Texto-Gramineas e leguminosas

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APOSTILA DE FORRAGICULTURA E PASTAGENS
DISCIPLINA ZOOTECNIA II
PROFESSOR: RONDON TATSUTA YAMANE BAPTISTA DE SOUZA
GRAMÍNEAS E LEGUMINOSAS
1 ALFAFA - Medicago sativa
Descrição:
Família.................................: Leguminosas
Cultivar..................................: Crioula
Ciclo Vegetativo.....................: Perene
Forma crescimento................: Herbácea
Adaptação:
Tipo de solo: Fértil com matéria orgânica alta.
Resistência:
Seca........................................: Baixa
Frio..........................................: Alta
Umidade...................................: Baixa
Cigarrinha.................................: Alta
Indicação:
Pastoreio..................................: Direto e corte no cocho
Fenação...................................: Feno excelente
Ensilagem................................: Sim
Bco. de proteínas......................: Ao lado das gramíneas
Consorciação............................: Azevém
Adubação verde.........................: Pode ser cultivada
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
2,000
Plantadeira
25 kg
30 cm espaçamento com
linha
A lanço
2,400
Esparramador de calcário
mais rolo compactador
A lanço
25 kg
Em
consórcio
com
gramíneas
Aéreo
320 (4 kg)
**
Covas
**
**
**
Solo (p.H.)................................ : Corrigir acidez
Época........................................: Chuvosa
Adubação..................................: Completa + Adubo orgânico (esterco curral)
Profundidade..............................: 0,5 à 1,0 cm
Preparo: Convencional, bem destorrado, nivelado
Manejo:
Tempo de formação..................: 110 dias
Primeiro pastoreio....................: 110 dias
Altura do corte.........................: 15 cm do solo
Incorporação............................: No início do florescimento
Produção:
Massa verde p/ ha....................: Até 100 ton., 10 cortes/ ano (irrigada)
Proteína bruta na M.S...............: 22 à 24%
Palatabilidade...........................: Ótima
Digestibilidade..........................: Ótima
A alfafa (Medicago sativa) é uma leguminosa perene, pertencente à família
Leguminosae, subfamília Papilonoideae, originária da Ásia Menor e do Sul do Cáucaso,
que apresenta grande variedade de ecotipos. Foi a primeira espécie forrageira a ser
domesticada. Sua característica de adaptação a diferentes tipos de clima e solo fez
com que se tornasse conhecida e cultivada em quase todas as regiões agrícolas do
mundo. É considerada a "rainha das forrageiras" pelos norte-americanos, por seu
elevado valor nutritivo, bem como por produzir forragem tenra e de boa palatabilidade
aos animais, com cerca de duas a quatro vezes mais proteína bruta do que o trevobranco (Trifolium repens) e a silagem de milho (Zea mays).
A alfafa é muito nutritiva, apresentando importantes qualidades como
forrageira: proteína bruta = 22 a 25%, cálcio = 1,6%, fósforo = 0,26% e NDT = 60%,
níveis muito superiores aos de outras fontes de alimentos habitualmente utilizados em
nossa pecuária, como o milho (Zea mays), a cana-de-açúcar (Saccharum sp.) e o
capim-elefante (Pennisetum purpureum). Quanto aos teores de proteína, verifica-se
que sua degradabilidade, no processo de digestão pelo animal, ocorre em velocidade
muito inferior àquela de proteína de gramíneas. Em bovinos, esse fato eleva a
importância da alfafa para vacas de alta produção.
Entretanto, como qualquer forrageira, são encontrados alguns problemas com a alfafa
na nutrição animal. Um fato relacionado à alimentação animal com alfafa é o menor
uso da forrageira sob pastejo, em virtude de riscos de timpanismo provocado pela
presença de saponinas, que são substâncias antinutricionais para os ruminantes.
Todavia, os teores dessas substâncias em 28 cultivares adaptadas às nossas condições
(Crioula, Florida-77, P30, Moapa, CUF-101, BR2, etc.), variaram de 1,78 a 0,78%,
que, aliados à baixa solubilidade da proteína bruta, não constituem fatores limitantes
ao uso da alfafa sob pastejo.
Essa planta pode produzir até 20 toneladas (t) de matéria seca/ha/ano, com
média de teor de proteína de 25%, que possibilita média de produção de 54 kg de
leite/ha/dia, quando utilizada exclusivamente sob pastejo direto, sem adição de
concentrados. Embora essas informações evidenciem o alto potencial forrageiro da
alfafa no Brasil, o sucesso dessa cultura depende de outros fatores, que vão desde a
escolha da cultivar mais adaptada à região até a adoção de práticas agrícolas que
permitam seu estabelecimento e sua persistência, aumentem a produção e melhorem
a qualidade da forragem.
2. CROTALÁRIA
Nome científico: Crotalaria juncea
Nome comum: Crotalaria
Fertilidade do solo: média a baixa
Descrição:
Família......................................: Leguminosas
Cultivar......................................: Juncea
Ciclo vegetativo..........................: Anual
Forma crescimento....................: Arbustivo
Resistência:
Seca.........................................: Média
Frio...........................................: Média
Umidade................................... : Baixa
Cigarrinha..................................: Alta
Indicação:
Pastoreio...................................: Não recomendado
Industrial....................................: Produção de fibras
Ensilagem..................................: Não
Bco. de proteínas........................: Não
Consorciação..............................: Com culturas perenes
Adubação verde...........................: Rotação de cultura
Plantio:
SEMEADURA
Em linha
A lanço
A lanço
Aéreo
Covas
PONTO VC P/HA
1.400
20 KG
2.100
25 KG
2.100
25 KG
**
**
EQUIPAMENTOS
Plantadeira
70 cm espaçamento linhas
Esparramador de calcário mais incorporação
Manual + incorporação
**
**
Solo (p.H.)................................: Corrigir acidez ( calagem)
Época.......................................: Estação chuvosa
Adubação..................................: Fosfatada no plantio
Profundidade..............................: 2,0 cm
Preparo: Convencional, bem destorrado, nivelado.
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação..................: 90 à 100 dias
Primeiro pastoreio....................: Não
Altura do corte.........................: 5 cm
Incorporação............................: início do florescimento
Produção:
Massa verde p/ ha....................: 60 toneladas
Proteína bruta na M.S..............: ***
Palatabilidade...........................: Tóxica aos animais
Digestibilidade..........................: ***
3. GUANDU
Nome científico: Cajanus cajan
Nome comum: Guandu
Fertilidade do solo: baixa, média e alta
Crescimento:
Hábito ....................... Arbustivo
Ciclo Vegetativo:
Semi Perene ................... aprox. 150 dias até o florescimento
Porte:
Alto .......................... (2,0 a 3,0 m)
Época de Semeadura: Setembro a Fevereiro
Utilização:
Adubação verde;
Banco de proteína;
Consorciação com gramíneas para produção de silagem;
Resistência:
Áreas úmidas ................ Baixa
Palatabilidade ................ Boa
Produção de forragem: aproximadamente 10 ton MS/ha (aprox. 30 ton. de massa
verde/ha)
Proteína bruta na matéria seca: cerca de 15%.
4. MOMBAÇA
Nome científico: Panicum maximum cv Mombaça
Nome comum: Mombaça
Fertilidade do solo: alta exigência
Descrição:
Família......................: Gramíneas
Cultivar......................: Mombaça
Ciclo vegetativo..........: Perene
Forma crescimento....: Touceira
Resistência:
Seca..........................: Boa
Frio............................: Boa
Umidade.....................: Baixa
Cigarrinha...................: Alta
Indicação:
Pastoreio.....................: Direto
Fenação......................: Pouco indicado
Ensilagem...................: Não
Bco. de proteínas.........: Não
Consorciação...............: Calopogônio, Soja Perene e Stylosanthes
Adubação....................: Não
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
180/240
Semeadeira e rolo compactador
A lanço
240/340
Esparramador de calcário rolo
grande
A lanço
240/340
Manual c/ rolo ou grade
Aéreo
340
Avião
Covas
180
Matraca / enxada
Solo (p.H.)....................: Corrigir acidez
Época...........................: Estação chuvosa.
Adub ação......................: Fosfatada no plantio.
Profundidade..................: 0,5 a 1,0.
Preparo: Convencional , bem destorroado, nivelado
Utilização: - Manejo:
Tempo de formação....: 90 a 120 dias
Primeiro pastoreio......: 90 dias (gado jovem)
Altura do corte...........: 40 cm - retirar os animais.
Incorporação..............: Não.
Produção:
Massa verde p/ ha..........: 60 toneladas
Proteína bruta na M.S....: 10 a 13%
Palatabilidade................: Ótima
Digestibilidade...............: Ótima
compactador
5. TANZÂNIA
Nome científico: Panicum maximum cv Tanzânia - 1
Nome comum: Tanzânia
Fertilidade do solo: alta exigência
Descrição:
Família.......................: Gramíneas
Cultivar.......................: Tanzânia 1
Ciclo vegetativo............: Perene
Forma crescimento......: Touceira
Adaptação: Tipo de solo : Fértil - bem drenado
Resistência:
Seca........................: Boa
Frio..........................: Boa
Umidade...................: Baixa
Cigarrinha.................: Alta
Indicação:
Pastoreio...................: Direto - piquetes rotacionados.
Fenação.....................: Feno de boa qualidade.
Ensilagem..................: Não.
Bco. de proteínas........: Não.
Consorciação..............: Calopogônio, Soja Perene e Mineirão.
Adubação verde...........: Não.
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
180/240
Semeadeira e rolo compactador
A lanço
240/340
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
A lanço
240/340
Manual c/ rolo ou grade
Aéreo
340
Avião
Covas
180
Matraca / enxada
Solo (p.H.)....................: Corrigir acidez.
Época...........................: Estação chuvosa.
Adubação......................: Fosfatada no plantio.
Profundidade..................: 0,5 a 1,0cm.
Preparo: Convencional, bem destorroado, nivelado.
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação.....: 90 a 120 dias.
Primeiro pastoreio.......: 90 dias (gado jovem).
Altura do corte............: 40 cm - retirar os animais.
Incorporação...............: Não.
