1 11ºCBCENF: CONGRESSO BRASILEIRO DOS CONSELHOS DE ENFERMAGEM Alessandra Cotrim Leileane Oliveira Quenia Valéria dos Santos O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DA PACIENTE COM CÂNCER DE MAMA Belém -PA 2007 2 Alessandra cotrim Leileane Oliveira Quenia Valéria dos Santos O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DA PACIENTE COM CÂNCER DE MAMA Pesquisa apresentada ao CBCENF (Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem) como requisito de seleção sob orientação da professora especialista Mara Espíndola Cardoso Araújo. Belém - PA 2007 3 RESUMO O câncer é responsável por mais de 12% dos óbitos no mundo constituindo assim um problema de saúde pública, em 2006 foi estimado 472 mil casos novos de câncer no Brasil, destes 48.930 mil designados câncer de mama. A exposição a fatores de risco cancerígenos, redefinição dos padrões de vida, trabalho, nutrição, processo global de industrialização e alterações demográficas explicam o aumento de casos. Trata-se do câncer mais temido pelas mulheres devido à alta freqüência, impacto psicológico e envolvimento negativo na percepção da sexualidade e auto-imagem. Assim a função do enfermeiro é de auxiliá-la sendo capaz de perceber suas necessidades tendo como instrumento básico à observação, suas ações também devem ser individualizadas e adequadas a cada paciente. Objetivo geral conhecer a atuação do enfermeiro no cuidado da paciente com câncer de mama, e específicos levantar as necessidades humanas básicas da mulher com câncer de mama; descrever as ações do enfermeiro no tratamento de câncer de mama; descrever as principais dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros no cuidado à paciente com câncer de mama. Tratando-se de uma pesquisa de caráter qualitativo realizada com enfermeiros que trabalham em instituições de atendimento em Oncologia à pacientes com câncer de mama, onde foram realizadas entrevistas com utilização de questionário semi-estruturado, qual deixam clara a questão de esclarecer paciente e familiar sobre a doença, falam em humanização, é boas expectativas na assistência ao câncer de mama, apesar de deixar transparecer discretamente uma assistência de relação restrita ao paciente, sem um devido acompanhamento da evolução da paciente, com isso é necessário cada vez mais profissionais especializados que queiram prestar assistência com qualidade preocupando-se com o futuro do câncer de mama. Unitermos: Câncer. Mama. Cuidado ABSTRACT The cancer is responsible for more than 12% of deaths in the world thus constituting a public health problem in 2006 was estimated 472 thousand new cases of cancer in Brazil, one thousand of these 48,930 designated breast cancer. Exposure to cancer risk factors, redefining standards of living, employment, nutrition, overall process of industrialization and demographic changes explain the increase in cases. This is the cancer most feared by women due to high frequency, negative psychological impact and involvement in the perception of sexuality and self-image. Thus the role of nurses is to assist it being able to understand their needs and as a basic instrument for observation, its actions should also be individualized and appropriate to each patient. General Objective know the role of nurses in the care of patients with breast cancer, and specific raise the basic human needs of women with breast cancer; describe the actions of the nurse in the treatment of breast cancer; describe the main difficulties faced by nurses in care to patients with breast cancer. As a character of qualitative research conducted with nurses who work in institutions of care in oncology for patients with breast cancer, where interviews were conducted with use of semi-structured questionnaire, which make clear the issue to clarify patient and family on the disease, speaking in humanization, is good expectations in assistance to breast cancer, despite leave quietly across a narrow ratio of assistance to the patient, because without a monitor the state of patient, so it is necessary to increasingly specialized professionals who want assist with quality preocupando to the future of breast cancer. Key words: Cancer. Mama. Care. 4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................ 05 1 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................... 06 1.1 A CARCINOGÊNESE DO CÂNCER ............................................................................. 06 1.2 CÂNCER DE MAMA ...................................................................................................... 06 1.3 CUIDAR versus SENTIMENTOS ................................................................................... 07 1.3.1 O cuidar da paciente com câncer de mama ............................................................... 07 1.3.2 Sentimentos vivenciados na trajetória da doença ..................................................... 09 2 PERCURSO METODOLÓGICO ............................................................... 11 2.1 TIPO DE ESTUDO .......................................................................................................... 