do Antigo Testamento somente algumas pessoas tinham o privilégio de serem habitação do Espírito Santo de Deus. Patriarcas, como Abraão, juízes, como Sansão e Gideão, profetas como Moisés, Elias e Eliseu, dentre outros. Por exemplo, Eliseu pediu a porção dobrada do Espírito que estava na vida de Elias – e recebeu (II Reis 2:9,10). Porém, através do profeta Joel, o Senhor anunciou um tempo quando Seu Espírito seria derramado sobre todos os Seus filhos: homens, mulheres, jovens e anciãos (Joel 2:28,29). Tal profecia se cumpriu nos dias de Pentecostes na vida da Igreja de Jesus Cristo. O apóstolo Pedro fez menção da profecia de Joel na pregação que fez no dia e Pentecostes, quando cada pessoa da Igreja (eram cerca de 120) foi cheia do Espírito Santo (vide Atos 2:14ss). Hoje, louvado seja o Senhor por isso, temos o Espírito Santo pronto a habitar a vida de cada pessoa que se aliança com Deus através de Jesus Cristo. 1o. O Espírito Santo é para todo o que se converte a Jesus. Converter-se é o mesmo que nascer de novo. Para Deus, antes de nos entregarmos a Jesus estávamos mortos por causa dos nossos pecados (Ef 2:1). O processo que Deus usou para nos salvar foi o seguinte: a) Enviou Jesus para morrer por nós e ressuscitar dentre os mortos (Ef 1:20); b) Fez com que o Evangelho, as notícias da morte e ressurreição, do por que e dos resultados disto chegassem ao nosso conhecimento (Ef 1:13); c) Mediante a nossa fé, o Espírito Santo ligou-se a nós como um “selo”, garantia da nossa nova condição de filhos de Deus (Ef 1:13b,14). Não existe salvação sem a presença do Espírito Santo. Sem Ele a conversão é apenas aparente, sem fruto. O Espírito é o responsável por nos capacitar a vivermos uma vida de louvor e glória ao nosso Pai (cf. v. 14). 2o. Após o selo do Espírito, devemos buscar o batismo no poder do Espírito Santo. Batismo significa mergulho, imersão. Depois de selado você precisa querer mergulhar no Espírito de Poder, que é o Espírito Santo. Atos 1:8 explica bem a relação que há entre o batismo no poder do Espírito e a capacidade sobrenatural para servir a Deus nesta terra. Observe que o projeto do Pai inclui enche-lo do Espírito Santo para que você possa alcançar outras vidas com o Evangelho. Observe o mandamento que há em Ef 5:18. Deus quer que você queira ser cheio do Espírito! A palavra do apóstolo Paulo, incluindo a questão do embriagar-se com vinho neste contexto é proposital. Para que alguém se embriague, este toma não pouco vinho. Pois você já experimentou um pouco do Espírito, o selo, agora deve querer embriagar-se dEle! Lucas 11:13 nos ajuda a entender isto: o Pai quer que você entenda e queira ser cheio do Espírito Santo. Aos olhos do Pai isto é o que há de mais importante para sua vida – é a sua necessidade mais premente! 3o. Cuidado para não entristecer o Espírito Santo! Em Ef 4:30 temos o mandamento de não causarmos tristeza ao Espírito de Deus. Observe que este verso também menciona o selo, como em 1:14. Poderíamos fazer uma lista de atitudes que entristecem o Espírito, mas com certeza o que mais fere o Senhor é a recusa do crente em mergulhar nas águas profundas. Não querer mais dEle é o que, certamente, fere mais profundamente Seu coração. Esta expressão, águas profundas, tem relação com o batismo no Espírito, mas também com a visão do profeta Ezequiel (Ez 47). Entristece o Espírito que selados se contentem com águas pelos tornozelos, joelhos ou cintura. Ele deseja que nos lancemos às águas profundas da comunhão com Ele. Você está disposto a ter mais do que o selo do Espírito e a buscar o enchimento de sua vida pelo Espírito Santo de Deus? Deixe o Espírito inundar sua vida e capacitá-lo a viver uma vida para o louvor da glória de Deus. ESTUDO 3 - JESUS CRISTO, PODEROSO DEMAIS! (Ef 1:20-23) Neste trecho da Epístola aos Efésios, Paulo refere-se ao poder que Deus demonstrou através de Jesus Cristo – ressuscitando-o dentre os mortos e exaltando Seu Nome muito acima de qualquer governo, poder, autoridade ou domínio. Você observa no verso 21 a explicação de por que o Nome de Jesus Cristo é tão poderoso. Quando temos uma aliança com Deus através de Jesus Cristo, recebemos como conseqüência a autorização para usarmos o Nome que é sobre todos (Fp 2:9-11 também expõe o poder que há neste Nome Bendito). Jesus mesmo cuidou de ensinar Seus discípulos de que deveriam fazer tudo em Seu Nome. Em Marcos 16:17, Ele avisa acerca dos sinais que seriam realizados em Seu Nome. Em João 14:13 e 15:16 Ele ensina sobre o poder dos pedidos feitos ao Pai em Nome dEle. Em Atos 3:6, Pedro e João curam um paralítico usando o Nome de Jesus. Em Atos 4:10 os mesmos apóstolos confirmam que tal milagre ocorreu por conta do poder e da autoridade do Nome de Jesus. Em diversos outros textos aprendemos que todas as realizações dos apóstolos eram em nome de Jesus. Cristo é Senhor sobre todo nome que se possa referir. Ele subjugou os poderes malignos, colocando-os debaixo de seus pés. Esta posição, subjugando o inimigo a ponto de pisar sobre Ele pressupõe total vitória. É assim