Produção:
Massa verde p/ ha........: 60 toneladas
Proteína bruta na M.S...: 12 a 14%
Palatabilidade..............: Ótima
Digestibilidade.............: Ótima
6. ANDROPOGON
Nome científico: Andropogon gayanus
Nome comum: Andropogon
Fertilidade do solo: média a baixa
Descrição
Família.......................: Gramíneas
Cultivar.......................: Planaltina
Ciclo vegetativo...........: Perene
Forma crescimento.....: Touceira
Adaptação
Tipo de solo : Fracos - cerrados
Seca.......................: Boa
Frio.........................: Média
Umidade.................: Baixa
Cigarrinha...............: Alta
Resistência
Pastoreio..................: Direto-eqüinos
Fenação...................: Não
Ensilagem................: Não
Bco. de proteínas......: Não
Consorciação............: Calopogônio, Leucena e Mineirão
Adubação verde.........: Não
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
**
**
A lanço
240/340
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
A lanço
240/340
Manual c/ rolo ou grade
Aéreo
**
**
Covas
240
Enxada
Solo ( p.H.).................: Corrigir acidez (tolerante ao AL)
Época.........................: Estação chuvosa
Adubação....................: Fosfatada
Profundidade................: 0,5 a 1,0 cm
Preparo: Convencional, bem destorroado, nivelado
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação....: 90 a 120 dias
Primeiro pastoreio.......: 90 dias - leve - esperar sementear
Altura do corte............: 40/50cm - retirar os animais
Incorporação...............: Não
Produção:
Massa verde p/ ha........: 50 toneladas
Proteína bruta na M.S...: 9 a 11%
Palatabilidade...............: Boa
Digestibilidade..............: Boa
Descrição morfofisiológica:
O capim-andropogon (Andropogon gayanus cv. Planaltina) é uma gramínea forrageira
perene, ereta, resistente à seca e ao frio, que cresce formando touceiras de até 1,0 m
de diâmetro e produz afilhos com altura variando entre 1,0 a 3,0 m. Originário da
África Tropical, encontra-se amplamente distribuído na maioria dos cerrados tropicais,
em áreas com estação seca bem prolongada. A produtividade do capim-andropogon é
de cerca 50-150 kg/ha. Vegeta bem em altitudes que variam desde o nível do mar até
1.400 m, principalmente em regiões onde a precipitação oscila entre 1.000 e 2.000
mm/ano. Tolera até nove meses de seca, embora seu crescimento seja favorecido em
regiões com três a cinco meses de estiagem. Mantém sua atividade fotossintética e
metabólica sob condições de stress hídrico e rebrota rapidamente com as primeiras
chuvas
Uso econômico:
Utilizada como forrageira para pastagens.
Impactos ecológicos:
Para determinar se Andropogon guayanus altera os regimes de fogo da savana, foi
comparado a capacidades de combustão e intensidades de fogo em diferentes sítios
com aqueles que apresentavam capins nativos de savana. A savana invadida por A.
guayanus tem capacidade de combustão sete (7) vezes acima do que aquele dominado
por capim nativo. Esta alta capacidade de combustão suportou um fogo que estava em
média, oito vezes mais intenso que aquele atingido pela savana de capim nativo num
mesmo período de tempo. Os resultados sugerem que A. guayanus é uma séria
ameaça às savanas, com o potencial de alterar a estrutura da vegetação e iniciar um
ciclo de fogo de capins.
Controle mecânico:
Facilmente eliminado pelo arado e boa aceitação por equinos.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
África tropical, Nigéria.
7. BRACHIARIA DECUMBENS
Nome científico: Brachiaria decumbens cv Basilisk
Nome comum: Brachiarinha, decumbens
Fertilidade do solo: média a baixa
Descrição:
Família.....................: Gramíneas
Cultivar.....................: Basilisk
Ciclo vegetativo.........: Perene
Forma crescimento...: Decumbente, estolonífero, formando relvados
Resistência:
Seca......................: Alta
Frio........................: Média
Umidade.................: Baixa
Cigarrinha...............: Baixa
Indicação:
Pastoreiro..............: Direto / Rolão
Fenação................: Feno
Ensilagem.............: Não
Bco. de proteínas...: Não
Consorciação.........: Calopogônio, Guandu e Leucena
Adubação verde......: Não
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
240
Plantadeira, semeadeira e rolo compactador
A lanço
320/480
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
A lanço
320/480
Manual c/ rolo ou grade
Aéreo
480
Avião
Covas
240
Matraca/Enxada
Solo (pH.)..................: Corrigir acidez
Época........................: Estação chuvosa
Adubação....................: Fosfatada no plantio
Profundidade...............: 2cm
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação.....: 90 a 120 dias
Primeiro pastoreio.......: 90 dias (leve, gado jovem)
Altura do corte............: 30 cm - retirar os animais
Incorporação...............: Não
Produção:
Massa verde p/ ha.......: 45 toneladas
Proteína bruta na M.S..: 7 a 9%
Palatabilidade..............: Boa
Digestibilidade.............: Boa
Descrição morfofisiológica:
Planta perene, ereta ou decumbente, entouceirada, rizomatosa, com enraizamento nos
nós inferiores em contato com o solo, denso pubescente, de coloração geral verdeescura, de 30-90 cm de altura. A morfologia é bem variável para esta espécie, a B.
decumbens introduzida em Belém, via Estados Unidos, é planta decumbente ou
rasteira com 30 - 60 cm de altura, radicante nos nós em contato com o solo, de folhas
macias e felpudas, com escassa produção de sementes. A B. decumbens introduzida
em São Paulo, via Austrália, é planta com cerca de 1 m de altura, mais ereta, pouco
radicante a partir de nós; rizomas muito curtos, contidos nas touceiras; folhas rígidas e
esparsamente pilosas; grande produção de sementes. Em geral, os colmos são
geniculados, ramificados, hirtusos ou glabros, sendo os nós sempre glabros e de
coloração mais escura. Entrenós inferiores curtos com 1 - 2 (-5) cm; entrenós
superiores mais longos. No sistema basal ocorrem dois tipos de rizomas (1) curtos,
duros e nodosos e (2) alongados, também duros, de tipo estolonífero. As raíses são
filamentosas. As folhas são em bainhas estriadas, mais compridas que os entrenós,
envolvendo completamente o colmo. Lígulas em forma de densa cortina de cilios com
cerca de 1 mm de altura. Lâminas lanceoladas ou linear-lanceoladas, de base
arredondada e ápice acuminado, com até 18 cm de comprimento por 1,5 cm de
largura; hirtusas em ambas faces; margens espessas, finamente crenuladas em certos
trechos. A planta é bastante enfolhada. Na parte terminal dos colmos surgem
panículas racemosas com 2 a 5 recemos distanciados entre si, que se dispõe de forma
ascendente. O eixo das paníclas estende-se um pouco além do último racemo. Podem
ocorrer finos dentículos e alguns pêlos, especialmente junto à base dos racemos, que
apresentam de 2 - 12 cm de comprimento, com duas fileirasde espiguetasque se
sobrepõe levemente, de um lado da raque, que é achatada e ciliada nas margens.
Pedicelos com ápice discóide.
Uso econômico:
Forrageira para produção pastoril amplamente disseminada, utilizada e promovida no
Brasil. O cultivar IPEAN ocupa áreas importantes no estado de Mato Grosso e o cultivar
Basilisk é muito comum nos Cerrados.
Impactos ecológicos:
Invasora agressiva de áreas de cerrado nativo, causa interações negativas e domina o
ambiente. Forma densas touceiras e expulsa as espécies nativas de seu habitat. Na
amazônia a lpanta vegeta em terra firme, em solos argilosos ou areno-argilosos. Em
geral as plantas formam densa cobertura no solo, dominando outras espécies de
plantas herbáceas. Em lavouras de cana observa-se uma germinação e emergência
durante muitos meses a cada ano, o que complica as medidas de controle, sendo
necessários herbicidas com longo efeito resídual.
Impacto econômico:
Invade lavouras anuais e perenes e pomares, prejudicando a produção e gerando
custos de controle e remoção. Em áreas onde a espécie foi introduzida como
forregeira, ao se transformar esssas terras em lavouras, o capim-braquiária passa a se
constituir numa importante infestante, muito agressiva e de difícil controle. Sérios
problemas ocorrem em lavouras de soja na região Centro-Oeste do Brasil e em
lavouras de cana-de-açucar no estado de São Paulo. Além da competição, que afeta a
produtividade, tem se reduzido fortemente a vida útil de canaviais infestados, para um
máximo de 2 ou 3 cortes. Em área infestada o desenvolvimento de mudas de citrus é
retardado, sugerindo efeito alelopático negativo.
Controle mecânico:
Pastoreio intensivo controlado; abafamento com lona plástica transparente para
eliminar banco de sementes.
Controle químico:
Aplicação de glifosato diluído em água a 1%.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
Os diversos cultivares introduzidos no Brasil são originários da África do Sul, ocorrendo
Ambiente natural:
Ecossistemas abertos, savanas.
8. BRACHIARIA BRIZANTA
Nome Científico: Brachiaria brizantha cv Marandu
Nome Comum: Brachiarão, brizanthão
Fertilidade do Solo: média a alta
Porte: até 1,5 m
Fonte: Sementes J.C. MASCHIETTO
Descrição
Família.........................: Gramíneas
Cultivar.........................: Marandu
Ciclo vegetativo.............: Perene
Forma crescimento.......: Touceira
Resistência
Seca ........................... : Boa
Frio ............................. : Boa
Umidade ...................... : Baixa
Cigarrinha ................. ...: Alta
Indicação
Pastoreio...................... : Direto
Fenação....................... : Feno - Rolão
Ensilagem ................... : Não
Bco. de proteínas ......... : Não
Consorciação.................: Calapogônio, Soja Perene, Leucena e Stylosantes
Adubação verde..............: Não
Plantio
SEMEADURA
Em linha
A lanço
PONTO VC P/HA
240
320/480
A lanço
Aéreo
Covas
320/480
480
240
EQUIPAMENTOS
Plantadeira, semeadeira e rolo compactador
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
Manual c/ rolo ou grade
Avião
Matraca/Enxada
Solo (p.H.)...................: Corrigir acidez
Época..........................: Estação chuvosa
Adubação.....................: Fosfatada no Plantio
Profundidade.................: 2 cm
Preparo: Arar , gradear , destorroar e nivelar
Utilização : - Manejo
Tempo de formação....: 90 a 120 dias
Primeiro pastoreio......: 90 dias (leve, gado jovem)
Altura do corte...........: 30/40 cm - retirar os animais
Incorporação..............: Não
Produção
Massa verde p/ ha.......: 50 toneladas
Proteína bruta na M.S..:10%
Palatabilidade.............: Boa
Digestibilidade............: Boa
Descrição morfofisiológica:
Planta cespitosa e ereta, com 1,0 - 1,5 m de altura, sendo a espécie de maior porte
entre as braquiárias cultivadas como forrageiras no Brasil. Possui colmos cilíndricos,
estriados, glabros, verdes com nós mais claros. Tendem a se inclinar para o solo,
elevando novamente a extremidade quando plantas se encontram isoladas ou em
baixa densidade. O perfilhamento geralmente não é intenso. O sistema basal é
formado por rizomas curtos, com menos de 5 cm, retos ou recurvados, recobertos por
escamas (catáfilos) amarelas e brilhantes. Raízes fasciculadas. As folhas são em forma
de bainhas fechadas, em geral densamente pilosas com pêlos longos e
esbranquiçados. Lígulas formadas por uma cortina de cílios com 2 mm de altura.