11 2.2 CAMPO E AMOSTRAGEM DO ESTUDO.................................................................... 11 2.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ............................................................ 12 2.4 COLETA DE DADOS ANÁLISE DE DADOS............................................................. 12 3 RESULTADOS E DISCURSÃO DOS DADOS ......................................... 14 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO INFORMANTE .................................................................... 14 3.2 CATEGORIAS ................................................................................................................. 14 3.2.1 Categoria 1 - A arte do cuidar da paciente com câncer de mama .......................... 14 3.2.1.1 Subcategoria 1 – Informações fundamentais para pacientes com diagnósticos de câncer de mama ...................................................................................................................... 14 3.2.1.2 Subcategoria 2 – Cuidados do enfermeiro com a paciente com câncer de mama ...... 15 3.2.1.3 Subcategoria 3 – Dificuldades enfrentadas durante o tratamento das pacientes ........ 16 3.2.2 Categoria 2 – O papel do enfermeiro em relação ao câncer .................................... 16 3.2.3 Categoria 3 – Expectativas sobre assistência oncológica ......................................... 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………... 19 5 INTRODUÇÃO O câncer de mama é uma neoplasia que representa na atualidade um dos desafios à saúde pública brasileira, sendo a segunda causa de morte, é demanda a realização de ações com variados graus de complexidade. É responsável por mais de 12% entre todas as causas de óbitos no mundo: mais de 7 milhões de pessoas morrem atualmente da doença. Segundo previsão realizada em 2005 pela Internacional Union Argainst Cancer (União Internacional contra câncer), a incidência dos casos em 2002 era de 11 milhões, alcançando 15 milhões de casos novos em 2020, justificada pela melhora gradativa da esperança de vida (MENDONÇA et al. 2006). Outra explicação para este crescimento está na maior exposição dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos, redefinição dos padrões de vida, uniformização das condições de trabalho, nutrição e consumo desencadeada pelo processo global de industrialização, tem reflexos importantes no perfil epidemiológico das populações. As alterações demográficas, com redução das taxas de mortalidade e natalidade indicam o prolongamento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional, levando ao aumento de doenças crônicodegenerativas, especialmente as cardiovasculares e o câncer (MENDONÇA et al. 2006). Em Goiás no ano de 2006 estimou-se 34 casos de câncer de mama a cada 100.000 mulheres, percentil pouco inferior ao número de casos novos de câncer de mama para o Brasil em 2006, total de 48.930, isto é, 52 casos de câncer para cada 100.000 mulheres. Na relação Estado/capital, Goiás apresentou 980 casos, e a capital 310 casos (SANTOS et al. 2005). Pretendia-se conhecer desta forma como o enfermeiro promove suas ações para melhorar a qualidade da assistência da paciente demonstrando a relevância para profissionais de saúde que desenvolvem ações de assistência e cuidados à pacientes com câncer de mama, contribuindo para melhoria no atendimento no âmbito biopsicosocial, humanizando o cuidado oferecido pelo enfermeiro, oferecendo subsídios a atividades relacionadas ao ensino, fornecendo uma interação entre paciente e profissional e à sensibilização do profissional à fragilidade da paciente com câncer de mama. Esta pesquisa tem como objetivo geral conhecer a atuação do enfermeiro no cuidado da paciente com câncer de mama. E como objetivos específicos: compreender as necessidades humanas básicas da mulher com câncer de mama; descrever as ações do enfermeiro no tratamento de câncer de mama; descrever as principais dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros no cuidado ao paciente com câncer de mama. 6 1 REVISÃO DA LITERATURA 1.1 A CARCINOGÊNESE DO CÂNCER A carcinogênese caracteriza-se por mutações genéticas herdadas ou adquiridas pela ação de agentes ambientais, químicos, hormonais, radioativos e virais, denominados carcinógenos (CONTRAN et al., 2000). Os tumores aparecem no organismo quando as células começam a crescer de uma forma descontrolada, em função de um problema nos genes. A causa dessa mutação pode ter três origens: genes que provocam alterações na seqüência do DNA; radiações que quebram os cromossomos e alguns vírus que introduzem nas células, DNA’s estranhos. Sendo que na maioria das situações, as células sadias do organismo impedem que estes DNA’s passem adiante as informações, então o tumor desenvolve um conjunto de rede de vasos sanguíneos para se manter. Através da corrente sanguínea ou linfática, as células malignas chegam a outros órgãos, o que é chamado metástase e o câncer então se torna perigoso devido sua capacidade eficiente de reprodução dentro das células e porque se reproduz e coloniza facilmente em áreas reservadas a outras células (CARVALHO, 2003). 