que o apóstolo Paulo descreve Jesus, em Efésios 1:22 – e o mesmo texto faz questão de realçar que a Igreja é o Corpo de Cristo, sendo Ele a Cabeça do Corpo. Ou seja, a Igreja, como Corpo de Cristo, tem o inimigo das nossas almas debaixo de seus pés. A figura do Messias pisando seus inimigos é profetizada por Davi no Salmo 110:1. Observe que de acordo com Lucas 10:19, nós temos autoridade através de Jesus para pisar nos demônios (aqui chamados de serpentes e escorpiões). Jesus é poderoso demais! A maneira como Ele derrotou o Diabo e todos os principados malignos, ao enfrentar a morte no Calvário é exposta por Paulo em Colossenses 2:15. Exatamente por conta desta vitória é que em Apocalipse 1:18 o próprio Senhor declara ter nas suas mãos as chaves: da morte e do inferno. O que o apóstolo Paulo expõe acerca da dimensão do Poder de Jesus Cristo é exemplificado nas narrativas dos Evangelhos. Utilizemos dois capítulos de Mateus para exemplificarmos o quão poderoso é o nosso Senhor: a) Jesus tem poder sobre todos os demônios! Ele expulsou muitos demônios de pessoas que lhe foram trazidas em Cafarnaum com uma palavra (Mt 8:16). Ele libertou dois homens terrivelmente atormentados por espíritos malignos, na região de Gadara (Mt 8:28-33). Libertou, também, um homem que era mudo pela atuação de um demônio (Mt 9:32). b) Jesus tem poder sobre as forças da natureza. Sendo o próprio Criador, Ele demonstrou este poder ao repreender a tempestade que aterrorizava os discípulos que, no barco, atravessavam o mar da Galiléia (Mt 8:23-26). c) Jesus tem poder sobre todas enfermidades. Esta faceta do poder do Senhor é expressa em diversos relatos de curas nestes dois capítulos de Mateus: curou o leproso que O adorou (8:1-3), curou o servo do centurião romano (8:5-13), sarou a sogra de Pedro (8:14), curou o paralítico trazido pelos amigos (9:1-8), sarou a mulher com fluxo de sangue (9:20), curou os dois cegos (9:27-31). Em 9:35, temos a informação de que Ele, à medida que pregava as boas novas do Reino, curava todas as enfermidades. d) Jesus tem poder sobre a morte! Isto é demonstrado na ressurreição da menina de doze anos, filha de Jairo, um dos líderes da sinagoga de Cafarnaum (Mt 9:18 e 23). Nosso Senhor e Salvador é suficiente para nos socorrer. Ele é um Pastor perfeito, suficiente. Quem O conhece não necessita de buscar noutros deuses ou espíritos auxílio, socorro. Jesus é poderoso demais e coloca este poder a disposição de todo que nEle crê. Você tem acesso a este poder. Aleluia! ESTUDO 4 - SEM CRISTO, SEM ESPERANÇA E SEM DEUS NO MUNDO (Ef 2:11-13) Talvez você ainda não tenha compreendido a imensa importância que tem o sangue de Cristo para nós. O Novo Testamento é muito enfático em demonstrar os benefícios que somente através do sangue de Cristo temos acesso. Observe que este é o propósito do trecho da Epístola aos Efésios, fazer os destinatários da carta reconhecerem o que eram e no que se transformaram por conta dos benefícios do sangue de Cristo (v. 13). Como era a nossa vida antes de recebermos os benefícios do sangue de Jesus? De acordo com Paulo, éramos gentios (fora da bênção de Abraão), sem esperança e desligados de Deus. A bênção de Abraão. Em Efésios 2:11 o apóstolo nos leva a lembrar da nossa condição de gentios e incircuncisos, antes de nos encontrarmos com Jesus. Gentio era o termo dado pelo judaísmo a todo que não comungava daquela religião. Incircunciso é a pessoa que não foi circuncidada – sendo este o sinal físico que demonstrava que um homem participava da aliança feita por Deus com Abraão. Foi este patriarca quem primeiro foi circuncidado e a ordem do Senhor foi de que todo homem nascido em sua parentela fosse circuncidado ao oitavo dia de nascimento (Gn 17). Ao patriarca Abraão e a sua família foi determinada uma bênção pelo Deus Eterno (Gn 12:1-3). Todo cristão é por conseguinte filho de Abraão. Confira isto em Gálatas 3:6,7. E por que, então não praticamos a circuncisão? Gálatas 3:13,14 nos explica. Através do sacrifício de Jesus na cruz a bênção de Abraão chegou até nós sem que precisássemos nos colocar debaixo da Lei. O apóstolo Paulo explica que a nossa circuncisão é feita no coração (Gl 6:15). Observe o texto em Gênesis 12:2, onde Deus anuncia a Abrão: Você será uma bênção. Pois participar desta bênção é herdar a vocação de ser bênção para muitas outras vidas. Através do sangue de Jesus Cristo você é transformado num canal para levar a bênção do Senhor a muitos outros. Jesus, nossa esperança. A esperança é um sentimento que motiva a vida nesta terra. Mesmo a esperança mais infundada é motivadora. O desespero é o sentimento da falta ou da morte da esperança. Desesperado é o indivíduo que não tem esperança – que respira ameaças. Quem já se beneficiou do sangue de Jesus jamais ficará desesperado – pode até ficar perplexo, mas nunca desesperado (II Co 4:8!). Desespero é insegurança, solidão. Segundo o apóstolo Paulo, o sangue de Jesus nos permitiu aproximar do Senhor: Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo (Ef 2:13). O sangue