SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL SENAC TÉCNICO EM DESIGN DE INTERIORES RENASCIMENTO ARON MORAES SCHEREIDER CRISTINA GOMES KLEIN MORAES OSVALDINA CORRÊA VITÓRIA 2008 NOME DO ESTILO: RENASCIMENTO ÉPOCA/LOCAL QUE O RENASCIMENTO EXISTIU: O renascimento surge na Itália ainda no século XV com conceitos novos nos campos da arte e da decoração e espalha-se por todas as cortes européias. Os maiores centros do renascimento foram a Florença, Roma e Veneza. O renascimento é a primeira grande revolução artística (após a antiguidade clássica) por isto atingiu o mundo ocidental por completo, mudou a filosofia existente. Nesse estilo, o teocentrismo dá lugar ao antropocentrismo, ou seja, já não é Deus o centro de todas as coisas e sim o homem. Ele valoriza o belo e busca sua satisfação nele. A arte em geral, tanto no mobiliário quanto na pintura, escultura e arquitetura, nunca mais foi à mesma após o renascimento. ORIGEM DO ESTILO Renascimento (ou Renascença) é um termo usado para indicar o período da história do mundo ocidental aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII. É o marco inicial da idade moderna, da transição do feudalismo para o capitalismo. Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da Antigüidade clássica e a ascensão político-social da Europa após a Idade Média. O Renascimento cultural teve início na Itália, e logo após difundiu-se por toda a Europa.O Renascimento resgata a cultura clássica, greco-romana, as construções foram influenciadas por características antigas, adaptadas à nova realidade moderna, ou seja, a construção de igrejas cristãs adotando-se os padrões clássicos e a construção de palácios e mosteiros seguindo as mesmas bases. CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA ÉPOCA Na Itália, as cidades de Gênova e Veneza estavam em seu ápice de desenvolvimento, por isso algumas cidades vizinhas acabaram beneficiando-se. Tanta riqueza fez com que aparecessem poderosos burgueses, que iriam investir parte de seu dinheiro em obras que expressassem sua nova visão de mundo. Soma-se a isso o fato que a Itália foi sede do Império Romano, permanecendo com as ruínas das obras de arte da engenharia civil romana, tais como o coliseu. Os humanistas, pessoas que procuravam romper com os limites religiosos, utilizaram esses elementos da cultura clássica como fonte de inspiração. Por fim, não se poderia deixar de citar a emigração dos sábios bizantinos para a Itália. Com a 4° cruzada, Veneza conseguiu o monopólio sobre a compra de especiarias. Com isso, o contato entre italianos com bizantinos passou a permanente, e como efeito, os contatos culturais também se ampliaram. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem de construção clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma construção harmônica. Apesar de racional e antropocêntrica, a arte renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e, portanto pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. Os palácios também foram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido e normalmente com um pátio central, quadrangular, que tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas. . Figura 01-Hospital Tavera- Alonso de Figura02 - Praça do castelo de Covarrubias - Toledo, Espanha. Bramante -Lombardia- Itália. www.wikipedia.org www.wikipedia.org Vigiano- COMO ERAM OS INTERIORES DA ÉPOCA Os primeiros interiores renascentistas foram concebidos a partir do princípio do contraste, entre partes trabalhadas e espaços livres. As divisões eram dignas e espaçosas. O pormenor clássico foi uma inspiração não um modelo a ser seguido fielmente. No entanto, após 1500 os projetistas passaram a ser mais acadêmicos. O mobiliário italiano foi concebido, então, de acordo com as regras clássicas das proporções e da decoração e este foi considerado como parte do tema decorativo geral. COMO ERA E QUAL A UTILIZAÇÃO DO MOBILIÁRIO A mais prestigiada e elaborada peça de mobiliário renascentista foi o cassone, uma tradicional arca de casamento. Eles habitualmente eram encomendados aos pares e neles eram colocadas os brasões das famílias que se uniam pelo casamento. O enxoval da noiva e a parte transportável do seu dote eram levados até o palazzo do noivo dentro do cassone. Como desempenhavam papel tão importante e público a concepção era tão suntuosa quanto possível. A cassapanca derivou do cassone. O acréscimo de encosto e braços transformou o vulgar assento de caixa num sofá primitivo. Outra peça de mobiliário também derivada do cassone foi o armadio, que era um armário pequeno. O número de cadeiras ia aumentando á medida que a vida se tornava mais social e íntima. As cadeiras almofadadas de braços com espaldar alto e pés de bola tornaram-se corrente nas casas grandes. A cadeira de fechar, em forma de X, sobreviveu nos tempos medievais, surgindo agora na sua forma mais elegante e equilibrada, que se designou na Itália por cadeira de Savonarola. Outro tipo de cadeira leve e fácil de transportar, o Sgabello, apareceu nos fins do século XVI.Tinha um estilo completamente original, era na verdade um banco de costas entalhadas. Os sgabelli foram destinados a acompanhar as mesas de