Lâminas planas, linear-lanceoladas com até 40 cm de comprimento por 15 mmm de
largura, de margens curtamente serrilhadas, de coloração verde intensa, com
posicionamento geralmente ereto. A pilosidadee sobre as lâminas é muito variável,
podendo ser quase inexistente ou podendo haver curtos pêlos em ambas faces. A
inflorescência é em panículas racemosas com 5 - 20 cm de comprimento, formadas por
1 - 16 racemos distanciados irregularmente entre si, podendo ocorrer dois racemos
opostos. O comprimento dos racemos varia de 5 - 20 cm. Raque com cerca de 1 mm
de largura, verde ou violácea, em geral muito ciliada nas margens. Espiguetas
ocorrendo num lado da raque, normalmente com alinhamento simples na parte
terminal, orientando-se alternadamente para um e outro lado; na parte basal pode
haver alinhamento duplo. Há muita variação no aspecto das plantas, nessa espécie.
Em plantas adultas, observar: rizomas curtos, racemos com 5 - 25 cm de comprimento
com uma série de espiguetas, sendo que na parte basal podem ocorrer duas séries.
Primeira gluma com menos da metade do comprimento da espigueta.
Uso econômico:
Forrageira para produção pastoril amplamente disseminada, utilizada e promovida no
Brasil. Tem boa resistência ao pisoteio e desenvolve-se em locais elevados.
Impactos ecológicos:
Causa interações negativas e domina o ambiente. Forma densas touceiras e expulsa as
espécies nativas de seu habitat.
Impacto econômico:
É invasora de lavouras anuais e perenes e de cacauais e seringais, prejudicando a
produção e gerando custos de controle e remoção.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
Espécie originária da África Tropical.
9. BRACHIARIA HUMIDÍCOLA
Nome científico: Brachiaria humidicola
Nome comum: Quicuio da Amazônia
Fertilidade do solo: média a baixa
Descrição:
Família...................: Gramíneas
Cultivar...................: Humidícola
Ciclo vegetativo.......: Perene
Forma crescimento..: Estolonífera
Adaptação: Tipo de solo : Médio / Fraco
Resistência:
Seca....................: Alta
Frio......................: Média
Umidade...............: Alta
Cigarrinha.............: Média
Pisoteio................: Alta
Indicação:
Pastoreiro..............: Direto
Fenação................: Não
Ensilagem.............: Não
Bco. de proteínas...: Não
Consorciação.........: Leucena
Adubação verde......: Não
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
240/320
Plantadeira, semeadeira e rolo compactador
A lanço
320/480
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
A lanço
320/480
Manual c/ rolo ou grade
Aéreo
480
Avião
Covas
240/320
Matraca/Enxada
Solo (p.H.)..................: Corrigir acidez
Época.........................: Estação chuvosa
Adubação....................: Fosfatada no plantio
Profundidade................: 2cm
Preparo: Convencional, bem destorroado, nivelado
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação....: 150 a 180 dias
Primeiro pastoreio......: 150 dias
Altura do corte...........: Manter c/ 20cm de altura
Incorporação..............: Não
Produção:
Massa verde p/ ha..........: 45 toneladas
Proteína bruta na M.S....: 11 a 12%
Palatabilidade................: Boa
Digestibilidade...............: Boa
Descrição morfofisiológica:
Planta perene, ereta, entouceirada, glabra, estolonífera e rizomatosa, de 40-80 cm de
altura, podendo atingir até 1 m. Forma grande massa foliar, com longos estolões
rasteiros, radicantes e formadires de novos colmos, pelo que a planta tende a seer
cespitosa. Os colmos são finos, sobcilíndricos, glabros, com nós escuros. O sistema
basal é constituído por estolões (finos, avermelhados, rasteiros e intensamente
radicantes nos nós), sendo a B. humidicola a mais estolonífera entre as braquiárias
forrageiras, e rizomas em dois tipos, (1) curtos, arredondados, firmes, com nós a
curtos espaços, recobertos por catáfilos ou (2) longos, finos, com nós dos quais se
originam novas plantas. Folhas em bainhas mais curtas que os entrenós, envolvendoos firmemente, sendo estriadas e glabras, apressentando ocasionalmente pêlos nnas
margens. Lígulas formadas por densos anéis de cílios, com cerca de 0,5 mm de altura.
Colar não perceptível. Lâminas de dois aspectos, (1) Plantas recém formadas a partir
de rizomas ou estolões apresentam lâminas foliares lanceoladas, com até 10 mm de
largura, e (2) plantas em pleno desenvolvimento apresentam lâminas com 10 - 30 cm
de comprimento por até 0,5 cm de largura, lineares, afiladas e relativamente rígidas
para o ápice, superfícies glabras, geralmente verde-claras, nervuras finas, margens
inteiras ou serrilhadas. Inflorescência em panículas simples, com 8 - 10 cm de
comprimento, com eixo muito fino, liso e glabro, que se prolonga um pouco acima da
inserção do último racemo, havendo ligeira pubescência junto da base de cada
racemo. Geralmente ocorrem apenas 2 - 3 racemos, podendo haver 4 ou 5,
distanciados de 3 - 4 cm entre si. Racemos subsésseis com 3 - 4 cm de comprimento.
Raque com menos de 1 mm de largura, finamente denticulada. Espiguetas dispostas
em duas fileiras, num lado da raque. Pedicelos curtos, com alguns pêlos junto da base.
Para a caracterização da espécie, observar a presença de estolões finos e
avermelhados sobre o colo e dois tipos de rizomas, conforme descritos.
Uso econômico:
Forrageira para produção pastoril amplamente disseminada nas regiões Norte e
Centro-Oeste do Brasil.
Impactos ecológicos:Substituição da vegetação nativa, iInvade e domina áreas abertas
de floresta e áreas úmidas; obstrui pequenos cursos d'água, prejudicando qualidade de
água e fauna aquática; dificulta o restabelecimento da vegetação florestal.
Impacto econômico:
Invade lavouras anuais e perenes e pomares, prejudicando a produção e gerando
custos de controle e remoção. Acumula apreciáveis teores de oxalatos solúveis, que se
combinam com o cálcio no orgnismo do animal, formando oxalato de cálcio insolúvel, o
que provoca carências de cálcio. Essa carência afeta o crescimento dos animais; afeta
vacas leiteiras e de um modo geral, eqüinos, que são particularmente sensíveis.
Impacto na saúde:
Insolubiliza o cálcio nos animais, causando carência deste elemento.
Controle químico:
Aplicação de glifosato diluído em água a 1%.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
Planta originária das regiões leste e sudeste da África.
Ambiente natural:
Ecossistemas campestres, áreas desmatadas
10. CALOPOGÔNIO
Descrição
Família...........................: Leguminosas
Cultivar...........................: Comum
Ciclo vegetativo...............: Perene
Forma crescimento.........: Trepadora volúvel
Resistência:
Seca..................................: Alta
Frio....................................: Baixa
Umidade.............................: Alta
Cigarrinha...........................: Alta
Sombreamento...................: Alta
Indicação:
Pastoreio.........................: Em consórcio com gramíneas
Fenação..........................: Sim
Ensilagem.......................: Não
Banco de Proteínas..........: Piquete ao lado da pastagem
Consorciação..................: Panicums, Brachiarias, Andropogon etc.
Adubação verde...............: Pode ser utilizado
Plantio:
SEMEADURA
Em linha
A lanço
A lanço
Aéreo
Covas
PONTO VC P/HA
Solteiro
800
Consórcio
320
Bco. de proteína
800
***
320
800
EQUIPAMENTOS
Plantadeira
Espaçamento 30 cm
Esparramador de calcário
Rolo compactador/grade leve
**
Matraca/enxada-consorciada
Matraca/ enxada-bco. de proteína
Solo (p.H.)..................................: Corrigir acidez
Época.........................................: Estação chuvosa
Adubação....................................: Conforme análise do solo
Profundidade................................: 1,0 à 2,0 cm
Utilização: - Manejo
Tempo de formação..................: 120 dias
Primeiro pastoreio.....................: 120 dias ( pastoreio leve)
Altura do corte...........................: 20 cm, retirar os animais
Incorporação.............................: 50% de inflorescência
Produção
Massa verde p/ ha....................: 35 toneladas
Proteína bruta na M.S. .............: 16 a 18%
Palatabilidade...........................: Boa na seca
Digestibilidade..........................: Boa
11. COAST CROSS
Reino: Plantae
Phylum: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Cyperales
Família: Poaceae
Espécie: Cynodon dactylon (L.) Pers..
O coast-cross é uma forrageira perene, subtropical, híbrida, desenvolvida na
Geórgia, EUA, pelo cruzamento entre espécies de Cynodon (grama-bermuda). É
resistente ao frio, tolerando bem geadas. Apresenta bom valor nutritivo (teor protéico:
12 a 13%), alta produção (20 a 30 t/ha/ano de matéria-seca) e alto nível de
digestibilidade (60 a 70%). Por apresentar alta relação folha/haste e responder
vigorosamente à adubação, constitui-se em excelente opção para fenação. Comparado
com o capim-de-rhodes, o coast-cross apresenta vantagens, pois, além de ser mais
macio, produzindo bom feno, o seu hábito prostrado e estolonífero lhe assegura maior
persistência, podendo ser utilizado em pastejo por bovinos e eqüinos.