de Jesus nos aproxima do Seu pastoreio – uma ovelha que se deixa pastorear pelo Bom Pastor nunca terá falta de esperança. Ligados a Deus. O apóstolo escreveu que antes dos benefícios do sangue de Jesus estávamos sem Deus no mundo (v. 12). Lembre-se de que no início de Efésios 2, somos confrontados com a triste situação que tínhamos antes de conhecermos o poder de Jesus: estávamos mortos por causa de nossos pecados, vivíamos debaixo da influência dos espíritos que agem nos desobedientes. Jesus foi muito categórico ao afirmar: ninguém vem ao Pai a não ser por mim (Jo 14:6). Através de Jesus, vamos ao Pai, temos acesso a Ele. A presença de Deus era simbolizada no templo de Jerusalém pelo lugar chamado santo dos santos. Nesta sala ninguém podia entrar, a não ser o sacerdote, e mesmo assim, em ocasiões muito especiais. Havia um véu que separava o local santo das pessoas. Pois no momento em que Jesus morreu na cruz do Calvário, dentre outras manifestações sobrenaturais, aquele véu do templo rasgou-se de alto a baixo e o local santíssimo ficou exposto (Mt 27:51). Exatamente por isso a Epístola aos Hebreus nos explica que o sangue de Jesus abriu para nós um novo e vivo caminho, através do véu, pelo qual podemos entrar com toda confiança e participar da presença do nosso Deus (Hb 10:19,20). Uma das características que marcam os cristãos autênticos é a gratidão a Deus pelo sangue de Jesus Cristo. Por isso que nossas músicas e nossas orações são repletas de referências aos benefícios e a nossa gratidão pelo sangue derramado na cruz. Bendiga ao Senhor pelos benefícios deste poderoso Sangue. (Ministre aos seus discípulos, levando-os a reconhecerem que estão debaixo da bênção de Abraão, que têm a esperança inabalável e que podem adentrar para além do véu, à presença do Deus Eterno, tudo através do sangue de Jesus Cristo). ESTUDO 5 – CIDADÃO CELESTIAL, FILHO DE DEUS E MORADIA DO ESPÍRITO SANTO! (Ef 2:19-22) Vivemos tempos de Campanha Eleitoral (talvez quando você fizer este estudo em sua célula a campanha já tenha terminado) – e certamente você notou a preocupação dos candidatos em apresentar suas qualificações em busca da conquista da confiança dos eleitores. Pois este texto bíblico apresenta pelo menos três qualificações exclusivas das pessoas que se beneficiam da salvação oferecida através da fé em Jesus Cristo. 1o. Em Cristo somos Cidadãos Celestiais: Leia o verso 19: Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos... O apóstolo Paulo refere-se à cidadania celestial que alcançamos através de Jesus. Nos tempos do Novo Testamento a cidadania romana era muito valorizada e garantia status a quem a tivesse por direito de nascimento ou por aquisição mediante compra. Em Atos 16:37-39 encontramos os magistrados de Filipos cheios de temor por conta de haverem açoitado Paulo e Silas sem se darem conta de que eles tinham a cidadania romana. Esta mesma cidadania romana garantiu a Paulo o direito de apelar e ser julgado no tribunal de César, em Roma, conforme Atos 28:10-12. Pois aprendemos com o apóstolo que diante da cidadania celestial, qualquer status humano é ínfimo. Louve a Deus porque você pode declarar como Paulo em Fp 3:20 – A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. 2o. Em Cristo somos da Família de Deus: É o que Paulo afirma no verso 19. A família de Deus é composta pelos filhos que ele adotou através de Jesus Cristo (cf. Rm 8:29, Jesus é o primogênito dentre muitos irmãos). Pense um pouco nesta frase: Deus não tem filhos preferidos, mas tem filhos que preferem a Deus. Como um Pai perfeito, nosso Deus ama a todos os Seus filhos na mesma medida. Por outro lado, há filhos que preferem a Deus (convém que você decida ser um destes filhos!). De que maneiras um filho demonstra sua preferência pelo Pai? Claro, optando por não entristecer Seu coração, mas por fazer tudo aquilo que O agrada. Outra observação relevante sobre a família de Deus: nela não há divisão nem acepção de pessoas! Em Ef 2:16, Paulo observa que Jesus, ao morrer na cruz, destruiu toda inimizade, referindose à separação que o Judaísmo fazia questão de fomentar, entre judeus e gentios. Note no capítulo 3, verso 6, que a mesma temática é abordada – os gentios desfrutam do mesmo status que os judeus na família de Deus, já que a cruz de Cristo é o meio de adentrar a esta aliança para ambos os povos. Leia com seus discípulos Gl 3:26-29 e observe com eles que na família de Deus todos são iguais, não importando origem, condição econômica, sexo ou idade. Louvado seja o Senhor por isso! Ilustre esta verdade mostrando a relação dos familiares de Jesus, conforme Mateus 1. Em meio a tantos nomes na genealogia de Jesus, note que há poucas referências às mulheres: Tamar (v. 3), que gerou de Judá, num relacionamento ilícito; Raabe (v. 5), que antes de ser admitida junto a Israel era prostituta em Jericó; Bete-Seba (v. 6), ex-mulher e Urias, com quem Davi teve um relacionamento ilícito. Isto é suficiente para deixar claro que Deus não rejeita ninguém em Sua Família por conta de seu passado. Aleluia! 