Tagore, Rabindranath (1861-1941) Poeta e filósofo indiano, prémio Nobel da literatura em 1913, o primeiro asiático a receber tal distinção, formado em direito em Inglaterra. Apesar de criticar a ideia ocidental de política, considerando-a como demoníaca, também se distancia de Gandhi, não alinhando com a respectiva política de resistência e não cooperação com as autoridades coloniais. Salienta que no Ocidente a adoração do demónio da política sacrifica todos os outros países como vítimas. Nutre-se e engorda com a sua carne morta, enquanto as carcaças estão frescas. Refere que a nação é o aspecto de um povo como potência organizada e, assim, o homem desembaraça-se do apelo da consciência quando pode transferir a responsabilidade para essa máquina que é criação da sua inteligência e não da sua completa personalidade moral. Por este meio, povos que amam a liberdade perpetuam a escravatura com o orgulho confortável de terem cumprido o seu dever. Considera que a Nação é o interesse egoísta e organizado de um povo no que ele tem de menos humano e de menos espiritual. Assim, o espírito de conflito e de conquista está na origem e no centro do nacionalismo ocidental, sendo a nação um aparelho de tirania e voracidade. Refere também que a ideia de Nação é um dos mais poderosos anestésicos que o homem tem inventado.Sob a sua influência, um povo inteiro pode executar um programa sistemático de egoísmo virulento sem ter consciëncia da sua perversão moral.Assim, os homens , a mais bela criação de Deus, saem da oficina nacional como turbas de fantoches,fabricantes de guerra e de lucro. Autor de The Religion of Man, 1931. Nationalisme,Paris,1924,trad. de Cecile Georges-Bazile