1.2 CÂNCER DE MAMA O termo câncer, descreve uma classe de doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado de células. Os cânceres matam pela invasão destrutiva de órgãos normais por extensão direta e disseminação para pontos distantes através do sangue, da linfa ou das superfícies serosas. Todos invadem ou metastizam, mas cada tipo tem características biológicas e clínicas singulares que precisam ser avaliadas para o apropriado diagnóstico, tratamento e estudo (BENNETT; PLUM, 1997). O câncer de mama é a neoplasia maligna mais freqüente na mulher, atingindo-a preferencialmente após os 35-40 anos de idade, embora nos últimos anos tenha se observado um fenômeno em nível mundial, ainda inexplicado, que é o aumento sensível de sua incidência em faixas etárias mais jovens (FREITAS et al., 1997). A este aumento em jovens deve-se a maior exposição aos fatores cancerígenos, sendo um alerta para que os profissionais de saúde comecem a ter um maior cuidado com a saúde destes jovens. 7 Trata-se do câncer mais temido pelas mulheres devido a sua alta freqüência e, sobretudo, ao impacto psicológico que provoca. Envolve negativamente a percepção da sexualidade e da auto-imagem mais do que qualquer outro tipo de neoplasia que atinge a mulher. A mamografia tem um papel importante na detecção do câncer de mama, visto que pode não ser clinicamente palpável dependendo do tipo e alteração (SANTOS et al., 1998). O diagnóstico do câncer de mama é firmado utilizando-se um método combinado, clínico, radiológico e patológico. E em geral detectado pela primeira vez como sendo uma massa palpável ou como uma alteração mamográfica, mas também podem se manifestar por meio de uma secreção mamilar, alterações na pele da mama ou dor na mama, presença de massa palpáveis, massas discretas e áreas de espessamento assimétrico do tecido glandular da mama continua a ser a manifestação mais comum e é frequentemente detectada pela paciente. O tratamento para o câncer de mama vem sofrendo mudanças bastante significativas nos últimos tempos. Inicialmente, o tratamento cirúrgico realizado era a mastectomia radical preconizada por Halsted, que representava a tentativa cirúrgica de curar o câncer pela remoção da glândula mamária, dos músculos peitorais e dos linfonodos axilares e algumas vezes dos supraclaviculares e da mamária interna. Nos últimos 40 anos, surgiram inúmeras propostas relacionadas ao tratamento cirúrgico, objetivando a preservação dos músculos peitorais, a conservação da mama e a minimização do esvaziamento axilar. Entretanto, sendo o câncer uma doença sistêmica, tornou-se evidente a necessidade de alguma forma de tratamento sistêmico em adição ao tratamento local, para que a mortalidade por câncer de mama sofresse alguma influência (CHAVES, 1999). Atualmente, o tratamento do câncer de mama é interdisciplinar. A correta associação do tratamento cirúrgico, radio e quimioterapia e dos tratamentos sistêmicos são indispensáveis quando se pensa em maior sobrevida e no controle local da doença. 1.3 CUIDAR versus SENTIMENTOS 1.3.1 O cuidar da paciente com câncer de mama A equipe de saúde que assiste o paciente com câncer necessita trabalhar em sintonia, transmitindo apoio ao paciente e a família, respeitando as diferentes formas de aceitação de sua patologia e tratamento indicado, além disso, os profissionais devem ser capacitados para reconhecer problemas e lidar com eles (SHERMAN JÚNIOR, 1989). 8 Ao iniciar uma aproximação com a paciente de câncer de mama deve-se respeitála, sendo responsáveis por orientar, prestar assistência, sempre estando disponíveis e atentos para ajudá-la nesta fase de enfrentamento da doença, seus sintomas e conseqüências que podem surgir no decorrer da doença. A função do enfermeiro é de auxiliar o paciente sendo capaz de perceber suas necessidades de forma imediata tendo como instrumento básico à observação, que pode ser direta, decorrentes da experiência do próprio enfermeiro com o paciente, e as indiretas, que são aquelas advindas de outros profissionais, prontuário do paciente e visitas (ORLANDO, 1990). O acolhimento da paciente com câncer de mama é muito importante, pois o enfermeiro deve criar um vínculo com a paciente para ela ter confiança na assistência recebida, dando-lhe oportunidade para dialogar e esclarecer todas as duvidas que sejam pertinentes para mesma. O cuidar é à base deste processo de atuação e para ser bem sucedido, é necessário identificar as necessidades de sua paciente e família e as formas de sua resolução, numa perspectiva de atuação holística e humanizada. No desenvolvimento de suas atividades, as profissionais devem estar preparadas para prestar atendimento tanto nos comprometimentos emocionais, psicológicos e sociais, quanto para auxiliar na adaptação de limitações decorrentes da evolução e/ou tratamento da doença. Sua atuação se dá junto aos pacientes, diminuindo suas angústias e ansiedades, cuidando, e amenizando os seus anseios, enfim, ajudando-os a crescer (FERREIRA et al., 2002). A capacidade de captar as necessidades das pacientes é uma arte importante para