3o. Em Cristo somos morada do Espírito Santo: Temos aqui o ensino de que juntos formamos um edifício com características todas peculiares. A pedra angular deste prédio é o próprio Jesus Cristo (v. 20). Esta expressão significa que Jesus é a base, o sustentáculo da Igreja. Além da pedra angular, este edifício conta com um fundamento, fornecido pelos apóstolos e profetas – trata-se do ensino doutrinário que sustenta a Igreja. Esta base permite que o edifício seja ajustado, bem construído, crescente, dentro de uma harmonia que o torna santuário santo no Senhor (v. 22). Este texto nos ajuda a esclarecer que a Igreja não é um prédio feito de tijolos, telhas, vidro e madeira. É muito mais do que isto, um edifício composto por vidas. Cada vida é uma pedra que se ajusta sobre a Pedra Angular, tornando-se a morada do Espírito Santo de Deus (v. 22). Por conta disto, note como é importante nos reunirmos periodicamente para adorar a Deus. Quando todos os que têm o privilégio de fazerem parte do Edifício se reúnem, o Espírito Santo se manifesta de forma toda especial. Cabe, por outro lado, cuidar para que jamais você se torne uma pedra de tropeço. O que vem a ser isso? Trata-se do cristão que não vive ajustado ao projeto de Deus e que, como um tijolo largado no meio da sala, provoca a queda (escândalo) de outros (principalmente os pequeninos). Sobre isto você pode mencionar o alerta de Jesus em Mateus 18:5-7. Ore com seus discípulos, levando-os a reconhecer e declarar sua condição como cidadão celestial, parte de uma grande família. ESTUDO 6 – NOSSAS DUAS MAIORES NECESSIDADES (Ef 3:14-19) Leia o texto base deste estudo. Observe o verso 14, onde o apóstolo Paulo revela sua atitude de ajoelhar-se diante de Deus-Pai a fim de orar em favor das duas maiores necessidades dos cristãos de Éfeso. O verbo “ajoelhar” na língua grega é proskyneo, uma palavra que também pode ser traduzida pelo verbo “adorar”. Assim, ajoelhar-se diante de Deus é uma forma de expressar adoração, humilhando-se diante dEle. O Salmo 95:6 confirma esta verdade: Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador. Exatamente por isso é que a primeira parte dos dez mandamentos, que trata da proibição da idolatria, inclui o ato de ajoelhar-se diante de ídolos: Não terás outros deuses além de Mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra ou nas águas debaixo da terra. Não te ajoelharás diante deles nem lhes prestarás culto... (Ex 20:2-5). Na oração do apóstolo vamos identificar quais são as nossas maiores necessidades: Necessitamos do fortalecimento que vem do poder do Espírito Santo (v. 16). “A carne é fraca!” – esta é uma verdade que vem sendo usada como desculpa para muitos cristãos soterrados em pecados. Acontece que o espírito do cristão, se fortalecido, o levará a vencer as fraquezas da carne. Por isso o apóstolo intercede para que os cristãos de Éfeso fossem fortalecidos no espírito (ou no íntimo, no homem interior) – quando deixamos, o Espírito Santo de Deus transmite ao nosso espírito um tipo de força que nos ajuda a conter a carne. Quando alguém fica entregue à sua própria carne, acaba por produzir o que o próprio apóstolo chama de “obras da carne”, conforme Gl 5:19-21. Eis a lista de pecados que encontramos neste texto: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções, inveja, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas. Precisamos deste fortalecimento para nos parecermos com Cristo. Observe novamente Ef 3:17 e atente para o ensino de Paulo, de que mediante este fortalecimento no poder do Espírito Santo, “Cristo habitará em nosso coração”, ou seja, teremos a mente de Cristo – isto é, seremos cristãos de fato. Fortalecidos pelo poder do Espírito Santo, ao invés de produzirmos “obras da carne”, apresentaremos o “fruto do Espírito”, cujas nove características estão alistadas em Gl 5:22-23: Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Estas nove características explicam bem o que é ter a mente de Cristo. Necessitamos reconhecer e nos envolver no amor de Cristo. Nossa segunda grande necessidade tem a ver com o amor de Jesus. Paulo ora fervorosamente para que os cristãos de Éfeso sejam “arraigados e alicerçados em amor” (v. 17 – arraigado é o mesmo que “plantado”, “estabelecido”). Você acredita que alguém possa buscar a Deus por medo? Medo da morte, medo do juízo, medo do próprio Deus? Pois o apóstolo espera que a base do nosso relacionamento com o Senhor seja o amor. Há um texto na Bíblia que afirma que “o amor lança fora todo o medo” (I João 4:18). O apóstolo nos leva a tentar imaginar medidas para o amor de Cristo – e conclui que este amor “excede todo o entendimento”, ou seja, por mais que nos esforcemos, não conseguiremos quantificar o tanto de amor que moveu o coração de Jesus para suportar o sacrifício por nós. Romanos 5:8 nos lembra que o Senhor nos amou sendo nós ainda pecadores e se prontificou a morrer no nosso lugar. João 13:1 nos lembra que o Senhor amou seus discípulos o tempo todo e até o fim – o amor de Jesus não foi só da