Descrição morfofisiológica:
Planta perene com vida muito longa, ereta ou ascendente, rizomatosa e
estolonífera, de 30 - 50 cm de altura. As inflorescências situam-se sobre colmos eretos
ou semi-eretos. A altura final depende de condições ambientais e, principalmente, das
variedades. Os colmos são cilíndricos, finos, lisos e glabros, verdes ou com
pigmentação purpurescente. Inicialmente ascendentes, assumem postura ereta após a
floração. Apresentam algumas folhas. Os estolões desenvolvem-se sobre a superfície
do solo, com um comprimento que vai de alguns centímetros até um metro.
Achatados, glabros na maior parte, com entrenós curtos ocorrendo agrupamentos de
nós, dos quais saem colmos ascendentes, frequentemente em tufos bem como raízes.
Os estolões apresentam coloração verde ou verde-acinzentada. Os rizomas são
bastante ramificados, duros, escamosos, pontiagudos. Encontram-se em níveis
bastante superficiais, bem como profundos, no solo. Nos colmos encontram-se folhas
normais, enquanto que nos estolões e rizomas encontram-se catáfilos. Folhas normais:
bainhas curtas, com até 1,5 cm, achatadas, soltas e om margens sobrepostas, lisas,
com esparcos tricomas na superfície e um tufo na parte terminal. Lígulas membranociliadas, com cerca de 1 mm de altura. Aurículas presentes. Lâminas lanceoladas,
saindo em ângulo quase reto em relação à bainha e colmo, com 2 - 15 cm de
comprimento por 2 - 5 cmde largura; lisas na fase dorsal e ásperas na ventral;
coloração glauca ou verde-acinzentada. Sendo os entrenós curtos, as folhas parecem
opostas. Em cultivares melhorados ocorrem folhas mais longas e mais largas, que
fornecem maior quantidade de massa verde. As folhas modificadas (catáfilos), são
curtas e largas, grossas, com mais aparência de escamas que folhas. Do topo dos
colmos ascendentes saem, de forma verticilada, de 3 a 7 (normalmente 5) racemos
espiciformes finos, com 3 - 10 cm de comprimento, de coloração vermelho-violácea.
Espiguetas sésseis, dispostas em duas fileiras, comprimidas e com pequenas
superposição, de um só lado da raque.
Uso econômico:
Utilizável em pastejo ou fenação, na formação de gramados, em barrancos e em
taludes de canais é usada para cobertura do solo.
Impactos ecológicos:
Trata-se de uma notável planta colonizadora, compete com espécies nativas e
agrícolas por espaço, umidade e nutrientes, eliminando do solo o oxigênio que as
plantas nativas necessitam para se estabelecer. Invade ambientes ripários alterados.
Impacto econômico:
A espécie é tradicional problema em culturas de algodão, amendoim, café, citrus, fumo
e muitas outras, sendo que em cana uma alta infestação pode reduzir em até 80% a
produção, além de reduzir o número de cortes e a vida útil do canavial.
Impacto na saúde:
O pólen de C. dactylon é alergênico, sendo que em regiões nos Estados Unidos é
notório causador da "febre do feno".
Controle mecânico:
É necessário arrancar todas as partes da planta, incluindo raízes.
Controle químico:
Uma vez estabelecida a infestação, será necessário uma combinação de estratégias de
controle, dependendo do tamanho da mesma, do tempo e das condições locais. Os
herbicidas podem ser eficazes se aplicado no período de crescimento ativo da planta.
Não se deve usar herbicidas para etapas que antecedem a rebrota pois isto não
afetaria o rizoma e sim poderia matar plantas nativas pioneiras. Para previnir novas
invasões, deve-se enriquecer o lugar assim que as medidade de controle forem
tomadas.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
África tropical, Eurásia, Índia e Malásia são citadas como possíveis regiões de origem.
12. COLONIÃO
Nome científico: Panicum maximum cv Colonião
Nome comum: Colonião
Fertilidade do solo: alta exigência
Descrição:
Família.........................: Gramíneas
Cultivar.........................: Colonião
Ciclo vegetativo.............: Perene
Forma crescimento.......: Touceira
Resistência:
Seca............................: Boa
Frio..............................: Boa
Umidade.......................: Baixa
Cigarrinha.....................: Alta
Indicação:
Pastoreio.....................: Direto-Pisoteio
Fenação......................: Pouco utilizado
Ensilagem...................: Não
Bco. de proteínas.........: Não
Consorciação...............: Calopogônio, Soja Perene, leucena e Stylosanthes
Adubação verde............: Não
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
180/240
Semeadeira e rolo compactador
A lanço
240/380
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
A lanço
240/380
Manual c/ rolo ou grade
Aéreo
340
Avião
Covas
180
Matraca/Enxada
Solo (p.H.)....................: Corrigir acidez
Época...........................: Estação chuvosa
Adubação......................: Fosfatada no plantio
Profundidade..................: 0,5 a 1,0 cm
Preparo: Convencional, bem destorroado, nivelado
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação....: 90 a 120 dias
Primeiro pastoreio.......: 90 dias (leve, gado jovem)
Altura do corte............: 40 cm - retirar os animais
Incorporação...............: Não
Produção:
Massa verde p/ ha......: 50 toneladas
Proteína bruta na M.S.: 8 a 10%
Palatabilidade.............: Alta
Digestibilidade............: Alta
Descrição morfofisiológica:
Planta perene, robusta, entouceirada, de colmos glaucos (com cerosidade
esbranquiçada) nos entrenós, de 1 - 2 m de altura. A folhas são longas, finas e
estreitas, envolvendo o colmo podendo ser de comprimento menor, igual ou maior que
o dos entrenós; superfície lisa, com esparsa pilosidade, que é mais acentuada perto do
colar. A inflorescência ocorre na parte terminal dos colmos, podendo ocorrer uma ou
mais panículas secundárias a partir de nós superiores. Na base da panícula há uma
bráctea assemelhada a uma lâmina foliar, porém mais curta. As panículas surgem
envoltas por essa bráctea antes de se expandiram. Nas flores hermafroditas as
anteras, em número de 3, maturam antes das anteras das flores masculinas. Os frutos
são em formato elíptico, com base e ápice agudos, com 2 mm de comprimento por
menos de 1 mm de largura, levemente achatadas de um lado; pericarpo liso,
branqueacento e fosco. Os frutos (cariopses) são envoltos pelas glumas, que tem
coloração ferrugínea na maturação. Facilmente levadas pelo vent, o que permite uma
dispersão intensa. Um quilo de semntes encerra de 750.000 a 1.500.000 unidades,
dependendo da variedade ou do cultivar. Colmos simples ou ramificados, eretos com
até 3,50 de altura, cilíndricos, às vezes algo achatados na parte inferior, onde podem
chegar a 1 cm de espessura, superfície lisa e glabra, de coloração verde-clara. Nós
muito desenvolvidos, de coloração algo rosada, cobertos por densa vilosidade. Nos nós
ocorrem gemas, que se mantém normalmente dormentes. O sistema basal apresenta
rizomas curtos e robustos, dos quais se originam novos colmos, raízes fibrosas.
Uso econômico:
Largamente cultivada como forrageira pela enorme quantidade de massa verde que
produz, durante todo o ano. Plantas novas chegam a conter 13% de proteínas. Na
Amazônia essa forrageira é utilizada na alimentação do peixe-boi, quando em
cativeiro. As sementes são muito apreciada por diversos tipos de pássaros.
Impactos ecológicos:
Panicum maximum forma densas aglomerados em campo aberto e áreas alteradas.
Pode suprimir ou competir com a flora local em solos férteis, constituir uma biomassa
perigosa quando ocorre o fogo. O capim-colonião pode resistir ao fogo e dominar a
área após o fogo.
A espécie é invasora agressiva capaz de deslocar até o próprio capim-gordura (Melinis
minutiflora) e o capim-jaraguá ( Hyparrhenia rufa). Compete com sucesso com a flora
nativa especialmente em solos de alta fertilidade e por isso é considerada um sério
problema para a conservação de ecossistemas naturais.
Impacto econômico:
Pela agressividade e resistência é uma importante espécie infestante sendo que mais
de 40 países consideram-na como tal. Há referências de que seja um problema em
mais de 20 tipos de culturas. A cultura mais afetada é a da cana-de-açúcar. Existe
uma certa semelhança entre plantas novas novas de colonião e de cana-de-açúcar, de
modo que uma infestação pode passar desapercebida até que inicie a formação de
panículas. Os prejuízos são de competição direta e de colheita, pois um canavial
infestado é muito difícil de ser colhido. Outro aspecto negativo é que a espécie pode
ser hospedeira alternativa do vírus da "folha-branca" do arroz. Pode acumular grande
quantidade de glucosídios cianogênicos nas inflorescências, com efeito tóxico muito
rápido. Animais intoxicados podem morrer sem que haja tempo de se notarem
sintomas.
Controle mecânico:
O arranque manual é possível e trabalhoso, e o controle por pulverização de herbicida
parece ser mais simples.
Controle químico:
A espécie é susceptível ao glifosato e plantas novas são suscetíveis ao mata-mato
seletivo.
Controle biológico:
As plantas sucumbem rápido a pastoreio intensivo, porém este método pode fazer com
que a espécie se propague se não houver cuidado com o manejo do gado que tenha
ingerido sementes. Esses animais só podem ser transportados a outros locais após
cumprirem período mínimo de 72 horas em local onde irão contaminar o solo com
sementes, até limparem o trato gastro-intestinal.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
África: Congo, Tanzânia, Guiné, Quênia, Zimbabwe e Índia (variedade trichoglume cv.
Ambiente natural:
Ocorre desde a zona de floresta tropical seca à zona de floresta úmida, desde o nível
do mar.
13. ELEFANTE NAPIER
Reino: Plantae
Phylum: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Cyperales
Família: Poaceae
Espécie: Pennisetum purpureum Schumach..
Também chamado capim napier (nome de uma de suas variedades), uma
gramínea perene, cespitosa, natural da África, que foi introduzida no Brasil por volta
de 1920, onde apresentou excelente adaptação. É rústica, possui rizomas curtos e
grossos, e crescendo livremente atinge 3 metros ou até mais de altura. Apresenta
relativa resistência á seca, frio e fogo, porém fica crestado com geadas, rebrotando
com vigor na primavera. É exigente em fertilidade e vegetação bem desde solos
enxutos até um pouco úmidos. As variedades indicadas são aquelas que apresentam
baixo percentual de florescimento, tardio, ausência de toçal e sejam macias, tenras.
