Estudos teológicos 72 IRREVERÊNCIA E ATÉ HERESIA AFIRMAR QUE JESUS FOI MARTIRIZADO Jesus não pode ser colocado ao lado de João Batista, de Estevão, nem de Tiago, que foram mortos por suas crenças e pregações. Sem falar de Jerônimo de Savonarola, dos pastores calvinistas mortos na baía de Guanabara, do enforcamento de Tiradentes no Rio, de Mahatma Ghandi na Índia e do pastor Martin Luther King nos Estados Unidos. Precisamos corrigir qualquer discurso ou música que chame Jesus de “mártir da paz”! Mártir é aquele cuja morte é imposta por violência de modo irreversível por autoridades religiosas e indivíduos de crenças ou posições opostas e intolerantes. O mártir só escapa da morte se voltar atrás e negar sua fé. Policarpo da Igreja de Esmirna não negou a sua fé. Chamar de Jesus de mártir é um procedimento que diminui a sua glória e confunde tudo. O próprio Senhor deixou claro que ele não seria morto por vontade humana. Ex. “Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade” (Jo 10.1718). Na mesma ocasião Jesus disse: “Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá a sua vida por suas ovelhas” (10.11). A vida de Jesus corria perigo de morte, desde o seu nascimento, mas ela aconteceu somente quando ele a entregou para redenção. Os fatos com Jesus são coerentes o tempo todo. Em um momento de angústia desabafou: “Agora meu coração está perturbado, e o que direi? Pai salva-me desta hora? Não, eu vim exatamente para isto, para esta hora” (Jo 12.27). Quando chega o momento Jesus não se esconde, não recorre a milagre algum e nem permite que Pedro faça uso da espada para defendê-lo. Jesus deixa as coisas acontecerem normalmente. E, ainda corrige a presunção tirânica de Pilatos quando este lhe ameaça: “Não sabes que eu tenho poder para te libertar e crucificar?” (Jo 19.10). A reação de Jesus é imediata: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima” (Jo 19.11). Jesus não é mártir porque a sua morte foi voluntária, ele tinha completa liberdade e controle absoluto diante da morte. A morte espontânea de Jesus tornou-se necessária por causa do pecado. Aí está a base única aceita por Deus, a fim de desfazer a agressão do pecado ao seu caráter santo (Hb 10.4; 1 Pe 1.18-19). Pode parecer estranho, mas na verdade, Jesus foi massacrado em nosso lugar (Is 53.5; Rm 8.32). Quem considera Jesus um mártir o está reduzindo a outro personagem histórico, sem nenhum traço de divindade. Principalmente, o clero católico romano e os ramos protestantes precisam instruir seus fiéis a esse respeito com convicção e autoridade até desaparecer essa idéia popular e ridícula de um Jesus mártir. Fiquem na Paz de Cristo, Rev. Adalgiso do Vale