boca para fora, fingido ou leviano. Conhecer a grandeza do amor de Cristo e ser envolvido por ele é nossa necessidade mais prioritária – tão premente quanto o fortalecimento no poder do Espírito Santo. Na prática, em que resulta compreender e viver este amor? Em duas coisas. Primeiro, na gratidão para com Deus, expressa em consagração, serviço e adoração. Segundo, no amor para com as outras pessoas, tanto para como nossos irmãos em Cristo como para com os que ainda não são. Aproveite agora este momento para declarar com seus discípulos suas duas maiores necessidades e ao mesmo tempo, peça ao Senhor que venha supri-los. Coloquem-se de joelhos, a exemplo do apóstolo, em atitude de adoração. ESTUDO 7 – INFINITAMENTE MAIS! (Ef 3:20,21) Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém! Estes dois versos são a parte final da oração que o apóstolo registrou na Epístola, conforme vimos no estudo anterior, e compõem uma doxologia (palavra que deriva do grego doxa, “glória” – uma declaração que reconhece atributos pessoais do nosso Deus). Outras doxologias são encontradas no Novo Testamento: Rm 16:25 e Jd 24. O nosso Deus é Todo-Poderoso e atua em nós, sua Igreja. É isso que diz o verso 20. Tal constatação nos reporta às manifestações poderosas do Senhor junto ao Seu povo, Israel, no Antigo Testamento. Histórias como as relatadas no livro de Josué, como a conquista de Jericó (Js 6) e Juízes, como a vitória de Gideão contra os midianitas (Jz 7), dentre tantas outras, demonstram o que significa ter o poder de Deus operando em nós. Em Romanos 8, a partir do verso 31, o apóstolo Paulo nos legou um cântico, chamado Cântico de Vitória, que inicia com a seguinte indagação: Se Deus é por nós, quem será contra nós? A resposta é óbvia: ninguém!!! Somos mais do que vencedores! Somos mais do que vencedores! Mais do que vencedores em Cristo Jesus, nosso Senhor! Aleluia!!! (este é mais um trecho do Cântico de Vitória, Rm 8:37). Deus está com Seu povo fiel e santo. Ele disse: Nunca o deixarei, nunca o abandonarei (Hb 13:5). É a certeza da presença do Senhor que nos leva a confiar que conquistaremos territórios, venceremos gigantes, saltaremos muralhas. Houve um dia quando Moisés declarou ao Senhor que se a Sua presença não fosse com ele e seu povo, ele desistiria de prosseguir! A palavra que o Senhor deu a Moisés naquela oportunidade é tremenda: Eu mesmo o acompanharei, e lhe darei descanso. (Ex 33:14). Leve seus discípulos a declararem de todo o coração ao Senhor o desejo de contarem com Sua presença: Senhor, sem Sua presença eu não poderei prosseguir. Senhor, eu preciso da Sua presença! O nosso Deus pode fazer infinitamente mais! O apóstolo Paulo utilizou uma expressão pouquíssimo usada no Novo Testamento, huperekperissou, que pode ser traduzido do grego para o português como “muitíssimo mais” ou “infinitamente mais”. Tal afirmação do apóstolo corrobora uma verdade expressa nas Escrituras: Deus não depende de circunstâncias favoráveis para realizar seus milagres. Ele pode todas as coisas e a Bíblia contém exemplos maravilhosos deste poder: a) Abraão gerou um filho tendo quase cem anos de idade e Sara, aos 90 anos! (Gn 17:17); b) O Mar Vermelho se abriu e o povo de Israel passou em seco! (Ex 14:21); c) Josué orou e o sol e a lua se detiveram por quase um dia! (Js 10:12-14); d) Elias orou e o fogo caiu do céu sobre o altar no Monte Carmelo (I Rs 18:38); e) Ezequias orou, foi curado e o relógio retornou dez graus no relógio de Acaz (Is 38:7,8); Esta lista de milagres poderia se estender por dezenas e centenas. É importante sabermos que nosso Deus tem tanto poder. Porém vale ressaltar que Ele é soberano e que Ele age de acordo com Sua vontade perfeita. Isto era muito bem compreendido pelos três amigos do profeta Daniel na Babilônia. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se recusaram a adorar a estátua de ouro de vinte e sete metros de altura que o rei Nabucodonozor fizera. A penalidade instituída pelo monarca dos caldeus era de lançar numa fornalha todo que se recusasse a prostrar-se diante da estátua. De acordo com o relato de Daniel 3, os três judeus fiéis se mantiveram firmes na resolução de não pecar contra do Deus Vivo. O texto relata que o rei mandou chamar os três e os intimou a adorar a imagem, caso contrário seriam lançados vivos na fornalha (vs. 13-15). O verso 17 demonstra a fé dos servos de Deus de que Ele os poderia livrar, mas que mesmo que não os quisesse livrar, eles resolviam não adorar a imagem: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer. Vale a pena mostrar aos seus discípulos o desfecho desta história, como o rei enfurecido mandou superaquecer a fornalha e do livramento sobrenatural que o Senhor proveu. Você percebe que os três judeus viam a possibilidade de que o Deus Todo-Poderoso não os livrasse? (Sim, Ele não livrou Estevão nem Tiago de serem mortos em Atos!). A maior prova de que Deus pode todas as coisas foi o envio de Jesus Cristo, o Deus-Filho para morrer a nossa morte e ressuscitar dentre os mortos. Em Jesus o