Assim sendo, recomenda-se as seguintes variedades: Cameroum, Vrukwona, Mineiro,
Napier, Porto Rico e Taiwan (A 144 e A 148). Em 1908, Napier divulgou uma
variedade, que mais tarde recebeu seu nome, cujos talos eram bastante moles e as
folhas mais largas, que foi muito bem aceita pelos pecuaristas, a ponto de chamarem
essa espécie forrageira (seja qual for a variedade) pelo nome vulgar de capim napier.
Testes realizados com silagens das variedades desse capim, revelaram maiores valores
de N.D.T. e digestibilidade da matéria seca, para a Mineiro e Vrukwona. O capim
elefante deve ser plantado durante a estação chuvosa , a partir das primeiras e boas
chuvas da primavera, até o mês de fevereiro, quando ainda há grande concentração de
chuvas. Como produz sementes em taxa reduzidíssima (praticamente nula), sua
multiplicação se dá exclusivamente por meio de mudas (colmos), que após a retirada
dos "palmitos" (pontas) são deitadas em sulcos abertos no terreno. As melhores
mudas são aquelas que possuem mais de 100 dias de idade (maduras), pois, brotam
em quantidade bem superior, garantindo um bom stand da cultura. Essas mudas
suportam viagens de 5 a 20 dias, desde que mantidas constantemente à sombra. A
quantidade de mudas necessárias, bem como a distância entre os sulcos de plantio,
dependerão das disponibilidades de mudas, mão-de-obra e recursos financeiros do
proprietário. Normalmente, planta-se em sulcos de 15 cm de profundidade, espaçados
50 cm uns dos outros, gastando-se, em média , 2-4 toneladas de mudas para formar
um hectare. Resultados muito bons também são conseguidos quando a distância entre
sulcos são de 0,70 e até 1,0 metro. Trata-se de um capim que apresenta excelentes
rendimentos por unidade de área, com alto valor nutritivo e boa palatabilidade, razão
pela qual tem sido uma das forrageiras mais utilizadas nas explorações leiteiras do
Brasil Central.
A análise bromotológica de diversas formas de capim elefante, revelou os
seguintes resultados:
O capim elefante pode ser utilizado como pastagem, quando ainda novo,
constituindo-se em uma das gramíneas mais ricas em proteína, proporcionando
excelentes respostas em produção de leite e carne, ou como capineira, com altura um
pouco maior, para fornecimento de verde fresco picado ou elaboração de silagem e
feno. Com relação as pastagens, recomenda-se a divisão da área em parcelas de, no
máximo, 5 hectares cada uma e manejá-las em sistema de rodízio (melhores
resultados ), ocupando-as por 3 a 7 dias e deixando-as descansar por 35 a 45 dias. Em
outras palavras, os animais deverão entrar no pasto quando o capim estiver com 6080 cm de altura e sair quando rebaixado a 30-40 cm. Esse manejo alto impede o
desenvolvimento de plantas invasoras e favorece uma boa rebrota, garantindo a
manutenção do stand. ,Uma boa pastagem de capim elefante, suporta facilmente 3 - 4
U.A./ha durante a estação das águas. Já no "período da seca", o crescimento‚
paralisado, reduz o teor protêico e a capacidade de suporte cai consideravelmente.
Testando a qualidade de uma pastagem de capim elefante. Lucci (1972) demonstrou
que a mesma, sob taxa de lotação de 3,6 vacas/ha, forneceu nutrientes necessários
para manutenção e produção de 11,6 quilos de leite/dia (4% de gordura), de uma
vaca com 400 quilos de peso vivo. Por outro lado, as capineiras devem ser cortadas
quando apresentarem 1,30 - 1,50 metros de altura, a 15-20 cm do solo,
proporcionando 20-25 toneladas de massa verde/ha/corte. Não são aconselhados
cortes com alturas bem superiores a 1,50 metros, pois apesar de aumentar o
rendimento de massa verde por unidade de área, seu valor nutritivo ser bem inferior
e o teor de fibra consideravelmente elevado, a ponto de ser rejeitado pelos animais.
Também não se aconselha corta-lo rente ao solo, uma vez que prejudica a rebrota
futura e o capim tende a desaparecer. Normalmente se faz 3-4 cortes/ano, o que
equivale dizer , que uma capineira de capim elefante em bom estado, pode produzir
75-100 toneladas de massa verde/ha/ano . Alguns autores citam como produção em
‚dia, de 80-120 toneladas de massa verde/ha/ano, em 4-5 cortes. Ressalta-se que há
registros de produções de 160 toneladas/ha/ano (5 cortes) em várias regiões do Brasil
e até superior em vários outros países. No Instituto de Zootecnia, de Nova Odessa SP, a variedade Mineiro produziu (média de 2 anos) 20 toneladas de matéria
seca/ha/ano. Nos casos em que o proprietário não possui uma área dessa forrageira,
especifica para corte (capineira), e prevê grande falta de alimento para os meses
seguintes, recomenda-se vedar (impedir a entrada de animais) em fevereiro, o pasto
de capim elefante existente (quando possuir apenas um) ou 30% da área total
(quando possuir vários) , para ser cortado em março - abril e novamente em maio julho, a uma altura de 1,00-1,20 metros de altura, proporcionando cerca de 15-18
toneladas/ha/corte. É interessante observar, que enquanto um pasto de capim elefante
fornece nutrientes para manutenção e produção, uma capineira fornece apenas para
manutenção as vezes nem para a mesma‚ suficiente. Para efeito de planejamento,
considera-se que 1ha de capineira de elefante; com produção estimada de 20
toneladas/ha/corte, proporciona volume suficiente para manter 10 vacas, fornecendo
20 quilos/vaca/dia. Se houver silagem, essa proporção se eleva para 1:50. No que se
refere
fertilização, sabe - se que esse capim responde muito bem as adubações
nitrogenadas (ver capítulo específico) e orgânicas (em capineiras)
base de 30-40
toneladas de esterco por hectare. Finalizando, vale a pena ressaltar a grande
suscetibilidade do capim elefante ao ataque das cigarrinhas das pastagens, que em
muitos casos tem provocado sérios prejuízos (ver livro Pastagens e Forrageiras).
Uso econômico:
É uma boa forrageira, sendo que os cultivares apresentam cultivares regionais. Em
realidade é uma das forrageiras mais importantes no Brasil, devendo ser
adequadamente manejada, pois em plantas muito desenvolvidas os colmos sofrem
lignificação e passam a ser rejeitados. Em alguns lugares é utilizada como quebravento.
Impactos ecológicos:
Pode se tornar uma invasora importante, especialmente em baixadas úmidas, onde
domina outras espécies. Ocorre como invasora em canaviais, cacauais, seringais e
áreas florestais, bem como pode formar densos povoamentos em áreas não cultivadas.
O próprio agricultor desmata a área nativa para substituir por esta gramínea.Capimelefante invade áreas encharcadas, canais e outras áreas úmidas, sendo um risco para
as áreas de preservação permanente. Formam extensas aglomerados e sufocam toda
vegetação nativa.
Impacto econômico:
No Rio Grande do Norte gera emprego e renda.
Impacto na saúde:
Pode acumular nitrito que são tóxicos especialmente para ruminates.
Controle mecânico:
A espécie não sobrevive com sombreamento excessivo.
Controle químico:
O herbicida glifosato oferece um resultado de controle aceitável, pelo menos em sítios
encharcados.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
África tropical
Ambiente natural:
Hoje está distribuída em países tropicais e sub-tropicais.
14. ESTRELA
É outra espécie do gênero Cynodon , de origem africana, perene, fortemente
estolonífera, que vem ganhando dia a dia, a simpatia de técnicos e pecuaristas. Irradia
longos e fortes estolões para todos os lados, que crescem com muito vigor e se
entrelaçam com os da planta vizinha, enraidando-se nos nós, para depois emitirem
colmos verticais muito macios e palatáveis. É considerada uma forrageira altamente
invasora. Adapta-se a climas tropicais, com precipitações acima de 750 mm anuais.
Resiste muito bem ao pisoteio e cortes freqüentes, mas não tolera umidade excessiva.
Não é exigente em solo, mas parece preferir os arenosos e férteis, desde que bem
drenados. Proporciona forragem de excelente qualidade, cuja análise bromatológica
apresentou os resultados do quadro abaixo. A estrela africana não produz sementes e
por isso sua multiplicação ‚ exclusivamente vegetativa. Recomenda-se o plantio
durante a estação das águas (novembro a janeiro ), em solo úmido. com mudas,
(estolões) grossas e maduras. que são colocadas no terreno a uma distância de 0,5 a
1,0 uma das outras:
O plantio nas entrelinhas do milho, em sulcos espaçados 40 cm , em duas
semanas após a semeadura deste, apresentou bons resultados na Rodésia . A
quantidade de mudas necessárias para se formar 1 ha, gira em tomo de 200 quilos. As
mudas agüentam longas viagens (a sombra), tendo sido registrados até 12 dias sem
grandes prejuízos. Trata-se de uma forrageira altamente produtiva no verão, que
responde muito bem a adubações nitrogenadas e pode ser utilizada diretamente com
pastagem , ou ceifada para posterior fenação . Boas pastagens de estrela africana
suportam durante o "período das águas", 4-6 U.A./ha, sem prejuízos do stand. É
evidente a superioridade da estrela africana sobre a B. decumbens e Pangola, em
capacidade de suporte e ganho de peso/ha/ano (Caro Costas . 1976) Os africanos
desenvolveram o método chamado Grass Feed - lot . (engorda intensiva no pasto ) ,
onde os animais engordam quase que exclusivamente do pasto de estrela, com
registros de 4.500 quilos de peso vivo/ha/ano, com bovinos jovens. No Brasil também
se constatou grande ganho de peso em bovinos, mantidos em regime exclusivo de
pastagens de estrela africana fertilizadas . Soube-se que um pecuarista paulista obteve
rendimentos de feno, superiores a 20 toneladas/ha/ano. Para finalizar, cita - se l que a
grama estrela possui um principio tóxico (ácido prússico) que, entretanto, não tem
causado nenhum problema em nosso meio. Não se registrou até o presente momento,
nenhuma queixa por parte dos pecuaristas, pelo contrário, somente elogios.