enfermagem, pois ajudam a resolver problemas que englobam situações que não foram relatadas verbalmente. O comportamento verbal ou não verbal também necessita ser observado, pois através deste é possível identificar as reais necessidades do paciente, entretanto, compreendemos que comportamento verbal e não verbal complementam-se na analise das necessidades de ajuda assim, todo comportamento manifestado pelo paciente, necessita ser entendido como um pedido de ajuda até que se prove ao contrário. Santos e Sebastiani (1996) relatam que “O cuidador não deve pensar em termos da doença e sim na posição de um doente presente diante dele, de um ser humano na sua fragilidade como doente que necessita de cuidado pessoal e especial”. O agir do enfermeiro tem sua origem no cuidado direcionado ao paciente, tendo como meta à melhoria ou promoção da qualidade de vida da pessoa. Assume dimensão especial, quando direcionado ao paciente oncológico e no estabelecimento das prioridades, devem ser consideradas a individualidade, estilo de vida, crenças e valores culturais de cada pessoa (ALMEIDA et al., 2001). 9 A atuação da enfermeira no cotidiano do cuidar, portanto, deve se refletir numa assistência de enfermagem de qualidade que direciona para o cuidado, objetiva a melhoria da qualidade de vida da cliente e, ainda, permite o reconhecimento e a valorização do profissional ao estabelecer relação positiva e empática enfermeira-cliente (AMORIM, 1999). Portanto, a prática da enfermeira em oncologia evoluiu para a assistência ao cliente e sua família através da educação, provendo suporte psicossocial, administrando a terapia recomendada, selecionando e administrando intervenções que diminuam os efeitos colaterais da terapia proposta, participando da reabilitação e provendo conforto e cuidado (ADES; GREENE, 1991). O cuidar é a essência da enfermagem, não é apenas prestar assistência ao paciente e necessário ter amor, envolvimento, compaixão e ética. E necessário olhar holisticamente sendo capaz de tocar, ouvir e estar disponível, para que possamos resgatar a sensibilidade e a humanização da assistência melhorando desta forma à qualidade dos enfermeiros. 1.3.2 Sentimentos vivenciados na trajetória da doença Mama que é alvo desta doença, representa para mulher a feminilidade devido à relação à maternidade, sexualidade, ao erotismo, além da função de amamentação, contudo essa parte do corpo tem sido cerca dos processos dolorosos devido ao risco potencial para o câncer, que afeta principalmente mulheres (VERAS, 2005). Segundo Bervian e Girardon (2006), a mulher ao receber o diagnóstico de câncer de mama vivência, três etapas: a do diagnóstico e o sentimento de rejeição da sociedade; do tratamento longo e agressivo que pode causar a retirada da mama diminuindo sua auto-estima; e do sentimento de culpa por não ter o auto cuidado consigo de aceitação de um corpo marcado pela mastectomia; afirma ainda que o afeto familiar e a orientação do enfermeiro permitem manter certa estabilidade emocional para lutar contra a doença conseguindo assim suprir carências e a melhor aceitação nesta fase da doença em sua vida. Interpretação da experiência de viver a doença e seu tratamento gera sentimentos e atitudes que refletem dúvidas, após a descoberta do diagnostico devido suas concepções sobre a doença. Para a mulher a necessidade de uma mastectomia e amputação, não e somente uma cirurgia. A amputação de uma parte importante do seu corpo é a castração não é então apenas imaginada, é real, pois está à vista e é vivida na sua realidade anátomo - fisiológica. Quando é realizada a mastectomia, ocorre a amputação de um membro do corpo identificador da sexualidade, feminilidade e da maternidade (MOURA et al., 1986). 10 O câncer de mama é uma experiência amedrontadora para a mulher e, para maioria delas o diagnóstico da doença evoca sentimentos de pesar, raiva e intenso medo. Além disso, a doença em sua trajetória pode levar a mulher a passar por situações que ameaçam sua integridade psicossocial, que provocam incertezas quanto ao sucesso do tratamento e que a levam a se defrontar com a possibilidade de recorrência da doença e a morte. Porém, a maioria das mulheres enfrenta a crise e a contorna sem desenvolver desordens psiquiátricas e sexuais severas (ALMEIDA, 2001). O preconceito identificado explicita também a possibilidade da recorrência da doença, quando falta credibilidade na cura. A interpretação dessa possibilidade está baseada na construção social da doença, na realidade vivenciada, ou seja, o câncer ainda é uma doença fundamentalmente incurável; portanto, seu futuro passa a ser incerto (ALMEIDA, 2001). A manipulação do estigma é uma ramificação de algo básico na sociedade que tem sido caracterizado como a estereotipia, ou seja, o perfil de nossas expectativas em relação à conduta e ao caráter. O estigma associado ao câncer de mama pode levar pessoas a evitar o doente, privando-o do convívio social (GOFFMAN, 1988, HELMAN 1994). O sentimento de culpa é explicitado quando, em processo de reflexão passam crer que a doença poderia ter sido identificada anteriormente, e para diminuir