Deus Eterno demonstrou a grandeza de Seu Poder. Por conta disto Ele deve receber toda a glória para todo o sempre. Ore com seus discípulos, leve-os a declararem a fé no poder sem limites do nosso Deus, manifestado em Jesus Cristo. Conclame-os a assumirem o compromisso diante de Deus de jamais se dobrarem diante de outro deus. Leve-os a declararem que não há limites para o que Deus possa fazer em nossas vidas por conta de já haver dado Seu próprio Filho para morrer por nós. Aleluia! ESTUDO 8 – QUALIDADES QUE PRECISAMOS DESENVOLVER (Ef 4:1-6) Neste trecho da Epístola aos Efésios o apóstolo mais uma vez demonstrou sua autoridade ao recomendar com muita ênfase que os seus destinatários buscassem desenvolver características muito importantes para nossas vidas em Cristo. Observe como o apóstolo se refere a ele: prisioneiro no Senhor (v. 1). É bem provável que ele tenha escrito esta carta quando estava preso em Roma, na mesma época em que escreveu outras Epístolas, como Filemom e Colossenses (cerca de 62 DC). É bom lembrar que os cristãos da Igreja Primitiva (como é chamada a Igreja dos apóstolos) enfrentaram muitos dissabores e perseguições por conta da fidelidade a Cristo. O próprio Paulo terminou seus dias sendo martirizado. Um texto que resume bem as dificuldades que os missionários da Igreja Primitiva enfrentavam por amor a Cristo está em II Co 11:23-28. Será que sua fé suportaria um pouquinho destas provações que o apóstolo sofreu? Na Parábola do Semeador o Senhor Jesus avisou que há pessoas que se assemelham à porção da semente que caiu em solo pedregoso – são aqueles que abandonam a fé tão logo chegam as primeiras perseguições (vide Mt 13:20-22). Pois hoje é dia de pedirmos ao Senhor que nos ajude a desenvolver qualidades que nos permitam cumprir nossa Missão com fidelidade, sem desistir. O apelo que Paulo fez no verso 1 pressupõe fidelidade e perseverança: rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Eis uma lista de virtudes que precisamos desenvolver como cristãos, conforme o verso 2: a) Humildade: É o contrário de soberba, orgulho. Consiste na visão correta de nossas limitações, de nossas virtudes e do valor das outras pessoas. Ser humilde não significa depreciarse, mas considerar que as outras pessoas também têm valor e virtudes. A Bíblia ensina que fazer planos sem considerar a vontade de Deus é prova de soberba (Tg 4:13-17). Também nos ensina que Deus não abençoa os orgulhosos, mas concede graça aos verdadeiramente humildes (Tg 4:6). b) Mansidão: A Bíblia na versão NVI traduz como “dóceis” ao invés de mansos. A palavra mansidão na língua grega transmite a idéia do animal domado, contido. A mansidão consiste na qualidade de conseguir conter seus impulsos, conservando-se controlado, contido. É o contrário do impulsivo, do violento, do iracundo. c) Paciência: Um sinônimo para paciência é longanimidade – a capacidade de esperar, de não precipitar-se. A precipitação, muitas vezes, nos leva a perder bênçãos. Para alcançarmos êxito na vocação em Cristo precisamos desenvolver a capacidade de esperar no Senhor. Bem que Ec 3:1-8 nos ensina que há um tempo certo para todas as coisas. Às vezes queremos apressar as coisas de Deus, o que somente resulta em prejuízos. d) Interesse pelo próximo: Eis a recomendação do apóstolo – suportando uns aos outros com amor. A idéia aqui é de colocar-se como auxílio, apoio, para o irmão caminhar – sabe quando a pessoa se machuca e não consegue caminhar sozinha e vem alguém que lhe oferece auxílio? O amor nos leva a nos colocarmos como suporte. Haverá pessoas que precisarão ser suportadas e você precisará desenvolver esta qualidade. Há um cuidado que o apóstolo destaca neste texto que precisamos enfocar. Todos nós devemos zelar pela unidade espiritual da Igreja. Todas as qualidades acima visam trazer benefícios para toda a família espiritual que é a Igreja da qual participamos. Esta unidade é crucial e por isso o apóstolo dá ênfase a este ensino nos versos 3 a 6. Eis os argumentos para sermos uma Igreja dirigida pelo Espírito e, portanto, pacífica: i. Somos um corpo (v. 4) e quando partes do corpo ficam em desarmonia é sinal de enfermidade e sofrimento para todo o corpo; ii. Há somente um Espírito Santo (v. 4) e logicamente o Espírito age para unir Seu povo; iii. Temos a mesma esperança (v. 4), haja visto que fomos chamados pelo mesmo Senhor e para a mesma Obra; iv. Temos o mesmo Senhor, a mesma fé, passamos pelo mesmo batismo (v. 5); v. Somos filhos do mesmo Pai: Ele é superior a todos nós, tem poder para usar nossas vidas e habita em nós (v. 6). Termine este estudo orando com seus discípulos pedindo ao Espírito Santo que os ajude a desenvolver tais qualidades e a não sucumbirem diante de provações e dificuldades. Ore com eles, por eles e pela Igreja, pedindo que o Espírito nos ajude a vivermos a unidade promovida por Ele. Use sempre a estratégia de orar com seus discípulos levando-os a repetirem a oração com você, reafirmando a fé em Jesus Cristo. ESTUDO 9 – DEIXANDO DE SER CRIANÇA (Ef 