15. FEIJÃO GUANDU
Descrição:
Família...................................: Leguminosas
Cultivar...................................: Caqui
Ciclo vegetativo.......................: Perene
Forma crescimento.................: Arbustiva
Resistência:
Seca........................................: Alta
Frio..........................................: Boa
Umidade.................................. : Baixa
Cigarrinha.................................: Alta
Indicação:
Pastoreio..................................: Direto
Fenação...................................: Sim
Ensilagem................................: Silagem com Milho e Sorgo*
Bco. de proteínas......................: Ao lado das gramíneas
Consorciação............................: Brachiárias e Panicums
Adubação verde.........................: Incorporação
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
1400
Plantadeira
20 kg
70 cm espaçamento linhas
A lanço
1750
Esparramador de calcário rolo compactador /
25kg
grade
A lanço
1750
Manual + incorporação
250kg
Aéreo
***
***
Covas
1050
Matraca
15 kg
Solo (p.H.).................................: Corrigir acidez
Época........................................: Estação chuvosa
Adubação...................................: Fosfatada no plantio
Profundidade...............................: 2,0 a 3.0 cm
Preparo : Convencional , bem destorrado , nivelado
Utilização: - Manejo:
Tempo de formação..................: 120 dias
Primeiro pastoreio....................: Antes do florescimento
Altura do corte.........................: 10 a 15 cm de altura (feno)
Incorporação............................: 15 dias após início do florescimento
Produção:
Massa verde p/ ha....................: 30 toneladas
Proteína bruta na M.S...............: 14 a 16%
Palatabilidade...........................: Ótima
Digestibilidade..........................: Ótima
* com orientação técnica
16. GORDURA
Reino: Plantae
Phylum: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Cyperales
Família: Poaceae
Espécie: Melinis minutiflora P. Beauv..
Descrição:
Família..........................: Gramíneas
Cultivar..........................: Roxo
Ciclo vegetativo..............: Perene
Forma crescimento.........: Erecto /.decumbente
Adaptação: Tipo de solo : Fracos - médios.
Resistência:
Seca.......................: Boa
Frio.........................: Boa
Umidade................. : Boa
Cigarrinha............... : Alta
Indicação:
Pastoreio...............: Direto-eqüinos, aérea sombreada.
Fenação................: Feno de boa qualidade.
Ensilagem.............: Não.
Bco. de proteínas...: Não.
Consorciação.........: Calopogônio e Soja Perene .
Adubação verde......: Não
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
180/240
Semeadeira e rolo compactador
A lanço
240/340
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
A lanço
240/340
Manual c/ rolo ou grade
Aéreo
340
Avião
Covas
240
Matraca/Enxada
Solo (p.H.)...................: Corrigir acidez
Época..........................: Estação chuvosa
Adubação.....................: Fosfatada no plantio
Profundidade.................: 0,5 a 1,0 cm
Preparo: Convencional, bem destorroado, nivelado.
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação.....: 90 a 120 dias
Primeiro pastoreio.......: Depois de sementear
Altura do corte............: 30 cm - retirar os animais
Incorporação...............: Não
Produção:
Massa verde p/ ha.......: 20 toneladas
Proteína bruta na M.S..: 7 a 8%
Palatabilidade..............: Ótima
Digestibilidade.............: Ótima
Descrição morfofisiológica:
Planta perene, ereta, entouceirada, de colmos fortemente geniculados, com nós pilosos
e avermelhados, de 40-80 cm de altura. Sobre as bainhas e lâminas foliares ocorrem
pêlos pegajosos, de odor característico, o que é único entre as gramíneas. As raízes
são fibrosas. Folhas com bainhas abertas, envolvendo os entrenós; freqüentemente o
comprimento das bainhas excede o do entrenó correspondente. A bainha da última
folha é particularmente comprida, podendo chegar a 30 cm, ou seja, 3 vezes o
comprimento da respectiva lâmina. Coloração verde e intensa pilosidade. Junto aos
nós os pêlos são mais compridos e formam uma coroa que se destaca visualmente.
Lígulas formadas por uma cortina de cílios, densos e bem desenvolvidos. Lâminas com
até 15 cm de comprimento, de base arredondada e mais larga, estreitando
progressivamente até um ápice agudo; coloração verde-acinzentada; curtos pêlos
brancos em ambas as faces porém mais intensos na fase dorsal; margens ciliadas. Na
região do colar, do lado externo, freqüentemente ocorre um anel vermelho-escuro.
Com o desenvolvimento da planta as folhas basais vão morrendo. Em plantas
desenvolvidas as folhas ocorrem em porções de caules e ramos relativamente
afastados da base. Uma particularidade dessa espécie é que junto da base dos pêlos
das folhas ocorrem glândulas que secretam um líquido pegajoso e adocicado, de odor
caracteristico. Inflorescência em panículas muito vistosas de coloração roxoavermelhada, na parte terminal dos colmos. Essas panículas chegam a 15 cm de
comprimento. Inicialmente as ramificações se posicionam verticalmente, dando um
aspecto compacto e ressaltado à coloração das panículas. Progressivamente, as
ramificações nas panículas se abrem e todo o conjunto se apresenta mais frouxo,
diminuindo com isso a intensidade da coloração. Dada a grande quantidade de
panículas, uma área infestada apresenta um aspecto roxo-avermelhado. Os ramos são
muito finos e apresentam espiguetas isoladas, geralmente longo-aristadas.
A espécie gera biomassa de 7.000 a 8.000 kg/há no Cerrado, havendo-se registrado
93 a 188 panículas por metro quadrado e uma média de 5.000 sementes viáveis por
metro quadrado, o que corresponde a 79 - 125 kg de sementes por hectare (fonte:
Carlos Romero Martins). A dormência das sementes vai a 16 meses, havendo
germinação de 50% das sementes em 35 meses. Ainda assim, sementes com 5 anos
apresentaram até 70% de viabilidade.
Uso econômico:
Muito utilizada como forrageira por ser uma planta rústica de rápido crescimento.
Impactos ecológicos:
No processo de invasão, a planta cresce por cima da vegetação herbácea nativa
causando sombreamento e morte dessa vegetação, deslocando espécies nativas de
flora e fauna. Também gera aumento da temperatura de incêndios no cerrado, com
eliminação tanto das plantas nativas quanto do banco de sementes pré-existente no
solo. Estima-se (comunicação pessoal Carlos Romero Martins) que os incêndios
naturais atinjam temperaturas entre 700 e 800 graus centígrados, enquanto o capimgordura vai a 1000 graus.Em pesquisa realizada na Estação Ecológica do Jardim
Botânico de Brasília, detectou-se que a invasão de capim-gordura interfere
significativamente no crecimento de espécies nativas, especialmente 'Cecropia
pachystachya'.
Impacto econômico:
Perda de área pastoril, requer limpeza. Planta infestante em pastagens formadas por
outras espécies. Séria infestante de povoamentos florestais.
Controle mecânico:
A erradicação é extremamente difícil, as plantas produzem grande quantidade de
sementes com alto poder de germinação e quase nenhuma dormência, porém a
espécie não tolera sombreamento, corte mecânico e nem pastejo pesado.
Controle químico:
A espécie é sensível ao herbicida glifosato que pode ser aplicado na forma de aspersão
foliar a 1% de concentração, diluído em água. Testes realizados no Cerrado
(comunicação pessoal Carlos Romero Martins) mostram maior eficiência no controle
através de queima controlada das touceiras seguida da aplicação de herbicida glifosato
em diluição de 0,5% seguido do arranquio manual. Um controle efetivo é a aspersão
da mistura de 2,2-DPA com Paraquat.
Controle biológico:
Ocasionalmente, as inflorescências são atacadas por um fungo que provoca o
abortamento das espiguetas. Esse talvez seja um caminho para pesquisar o controle
biológico da espécie.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
África
Ambiente natural:
Campo limpo, campo rupestre, campo úmido e campo sujo. Locais sombreados em
clima
17. LEUCENA
Reino: Plantae
Phylum: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Mimosaceae
Espécie: Leucaena leucocephala (Lam.) R. de Wit.
Descrição:
Família......................: Leguminosas
Cultivar......................: Cunninghan
Ciclo vegetativo..........: Perene
Forma crescimento....: Arbustiva
Resistência:
Seca...........................: Alta
Frio.............................: Alta
Umidade......................: Média
Cigarrinha....................: Alta
Indicação:
Pastoreio...................: Em faixas nas pastagens, cerca viva
Fenação....................: Não
Ensilagem.................: Não
Bco. de proteínas.......: Piquete de mais ou menos 10% das pastagens
Consorciação.............: Brachiárias
Adubação verde..........: Não
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
Consórcio 320
25 à 30 sementes / ml
A lanço
Banco de proteína Plantadeira 25 à 30 sementes / ml espaçamento
800
entre linhas 1,20m
A lanço
**
**
Aéreo
**
**
Covas
320
Matraca/enxada-consorciada
800
Matraca/enxada-bco. proteínas
Solo (p.H.)....................: Corrigir acidez
Época...........................: Estação chuvosa
Adubação......................: Fosfatada no plantio
Profundidade..................: 1,0 a 2,0 cm
Preparo: Convencional, bem destorroado, nivelado
Obs.: Escarificar as sementes
Utilização: - Manejo:
Tempo de formação......: 180 dias
Primeiro pastoreio........: 1,20m de altura
Altura do corte.............: Rebaixar até 20cm no corte mecânico
Incorporação................: Não
Produção:
Massa verde p/ ha..........: 35 toneladas
Proteína bruta na M.S......:18 a 20%
Palatabilidade.................: Boa
Digestibilidade................: Boa
Descrição morfofisiológica:
Arbusto ou árvore pequena, entre 5 e 10 m de altura. Folhas alternas bipinadas, com
25 cm de comprimento; entre 4-9 pares de pinas, com 8-10 cm. Entre 11-17 pares de
folíolos, de 9-12 mm, opostos, lanceolados, acuminados; de coloração verdeacinzentada. Inflorescência globosa, com pedúnculo de 5-6 cm de comprimento. As
flores possuem corola e estames brancos; cálice com 2,5 mm, pétalas lineares;
estames em número de 10 com aproximadamente 1 cm de comprimento, anteras
pilosas. Ovário fracamente pubescente no ápice. Vagens agrupadas, lineares,
achatada, com 10-15 cm de comprimento e 2 cm de largura, marrom-escura, com um
bico no ápice; cada vagem contém aproximadamente 20 sementes de coloração
marrom brilhante, oblonga-oval, achatada, com 6 mm de comprimento. Faz autofecundação, de forma que até mesmo indivíduos isolados produzem sementes. Há um
percentual pequeno de fecundação cruzada e são polinizadas por um número grande
de insetos generalistas, incluindo abelhas de pequeno e grande porte. Floresce e
semeia continuamente ao longo do ano, desde que haja umidade. Combinada à
característica de auto-fecundação, o processo resulta na produção abundante de
vagens e sementes. Regenera-se rapidamente após queimadas ou corte. As árvores
têm vida curta, entre 20 e 40 anos, porém o banco de sementes tem longa viabilidade
no solo, entre 10 e 20 anos. Cada planta pode produzir até 2000 sementes por ano.