esse sentimento tentam externalizar o processo de identificação da doença, diminuindo sua responsabilidade por não terem percebido as alterações corporais. Esse sentimento acerca de um possível diagnóstico retardado também traz embutida a incerteza com relação à doença, uma que a mesma pode ter avançado o suficiente para não responder ao tratamento. Nesse caso, a incerteza pode não favorecer a incorporação de estratégias positivas para o enfrentamento da mesma e o perigo da possível volta da doença pode imobilizá-las, tornando-as incapazes de utilizarem seus recursos pessoais para lidarem com o câncer (ALMEIDA, 2001). O câncer de mama traz à consciência das mulheres o quanto o cuidado consigo mesma é colocado segundo plano. Diante a situação vivida, muitas passam a refletir acerca das ações tomadas com relação à sua saúde e percebem o descaso que tiveram com o próprio corpo. Implicitamente deixam à margem a possibilidade da recorrência da doença como resultado desse processo de retardar o cuidado (ALMEIDA, 2001). 11 2 PERCURSO METODOLÓGICO 2.1 TIPO DE ESTUDO Foi utilizada a pesquisa qualitativa o método adequado para a compreensão da problemática, já que enfatiza a importância de se conhecer, entender e interpretar de forma aperfeiçoada a natureza das situações e eventos, aprofundando o significado das ações e das relações humanas, ela oferece ao pesquisador a oportunidade de entender o motivo pelo quais os sujeitos pensam e reagem frente aos problemas focalizados, auxiliando na compreensão dos sentidos, dos valores, das atitudes e dos temores das pessoas (LÜDKE e ANDRÉ, 1986). O material obtido nessas pesquisas é rico em descrições de pessoas, situações, acontecimentos, inclui transcrições de entrevista e de depoimentos. Todos os dados serão importantes para pesquisa. O interesse do pesquisador ao estudar um determinado problema é verificar como ele se manifesta nas atividades, nos procedimentos e interações cotidianas. Os estudos qualitativos permitem iluminar o dinamismo interno das situações, geralmente inacessível ao observador externo. Para compreender melhor a manifestação geral de um problema, as ações, percepções, comportamentos e interações das pessoas deve relacionados à situação específica onde ocorrem ou problemática determinada em que estão ligadas. Por fim, os pesquisadores não se preocuparam em buscar evidências que comprovem hipóteses definidas antes do início dos estudos. O desenvolvimento do estudo aproxima-se a um funil: no início há questões ou focos de interesse muito amplo, que no final se tornam mais diretos e específicos. 2.2 CAMPO E AMOSTRAGEM DO ESTUDO A pesquisa teve como cenário, instituições prestadoras de atendimento em Oncologia, localizadas em Anápolis-Goiás. Estas são referências na cidade por desenvolver diversificados tratamentos na área oncológica. As estruturas físicas estão de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o corpo administrativo e técnico capacitado para as atividades desenvolvidas. Dispõem de atendimentos pelo SUS, convênios e particulares, todos com um ambiente tranqüilo, arejado, confortável para realização de sessões radio ou quimioterapia, materiais adequados aos tipos de tratamentos disponíveis e equipamentos para 12 um bom funcionamento. Localizadas em lugares de fácil acesso à população, oferecem atendimento multidisciplinar à paciente com câncer, a qual passa por diversas etapas durante o tratamento e por profissionais que esclarecem o tratamento, as normas da instituição. São apresentados à unidade, posto de enfermagem, farmácia, descanso médico, apartamentos e às pessoas que participarão do tratamento da paciente dentro da unidade de saúde. A amostra desta pesquisa foi profissionais enfermeiras que trabalham na assistência em Oncologia em Anápolis, especializadas ou realizando especialização em Oncologia, que aceitaram a prestar as informações necessárias para o estudo após consentimento formal. Foram convidadas a participar sendo minuciosamente explicado o conteúdo, a finalidade e propósito da mesma, bem como assegurados à garantia do sigilo e anonimato a cada uma das enfermeiras. E após a concordância das informantes, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme as normas regulamentadoras de pesquisas do Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96. 2.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS Para esta pesquisa, foram realizadas entrevistas gravadas com o auxilio de um questionário semi-estruturado conforme a disponibilidade das enfermeiras e após autorização escrita do termo de consentimento, bem como foram garantidos todo o sigilo, confidencialidade e fidedignidade dos dados conforme preconiza a resolução 196/96. São os depoimentos transcritos integralmente. A entrevista é uma das principais técnicas de trabalho em quase todos os tipos de pesquisa utilizados nas ciências sociais. A grande vantagem desse método sobre outras técnicas é que ela permite captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. Uma entrevista bem feita pode permitir o tratamento de assuntos de natureza estritamente pessoal e íntima, assim como tema de natureza complexa e de escolhas nitidamente individuais. O que a torna particularmente útil, atingir informantes que não poderiam ser atingidos por outros meios de investigação (LUDKE; ANDRÉ, 1986). 