4:7-16) O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogadas para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro (v. 14). Todos já fomos crianças e, por mais que possamos haver tentado evitar, crescemos. Ainda que pessoas adultas possam apresentar comportamento infantil em certos aspectos, não conseguem impedir o relógio biológico de continuar contando o tempo. Em Jesus Cristo tivemos a oportunidade de nascer de novo – como crianças espirituais – e agora somos desafiados a crescer. Diferentemente do crescimento físico, o deixar de ser criança espiritual exige nosso esforço e vontade. O Senhor da sua vida e da Igreja quer que você cresça! O texto bíblico em Efésios prova isto e descreve também como o Senhor nos provê de condições para crescermos. Leia o verso 13 e observe que Jesus é o nosso padrão de maturidade e este é o nível que todos os cristãos devem almejar: o nível de fé e de conhecimento de Jesus Cristo que Deus nos disponibilizou. Maturidade é o mesmo de profundidade. Enquanto somos crianças, infantis, somos também levianos, rasos em muitos aspectos. Você se lembra de quando era criança e de como seus pais o vigiavam quando iam passar o dia numa praia? Se sua mãe era como a minha, certamente, você se lembra dos veementes alertas quanto aos perigos das águas mais profundas. Pois veja como Paulo descreve os cristãos imaturos no verso 14: a) Crianças são arrastadas pelas ondas! (não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas...). Amigo, você precisa crescer em Cristo para não ser arrastado pelas ondas deste mar bravio que é o mundo ao nosso redor! Quem não cresce corre o risco de se afogar! b) Crianças são levadas pelos ventos! (nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina...). Ventos de doutrina são ensinos sem consistência, sem verdade. Crianças têm facilidade em crer em fábulas, fantasias... Penso que eu tinha uns seis anos de idade quando num domingo de Páscoa um visinho me levou até o quintal de sua casa, onde seu pai criava coelhos, para me convencer de que aqueles ovinhos de chocolate que eu acabara de encontrar debaixo de minha cama não haviam saído de um coelho. Que absurdo! (já fui ao Encontro e já perdoei meus pais!!!). Doutrina é ensino – o próprio Jesus explicou que tipo de doutrina Ele nos trouxe: confira em João 7:16,17. Deixar de ser criança é apropriar-se desta doutrina de Cristo. c) Crianças são vítimas em potencial de pessoas astutas! (...levadas... pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro). As Escrituras são fartas de advertências contra falsos mestres, falsos apóstolos, falsos profetas e até falsos Cristos. Crianças têm maior dificuldade para discernir o falso do verdadeiro. A Igreja existe para levar as crianças à maturidade espiritual. Para isto, Jesus deixou à Igreja cinco ministérios: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (v. 11). Os versos 15 e 16 contém uma figura apreciada pelo apóstolo Paulo para ensinar sobre a Igreja: o corpo. A Igreja se compara a um corpo humano, sendo Jesus Cristo a cabeça (o comando). Cabe a este Corpo ensinar às pessoas a verdade em amor. O amor é que permite que as pessoas estejam unidas (imagine se o seu braço direito ficar inimigo de sua mão direita?). A verdade é o combustível para que o infante espiritual cresça (v. 15 Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.). Na medida em que uma pessoa cresce espiritualmente, ela participa do Corpo que é a Igreja (o verso 16 dá a idéia de uma máquina composta de engrenagens – e o corpo humano não deixa de ser uma máquina composta de diversas engrenagens, que são os órgãos...). Quando ajustados devidamente ao Corpo, promoveremos os fins para os quais fomos criados: ganhar vidas, consolida-las na fé, discipula-las na Verdade e envia-las a ganhar outras vidas... Você precisa crescer. Nosso corpo físico dá provas de que atingiu a maturidade quando se torna capaz de gerar outras vidas, de procriar. Assim, também você deve almejar alcançar a maturidade que lhe permitirá exercer o ministério de gerar e cuidar de outras “crianças espirituais”. Ore com seus discípulos declarando que Eles querem atingir a maturidade em Cristo. Para não serem mais arrastados pelas ondas, nem levados mais pelos ventos. Que eles peçam ao Senhor que os ajude a comer da Verdade e crescer na estatura, no padrão de Jesus Cristo. Inclua nesta oração o desejo de ganhar e cuidar de outras vidas. ESTUDO 10 – A MENTE RENOVADA (Ef 4:17-24) Quando eu era criança – e isto não faz tanto tempo assim – havia um programa de humorismo na tv em que um nordestino caricato, metido a intelectual, utilizava um bordão mais ou menos assim: a inguinorância atravanca o pogresso. Pois não é que o engraçadinho tinha razão? A Bíblia confirma que a educação é o bem mais precioso que uma sociedade possa conquistar. Foi através do profeta Oséias que o Senhor declarou: O meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento (Os 4:6). Pois neste trecho da Epístola aos Efésios o apóstolo Paulo demonstra a grande diferença que o conhecimento