Uso econômico:
Suas folhas são forrageiras para o gado e a madeira pode ser utilizada como lenha.
Impactos ecológicos:
Forma denso aglomerados, excluindo todas as outras plantas e impedindo a circulação
da fauna. Foi plantada para servir como forrageira mas, ao menos que seja roçada ou
controlada, propaga-se rapidamente para áreas adjacentes. Compete por espaço e
luminosidade.
Impacto econômico:
Seu controle é extremamente trabalhoso e oneroso em função da resistência da
espécie a roçadas e ao fogo e ao banco de sementes de longa viabilidade no
solo.Porém se retirada, pode causar impacto na renda familiar, pois tem uso
econômico em determinados lugares.
Impacto na saúde:
Possui altos teores de mimosina, substância tóxica aos animais não ruminantes se
ingerida em grandes quantidades, que causa a queda de pêlos.
Controle mecânico:
Pode ser realizado com inúmeras roçadas sempre antes do início da produção de
sementes ou, segundo Motooka et. al. (2002), com o manejo de bodes e cabritos, que
se alimentam da espécie.
Controle químico:
Deve ser feito com herbicida triclopir através de aspersão foliar. O herbicida também
pode ser aplicado diretamente nos troncos, imediatamente após o corte, diluído 50%
em óleo diesel. E, em alguns casos, apenas o óleo diesel aplicado imediatamente após
o corte, se mostrou efetivo.
Controle biológico:
Foi testada a eficácia do inseto Psyllide heterophylla cubana na África do Sul e chegouse à conclusão que o inseto pode causar desfoliação cíclica das plantas, porém não as
elimina, tendo resultados pouco efetivos.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
Originária da América Central e do México.
Ambientes preferenciais para invasão:
Geralmente favorecida por solos calcários e degradados, sendo encontrada em
ambientes secos e mésicos. É largamente encontrada ao longo de rodovias, em áreas
degradadas, em áreas agrícolas, em pastagens e em afloramentos rochosos. Em áreas
degradadas não chega a ser dominante, contudo nos outros casos, sim.
18. MUCUNA PRETA
Nome científico: Stizolobium spp
Nome comum: Mucuna preta e Mucuna cinza
Fertilidade do solo: baixa, média e alta
Descrição:
Família....................................: Leguminosas
Cultivar....................................: Preta
Ciclo vegetativo........................: Anual
Forma crescimento..................: Trepadora volúvel
Adaptação: Tipo de solo : Todos
Resistência:
Seca.........................................: Alta
Frio...........................................: Média
Umidade....................................: Média
Cigarrinha..................................: Alta
Indicação:
Pastoreio...................................: Não
Fenação....................................: Sim
Ensilagem.................................: Não utilizado
Bco. de proteínas.......................: Não utilizado
Consorciação.............................: Milho/Sorgo*
Adubação verde..........................: Culturas perenes e plantio solteiro
Obs.: Controle de nematóides
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
4000
Plantadeira/ matraca
50 KG
50 cm espaçamento linhas
A lanço
4800
Esparramador de calcário
60 KG
+ incorporação
A lanço
Aéreo
Covas
4800
60 KG
**
2400
30 KG
Manual c/ incorporação
**
Matraca
Solo (p.H.)...............................: Corrigir acidez ( calagem)
Época......................................: Agosto à março
Adubação.................................: Fosfatada no plantio
Profundidade.............................: 3,0 cm
Preparo: Convencional , bem destorrado , nivelado
Obs.: Colheita sementes após julho , c/ ciclo de 9 meses
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação.................: 180 dias
Primeiro pastoreio....................: Não
Altura do corte..........................: 5 cm
Incorporação............................: Abril/ Maio ( 15 dias após início do florescimento)
Produção:
Massa verde p/ ha...................: 45 toneladas
Proteína bruta na M.S.............: 18 à 20%
Palatabilidade.........................: Baixa
Digestibilidade.........................: Alta
*com orientação técnica
A Mucuna Preta, é uma trepadeira muito utilizada para consorciar com o milho,
sorgo, milheto e como adubação verde por ser grande fixadora de nitrogênio e muito
rica em nutrientes. A Mucuna Preta, originária da África é uma leguminosa anual que
não é tão exigente quanto à fertilidade do solo, porém não tolera os de baixa
drenagem. Devido ao efeito alelopático é usada no controle de nematóides e invasoras.
Época de plantio: setembro-janeiro.
19. PUERÁRIA – KUDZU TROPICAL
Reino: Plantae
Phylum: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Espécie: Pueraria phaseoloides (Roxb.) Benth..
Descrição:
Família...............................: Leguminosas
Cultivar...............................: Puerária
Ciclo vegetativo...................: Perene
Forma crescimento.............: Trepador
Adaptação: Resistência:
Seca.....................................: Média
Frio.......................................: Média
Umidade................................: Alta
Cigarrinha..............................: Alta
Sombreamento.......................: Alta
Indicação:
Pastoreio..............................: Direto e corte no cocho.
Fenação................................: Sim.
Ensilagem.............................: Não.
Bco. de proteínas...................: Sim.
Consorciação.........................: Panicums, Setária e Brizantha.
Adubação verde......................: Fixação de Nitrogênio.
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
Solteiro 320
Plantadeira, espaçamento de 40 cm
A lanço
Consórcio 320
Distribuidor de calcário /rolo compactador
A lanço
Bco de proteínas 800
Aéreo
**
**
Covas
320
Matraca/enxada-consorciada
Matraca/enxada-bco. de proteína
Solo (p.H.) ..............................: Corrigir acidez
Época......................................: Estação chuvosa.
Adubação.................................: Conforme análise do solo.
Profundidade.............................: 1,0 a 2,0 cm
Preparo: Convencional, bem destorrado, nivelado.
Obs.: Importante escarificar as sementes
Utilização: Manejo:
Tempo de formação...............: 120 dias
Primeiro pastoreio..................: 120 dias
Altura do corte.......................: 30 cm retirar os animais
Incorporação..........................: No início do florescimento
Produção:
Massa verde p/ ha...................: 40 toneladas
Proteína bruta na M.S..............: 23%
Palatabilidade..........................: Boa
Digestibilidade.........................: Boa
Descrição morfofisiológica:
Planta perene, trepadeira, cujos caules são volúveis, finos, flexíveis, longos e verdes,
medindo suas folhas de 8 a 10 cm de largura por 8 a 12 de comprimento. Produz
vagens cilíndricas e estreitas, com 9cm de comprimento por 3cm de largura e nas
quais se encontram 20 sementes marrons, quase cilíndricas, de 2 mm de comprimento
por 2 de largura. É pouco exigente quanto ao solo, multiplica-se por meio de sementes
cuja a produção vai a 300kg por hectare.
Uso econômico:
Muito utilizada como forrageira, sendo ainda promovida por órgãos de extensão rural.
Serve para a formação de pastagens, para corte, para a produção de feno e para a
ensilagem, é uma das melhores plantas para a fixação do solo, no combate à erosão.
Impactos ecológicos:
Invade áreas florestais, sufocando plantas arbóreas, impede desenvolvimento
estrutural da floresta.
Impacto econômico:
Invade áreas agricultáveis e ambientes abertos com floresta em regeneração.
Controle mecânico:
É recomenrdado apenas para plantas isoladas. Deve-se remover a partir das pontas
dos ramos até o centro, cuidando para que sejam arrancadas com a raíz. Não deixar a
planta abandonada onde possa enraizar novamente. O local deve ser monitorado
semestralmente para remoção de novas infestações.
Controle químico:
A mistura de 60 ml de Garlon 4 e 30 ml de Tordon K em 4 litros de água deve ser
aplicada na forma de aspersão foliar em toda a planta, tomando o cuidado de não
aplicar em putras plantas desejáveis. A aplicação deve ser na primavera e verão.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
Austrália
20. SOJA PERENE
Nome Científico: Neonotonia wightii
Descrição
Família:....................... Leguminosas
Cultivar:...................... Comum
Ciclo vegetativo:........... Perene
Forma de crescimento:...Trepadora volúvel
Melhores variedades: 1 - 804 e cianova.
Adaptação:
Tipo de solo: Fértil
Resistência:
Seca:........... Média
Frio:............ Boa
Umidade:..... Baixa
Cigarrinha:....Alta
Indicação :
Pastoreio:.................... Em consórcio com gramíneas
Fenação:..................... Sim
Ensilagem:.................. Não
Banco de proteínas:..... 10% da área de pastagens
Consorciação:.............. Panicums, Setária e Rhodes
Adubação verde:.......... Pode ser utilizada
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
Solteiro 800
Espaçamento de 30 cm
A lanço
A lanço 320
Esparramador de calcário rolo compactador /
A lanço
Banco de proteínas grade
Manual c/ rolo ou grade
800
Aéreo
**
**
Covas
320
Matraca/Enxada
800
Matraca/enxada - banco de proteínas
Solo (p.H.):.......... Corrigir acidez
Época:................. Estação chuvosa
Adubação:............ Conforme análise do solo
Profundidade:....... 1,0 a 2,0 cm
Preparo:.............. Convencionado e bem destorrado
Obs: Escarificar as sementes
Manejo:
Tempo de formação:............. 120 dias
Primeiro pastoreio:................ 120 dias
Altura do corte:..................... 20 cm, retirar os animais
Incorporação:....................... Quando florescer
Espaçamento:
Entre linhas : 50cm ;densidade linear : filete contínuo.
Sementes necessárias: 10 - 12kg/ha.
Calagem e adubação:
A critério de análise do solo ou aproveitar efeitos residuais de adubações anteriores.
Controle de ervas daninhas:
Dois cultivos mecânicos na fase inicial.