2.4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS A coleta de dados foi iniciada após aprovação do projeto de pesquisa, tendo como campo instituições Oncologicas, feita com a autorização e consentimento das informantes, 13 diretores técnicos administrativos e Comitê de ética do Hospital, agendada por telefone em dia e horário estabelecido pela enfermeira, com entrevista gravada semi-estruturada o que nos favoreceu uma maior integração com o pesquisado e melhor esclarecimento sobre o assunto. A análise dos dados deste estudo foi realizada segundo Ludke e André (1986), iniciada após os dados terem sido coletados e transcritos, já se mostrando significantes para seu início. Para a análise a primeira coisa é a construção de um conjunto de categorias, que em sua formulação é necessário uma leitura sucessiva do material até chegar numa saturação do conteúdo, o qual pode usar codificações para classificar os dados de maneira a facilitar a análise, as categorias poderão ser a avaliadas, reavaliadas e mudadas subsequentemente, são feitas e combinadas para formar conceitos mais abrangentes ou idéias amplas que são subdivididas em componentes menores para facilitar a composição e apresentação dos dados. Analisar dados qualitativos implica em organização de todo o material, dividindoo em partes, relacionando essas partes e procurando identificar nele tendências e padrões relevantes, que serão reavaliados, buscando-se relações e inferências num nível de abstração mais elevado. A decisão sobre quais devam ser os focos específicos de investigação se faz, sobretudo através de um confronto entre o que pretende a pesquisa e as características particulares da situação estudada. (LUDKE; ANDRÉ, 1986). Ao reunir todo material levantado, o pesquisador já desperta pelo menos uma idéia das possíveis direções teóricas buscando destacar os achados da pesquisa. Geralmente, o referencial teórico do estudo oferece o início dos conceitos na primeira classificação do que foi coletado, podendo ser suficiente essa primeira categoria, pois é muito ampla e maleável, no início a leitura do material deve ser exaustiva, para permitir separar os elementos sem perder relação com os outros elementos do montante (LUDKE; ANDRÉ, 1986). Além disso, conforme o estudo vai-se desenvolvendo, podem surgir muitas idéias e sugestões sobre formas de analisar o que vai sendo captado. É importante, que o pesquisador não se limite apenas a fazer descrições detalhadas daquilo que observa, mas procure registrar também as suas observações sentimentos e especulações ao longo de todo o processo da coleta. Sendo preciso que a análise não se restrinja ao que está explícito no material, mas procure ir além, desvendando mensagens implícitas, dimensões contraditórias e temas sistematicamente silencioso, buscando realmente acrescentar algo à discussão já existente sobre o assunto focalizado. O processo de análise de dados é sistemático e extremamente detalhado e essencial para entendermos os dados e/ou conclusões. 14 3 RESULTADOS E DISCURSÃO DOS DADOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO INFORMANTE Este estudo delimitou enfermeiras do sexo feminino, que trabalham em instituições de atendimento em Oncologia, com experiência de 2 a 13 anos na área. Quanto ao tempo de graduação houve uma oscilação de 2 a 33 anos. Após a entrevista, damos às entrevistadas a oportunidade de escolher seu nome fictício a ser usado no trabalho, mantendo o sigilo e anonimato da identidade, entregando a elas nomes de flores relacionando-se ao significado delas. Foram definidas como: Amor perfeito (meditação, recordações, reflexão); Girassol (dignidade, glória, paixão); Jasmim (amor, beleza delicada, graça); Orquídea (beleza, luxúria, perfeição, pureza espiritual). 3.2 CATEGORIAS 3.2.1 Categoria 1 - A arte do cuidar da paciente com câncer de mama Esta categoria aborda questões de como e o cuidar do enfermeiro em relação o tratamento do câncer de mama, que são descritas em três subcategorias são elas: Informações fundamentais para pacientes com diagnósticos de câncer de mama; cuidados do enfermeiro com a paciente com câncer de mama e as dificuldades enfrentadas durante o tratamento das pacientes. 3.2.1.1 Subcategoria 1 – Informações fundamentais para pacientes com diagnósticos de câncer de mama. As informantes discorreram sobre a importância de esclarecer o processo em que irá passar a paciente, a equipe que irá atendê-la, medicações, os efeitos colaterais. Enfim sanar qualquer dúvida que ela (paciente) possa ter, deixando oportunidade para perguntar e/ou falar o que ela queira, para que ocorra uma melhor adesão ao tratamento: Primeiro ela (paciente) tem que saber de toda a realidade, da gravidade do problema, em que estágio ela está, como a gente vai começar [...] na consulta de enfermagem ela tem toda a oportunidade de falar de tudo que ela esta pensando, e eu [...], de falar de tudo que pode vir acontecer com ela... e 15 primordial, a aceitação, ela aceitar o que ta acontecendo com ela [...]