grandes dimensões, que seguiam de perto os antigos padrões romanos e tornaram-se moda. As casas italianas não tinham salas de jantar separadas até o século XIX, as mesas, os bancos e as cadeiras leves eram colocados onde fosse necessário. A sala de maior opulência era o estúdio, onde os senhores guardavam a sua coleção de pinturas, estatuetas, livros, manuscritos e outros objetos de arte. O quarto era o abrigo da dona de casa. Era um compartimento rico arquitetonicamente, mas, também com pouco mobiliário, com uma cama de dossel de quatro prumos sobre um estrado, uma cadeira e cassoni.Tapetes de tons alegres enriqueciam o pavimento de mármore ladrilhado, e as paredes eram pintadas ou cobertas de tapeçarias ou peles decorativas. CARACTERÍSTICAS DAS FORMAS ESTÉTICAS EMPREGADAS Os móveis já não correspondem a modelos genéricos. O amor pela arte e a busca da beleza transformam inclusive o desenho e a decoração dos modelos mais tradicionais. O móvel Renascentista utiliza muito a talha em madeira e elementos presentes na arquitetura como balaustras, molduras, colunas e pilastras. Os motivos decorativos mais usados são as festas, as grinaldas, volutas, elementos vegetais entrelaçados e máscaras. Os pés mais característicos deste estilo são as patas de leão, sempre sólidas e poderosas, verdadeiros símbolos de força. QUE TIPO DE MATÉRIAS UTILIZAVAM Nos primórdios do século XVI os hialurgicos de Murano aperfeiçoaram enormemente o fabrico de espelhos. Estes passaram a ser produzidos em dimensões muito maiores, com molduras mais elaboradas, constituindo artigos de mobiliário ornamentais e de utilidade. Os quadros, também passaram a ser ricamente emoldurados. Os douradores de Veneza conseguiam um efeito maravilhoso colocando folha de ouro sobre um fundo vermelho e em seguida aplicando um forte polimento sobre as partes salientes. As mesas de consola, as cadeiras e os espelhos eram quase sempre dourados. Verificou-se o renascimento de um tipo de decoração conhecido pela designação de tarsia, intarsia ou certosina, que consistia na aplicação de peças de osso ou marfim numa superfície de ébano ou nogueira, seguindo uma composição geométrica. Era largamente utilizada na manufatura de caixas e arcas. Outra técnica aperfeiçoada na Itália no século XVI foi a das pietre dure. Consistia numa forma de embutido em que se usavam mármores muito polidos, seixos, ágata e lápis-lazúli entre outras pedras. Do mesmo modo que os mercadores, os príncipes rivalizavam entre si com extravagâncias crescentes, empregando-se todas as espécies de materiais para a produção de armários e arcas. Usava-se marfim esculpido nos baixos relevos; e o latão a prata, a madrepérola e a carapaça de tartaruga com embutidos. Também usavam o marfim para executar embutidos em arabescos trabalhados. O enriquecimento das arcas com ornatos metálicos alcançou um elevado nível no século XVI. Na Itália e na Alemanha produziram-se belas guarnições de ferro, aço, latão. Figura 03- interiores renascentistas- apostila com desenhos enviada para o e-mail do grupo. Figura 04- par de cadeiras Sgabelli Figura 05-cadeira Savonarola http://www.westlandlondon.com http://portfolio.drwhitney.net/savonarola-chairs Figura 06 -Par de bancos Cassapanca Figura 07- gabinete italiano http://www.westlandlondon.com http://www.mmarkley.com/cabinets.html Figura 06-Mesa de centro renascentista Figura 07-mesa de madeira maciça www.mercadolivre.com.br www.mercadolivre.com.br Figuras 08 e 09- escrivaninha, cadeiras e armário renascentistas www.mercadolivre.com.br ESCULTURA Pode-se dizer que a escultura é a forma de expressão artística que melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da perspectiva e da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que até então estavam relegadas a segundo plano, acopladas às paredes ou capitéis. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos. Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o equilíbrio, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus sentimentos. Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser utilizado refletindo o naturalismo. Figura 10 - Fontana di Trevi - Roma http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Roma-trevi.jpg PINTURA Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras, espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os elementos secundários, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade; e a utilização da tinta a óleo, que possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase à realidade e maior durabilidade às obras. Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem no sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato que não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália. Nos Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade. Figura 11 - Adão - Albrecht Dürer- Museu do MONALISA - Leonardo da Vinci- Museu do Prado – Madri Louvre – Paris www.wikipedia.org www.wikipedia.org BIBLIOGRAFIA História do Mobiliário Ocidental – Phyllis Bennett Oates – Ed.Presença www.wikipedia.org/wiki/Renascimento www.mercadolivre.com.br www.westlandlondon.com www.mmarkley.com/cabinets.html www.portfolio.drwhitney.net/savonarola-chairs