Época de colheita:
sementes: julho - agosto;
forragem: variável.
Produção de forragem: 40t/ha/ano.
Produção de sementes: 800-1.000kg/ha.
Proteína bruta na M.S: 20 a 22 %
Palatabilidade: Média
Digestibilidade: Boa
A Soja Perene é uma leguminosa de hábito de crescimento trepador, sendo que
seu potencial de produção esta diretamente ligado à boa qualidade do solo. Originária
da África, foi introduzida no Brasil pelo Instituto Agronômico de Campinas com a
finalidade de recuperar solos degradados e consorciar-se com pastagens de gramíneas.
Devido a alta agressividade de nossas gramíneas, no consórcio com soja perene
é indispensável um bom manejo, fazendo que a luminosidade atinja a planta de Soja
Perene, pois o fator luz é indispensável para o seu bom desenvolvimento.
Também se consegue bom resultado em bancos de proteínas, como uma
forragem muito palatável, mesmo na seca.
21. TIFTON
O Tifton é um híbrido pertencente ao gênero Cynodon, que por sua vez é
dividido em dois grupos: grama Bermuda e grama Estrela, sendo o Tifton pertencente
ao grupo Bermuda. Há um grande número de cultivares da capim Bermuda, originários
do melhoramento genético da grama Bermuda, que receberam o nome genérico de
Tifton, seguidos de uma númeração ( por exemplo, Tifton 85).
Os híbridos são melhores que a grama Bermuda comum, por responderem
melhor à adubação nitrogenada, serem mais produtivos e de melhor qualidade, e mais
tolerantes ao frio. São ainda preferidos para manejo intensivo e altas produtividades, e
indicados para produção de feno e para pastejo, devido sua alta capacidade de
suporte. No Brasil estão disponíveis os híbridos Coastal, Alícia, Callie, Tifton 44, Tifton
68, Tifton 78, Tifton 85, Coastcross e mais recentemente o Florakirk. O cultivo é
realizado através de mudas, e a escolha do cultivar mais adequado para a propriedade
é baseada em função das características de solo, clima e finalidade do cultivo (fenação,
pastejo), pois os cultivares possuem características que os diferenciam entre si,
tornando-os mais adequados para determinadas condições climáticas e finalidade do
cultivo. É aconselhável procurar a orientação de profissional capacitado para indicar o
melhor cultivar.
Fenação: A fenação é um processo de desidratação, que transforma a forragem verde,
que possui umidade compreendida entre 65 e 80%, em feno, com teor de umidade
entre 10 e 20%. O feno tem como característica preservar as qualidades nutricionais
da forragem, no entanto, os cuidados para se obter feno de boa qualidade começam
no campo, com o manejo da forragem. No caso das gramíneas do gênero Cynodon, os
melhores fenos são obtidos de cultivares que possuem mais folhas do que colmo. Se
destacam neste aspecto os cultivares Florarkik, Tifton 44, Tifton 85, Coastcross e
Florico. O corte destas gramíneas, independentemente do cultivar, deve ser efetuado
quando a planta alcançar o ponto de equilíbrio entre o teor de nutrientes e produção
de matéria seca por unidade de área. O ponto de equilíbrio ocorre na primavera-verão,
entre 5-6 semanas e 7-8 semanas, dependendo da região e do nível de fertilização
nitrogenada.
22. TOBIATÃ
Panicum maximum Jacq. cv Tobiatã
Descrição
Família..........................: Gramíneas
Cultivar..........................: Tobiatã
Ciclo vegetativo..............: Perene
Forma crescimento........: Touceira
Resistência
Seca..............................: Alta
Frio................................: Média
Umidade.........................: Baixa
Cigarrinha.......................: Alta
Indicação
Pastoreio.....................: Direto
Fenação......................: Não
Ensilagem...................: Não
Bco. de proteínas.........: Não
Consorciação...............: Calopogônio
Adubação verde............: Não
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
Em linha
180/240
A lanço
240/340
A lanço
Aéreo
Covas
240/340
340
180
e Soja Perene
EQUIPAMENTOS
Semeadeira e rolo compactador
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
Manual c/ rolo ou grade
Avião
Matraca/Enxada
Solo (pH).....................: Corrigir acidez
Época..........................: Estação chuvosa
Adubação.....................: Fosfatada no plantio
Profundidade.................: 0,5 a 1,0 cm
Preparo : Convencional, bem destorroado, nivelado.
Tempo de formação.....: 90 a 120 dias
Primeiro pastoreio.......: 90 dias
Altura do corte............: 40/50 - retirar os animais
Incorporação...............: Não
Produção
Massa verde p/ ha........: 60 toneladas
Proteína bruta na M.S...: 8 a 10%
Palatabilidade...............: Boa
Digestibilidade..............: Boa
Colonial Tobiatã ou simplesmente Tobiatã. Possui boa produtividade, mas exige solo
fértil. Desenvolve-se em forma de touceira e é muito resistente. Essa gramínea prefere
clima quente e pode ser pisoteada.
23. VENCEDOR
Panicum maximum cv Vencedor
Descrição:
Família..........................: Gramíneas
Cultivar.........................: Vencedor
Ciclo vegetativo.............: Perene
Forma crescimento.........: Touceira
Adaptação: Tipo de solo : Fértil/Bem drenado.
Resistência:
Seca.........................: Boa.
Frio...........................: Boa.
Umidade....................: Baixa.
Cigarrinha..................: Média.
Indicação:
Pastoreio.................: Direto.
Fenação..................: Sim.
Ensilagem................: Não.
Bco. de proteínas.....: Não.
Consorciação...........: Calopogônio e Soja Perene.
Adubação verde........: Não.
Plantio:
SEMEADURA
PONTO VC P/HA
EQUIPAMENTOS
Em linha
180/240
Semeadeira e rolo compactador
A lanço
240/340
Esparramador de calcário rolo compactador /
grade
A lanço
240/340
Manual c/ rolo ou grade
Aéreo
340
Avião
Covas
180
Matraca/Enxada
Solo (P.H.)...................: Corrigir acidez
Época..........................: Estação chuvosa
Adubação.....................: Fosfatada no plantio
Profundidade.................: 0,5 a 1,0cm
Preparo: Convencional, bem destorroado, nivelado.
Utilização:
Manejo:
Tempo de formação....: 90 a 120 dias.
Primeiro pastoreio......: 90 dias, consorciação 120 dias.
Altura do corte...........: 40 cm - retirar os animais.
Incorporação..............: Não.
Produção:
Massa verde p/ ha.......: 50 Toneladas
Proteína bruta na M.S.: 10 a 11%
Palatabilidade.............: Alta
Digestibilidade.............: Boa
Capim-vencedor (Panicum maximum cv. Vencedor) é uma gramínea que forma
touceiras com até 1,6 m de altura. Possui folhas finas com 1,9 cm de largura,
coloração verde-clara, sem cerosidade e pilosidade. A inflorescência é do tipo panícula
e assemelha-se à do capim-colonião comum.
É adaptado a solos de média a alta fertilidade, sendo recomendado para locais
onde se plantou culturas anuais em anos anteriores, dentro de um sistema de rotação
agricultura x pastagem. Seus rendimentos de matéria seca estão em torno de 14 a 18
t/ha/ano. Apresenta teores de proteína bruta variando entre 7 e 12% ao longo do ano
e digestibilidade da matéria seca de 50 a 65%. É bem aceito por bovinos, bubalinos,
caprinos e ovinos; consorcia-se bem com leguminosas (pueraria, centrosema,
calopogônio etc.); possui moderada resistência à seca; produz bastante sementes e,
até no momento, não foi observado nenhum ataque de cigarrinhas-das-pastagens. No
entanto, tem sido constatado a ocorrência de falso carvão, doença que pode afetar
seriamente a viabilidade das sementes. Os rendimentos de sementes podem variar de
80 a 100 kg/ha em duas colheitas (fevereiro e meados de abril).
A semeadura deve ser realizada no início do período chuvoso
(outubro/novembro). O plantio pode ser em sulcos espaçados de 0,5 a 1,0 m entre si,
à lanço ou em covas (0,5 x 0,5 m) quando se utiliza mudas. A profundidade de plantio
deve ser de 2,0 cm. A densidade de semeadura varia de 10 a 15 kg/ha, dependendo
da qualidade das sementes e do método de plantio. Quando em consorciação com
leguminosas, o plantio pode ser feito à lanço ou em linhas espaçadas de 1,0 a 1,5 m.
O capim-vencedor praticamente não responde à aplicação de calcário onde o
solo apresenta saturação de bases acima de 30%. No entanto, para solos ácidos
recomenda-se 1,5 a 3,0 t/ha de calcário dolomítico (PRNT = 100%) e a aplicação de
80 a 120 kg de P2O5/ha. A adubação potassica deve ser realizada naqueles solos que
apresentem entre 25 e 50 ppm de potássio (40 a 60 kg/ha de K2O). Em áreas de
cerrados recém-desmatadas, recomenda-se aplicar 30 kg/ha de enxofre e 2 a 3 kg/ha
de zinco.
Face ao desenvolvimento inicial, o primeiro pastejo poderá ser realizado 90 a
100 dias após o plantio. Pastagens bem formadas e manejadas apresentam uma
capacidade de suporte de 1,5 a 2,0 UA/ha no período chuvoso e 0,8 a 1,0 UA/ha no
período seco (UA = 450 kg de peso vivo). Os ganhos de peso/animal/dia podem variar
de 400 a 700 g no período chuvoso e de 200 a 300 g na época seca. O pastejo deve
ser iniciado quando as plantas atingem entre 1,2 a 1,6 m de altura, as quais devem
ser rebaixadas até cerca de 30 cm acima do solo. Em Rondônia, utilizando-se cargas
animais de 2,5 e 1,5 UA/ha, respectivamente para os períodos chuvoso e seco, os
ganhos de peso foram de 0,643 e 0,379 kg/animal/dia, os quais foram superiores aos
observados com pastagens de P. maximum cvs. Tanzânia-1, Mombaça e Centenário. O
capim-vencedor não seca totalmente durante a estação seca, não sendo recomendável
deixá-lo atingir altura superior a 1,0 m no início desta estação. Em áreas de produção
de sementes, após a colheita, o local deverá ser pastejado para reduzir a quantidade
de massa verde e evitar que a pastagem fique com muito talos, assegurando bom
valor nutritivo da forragem e facilitando a rebrota.
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