. (Orquídea). [...] ser assistida por uma equipe transdiciplinar, não só pela enfermagem né, é fundamental que essa paciente seja bem orientada [...] volte mesmo atenção holística [...]. (Girassol). Orlando aborda que as ações do profissional enfermeiro concentram-se em avaliação do paciente no momento em que ele é admitido, verificando necessidades de ajuda, educação do paciente diante de uma necessidade encontrada e orientações ao paciente (LEONARD; CRANE, 1993). A equipe de saúde que assiste o paciente com câncer necessita trabalhar em sintonia, transmitindo apoio ao paciente e a família, respeitando diferentes formas de aceitação de sua patologia e tratamento indicado, além disso os profissionais devem estar capacitados a reconhecer problemas e lidar com eles (SHERMAN JÚNIOR, 1989). 3.2.1.2 Subcategoria 2 – Cuidados do enfermeiro com a paciente com câncer de mama. Nesta categoria as informantes demonstraram ser um pouco superficiais na assistência, apesar de falarem sobre o acompanhamento e orientação, falta uma empatia no cuidado prestado, que devem ir além da doença, que a paciente possui, ele deve abranger um cuidado de forma holística. [...] primeiro é não permitir que ela desista né, ta sempre acompanhando, orientando a paciente quando ela é orientada ela tem condições de melhora de contribuir com o tratamento dele [...] tem que ta disponível, tem que ta maleável, tem que ta receptível a todas as informações que o paciente quer [...] procurar se informar, dá uma satisfação ao paciente isso vai ajudar a diminuir a ansiedade dela dentro do tratamento, do desconhecido pra ela [...]. (Amor – perfeito). [...] são cuidados relacionados a curativos, quimioterapia, radioterapia [...] ser orientado quanto aos cuidados domiciliares [...] boa orientação sobre com a pele [...] é os cuidados então assim e são específicos aos tratamentos que a paciente ta fazendo e as necessidades da própria paciente [...]. (Girassol). Devemos olhar a paciente, a pessoa, não apenas como objeto do assistir, mas como sujeito do nosso cuidado que, sendo, merece um olhar de natureza compreensiva e a oportunidade de recorrer à enfermeira, não para agir ou pensar por ela, mas para auxiliá-la em suas dificuldades, dúvidas, medos e ansiedades, deixando sempre claro que ela tem a responsabilidade final sobre si mesma. Desse modo a enfermeira estará ajudando a cliente a decidir-se e assumir seu próprio destino (CAMARGO, 2000). 16 3.2.1.3 Subcategoria 3 – Dificuldades enfrentadas durante o tratamento das pacientes: As informantes da pesquisa deixam claro há falta de apoio familiar para com a paciente com câncer de mama, o que transmite de certa forma o preconceito à doença e com isso a insatisfação da mulher, alterações psicológicas e emocionais dificultando o cuidar. [...] rejeição né, o absenteísmo, paciente se desestimula, o paciente ele perde a razão de viver, medo e não quer fazer o tratamento, ela rejeita o tratamento, rejeição por parte da paciente e da família. eles rejeitam mesmo, [...] eles abandonam então essa e a maior dificuldade a rejeição [...]. (Amorperfeito). [...] O apoio da família e a primeira coisa têm pessoas que recebem apoio total [...] a gente percebe aqui é o trauma [...] o que mais tem de feminino numa mulher [...] então essa perca dessa mama é muito complicado é uma barreira [...] de aproximação dela [...] da família [...] em ta olhando para essa mulher [...] o esclarecimento das pessoas é a maior dificuldade, não ter punção venosa fácil [...]. (Jasmim). Segundo Bervian e Girardon-perlini (2006) o isolamento social apesar de raro tem um efeito devastador na saúde física e mental do individuo. Além do isolamento social, o medo constante da descoberta passa a existir. 3.2.2 Categoria 2 – O papel do enfermeiro em relação ao câncer Ambas informantes se referem à humanização e uma visão holística que deve ser despertada pelo enfermeiro, perceber o que existe alem da patologia, ter sensibilidade para captar as necessidades da paciente em todas as fases de seu tratamento. Ver de uma forma holística, de enxergar não como uma paciente com câncer, mas como uma mulher tem uma vida lá fora, que tem passado presente e pode ter um futuro de forma ampla mesmo, cuidar de todas as formas [...]. (Orquídea). [...] seria a humanização, seria a empatia colocar no lugar do outro, e gostar realmente do que faz não está numa área de saúde numa área de oncologia que e uma área traumática pesada simplesmente por um mero salário eu acho que acima de tudo precisa ter amor ao próximo [...]. (Amor – perfeito). Para Orlando (1990), a maneira pela qual o profissional observa o comportamento do paciente; compreende este comportamento e suas percepções pessoais e sentimentos em 17 face desta situação, levando em consideração que cada indivíduo pode interpretar diferentemente um mesmo acontecimento, sendo assim, cada enfermeiro pode perceber de maneira distinta um mesmo comportamento, e mais importante que perceber ou pensar sobre o comportamento do paciente, é agir em beneficio das necessidades encontradas a partir deste comportamento. 