da verdade revelada através de Jesus Cristo faz na vida de uma pessoa. Alguém que não conhece ou reconhece o Senhor: Sua Pessoa, Seu Poder, Sua Palavra e Seus Propósitos, é chamado por Paulo de gentio (v. 17), ou velho homem (v. 22). Vale ressaltar que todos fomos gentios e velhos homens, e deixamos de sê-lo a partir do momento que conhecemos Jesus e aprendemos Seus ensinos. O estilo gentio/velho homem de vida: Estilo é um modelo, um padrão. Fala-se muito sobre estilo nos dias de hoje com relação à moda e aos costumes. Na verdade, o estilo é determinado pela maneira de pensar – a forma como as pessoas vêem a vida e como valorizam as coisas. Observe no texto as características predominantes do nosso antigo estilo de vida: a) Inutilidade dos pensamentos (v. 17): isto se deve aos valores invertidos – coisas totalmente inúteis são super valorizadas. Quando se valoriza coisas tidas por Deus como “inúteis”, a vida se torna fútil, desperdiçada. Por exemplo, a super-valorização da aparência física. No jornal que li hoje há uma matéria sobre jovens que continuam ingerindo anabolizantes veterinários, chegando até a óbito. b) Obscurecidos no entendimento (v. 18): o que o apóstolo quer dizer com isto? Que o entendimento destes está escuro para as verdades de Deus. Que coisa triste saber que há muitas pessoas totalmente ignorantes para as verdades de Deus, mas sábios para o mal – astutos na malícia – sabem fazer o mal com “excelência infernal” (leia Jr 4:22). No capítulo 3 de I Coríntios, Paulo explica que o gentio, ali chamado de homem natural, não consegue discernir as coisas de Deus, para as quais precisamos ter uma mente renovada. c) Separados da vida de Deus (v. 18): A vida de Deus é a vida em Deus. Jesus disse: Eu Sou a Vida (Jo 14:6) e Eu dou a Vida e Vida em abundância (Jo 10:10). Um gentio não vê graça na vida de Deus vivida por um cristão autêntico. Resistir ao pecado, manter-se fiel, buscar santidade, adorar, servir, perdoar, abençoar, ofertar... verbos tão normais na vida em Deus são inconjugáveis para quem está preso ainda ao estilo gentio de vida. d) Depravação e Impureza (v. 19): Por favor, leia detidamente novamente o verso 19 com sua célula. Estas duas palavras têm a ver com sexualidade pecaminosa – pornografia, prostituição e adultério. Pedofilia e prostituição infantil são exemplos de como a sociedade que ignora a vida em Deus caminha pelas vias da depravação. A indústria da prostituição e da pornografia movimenta bilhões de dólares. Qualquer locadora de vídeos ou banca de jornais vende estas coisas a preços acessíveis à maioria das pessoas. Como pode uma sociedade conviver com coisas tão degradantes e abomináveis aos olhos do Criador? Este texto nos ajuda a entender. Vale lembrar que Deus não aceita adeptos deste tipo de abominação no meio do Seu povo: vide Ef 5:5, Ap 21:8. Há um texto tremendo que você pode mencionar aos seus discípulos sobre a questão da imoralidade sexual relacionada à mente obscurecida, Rm 1:28-32. [1] e) Enganados pelos desejos (v. 22): Os desejos são por vezes chamados na Bíblia de paixões da carne. Alguém que se deixa conduzir pelos desejos é carnal e inconseqüente. Você sabe o que acontece com a criança cujos pais atendem todos os seus desejos. A própria Psicanálise explica que os desejos não podem ser desenfreados – precisam ser censurados, contidos. O apóstolo Paulo observa que tais pessoas se corrompem, ou seja, “se consomem, se acabam...” na satisfação destes desejos desenfreados. Um exemplo disto, os vícios. O Estilo Novo Homem de vida! Jesus Cristo veio para nos dar vida. Para tanto, é preciso reconhece-lo como o autor da vida e da nossa salvação. Ao reconhece-lo, você se abre para receber uma renovação em sua mente – o que antes era ignorância e escuridão agora será transformado. Na medida que você aprenderá a Palavra, sua mente será purificada e reorientada. Isto se chama discipulado. Os valores mudarão. A mudança será tamanha que até seus costumes mudarão. Não é à toa que o apóstolo escreveu acerca de trocar de roupas – despir-se do velho homem e revestir-se do novo homem. As roupas e os modos denunciam a mente. Reflita nisto. Abrindo sua vida a Jesus, sua mente será preenchida com Seus Ensinos e sua vida transformada. Ore com seus discípulos e leve-os a declarar que não querem uma vida no estilo dos gentios. Leve-os a renunciar a toda imundície e a pedirem a mente renovada pelo Espírito. Ajudeos a pedirem a Deus fome da Palavra, pois é nela que aprenderão a vida no Estilo Novo Homem e vestirão as novas vestes.[2] [1] Lembre-se que sua célula é de evangelismo e multiplicação e que os estudos não podem exceder o tempo limite. Também que seus discípulos novos ainda não têm “estômago” para digerir alimentos mais sólidos. É melhor dividir um estudo mais complexo em dois do que provocar uma “indigestão bíblica” no discípulo neófito. Eis que te digo... [2] Não esqueça também de sempre orar pelos seus líderes e pastores junto com seus discípulos. Eles precisam aprender a honrar seus líderes vendo seu exemplo.