Oportunidades no Ano de Portugal no Brasil Por José Francisco Ribeiro, presidente do Banco Luso Brasileiro Um período único e de redescobertas marca 2013 o ano de Portugal no Brasil. Passados 512 anos da chegada do primeiro português à Ilha de Santa Cruz, Brasil e Portugal mantêm um processo de redescobrimento. Ambos reinventaram uma maneira de extrair o potencial competitivo que possibilita parcerias nos diversos segmentos da economia. As transformações que acompanharam a virada de seis séculos pós-descobrimento também mudaram a relação luso brasileira. A chancela “descobridor e colônia” foi trocada por “parceiros que falam a mesma língua”. O mesmo idioma é um poderoso facilitador. Uma vantagem levada aos diversos campos de atuação econômica para o fomento de acordos bilaterais. Recentemente, dois grandes grupos de investidores portugueses atracaram no País, unindo forças com o Grupo Tavares de Almeida a fim de reinventar e explorar um mercado já há tempos ambicionado pelas companhias lusitanas instaladas no Brasil: o segmento de transporte de passageiros. O engajamento destes três grandes grupos empresariais possibilitou o renascimento do Banco Luso Brasileiro. O Banco chega com expertise para impulsionar o crescimento sustentável de todas as companhias que atuam por esses mares, não somente no financiamento da matériaprima (ônibus), mas também de todo o negócio ligado ao sistema de transporte. O Banco Luso Brasileiro é um exemplo do quanto o Brasil atrai investidores. Esta relação que busca identificar oportunidades sempre foi alvo das empresas e grupo de investidores portugueses, não apenas pelo interesse no lucro em curto prazo, mas, sim, pelo sentimento de “adoção” com que o empresariado luso olha para o Brasil. Pesam a história, a cultura e a comunicação, que emanam de uma mesma raiz. Hoje, vemos uma balança comercial em ritmo crescente, com exportações de Portugal para o Brasil que avançam 13% ao ano. As vendas portuguesas no ano passado acenaram positivamente com mais de € 600 bilhões e só nos últimos três anos os investimentos brasileiros em Portugal cresceram mais de € 2 bilhões. Isso significa que a atenção do empresariado lusitano no Brasil não está apenas na condução de um negócio lucrativo. Está na intenção de estabelecer um capital produtivo, em que o investimento é feito diretamente em pessoas, equipamentos e outros bens, gerando valor a todo o território nacional. Em termos de competitividade, Brasil e Portugal têm encontrado, cada vez mais, pontos sinérgicos. Cada país possui uma necessidade que pode ser suprida pelo seu parceiro mercadológico. Dados da Câmara Portuguesa de Comércio revelam que cerca de dez empresas portuguesas procuram, por mês, a instituição, a fim de identificar oportunidades de investimentos na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. É com esse apetite para investir, com objetivo de mostrar empresas portuguesas modernas, convergindo com a capacidade de crescimento característica da economia brasileira, que o ano de Portugal no Brasil foi celebrado. Após longos capítulos desta histórica relação, os “países irmãos” viram a página para escrever uma nova etapa. E o melhor: na mesma língua.