3.2.3 Categoria 3 – Expectativas sobre assistência oncológica A descrição das expectativas das enfermeiras em relação à assistência é ótima, pois trazem um pouco de que necessário para cuidar de uma paciente com câncer como: amor à profissão, humanização, qualificação, interesse e atenção na assistência, que são a base para qualquer profissional. Nós da enfermagem principalmente quem trabalha com oncologia, tem ta sempre procurando é novos caminhos, se atualizar pra ta atuando junto a esses pacientes [...] nós temos que melhorar nossa relação de ajuda né, há o nosso relacionamento terapêutico com esses pacientes [...]. (Girassol). [...] então eu acho que acima de tudo é a paixão pela profissão, quem escolhe ser enfermeiro sabe que é gente cuidando de gente entendeu? Que o foco da nossa profissão e essa [...] eles (pacientes) precisam muito da nossa atenção e dos nossos cuidados, e assim quanto mais enfermeiros formarem nesta área melhor [...]. (Girassol). As melhores possíveis, por que novos horizontes foram abertos, novas expectativas, novas maneiras de atendimento ao paciente, então eu acredito que hoje exista um interesse dos enfermeiros se prepararem [...] o enfermeiro precisa realmente de ta preparado, e dentro de uma sistematização de enfermagem, uma problematização, então tudo isso vai ajudar a você (enfermeiro) entender o paciente e fazer um planejamento assistencial pra esse paciente [...]. (Amor Perfeito). Leonard e Crane (1993) colocam que para Orlando, o enfermeiro pode executar suas tarefas de forma automática ou voluntária, sendo que ações automáticas são aquelas realizadas apenas para cumprir ordens e satisfazer as necessidades do paciente, baseadas em normas e rotinas, enquanto que as ações voluntárias são realizadas buscando identificar as necessidades e satisfazê-las, procurando explorar todas as informações possíveis do paciente, com objetivo de suprir as suas necessidades. 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do objetivo proposto que foi conhecer a atuação do enfermeiro no cuidado da paciente com câncer de mama, compreender as necessidades humanas e descrever ações e dificuldades dos enfermeiros no âmbito Oncológico, percebemos que na maioria das vezes o enfermeiro não acompanha de perto a evolução do tratamento, tendo uma relação mínima entre enfermeiro/paciente. Vimos que a quantidade de enfermeiros na área Oncológica em Anápolis é restrita, um número que deveria ser alterado, pois como o relatório de estimativa da Internacional Union Argainst Cancer demonstra que o número de casos de câncer tende a aumentar com o passar dos anos, com isso a necessidade de profissionais qualificados na área se torna maior. Percebemos desta forma que o câncer tornou-se um problema de saúde pública, não só devido ao número de casos crescente com o passar dos anos, mas a pouca informação transmitida à população feminina, a superficialidade no acolhimento e na luta contra o câncer de mama, que mata a todo momento e mesmo assim ainda não é vista com a devida importância pelas políticas publicas. Pois o cuidar de enfermagem é ter cautela, zelo, empregar atenção ou prevenir, e mais que um momento de atenção, é uma atitude de preocupação, responsabilidade e envolvimento afetivo com o ser cuidado, em oncologia e muito importante pois, o ato de cuidar permite identificar emoções, sentimentos e dificuldades no conviver com a doença, suas inúmeras internações, impotência contra a doença, revolta e a falta de conhecimento. Por isso faz-se necessário profissionais qualificados para esclarecer dúvidas e anseios, e também que tenham uma oferta de assistência adequada desde a promoção à reabilitação e sociabilização de forma homogênea a toda população. Sendo assim devemos procurar nos especializar, conhecer, entender e prestar uma assistência preocupando-se em mudar a realidade do câncer, fazer pesquisas, orientar melhor e frequentemente a população feminina e incentivar o auto-exame das mamas. Cremos que se as políticas públicas oferecerem incentivos, der acesso e assistência capaz de atender toda população com qualidade que contemplem entre outras estratégias, a capacitação dos profissionais de saúde para o diagnóstico precoce do câncer de mama, sendo capaz de suprir necessidades da população em todo o território nacional, para que haja mecanismos através dos quais os indivíduos motivados a cuidar de sua saúde encontrem uma rede de serviços capaz de suprir essa necessidade. 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADES T, GREENE P. Principles of Oncology Nursing. In: Holleb AI, Fink DJ, Murphy GP, organizadores. American Cancer Society Textbook of Clinical Oncology. Atlanta (GEO): American Cancer Society; 1991. ALMEIDA, AM et al. Construyendo el significado de la reincidencia de la enfermedad: la experiencia de mujeres con cáncer de seno. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Ribeirão Preto, v. 9, n. 5, 2001. Disponível em http://www.scielo.br. Acessado 21 Abr. 2007. AMORIM, MHC. 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